pdf-2016-08-04-18-35-30
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harmonia, de respeito, de entendimento das regras<br />
e de disciplina, de hierarquia até, porque a arte marcial<br />
é muito assim e de entender respeito com benevolência<br />
também, não é porque estou fazendo uma<br />
arte marcial que eu vou sair batendo em todo mundo,<br />
então, às vezes para os pais é bem complicado<br />
entender isso, mas nas nossas oficinas não temos<br />
competição, mas é algo que temos pensado este<br />
ano como instituir uma competição para um esporte<br />
de contato com esse público, para as mães não ficarem<br />
malucas, porque é difícil, mas estamos tentando.<br />
Temos conversado bastante também sobre usar a<br />
CiF, mas é aquilo que conversamos, é uma avaliação<br />
muito difícil, não sei quem conhece, é uma avaliação<br />
em que precisamos ainda de verba e isso não está<br />
captado nos projetos, é uma; não sei se vocês viram,<br />
são 2.500 participantes, então temos uma amostra<br />
muito grande para realizar uma avaliação extensa,<br />
então, realizamos uma avaliação que chama PEi –<br />
Perfil de indicadores Cognitivo, Emocional e Social,<br />
chama Perfil de indicadores da Psicologia; usamos<br />
o mapa social, também, que acho que a maioria das<br />
pessoas deve conhecer. E realizamos um no começo<br />
e um no final para fazer a comparação e a avaliação<br />
e, daí, fora isso, tem o perfil evolutivo do esporte e<br />
tem da fisioterapia, então, cada profissional da sua<br />
área faz esse perfil que é adaptado na sua área e fazemos<br />
um comparativo, fazemos uma escala e isso<br />
sai na revistinha final também que temos de avaliação,<br />
porque precisamos prestar contas para todo<br />
mundo e o trabalho é muito legal, isso eu acho que<br />
é uma das partes que eu mais gosto, planejamos<br />
junto com a equipe uma metodologia adaptada para<br />
as demandas individuais, quando pensamos: mas é<br />
um grupo de 25 participantes, não podemos pensar<br />
em um só, mas também não podemos pensar só no<br />
todo, então, sentamos e fazemos as adaptações<br />
para aquela pessoa. Então, tem o aluno, o participante<br />
de 5 anos com autismo com muito movimento<br />
estereotipado, com uma hiperatividade gigantesca<br />
e eu não tenho como dizer que a meta e o objetivo<br />
dele é fazer, executar os movimentos do karatê;<br />
o primeiro objetivo com ele é se manter no tatame,<br />
se ele ficar no tatame, se ele entender que tem que<br />
cumprimentar na hora de entrar e de sair, isso já é<br />
um ganho, então vamos adaptando, mesmo, metodologia<br />
porque o que for possível é o que vamos trabalhando<br />
com aquilo para depois conseguir grandes<br />
metas de execução dos movimentos, de aprender o<br />
kata que é uma sequência de movimentos, que temos<br />
apresentações todo final de projeto, realizamos<br />
um festival de esportes e eles se apresentam para<br />
o público, para os pais, amigos, então também tem<br />
essa coisa de que sim, a forma é importante, aprender<br />
a modalidade também é importante, mas não é<br />
o nosso foco.<br />
“Todos nós somos especiais, por<br />
que meu filho é especial, então, ele<br />
precisa ser superprotegido e eu<br />
vou fazer com que ele não tenha<br />
autonomia e nem independência<br />
de nada, eu vou fazer tudo por<br />
ele, daí chega lá, ele quer atenção<br />
individual e quer que façamos por<br />
ele e isso é impossível”.<br />
Então, essa parte de planejar junto com a<br />
equipe dá muito certo e como também pensar nas<br />
demandas individuais sem prejudicar o foco que é o<br />
grupo, porque estamos dando uma aula para várias<br />
pessoas, são 25 pessoas. A orientação para os pais<br />
também é muito bacana, no sentido de desmitificar<br />
essa coisa da deficiência que: “Eu preciso superproteger,<br />
porque o meu filho é especial”, e eu não sou?<br />
Você não é? Todos nós somos especiais, por que<br />
meu filho é especial, então, ele precisa ser superprotegido<br />
e eu vou fazer com que ele não tenha autonomia<br />
e nem independência de nada, eu vou fazer tudo<br />
por ele, daí chega lá, ele quer atenção individual e<br />
quer que façamos por ele e isso é impossível, porque<br />
na sociedade todo mundo precisa ter independência<br />
e autonomia para poder viver, até porque as mães<br />
também precisam viver, elas não podem viver para o<br />
filho com deficiência, elas precisam viver a vida delas,<br />
então, fazemos umas orientações, algumas reuniões<br />
e as intervenções com os participantes no dia a dia<br />
nas aulas, então, faço uma roda de conversa no final<br />
de cada aula, pegamos os tópicos que aconteceram<br />
na aula e discutimos bem rápido. Então estou também<br />
ali fazendo karatê, às vezes, a gente precisa<br />
ficar lá no meio, às vezes empurramos cadeira, às<br />
vezes estamos lá no meio fazendo karatê, às vezes<br />
estamos acompanhando no ônibus, é um trabalho<br />
que tem uma plasticidade bem grande, isso que é bacana.<br />
É uma coisa bem bacana que lá nos primeiros<br />
slides eu coloquei que também trabalhamos com o<br />
foco de inserir no mercado de trabalho, e esse daí é o<br />
Marcio, é um dos nossos professores, que vocês podem<br />
ver na fotinho, na direita que ele é nosso aluno,<br />
era nosso participante, estava ali na faixa amarela,<br />
quando eu entrei, ele estava na faixa amarela e ele<br />
continuou aprendendo karatê e hoje ele é faixa preta<br />
e ele dá aula nos nossos projetos e temos outros<br />
participantes que estão sendo treinados.<br />
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CADERNOS TEMáTiCOS CRP SP Psicologia do Esporte: Contribuições para a atuação profissional