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também. Então, a Alê, nesse caso do handebol,<br />

foi bem clara no trabalho que ela apresentou, foi<br />

a matéria do “Fantástico”, inclusive, então, vamos<br />

falar mais para a imprensa o que a gente<br />

quer que ela conheça, entendeu? Acho que… não<br />

sei se foi… acho que respondi à pergunta.<br />

Camila Teodoro Godinho: Alguma pergunta aqui?<br />

Simone: Boa noite, meu nome é Simone. A minha<br />

pergunta vai para a Alessandra Dutra. São duas<br />

perguntas. A primeira é como se dá o vínculo terapêutico<br />

nesse processo de Psicologia do Esporte?<br />

Eu vejo que você nas quadras se emociona, comemora,<br />

vibra; até onde o psicólogo pode ir? E a<br />

segunda pergunta é o trabalho multidisciplinar, ele<br />

realmente existe dentro da Psicologia do Esporte?<br />

Alessandra Dutra: Até onde pode ir? Até onde<br />

você se envolve, então o envolvimento é intenso<br />

e quando eu falo intenso dentro da minha profissão<br />

é todo dia acordando, dormindo juntos, todo<br />

mundo ali, e fazendo o trabalho todo dia, então,<br />

não tem como você não torcer pelas meninas.<br />

Estou falando das meninas, mas tenho os meus<br />

meninos, eu tenho os meus lutadores, quer dizer,<br />

não tem como você não torcer por elas, não tem<br />

como você não torcer pelo técnico, pela comissão<br />

técnica que está por uma confederação que há<br />

anos buscando um espaço desse, então, você se<br />

emociona pela história de cada uma. Como isso<br />

acontece? Às vezes, a pessoa tem uma dificuldade<br />

“x” de chutar um gol, aí você ajuda junto com o<br />

preparador, junto com o técnico, junto com a físio<br />

para deixar essa pessoa mais formatada, vamos<br />

dizer, para aquele chute e quando ela consegue,<br />

ela olha para nós, dá uma piscada, isso vale para<br />

nós mais do que qualquer outra coisa. Então, acho<br />

que isso é… você perguntou até onde vai a questão<br />

terapêutica, até onde você se envolve, não é?<br />

Se envolve pouco, você… se envolve muito… mas<br />

acho que isso não é antiético. Agora, a segunda<br />

questão, existe. A gente conseguiu e assim, por<br />

exemplo, a Fabi é assessora de imprensa, ela é<br />

do tênis, no tênis conseguimos também; então<br />

a gente vai viajar, ela também vai, não é? Você<br />

vai viajar com a seleção, assessora de imprensa<br />

também da seleção faz parte da nossa comissão,<br />

faz parte desse trabalho também, então, há sim.<br />

O que a gente conseguiu, eu não sei… acho que<br />

estamos avançando no trabalho interdisciplinar,<br />

eu não posso… acho que seria muita arrogância<br />

da minha parte falar que: “Já somos interdisciplinares”,<br />

não, o que já conseguimos foi cada um<br />

falar a mesma linguagem e cada um respeitar o<br />

espaço do outro e interagir nesse espaço, então,<br />

uma coisa muito gostosa que aconteceu, um<br />

exemplo disso, a gente teve lesão importante de<br />

duas atletas importantes que… a maioria mora<br />

fora, elas estão aqui no Brasil, hoje, fazendo reabilitação<br />

fisioterápica e fazendo a parte psicológica<br />

para ajudá-la na fisioterápica. Aí, eu estava<br />

almoçando e aí a fisioterapeuta manda no WhatsApp<br />

de voz: “Alê, que magia foi essa que você<br />

fez com a fulana? Ela conseguiu dobrar o joelho<br />

e encostou o pé no bumbum. Que maravilha, que<br />

ontem ela estava de um jeito, hoje ela está de<br />

outro”, e isso é um trabalho nosso”, aí eu falei:<br />

“Olha, isso aconteceu porque tem uma excelente<br />

fisioterapeuta”, e é verdade, então acho que<br />

se você admira o seu colega de trabalho já é um<br />

bom começo. Se você cofia na nutricionista, se<br />

você confia de olhos fechados, confia no que o<br />

técnico está fazendo, confia no médico, eu acho<br />

que é isso, essa troca, mas para isso, você não<br />

pode ter ego, tem que ter uma coisa só, se você<br />

ficar: “Eu sou psicóloga…”, então, cada um na sua,<br />

não tem mesmo! Mas demora para construir, então,<br />

hoje nós temos porque quando eu entrei,<br />

eles também não sabiam como era trabalhar com<br />

psicólogos. Então, fomos todos aprendendo, eu<br />

também fui aprendendo a trabalhar com cada um<br />

deles e assim vai. Respondi?<br />

Marcio: Boa noite, meu nome é Marcio, gostaria de<br />

me dirigir à Alessandra, mas o Luiz fica à vontade<br />

para comentar também, acho que vai ser importante.<br />

Chamou-me a atenção, Alessandra, na sua<br />

fala, uma frase que você disse que técnicos e atletas<br />

não precisam discutir a abordagem do trabalho<br />

e a minha pergunta é essa: por que não, tendo<br />

em vista que os atletas, ainda mais aqueles que<br />

fazem parte dos esportes e que são mais massificados,<br />

a comercialização deles é muito facilitada<br />

por esse trânsito e, principalmente, fomentado<br />

pela mídia também de venda, troca do mercado<br />

dos atletas, enfim, e como eles são codificados,<br />

como eles são alienados da própria produção do<br />

seu corpo? E essa sua fala me chamou a atenção<br />

em relação a isso, por que não discutir sua própria<br />

abordagem de trabalho com seus atletas, porque<br />

a gente ficou aqui discutindo sobre como falar sobre<br />

a abordagem de trabalho para a mídia, para os<br />

jornalistas, como gente chegamos nos jornalistas,<br />

como nos aproximamos deles, mas dos próprios<br />

atletas, dos próprios técnicos e dos próprios atletas,<br />

por que não discutimos a abordagem de trabalho<br />

com eles, também?<br />

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CADERNOS TEMáTiCOS CRP SP Psicologia do Esporte: Contribuições para a atuação profissional

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