Finame

errou, não fui eu. Era máquina 129, elétrica, da IBM, e ele ficava na 059, que
era só para conferência.
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Daí eu fiz um programa para mim e ele perguntou o que eu estava fazendo. Expliquei
que estava fazendo o meu programa: pegando o que é letra e o que é número
para poder desenvolver meu trabalho. Ele pediu para eu fazer um para ele também.
Eu fiz e ele: “Olha, você é uma fera”. Conclusão: tinha um armário de duas portas
cheio e eu fiz todo o armário... Aí eu falei: “Isso aqui não vale, não. Esse teste seu
está muito puxado. Eu fiz o armário todo e o que eu vou fazer no dia seguinte?”
Então ele respondeu: “Pode parar, quem já está cansado sou eu. Você já passou e,
por mim, você já está empregada”.
Havia também outro senhor, muito engraçado, que falava assim: “Aninha, eu vou
te ajudar”. Ele sentava e fazia uma letra só. Eu dizia: “Eu faço um programa para
você. Você quer? Isso você tira de letra, você vai rapidinho”. E ele: “Não, espera aí,
me deixa ver aqui”. Ele catava milho... Ele já estava cansado também. Ele falava
assim: “Você é demais, você não existe”. Eu falava: “Pois é, eu não existo, mas
vocês existem e ficam em cima de mim. Agora vamos ver quem rende mais, se sou
eu ou você”. Ele disse: “Então me deixe sentar aí”. Eu disse: “Aqui você não vai
sentar não. Quem senta aqui sou eu, você senta na outra”. Três dias depois recebi
o telegrama de admissão.
Daí eu fiz um programa para mim e ele perguntou
o que eu estava fazendo. Expliquei que estava fazendo
o meu programa: pegando o que é letra e o
que é número para poder desenvolver meu trabalho.
Ele pediu para eu fazer um para ele também.
Eu fiz e ele: “Olha, você é uma fera”.
Ana Maria conta um pouco de sua vida e o que a FINAME significa hoje para ela
afetivamente.