03.11.2017 Views

edição de 14 de novembro de 2016

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

propmark.com.br<br />

APRENDIZAGEM É<br />

ROTA DE INSPIRAÇÃO<br />

Nizan Guanaes, do<br />

Grupo ABC, escreve na<br />

seção Inspiração. Ele<br />

dá importância a novos<br />

aprendizados e ressalta<br />

que o futuro da propaganda<br />

reúne big data<br />

e big i<strong>de</strong>a. pág. 42<br />

EDuARDO fISchER<br />

REfORÇA AGÊNcIA<br />

Ausente por cinco anos,<br />

<strong>de</strong>dicados ao SWU,<br />

Eduardo Fischer voltou<br />

à agência em 2013 e faz<br />

balanço positivo <strong>de</strong><br />

negócios. Ele <strong>de</strong>staca<br />

cases <strong>de</strong> Vigor e Banco<br />

Original. pág. 50<br />

ANO 52 - Nº 2622 - <strong>14</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2016</strong> R$ 12,00<br />

ESPEcIAl AVAlIA<br />

cANAIS DE TV fEchADA<br />

Alberto Pecegueiro, CEO<br />

da Globosat, está na Entrevista<br />

<strong>de</strong>sta edição. A<br />

TV fechada, com 11,8%<br />

do bolo publicitário do<br />

primeiro semestre, é<br />

tema <strong>de</strong> reportagem especial.<br />

págs. 20 a 41<br />

Pesquisa<br />

sofre <strong>de</strong>rrota<br />

A surpreen<strong>de</strong>nte vitória <strong>de</strong> Donald Trump põe<br />

em xeque a credibilida<strong>de</strong> das pesquisas. pág. 16<br />

Ilustração: Magrilho


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Mas, o sentimento da vitória do primo do Pato Donald é o<br />

<strong>de</strong> que o americano, assim como nós aqui no Brasil, cansou-se<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> governante que governa mais para os<br />

aplausos do que para o bem-estar da coletivida<strong>de</strong>. Bem saabalo<br />

sísmico<br />

Pela leitura e audição <strong>de</strong> todas as plataformas <strong>de</strong> mídia, o<br />

planeta <strong>de</strong>u a impressão, nas primeiras horas da manhã<br />

do day after das eleições norte-americanas, que havíamos<br />

todos sofrido um terrível abalo sísmico com a vitória <strong>de</strong><br />

Donald Trump.<br />

A intensida<strong>de</strong> do choque foi maior <strong>de</strong>vido às pesquisas eleitorais,<br />

que previram em sua quase totalida<strong>de</strong> a vitória <strong>de</strong><br />

Hillary Clinton.<br />

Bem, é verda<strong>de</strong> que junto aos eleitores, as pesquisas acertaram:<br />

houve maior margem <strong>de</strong> preferências para a que seria<br />

a primeira mulher a governar os Estados Unidos.<br />

Porém, as eleições americanas, muito diferentes das<br />

nossas, têm os seus colégios eleitorais que, <strong>de</strong> acordo<br />

com a votação em cada <strong>de</strong>legado, habilitam aqueles<br />

que têm mais sufrágios, contribuindo para uma proporcionalida<strong>de</strong><br />

centenas <strong>de</strong> vezes explicada pela nossa<br />

mídia e muito pouco compreendida por gran<strong>de</strong> parte<br />

da população brasileira.<br />

O que realmente conta, no frigir dos ovos, é que teria ganho<br />

o azarão e isso surpreen<strong>de</strong>u a todos. E o fator surpresa exigiu<br />

muitas explicações, <strong>de</strong>ntre elas a <strong>de</strong> que a América com<br />

Trump finalmente ce<strong>de</strong> para o populismo, que tantas dores<br />

<strong>de</strong> cabeça têm causado em <strong>de</strong>terminados países abaixo da<br />

