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• MÚSICA<br />
Samba democrático<br />
Foto: Marcelo Almeida<br />
SHOW TRAZ UMA NOVA ROUPAGEM PARA CLÁSSICOS DO MAIS<br />
TRADICIONAL GÊNERO MUSICAL<br />
O<br />
repertório dos 15 anos conhecidos como a Era<br />
de Ouro – de 1930 a 1945 – foi a inspiração do<br />
cantor e ator Marcio Juliano para desenvolver<br />
o projeto: No Samba; um show musical cênico resultado<br />
de uma pesquisa que durou cerca de cinco anos. Essa foi<br />
exatamente a época em que a música brasileira viveu um<br />
período de apogeu. Nessa era também ocorreu a expansão<br />
de um poderoso meio de comunicação: o rádio, principal<br />
veículo de divulgação que ajudou a alavancar a carreira<br />
de muitos artistas.<br />
Neste rico acervo musical, recheado pela criação de uma<br />
identidade musical nacional, complexidade e sofisticação<br />
dos arranjos, pela ascensão do samba e da marchinha como<br />
os estilos mais populares, que Marcio teve a difícil missão de<br />
escolher as canções que compõem o musical. “O conteúdo<br />
das letras foi o principal critério de seleção do repertório, não<br />
foi fácil diante de tamanha e vasta produção, mas escolhi<br />
15 músicas. Não me deixei levar só pela melodia, mas sim<br />
pela narrativa. Refletem meu momento de vida pessoal,<br />
bem como o momento político, social e cultural do país”,<br />
conta Marcio.<br />
O nome No Samba – que pode ser lido como uma<br />
negação ao gênero uma vez que a palavra “no” em inglês<br />
significa não – propõe uma releitura de clássicos de Ary<br />
Barroso, Noel Rosa, Dorival Caymmi e Assis Valente baseada<br />
no diálogo com outros gêneros musicais. Para o projeto foi<br />
montada uma banda com músicos renomados da capital<br />
paranaense. Além de Marcio que é responsável pela voz<br />
e direção, engrossam o coro o talentoso Gabriel Schwartz,<br />
que além de tocar flauta, clarinete e saxofone é quem assina<br />
a direção musical, Daniel Migliavacca (bandolim, violão<br />
tenor e cavaquinho), Lucas Melo (violão de sete cordas) e<br />
Luiz Rolim (percussão).<br />
“Nosso interesse não é preservar a estética tradicional do<br />
samba, com todo o respeito que o gênero merece, misturamos,<br />
recortamos e colamos sonoridades distintas neste show<br />
que acabou ganhando uma pegada com influências variadas<br />
da música moderna, sem preconceitos”, revela Gabriel.<br />
Que assistir?<br />
O show cênico musical: No Samba; está em cartaz de sexta a domingo até dia 22 de novembro no Teatro José Maria Santos<br />
Rua Treze de Maio, 655 - sempre às 20h<br />
NOVEMBRO 97