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edição de 22 de fevereiro de 2016

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editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Caminho a seguir<br />

Anunciantes, agências, meios, produtoras e fornecedores do<br />

mercado têm redobrado seus esforços para superar este período<br />

econômico recessivo do mercado brasileiro. Isto significa que a<br />

iniciativa privada <strong>de</strong>sempenha bem o papel que lhe cabe no cenário<br />

nacional, compreen<strong>de</strong>ndo as dificulda<strong>de</strong>s presentes e procurando<br />

saídas para a crise.<br />

Falta, porém, a colaboração do governo, incapaz <strong>de</strong> assumir seu protagonismo<br />

por não enten<strong>de</strong>r, ao que tudo indica, do que se trata o atual<br />

quadro <strong>de</strong> retração da nossa economia.<br />

O que mais se vê nas hostes oficiais é uma postura <strong>de</strong> alheamento em<br />

relação à realida<strong>de</strong>, lembrando o famoso baile da Ilha Fiscal às vésperas<br />

da queda do Império.<br />

Se o ex-presi<strong>de</strong>nte Lula da Silva, ainda figura atuante na política nacional,<br />

<strong>de</strong>clara em alto e bom som não aguentar mais ouvir falar do tríplex<br />

do Guarujá e do sítio em Atibaia, a população brasileira não aguenta<br />

mais suportar os efeitos <strong>de</strong> uma crise que em sua gran<strong>de</strong> maioria não<br />

contribuiu para ocorrer.<br />

Jogando para uma plateia específica, a presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff procura<br />

falar o que os seus seguidores querem ouvir e não o que a nação<br />

<strong>de</strong>seja e necessita. Seria melhor para todos que ela rapidamente apresentasse<br />

um plano <strong>de</strong> salvação nacional, em vez <strong>de</strong> somente insistir na<br />

volta da CPMF e nos ataques verbais a quem lhe faz oposição, ela que<br />

tanto fala em <strong>de</strong>mocracia.<br />

A população aguarda <strong>de</strong>cisões sérias como o prometido corte dos não<br />

concursados do seu governo e um movimento inteligente <strong>de</strong> estímulo<br />

aos setores que produzem a riqueza do país e contribuem <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva<br />

com os números do nosso PIB.<br />

O cansativo comportamento <strong>de</strong> quem parece estar sempre em campanha,<br />

já não satisfaz o povo, que tem evoluído na sua percepção e sabe<br />

distinguir o fato caricato.<br />

Enten<strong>de</strong>mos que o impeachment já é coisa que passou da hora, o que S.<br />

Exa. <strong>de</strong>ve comemorar e resolver governar para todos e não apenas para<br />

os grupos ao seu entorno, <strong>de</strong>vidamente instruídos para lhe aplaudir.<br />

Seu compromisso é com 204 milhões <strong>de</strong> habitantes <strong>de</strong>ste país, que<br />

passam - ressalvadas conhecidas exceções – por momentos que a cada<br />

dia ficam mais difíceis. Pense S. Exa. no exemplo da iniciativa privada,<br />

que, em crises como a atual, corta <strong>de</strong>spesas e exige mais dos seus colaboradores,<br />

indicando o caminho a seguir.<br />

***<br />

Sempre à frente do seu tempo, a AlmapBBDO concluiu um gran<strong>de</strong> estudo<br />

sobre o relacionamento das emoções com a publicida<strong>de</strong>.<br />

Segundo Annamaria Marchesini, o grupo <strong>de</strong> trabalho que se <strong>de</strong>bruçou<br />

sobre o tema <strong>de</strong>ntro da agência partiu da neurociência para atingir in-<br />

FraSeS<br />

sights muito interessantes e até curiosos sobre a relação <strong>de</strong> consumidores<br />

e marcas.<br />

A agência promoverá a apresentação <strong>de</strong> um preview do estudo na próxima<br />

quarta-feira (24), em um auditório <strong>de</strong> hotel em São Paulo, seguido<br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate mediado por Monica Waldvogel, com a participação <strong>de</strong><br />