Linha do Equador.<br />

Acreditamos, porém, analisando melhor o resultado <strong>de</strong>ssas<br />

eleições, que a vitória <strong>de</strong> Trump não implanta o populismo<br />

nos Estados Unidos.<br />

Muito pelo contrário, é um protesto contra o populismo<br />

que vinha se estabelecendo nas duas últimas décadas na<br />

terra <strong>de</strong> Tio Sam, acentuando-se nos dois últimos mandatos<br />

<strong>de</strong> Barack Obama, presi<strong>de</strong>nte carismático populista,<br />

com ações carregadas <strong>de</strong> marketing e sempre jogando para<br />

a plateia.<br />

Trump, embora pareça fisionomicamente, não é nenhum<br />

força bruta, no sentido mais pejorativo <strong>de</strong>ssa expressão.<br />

Claro que também não é nenhum anjo, aliás, nenhum dos<br />

que concorrem à Presidência <strong>de</strong> qualquer nação tem a alma<br />

lavada com Omo.<br />

FraSeS<br />

bemos a distância que há com muita frequência entre esses<br />

dois objetivos. Raramente andam juntos, principalmente<br />

em tempos difíceis como o que vivemos, com o mundo repleto<br />

<strong>de</strong> insatisfações e injustiças.<br />

Temos para nós que a vitória <strong>de</strong> Trump <strong>de</strong>u esse recado:<br />

menos populismo e mais segurança. Menos populismo e<br />

maior firmeza dos governantes. Não foi à toa que Trump,<br />

logo após ser <strong>de</strong>clarado vencedor, mudou totalmente seus<br />

trejeitos <strong>de</strong> ator mambembe, histriônico, gozador, repleto<br />

<strong>de</strong> caras e bocas como uma tar<strong>de</strong> no circo.<br />

Assumiu imediatamente a postura, para muitos ainda<br />

nele ignorada, <strong>de</strong> um gestor que <strong>de</strong>seja pôr a casa em or<strong>de</strong>m,<br />

<strong>de</strong>sarrumada por anos a fio <strong>de</strong> contradições, passeatas,<br />

muitas <strong>de</strong>las <strong>de</strong>sconectadas com a realida<strong>de</strong> do<br />

país, além <strong>de</strong> um ambíguo controle das suas fronteiras,<br />

com ingressos rigorosos nos postos oficiais <strong>de</strong> aeroportos,<br />

portos e rodovias, mas flexibilizado ao sul do país,<br />

on<strong>de</strong> ele, Mister Trump, chegou a prometer durante a<br />

campanha o artifício <strong>de</strong> elevar um gigantesco muro sobre<br />

a linha divisória com o México, para coibir a entrada<br />

ilegal dos vizinhos.<br />

Após ter sido <strong>de</strong>clarado o novo presi<strong>de</strong>nte dos Estados Unidos,<br />

Trump não falou mais nesse muro, não apareceu mais<br />

com os ralos cabelos em total <strong>de</strong>salinho e abandonou <strong>de</strong><br />

vez as expressões faciais das quais sequer o saudoso Ronald<br />

Golias seria capaz.<br />

Se fará um bom governo (para os americanos) só o tempo<br />

dirá. De uma coisa, porém, po<strong>de</strong>mos ter certeza: caso venha<br />

ao Brasil em missão cordial e junto com a sua bela (e<br />

atual) mulher, a foto dos quatro em Brasília (o casal e mais<br />

Temer e Marcela) correrá o mundo, melhorando a imagem<br />

que os habitantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> outros países fizeram do<br />

Brasil nestes últimos 13 anos.<br />

***<br />

A lista dos vencedores do 29º Marketing Best será divulgada<br />

nesta segunda-feira (<strong>14</strong>), a partir das <strong>14</strong>h, no site do<br />

PROPMARK. Na próxima quinta-feira (17), a partir das <strong>14</strong>h30,<br />

reunião com os vencedores no MadiaMundoMarketing, coautora<br />

da premiação juntamente com a Editora Referência.<br />

Nesse encontro, serão divulgadas as diretrizes para a cerimônia<br />

<strong>de</strong> entrega dos troféus aos vencedores, a ser realizada na<br />

noite <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, no Tom Brasil (SP), com o samba ao<br />

vivo da banda <strong>de</strong> Leci Brandão e Reinaldo, comemorando os<br />

100 anos <strong>de</strong>sse nosso inigualável ritmo musical.<br />

“Sempre chega a nossa vez quando a gente não <strong>de</strong>siste.”<br />

(Marcelo Crivella, prefeito eleito da cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, no encerramento da apuração)<br />

