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edição de 22 de fevereiro de 2016

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merCAdo<br />

Audiovisual reúne forças contra<br />

liminar que suspen<strong>de</strong> Con<strong>de</strong>cine<br />

Atores, atrizes e cineastas se juntam às entida<strong>de</strong>s para contestar <strong>de</strong>cisão<br />

judicial que isenta teles da contribuição para <strong>de</strong>senvolvimento do setor<br />

Rafael Vazquez<br />

movimento do setor audiovisual<br />

brasileiro contra a sus-<br />

O<br />

pensão da chamada “Con<strong>de</strong>cine<br />

das Teles” está aumentando.<br />

Na última quinta-feira (18), um<br />

grupo <strong>de</strong> atores, atrizes e cineastas<br />

se somou às entida<strong>de</strong>s que<br />

já vêm se posicionando contra e<br />

assinaram um documento que<br />

critica a <strong>de</strong>cisão que isenta as<br />

empresas <strong>de</strong> telecomunicações<br />

da Con<strong>de</strong>cine (Contribuição para<br />

o Desenvolvimento da Indústria<br />

Cinematográfica Nacional).<br />

Aproximadamente 150 artistas<br />

se manifestaram, entre os quais<br />

Fernanda Montenegro, Andréa<br />

Beltrão, Bruna Lombardi, Marietta<br />

Severo, Paulo Gustavo, Alê<br />

Abreu, Guel Arraes e Hector Babenco.<br />

De acordo com o documento<br />

apoiado pelos artistas, somente<br />

em 2014 e 2015, 713 empresas <strong>de</strong><br />

audiovisual produziram em todo<br />

o país 2.867 horas <strong>de</strong> conteúdos,<br />

306 longas-metragens, 433 séries<br />

e telefilmes com a verba oriunda<br />

principalmente do Con<strong>de</strong>cine. E<br />

acrescenta que “caso (a liminar)<br />

não seja cassada, terá o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

paralisar todo setor audiovisual<br />

brasileiro”.<br />

O manifesto fortalece o posicionamento<br />

das entida<strong>de</strong>s do<br />

setor que já haviam se posicionado<br />

e apoiado a Ancine para que<br />

a liminar seja <strong>de</strong>rrubada. Nesta<br />

mesma quinta-feira, um novo comunicado,<br />

assinado por mais <strong>de</strong><br />

30 representantes <strong>de</strong> todo o Brasil,<br />

foi enviado à imprensa reforçando<br />

que há mais gente contra a<br />

iniciativa das teles. “Este comunicado<br />

se tornou ainda mais relevante<br />

com a a<strong>de</strong>são inédita do<br />

Setor Audiovisual – entida<strong>de</strong>s,<br />

empresas, parceiros, investidores<br />

e profissionais autônomos<br />

que subscrevem este documento<br />

para trazer novos esclarecimentos<br />

sobre o assunto e fixar nossa<br />

posição”, diz o texto.<br />

As entida<strong>de</strong>s ainda alegam<br />

que o pagamento das teles à Con-<br />

Se mantida a liminar, ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção audiovisual per<strong>de</strong>rá 78% dos R$ 900 milhões arrecadadados em prol do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

"Caso liminar<br />

não seja<br />

Cassada, terá<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

paralisar<br />

todo setor<br />

audiovisual<br />

brasileiro”<br />

<strong>de</strong>cine representa apenas 0,4%<br />

das empresas e que elas também<br />

se beneficiam da geração <strong>de</strong> conteúdo<br />

audiovisual. Além disso,<br />

preten<strong>de</strong> estimular a socieda<strong>de</strong><br />

a refletir sobre o assunto. “Acen<strong>de</strong>mos<br />

o sinal <strong>de</strong> alerta para a<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira no que se refere<br />

ao retrocesso que representa<br />

essa ação, e em <strong>de</strong>fesa da socieda<strong>de</strong><br />

brasileira, a qual não po<strong>de</strong><br />

ficar privada do acesso à própria<br />

cultura, seus costumes, sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”,<br />

afirma.<br />

O imbróglio começou no começo<br />

<strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, quando o SindiTelebrasil<br />

(Sindicato Nacional<br />

das Empresas <strong>de</strong> Telefonia e <strong>de</strong><br />

Serviço Móvel <strong>de</strong> Celular e Pessoal),<br />

que representa as operadoras<br />

Claro, Oi, Telefônica/Vivo e TIM,<br />

entre outras, conseguiu uma liminar<br />

concedida pela 4ª Vara <strong>de</strong><br />

Brasília que suspen<strong>de</strong> o pagamento<br />

da contribuição. Juntas,<br />

as teles arredam 78% dos aproximadamente<br />

R$ 900 milhões da<br />

Con<strong>de</strong>cine. O valor é direcionado<br />

Adobe Stock<br />

ao FSA (Fundo Setorial Audiovisual)<br />

e gerido pela Ancine (Agência<br />

Nacional do Cinema).<br />

Em sua <strong>de</strong>fesa, as teles também<br />

já se posicionaram por meio<br />

<strong>de</strong> comunicado do SindiTelebrasil.<br />

O principal argumento das<br />

companhias é a alta carga tributária<br />

que são obrigadas a pagar.<br />

“O setor <strong>de</strong> telecomunicações<br />

vem alertando, nos últimos anos,<br />

para o impacto da elevada carga<br />

tributária na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

investimento das empresas. O<br />

consumidor é o mais prejudicado<br />

com o aumento dos impostos, já<br />

que os tributos inci<strong>de</strong>m diretamente<br />

sobre a conta dos serviços<br />

<strong>de</strong> telecomunicações paga pelos<br />

brasileiros. Para compensar a alta<br />

no preço provocada pelo aumento<br />

<strong>de</strong> tributos, o cidadão acaba<br />

usando menos os serviços e <strong>de</strong>ixando<br />

<strong>de</strong> obter as facilida<strong>de</strong>s já<br />

alcançadas com o processo <strong>de</strong><br />

inclusão social que vinha sendo<br />

implantado pelas prestadoras”,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se o sindicato das teles.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 13

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