Debates 61 Ricardo Santoro Psicólogo pela PUC/SP, Especialista em Saúde Mental, Idealizador da Copa da Inclusão; Professor de Psicologia da FMU; Coordenador das Residências Terapêuticas Vila Monumento e Mandaqui I. Primeiramente, quero humildemente parabenizar os slides do professor Leandro, muito esclarecedores em termos de sistema, gráfico, desenho e na verdade acho que não é uma questão, porque a moda agora é usar o termo provocação; acredito que o professor Leandro tem uma visão tecnicista do esporte; então, na fala do professor Cristiano, ele fez uma crítica pontual na organização dos jogos regionais aonde, ao invés de ter a promoção esportiva da participação, tem a questão da competição e até da contratação de atletas, para este caso, na qual você é atleta, professor Leandro. Então, gostaria de saber qual é sua visão disso, qual a sua opinião em relação a essa crítica dentro do contexto da construção do sistema. Por gentileza, a sua colaboração quanto a isto. CADERNOS TEMáTiCOS CRP SP Psicologia do Esporte: Contribuições para a atuação profissional
62 Leandro Mazzei Psicólogo pela PUC/SP, Especialista em Saúde Mental, Idealizador da Copa da Inclusão; Professor de Psicologia da FMU; Coordenador das Residências Terapêuticas Vila Monumento e Mandaqui I. “Eu vim falar do esporte rendimento, mas tem algo por trás para chegar no rendimento que é a participação, tem eu como ex-atleta, qual o meu papel no esporte como ex-atleta?” Obrigado, Ricardo, pela sua provocação. Muito pelo contrário, eu não sou tecnicista, não. Estava comentando com os meus colegas, eu dei aula para crianças há um bom tempo e sou da mesma linha de raciocínio do Cristiano; também simplesmente apresentei um quadro aqui com relação ao esporte de auto rendimento. O que eu falo com relação ao tecnicismo é que vivemos isso num período histórico no nosso país, que acabou coincidindo com o final da ditadura militar; acho que a Paula colocou isso, que foi essa democratização do esporte e convencionou-se de falar que o que veio antes é coisa do demônio, vou colocar assim, tudo ruim. E aí foi do 8 ao 80 e eu sou formado em Educação Física, esporte em Educação Física, o que acontece hoje, você não encontra profissionais formados para trabalhar com esporte, você encontra profissionais formados em Educação Física e quem aqui é profissional de Educação Física, principalmente licenciatura que é o meu caso, sabe que a Educação Física não é esporte. E aí tem um hiato: quem trabalha com esporte, então, da maneira como se tem que trabalhar? Seja no rendimento, seja na participação, seja na educação, porque eu dei aula na graduação, convicto de que o profissional de Educação Física hoje não é preparado para trabalhar com esporte, ele é preparado para trabalhar com Educação Física. E quem trabalha? Responde para mim, se alguém conseguir responder. “Ah! é um ex-atleta?”, pode ser, desde que ele seja preparado para isso, porque senão ele só vai trabalhar com o rendimento. Nos jogos regionais, vou representar minha cidade, que é Ribeirão Preto, eu sou de lá, e é muito interessante essa minha participação porque eu, enquanto ex-atleta, vejo que posso contribuir para quem está como atleta hoje, é esse o meu papel. Fico indignado de eu ter espaço de participação, na verdade porque eu não deveria participar como atleta, deveria participar como, não digo técnico, mas consultor ou algo do tipo, não como atleta. E eu participar como atleta quer dizer que não está existindo um trabalho bom com esporte em Ribeirão Preto, porque eu não moro lá, apesar de ser de lá, fui atleta de lá, fiz 16 anos, representei jogos regionais, jogos abertos, fui medalhista de jogos abertos com 16 anos, tem a capa do jornal, a cidade, e eu voltar pessoalmente é simbólico, eu quero ir para contribuir, eu não gostaria de estar indo como atleta, mas foi o que o meu técnico falou “eu quero que você esteja presente” e eu aceitei a proposta. O ideal seria que eu ficasse lá em Ribeirão, fizesse um trabalho com os mais jovens (eu vou fazer isso), só que só nos momentos dos jogos, os jogos abertos serão em Ribeirão Preto, então tem isso, tem a cobrança e expectativa para o resultado, mas eu gostaria de outras expectativas, o que vai ficar depois dos jogos abertos, assim como nos Jogos Olímpicos, o que vai ficar para o Brasil? E essas expectativas eu coloquei com relação a resultados em si, porque as outras, depois, eu não gosto nem de falar, vocês viram o gráfico que eu mostrei, eu comentei aqui antes da minha apresentação que “é chato vir falar que o nosso futuro é negro, não tem boas perspectivas”, então é isso, eu acho que a palavra do Cristiano é perfeita, é claro que eu tive vinte minutos e ainda extrapolei o tempo, porque poderia ficar falando disso o dia todo. Eu vim falar do esporte rendimento, mas tem algo por trás para chegar no rendimento que é a participação, tem eu como ex-atleta, qual o meu papel no esporte como ex-atleta? É o que a Paula mostrou, nós não temos, tem a taxa cinza que é rosa, que não tem. E por acaso eu consegui um espaço com um híbrido de ir lá em Ribeirão Preto, na minha cidade, contribuir de alguma forma. Eu prefiro assim do que há 5 anos quando fui representar Sertãozinho, lutei contra minha cidade e ganhei, isso é o pior de tudo, aí eu fiquei mais indignado ainda, falei “não, não é possível”, não é possível porque não existiu renovação, algo está errado, eu vejo isso.
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