“a publicida<strong>de</strong> começa, também ela, a odiar a competitivida<strong>de</strong>. logo ela se tornará também, assim como a maioria dos<br />

professores <strong>de</strong> humanas, irrelevante para a or<strong>de</strong>m real do mundo”.<br />

(Luiz Felipe Pondé, no artigo “Os filhos mimados do capitalismo”, Revista da ESPM, setembro/outubro-<strong>2016</strong>)<br />

“aproveite os dias bons, porque os maus não faltam”.<br />

(Sabedoria popular brasileira)<br />

4 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Índice<br />

eSPeciAl tv fechAdA<br />

16<br />

eleição coloca<br />

pesquisas<br />

em xeque<br />

Resultado das eleições<br />

dos EUA aponta erro nos<br />

prognósticos. Trump <strong>de</strong>rrotou<br />

Hillary, contrariando pesquisas<br />

que a indicavam como favorita<br />

à Casa Branca.<br />

Segmento cresce com relevância estratégica<br />

Esta edição traz especial sobre TV paga, que concentrou 11,8% da verba publicitária no 1º semestre.<br />

Agências criam campanhas para emissoras. A Y&R, por exemplo, <strong>de</strong>senvolveu para smartphones<br />

da LG ação no Mundo Selvagem, <strong>de</strong> Richard Rasmussen, na África, exibida no NatGeo. pág.20<br />

inSPiRAÇÃO<br />

cAPA<br />

O po<strong>de</strong>r da<br />

reinvenção<br />

é o segredo<br />

Nizan Guanaes, fundador do<br />

Grupo ABC, afirma que inspiração<br />

vem tanto <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro quanto <strong>de</strong><br />

fora. Mas é “preciso buscá-la do<br />

mesmo jeito que ela nos busca”.<br />

“E estar sempre aberto a novos<br />

aprendizados”. Ele revela que o<br />

ponto <strong>de</strong> interrogação é o seu<br />

sinal <strong>de</strong> pontuação preferido. “E,<br />

se ainda estou aqui hoje, isso se<br />

<strong>de</strong>ve à minha vonta<strong>de</strong> recorrente<br />

<strong>de</strong> me reinventar. Estudar é ser<br />

humil<strong>de</strong>, é admitir que não se<br />

sabe o suficiente”. pág. 42<br />

Jor na lis ta res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Diretores<br />

Ar man do Fer ren ti ni e Nel lo Fer ren ti ni<br />

Diretor <strong>de</strong> redação<br />

Marcello Queiroz<br />

editores<br />

Neu sa Spau luc ci<br />

Kelly Dores (Site)<br />

Alê Oliveira (Fotografia)<br />

editores-assistentes<br />

Cristiane Marsola<br />

Paulo Macedo<br />

repórteres<br />

Bárbara Barbosa (SP)<br />

Vinícius Novaes (SP)<br />

Mariana Zirondi (SP)<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

assistente <strong>de</strong> redação<br />

Vanessa Franco <strong>de</strong> Bastos<br />

editor <strong>de</strong> arte<br />

Adu nias Bis po da Luz<br />

assistentes <strong>de</strong> arte<br />

Lucas Boccatto<br />

Michel Medina<br />

revisor<br />

José Carlos Boanerges<br />

site<br />

propmark.com.br<br />

redação<br />

Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Diretor<br />

Renato Resston<br />

resston@editorareferencia.com.br<br />

Tels.: (11) 2065-0743<br />

e (11) 94783-1208<br />

Gerentes<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Sergio Ricardo<br />

sergio@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0750<br />

Consultora <strong>de</strong> Marketing<br />

Tatiana Milani Ferrentini<br />

tatiana@editorareferencia.com.br<br />

Consultor Jurídico<br />

Tiago A. Milani Ferrentini<br />

(OAB/SP nº 186.504)<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora<br />

Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

assinaturas/renovação/<br />

atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4<strong>14</strong>9<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia<br />

