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por exemplo, que toma uma decisão atabalhoada,<br />

mas que afeta todo o corpo técnico; a contratação<br />

de um atleta de uma forma atabalhoada, sem pensar<br />

nos impactos que isso pode produzir, por exemplo,<br />

na coesão de um grupo, em aspectos de liderança,<br />

impactos de remuneração e uma série de outras<br />

questões, e essa preocupação, de fato, não existe e<br />

é claro que isso traz conflitos. E tem a consequência<br />

evidentemente de o mercado esperar um tipo de<br />

intervenção qualificada e o clube dar um outro tipo<br />

de resposta, isso também produz conflitos. E por<br />

que estou colocando em evidência esses conflitos?<br />

É para dizer que é evidente que essas instituições<br />

mereceriam outros tipos de intervenção, em outros<br />

níveis que não só o nível técnico, por parte de quem<br />

entende desse tipo de situação, de quem tem ferramentas<br />

e conhecimento para fazer uma intervenção<br />

muito mais qualificada para tentar, na pior das hipóteses,<br />

solucionar ou dar o direcionamento adequado<br />

para esses inúmeros conflitos que surgem por conta<br />

da característica dessas instituições. Só que o problema<br />

está na cultura das organizações. O problema<br />

está na falta de governança; essas organizações,<br />

por terem na sua essência, no seu objetivo principal,<br />

desempenho esportivo, resultado técnico, e pela ausência<br />

de estímulos externos que motivem um outro<br />

tipo de comportamento, então já têm por essência a<br />

busca de resultado esportivo, e aí todos os grupos<br />

com quem se relaciona, os torcedores, a imprensa<br />

e assim por diante, patrocinadores, enfim, também<br />

querem que o resultado esportivo aconteça.<br />

“O foco das organizações está<br />

fundamentalmente voltado para<br />

a área técnica, para a área de<br />

resultado”.<br />

Você acaba tendo então um viés da gestão,<br />

um viés da cultura, um viés do comportamento que<br />

privilegia esse tipo de atividade em detrimento a<br />

uma série de outras atividades. É o que a gente<br />

chama de foco técnico; então, o foco das organizações<br />

está fundamentalmente voltado para a<br />

área técnica, para a área de resultado. E a consequência<br />

disso, muito embora a consequência na<br />

área técnica seja interessante, porque você tem,<br />

se olhar em qualquer clube esportivo, a área que<br />

tem mais profissionais de fato, você não tem mais<br />

voluntário, profissionais, as diversas formações,<br />

enfim, intervenções, é a área técnica que é multidisciplinar<br />

e profissionalizada.<br />

“A gente percebe que a<br />

atuação no campo, na quadra, a<br />

intervenção técnica do psicólogo,<br />

ela já vem sendo reconhecida<br />

há algum tempo, muito embora<br />

possa evoluir, e possa ter um<br />

aprofundamento maior”.<br />

Mas quando vir, por exemplo, a gestão da<br />

organização, ela é totalmente voluntária, muitas<br />

vezes sem as devidas qualificações, enfim, é evidente<br />

que você tem então esse tipo de consequência<br />

e você retroalimenta todos esses conflitos<br />

que já mencionei. Estou dizendo tudo isso, e<br />

aqui vai uma rápida conclusão, até porque quero<br />

que depois haja tempo para a gente interagir, e o<br />

Marcelo ainda tem um monte de coisa para falar<br />

para vocês, mas é que eu acho que muito mais<br />

que a intervenção pontual de algum profissional,<br />

porque é evidente que a gente percebe que a atuação<br />

no campo, na quadra, a intervenção técnica<br />

do psicólogo, ela já vem sendo reconhecida há<br />

algum tempo, muito embora possa evoluir, e possa<br />

ter um aprofundamento maior, mas já existe,<br />

essa atividade já existe, mas é necessário que - e<br />

aí talvez não seja uma prerrogativa exclusiva de<br />

psicólogos, mas psicólogos com certeza - tenha<br />

uma interface no nível estratégico das organizações,<br />

podendo dar o encaminhamento adequado<br />

para essa série de conflitos que eu mencionei.<br />

“Há uma série de estudos,<br />

pesquisas em desenvolvimento<br />

nesse aspecto, que é o aspecto<br />

micro, digamos assim, mas tem<br />

que se pensar, a área tem que<br />

pensar em fazer intervenções em<br />

nível estratégico”.<br />

Só que nesse momento que a gente vive<br />

hoje há um conflito entre essa demanda e a<br />

questão da cultura e da governança das organizações<br />

que, por darem foco extremo à área<br />

técnica, não reconhecem esse tipo de demanda,<br />

ou não têm, ou não encontram meios para<br />

dar encaminhamento, para incluir esse tipo de

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