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merCAdo<br />
Audiovisual reúne forças contra<br />
liminar que suspen<strong>de</strong> Con<strong>de</strong>cine<br />
Atores, atrizes e cineastas se juntam às entida<strong>de</strong>s para contestar <strong>de</strong>cisão<br />
judicial que isenta teles da contribuição para <strong>de</strong>senvolvimento do setor<br />
Rafael Vazquez<br />
movimento do setor audiovisual<br />
brasileiro contra a sus-<br />
O<br />
pensão da chamada “Con<strong>de</strong>cine<br />
das Teles” está aumentando.<br />
Na última quinta-feira (18), um<br />
grupo <strong>de</strong> atores, atrizes e cineastas<br />
se somou às entida<strong>de</strong>s que<br />
já vêm se posicionando contra e<br />
assinaram um documento que<br />
critica a <strong>de</strong>cisão que isenta as<br />
empresas <strong>de</strong> telecomunicações<br />
da Con<strong>de</strong>cine (Contribuição para<br />
o Desenvolvimento da Indústria<br />
Cinematográfica Nacional).<br />
Aproximadamente 150 artistas<br />
se manifestaram, entre os quais<br />
Fernanda Montenegro, Andréa<br />
Beltrão, Bruna Lombardi, Marietta<br />
Severo, Paulo Gustavo, Alê<br />
Abreu, Guel Arraes e Hector Babenco.<br />
De acordo com o documento<br />
apoiado pelos artistas, somente<br />
em 2014 e 2015, 713 empresas <strong>de</strong><br />
audiovisual produziram em todo<br />
o país 2.867 horas <strong>de</strong> conteúdos,<br />
306 longas-metragens, 433 séries<br />
e telefilmes com a verba oriunda<br />
principalmente do Con<strong>de</strong>cine. E<br />
acrescenta que “caso (a liminar)<br />
não seja cassada, terá o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
paralisar todo setor audiovisual<br />
brasileiro”.<br />
O manifesto fortalece o posicionamento<br />
das entida<strong>de</strong>s do<br />
setor que já haviam se posicionado<br />
e apoiado a Ancine para que<br />
a liminar seja <strong>de</strong>rrubada. Nesta<br />
mesma quinta-feira, um novo comunicado,<br />
assinado por mais <strong>de</strong><br />
30 representantes <strong>de</strong> todo o Brasil,<br />
foi enviado à imprensa reforçando<br />
que há mais gente contra a<br />
iniciativa das teles. “Este comunicado<br />
se tornou ainda mais relevante<br />
com a a<strong>de</strong>são inédita do<br />
Setor Audiovisual – entida<strong>de</strong>s,<br />
empresas, parceiros, investidores<br />
e profissionais autônomos<br />
que subscrevem este documento<br />
para trazer novos esclarecimentos<br />
sobre o assunto e fixar nossa<br />
posição”, diz o texto.<br />
As entida<strong>de</strong>s ainda alegam<br />
que o pagamento das teles à Con-<br />
Se mantida a liminar, ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção audiovisual per<strong>de</strong>rá 78% dos R$ 900 milhões arrecadadados em prol do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
"Caso liminar<br />
não seja<br />
Cassada, terá<br />
o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
paralisar<br />
todo setor<br />
audiovisual<br />
brasileiro”<br />
<strong>de</strong>cine representa apenas 0,4%<br />
das empresas e que elas também<br />
se beneficiam da geração <strong>de</strong> conteúdo<br />
audiovisual. Além disso,<br />
preten<strong>de</strong> estimular a socieda<strong>de</strong><br />
a refletir sobre o assunto. “Acen<strong>de</strong>mos<br />
o sinal <strong>de</strong> alerta para a<br />
socieda<strong>de</strong> brasileira no que se refere<br />
ao retrocesso que representa<br />
essa ação, e em <strong>de</strong>fesa da socieda<strong>de</strong><br />
brasileira, a qual não po<strong>de</strong><br />
ficar privada do acesso à própria<br />
cultura, seus costumes, sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”,<br />
afirma.<br />
O imbróglio começou no começo<br />
<strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, quando o SindiTelebrasil<br />
(Sindicato Nacional<br />
das Empresas <strong>de</strong> Telefonia e <strong>de</strong><br />
Serviço Móvel <strong>de</strong> Celular e Pessoal),<br />
que representa as operadoras<br />
Claro, Oi, Telefônica/Vivo e TIM,<br />
entre outras, conseguiu uma liminar<br />
concedida pela 4ª Vara <strong>de</strong><br />
Brasília que suspen<strong>de</strong> o pagamento<br />
da contribuição. Juntas,<br />
as teles arredam 78% dos aproximadamente<br />
R$ 900 milhões da<br />
Con<strong>de</strong>cine. O valor é direcionado<br />
Adobe Stock<br />
ao FSA (Fundo Setorial Audiovisual)<br />
e gerido pela Ancine (Agência<br />
Nacional do Cinema).<br />
Em sua <strong>de</strong>fesa, as teles também<br />
já se posicionaram por meio<br />
<strong>de</strong> comunicado do SindiTelebrasil.<br />
O principal argumento das<br />
companhias é a alta carga tributária<br />
que são obrigadas a pagar.<br />
“O setor <strong>de</strong> telecomunicações<br />
vem alertando, nos últimos anos,<br />
para o impacto da elevada carga<br />
tributária na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
investimento das empresas. O<br />
consumidor é o mais prejudicado<br />
com o aumento dos impostos, já<br />
que os tributos inci<strong>de</strong>m diretamente<br />
sobre a conta dos serviços<br />
<strong>de</strong> telecomunicações paga pelos<br />
brasileiros. Para compensar a alta<br />
no preço provocada pelo aumento<br />
<strong>de</strong> tributos, o cidadão acaba<br />
usando menos os serviços e <strong>de</strong>ixando<br />
<strong>de</strong> obter as facilida<strong>de</strong>s já<br />
alcançadas com o processo <strong>de</strong><br />
inclusão social que vinha sendo<br />
implantado pelas prestadoras”,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se o sindicato das teles.<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 13