Marisa Orth, Amora Mautner e Jorge Forbes.<br />

***<br />

Após sua mal pensada campanha publicitária, através da qual procurou<br />

amenizar os danos causados à sua imagem pelo <strong>de</strong>sastre ambiental<br />

<strong>de</strong> Mariana (MG), que se espalhou por todo o trajeto do Rio Doce até<br />

atingir o Atlântico, passando pelo Espírito Santo, a Samarco volta ao<br />

noticiário <strong>de</strong>vido à abertura <strong>de</strong> processo do Conar.<br />

A entida<strong>de</strong> do tra<strong>de</strong> da propaganda brasileira, reconhecida inclusive<br />

pela Justiça Comum, que lhe remete ações da sua competência analisar<br />

e julgar, preten<strong>de</strong> verificar <strong>de</strong>núncias que tem recebido sobre a campanha<br />

Fazer o que <strong>de</strong>ve ser feito, o que certamente a empresa não fez<br />

para prevenir o colossal dano causado ao meio ambiente e às pessoas<br />

vítimas da arrebentação da barragem que retinha os resíduos químicos<br />

e minerais processados pela empresa.<br />

A campanha publicitária, segunda ação <strong>de</strong> comunicação da Samarco<br />

com o público após o <strong>de</strong>sastre, po<strong>de</strong>ria ter sido mais sutil ou até mesmo<br />

não existido, após tamanha infelicida<strong>de</strong> causada pela incúria da empresa<br />

anunciante.<br />

Nela, não há sequer um leve pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas por parte da Samarco,<br />

possivelmente fazendo crer que o ocorrido não passou <strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>nte<br />

da natureza.<br />

***<br />

Merece elogios a iniciativa da Fenapro lançando o Decálogo da Propaganda,<br />

objeto <strong>de</strong> matéria em nossa última <strong>edição</strong> (15/2).<br />

Como a ativida<strong>de</strong> publicitária não tem poucos inimigos, é sempre bom<br />

que as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe se movimentem com certa frequência e<br />

saiam em sua <strong>de</strong>fesa, esclarecendo ao gran<strong>de</strong> público sobre os benefícios<br />

por ela proporcionados à coletivida<strong>de</strong>.<br />

O Decálogo da Propaganda foi inspirado na iniciativa do mercado publicitário<br />

espanhol, <strong>de</strong>nominada PublicidadSi!, o que revela que o movimento<br />

crítico não se restringe ao Brasil.<br />

A campanha do Decálogo está sendo distribuída a todo o país pelos Sinapros,<br />

para ser veiculada o mais intensamente possível.<br />

O item 5 do Decálogo merece reprodução: “(A propaganda) Sustenta os<br />

meios <strong>de</strong> comunicação que garantem a informação livre e acessível,<br />

além <strong>de</strong> entretenimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”.<br />

Simples assim, mas tem <strong>de</strong> ser periodicamente lembrado.<br />

“Queremos ser o ambiente on<strong>de</strong> todos se encontram.<br />

enten<strong>de</strong>mos mídia como instrumento <strong>de</strong> uma<br />

organização social que viabilize a felicida<strong>de</strong>.”<br />

(Frase na entrada do<br />

edifício da TV Globo, SP)<br />

“a propaganda hoje é<br />

ao vivo o tempo inteiro.”<br />

(Fernando Musa, Ogilvy,<br />

programa Todo Seu, TV Gazeta, 1/2)<br />

“Não existe nada melhor do que administrar por<br />

objetivos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se saiba quais são os objetivos.<br />

Noventa por cento das empresas não sabem.”<br />

(Peter Drucker, 100 anos, 100 lições,<br />

Madia Marketing School)<br />

“Uma empresa po<strong>de</strong> ser do estado,<br />

mas não po<strong>de</strong> ser do governo.”<br />

(Isela Costantini, CEO da<br />

Aerolineas Argentinas, Veja, 17/2)<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 3

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