Finame

Nós financiávamos muitos equipamentos
fabricados por empresas japonesas, com as
quais era difícil de negociar.
Montamos um sistema, primeiro manual, mas
formalizado, com questionários e formulários
padronizados, utilizados para análise e registro
das informações captadas junto às empresas
solicitantes.
Quando se projetou Itaipu, foi definido que seriam necessárias as maiores turbinas
hidrelétricas até então fabricadas no mundo. Não havia nada daquele tamanho,
e elas foram fabricadas no Brasil – não foi a FINAME que as fabricou, mas nós
criamos o sistema que facilitou e permitiu tudo isso. O Brasil deu um salto violento
na siderurgia, praticamente construímos ao mesmo tempo Cosipa, CSN, Usiminas,
Companhia Siderúrgica de Tubarão e Açominas. Ao contrário do passado, a maior
parte dos complexos equipamentos requeridos foi fabricada no Brasil, adquirida
com financiamento da FINAME.
Vicinius lembrou ainda uma situação engraçada vivida na FINAME.
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Nós financiávamos muitos equipamentos fabricados por empresas japonesas, com
as quais era difícil de negociar. Quando vinham, não era em menos de dez; ocupavam
a mesa toda e entre eles só falavam em japonês. Tinha um que era o intérprete
e outro que aparentemente era o chefe – perguntava tudo. Depois de um tempo,
percebemos que o que menos falava é que era o chefe e um que falava menos ainda
sabia português e ficava só prestando atenção. (risos)
Mesmo como chefe de departamento, Vicinius viajava muito para colaborar na análise
das indústrias. Por todo o Brasil – dos estados mais industrializados do Sul/
Sudeste aos que iniciavam sua industrialização. Ele esteve, por exemplo, em Carajás