pdf-2016-08-04-18-35-30
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desse profissional e na questão dos esportes,<br />
não sei, talvez, a pergunta quando eu vim aqui na<br />
apresentação e tem aqui o Victor que pela sua<br />
história tem uma linha de trabalho com projetos<br />
sociais, será que também os projetos sociais não<br />
são o futuro da intervenção desse psicólogo e o<br />
futuro dessa criança, desse adolescente que vai<br />
se tornar um profissional, não só um jogador, mas<br />
um cidadão no futuro? Então, o que está faltando?<br />
Está faltando esse profissional na base, no<br />
social? Eu não sei se você pode responder.<br />
Alessandra Dutra: A primeira eu respondi que era<br />
psico, não é? A segunda era sobre… eu não anotei,<br />
ah!, do técnico. Então, na verdade, até não confere<br />
essa: “Aí o técnico de handebol…”, mas você foi<br />
contratado para prestar um serviço para a equipe<br />
e quem brilha no esporte? É o técnico e os atletas.<br />
O que é mais gostoso é você ver que ele está<br />
falando de um jeito que você conseguiu colaborar<br />
com aquela construção daquele pensar dele, então,<br />
ele sabe, você sabe, os atletas sabem. Então,<br />
isso é o mais legal, quando você não é… não é<br />
você ser citado, é você ver que nas ações daquele<br />
técnico, na fala dele, nas ações daqueles atletas<br />
existe todo um trabalho psicológico que colaborou<br />
nessa formação, então, isso é bacana, isso<br />
sim, é o maior reconhecimento para nós, porque<br />
eu falo uma coisa assim, psicólogo vai brilhar na<br />
comunidade psicológica; no esporte, é o técnico e<br />
os atletas, não é? Toda comissão técnica vai dar<br />
respaldo para ele, ele é o grande… a figura de autoridade,<br />
a figura de autoridade é o técnico, não é<br />
o psicólogo. É isso que eu falo, a gente chega lá<br />
para ser mais um para preparação, e é isso. Então,<br />
da mesma maneira como ele se mune de informações<br />
psicológicas, ele se mune de informações<br />
fitoterápicas, médicas, entendeu, do assistente<br />
técnico, da parte administrativa, então ele não<br />
escuta só a mim, ele escuta um grupo que vai fazer<br />
toda diferença, porque se ele escutasse só a<br />
mim, eu acho que a equipe iria ter problema, não<br />
está certo. Alguma coisa iria estar muito errada,<br />
se eu sobressaísse não seria uma equipe. Então,<br />
o trabalho que foi feito todo, é a equipe. Quando<br />
uma medalha é conseguida, tenha certeza de uma<br />
coisa, medalha só consegue quem merece, você<br />
tem que ser merecedor, por isso que a medalha<br />
existe e em todos os sentidos, você tem que ter<br />
sido transcendente em todos os sentidos, entenda<br />
isso, então, não é só na… não é que vai ganhar<br />
o bonzinho, vai ganhar aquele que realmente foi<br />
merecedor naquilo que aproveitou melhor aquele<br />
momento no esporte; então, você pode ter o<br />
maior preparo psicológico, mas se você não aproveitar<br />
naquele momento, o outro mereceu. Agora,<br />
eu acho que você pode falar do projeto social.<br />
Fabiana Salviano: Só um comentário: também<br />
precisamos lembrar que o Brasil tem uma grande<br />
diferença cultural de outros países, por exemplo,<br />
se o técnico não fala muito do trabalho psicológico<br />
aqui no Brasil. Temos uma visão completamente<br />
diferente lá de fora, eu ia até mostrar um<br />
vídeo falando da Psicologia alemã com os jogadores<br />
da seleção; então, tem essa questão da<br />
cultura brasileira com relação à Psicologia, com<br />
relação ao esporte, precisa prestar atenção nisso<br />
também, por isso que às vezes não é tão ressaltado<br />
nem pelo técnico, porque a imprensa não<br />
busca. Tem essa questão.<br />
Luiz Eduardo Valiengo Berni: isso é muito importante<br />
porque a Psicologia surge na Europa, ela<br />
tem uma relação Europa/Estados Unidos etc. e<br />
fazer Psicologia na América Latina é diferente.<br />
Então, quer dizer, a gente tem buscado a construção<br />
no Sistema Conselhos de Psicologias, tem<br />
buscado uma construção de uma Psicologia que<br />
esteja mais próxima da realidade brasileira, considerando<br />
as especificidades da realidade brasileira.<br />
Então, existem várias ações, só citando<br />
uma das que talvez sejam mais relevantes, que<br />
é a União Latino-americana das Entidades da<br />
Psicologia, que busca fazer uma Psicologia sem<br />
os grilhões da colônia, porque tudo isso vem com<br />
uma fome de colonização, de imposição, de técnicas,<br />
de teorias, de abordagens, que a gente<br />
ainda vem… claro, tem todo seu valor, sua importância,<br />
mas precisamos construir uma Psicologia…<br />
e temos feito isso; a Psicologia brasileira e<br />
a Latino-americana têm avançado nessa busca<br />
de uma Psicologia que seja mais próxima das populações<br />
que estão atendendo, ou seja, do povo<br />
latino-americano e do povo brasileiro.<br />
Não identificado: Só um aparte, é possível? Dos<br />
seus comentários, por gentileza? A relação do<br />
profissional médico com a mídia é numa linguagem<br />
tecnicista, mas bastante objetiva, ela dá<br />
para o receptor uma amplitude maior de visão<br />
daquilo que ele está falando. Eu percebo – isso<br />
é meu – a relação do profissional psicólogo com<br />
a mídia que tende também a uma linguagem<br />
tecnicista, obviamente, mas tende muito mais a<br />
prolixidade e a subjetividade, diferente da classe<br />
médica. E a imprensa é muito rápida; eu percebo<br />
que há uma dificuldade nessa relação e, a falta<br />
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CADERNOS TEMáTiCOS CRP SP Psicologia do Esporte: Contribuições para a atuação profissional