Ltda. rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa riamen<br />

te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser<br />

con trá rias a ela.<br />

6 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


conexões<br />

Tecnologia<br />

Escrevo para agra<strong>de</strong>cer o espaço<br />

dado aos meus <strong>de</strong>vaneios no<br />

PROPMARK <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro<br />

(Novo arsenal tecnológico muda<br />

o ritmo dos processos <strong>de</strong> criação,<br />

edição 2620), acerca do impacto<br />

que a tecnologia tem sobre os<br />

criativos. Temos tido experiências<br />

divertidas aqui na agência,<br />

mas nelas a mão da tecnologia<br />

fica oculta na experiência, assim<br />

como a mão do diretor fica oculta<br />

numa história bem contada.<br />

Gustavo Soares<br />

J. Walter Thompson<br />

Sao Paulo - SP<br />

Errata<br />

O significado da sigla STF foi publicado<br />

errado na reportagem<br />

ANJ <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que portais <strong>de</strong> notícia<br />

sigam as mesmas leis que<br />

impresso (edição 2621). O correto<br />

é Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral,<br />

não Superior Tribunal Fe<strong>de</strong>ral.<br />

enquete<br />

O PROPMARK online fez uma enquete para saber a opinião dos leitores sobre<br />

o resultado do estudo da Heads, que analisou comerciais na TV e nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais para mostrar a quebra <strong>de</strong> estereótipos e concluiu que não há representativida<strong>de</strong><br />

da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e raça. Confira o resultado:<br />

Tanto na TV quanto na internet, a publicida<strong>de</strong> fica no lugar-<br />

-comum e acaba contando as mesmas histórias sem mudar os<br />

49%<br />

pontos <strong>de</strong> vista.<br />

As re<strong>de</strong>s sociais são mais livres e permitem que os esteriótipos<br />

sejam quebrados, trazendo novas perspectivas e olhares. 25%<br />

A TV é mais conservadora e reforça os esteriótipos justamente<br />

para agradar ao público, que é preconceituoso e gosta <strong>de</strong> seguir<br />

padrões sociais.<br />

17%<br />

As mulheres estão mais empo<strong>de</strong>radas e essa representativida<strong>de</strong><br />

está chegando à TV, que tem procurado melhorar a igualda<strong>de</strong><br />

9%<br />

racial e <strong>de</strong> gêneros.<br />

última Hora<br />

PESQUISA<br />

O IAB Brasil iniciou o<br />

processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong> seus 240<br />

associados para a pesquisa<br />

Digital AdSpending 2017,<br />

com apoio do comScore,<br />

que constata o volume <strong>de</strong><br />

investimento em publicida<strong>de</strong><br />

digital no país. A previsão<br />

para <strong>2016</strong> é <strong>de</strong> R$ 10,4<br />

bilhões e crescimento<br />

<strong>de</strong> 12%.<br />

ÍCONES<br />

O Instituto Cultural ESPM<br />

e o Centro Cultural Fiesp<br />

apresentam nesta quartafeira<br />

(16), a exposição<br />

Ícones que marcam, que<br />

resgata o que há por trás dos<br />

personagens publicitários<br />

mais importantes da história<br />

brasileira e mundial. Na<br />

oportunida<strong>de</strong>, Geraldo<br />

Alonso Filho, diretor do<br />

dorinHo<br />

Instituto, o pesquisador<br />

Evandro Piccino e o fotógrafo<br />

Giacomo Favretto falarão<br />

sobre a importância do<br />

projeto.<br />

ABORDAGENS<br />

A Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Anunciantes realiza seu<br />

Summit, no próximo dia 22,<br />

em SP. Sob o tema Novos<br />

públicos, novas abordagens,<br />

vai <strong>de</strong>bater a era digital,<br />

questões <strong>de</strong> gênero,<br />

millennials e o crescimento<br />

da população acima dos<br />

50 anos, que têm levado<br />

as marcas a repensarem<br />

estratégias. O encontro<br />

contará com Jan Riemens,<br />

da Zoomin TV; Daniela<br />

Bogoricin, do Twitter; Sonia<br />

Bueno, da Kantar; Renato<br />

Meirelles, do Locomotiva;<br />

e Carla Alzamora, da Heads<br />

e ONU Mulheres.<br />

Facebook<br />

Post: “Perseguição <strong>de</strong> anúncios”<br />

na web po<strong>de</strong> estar com o<br />

dias contados<br />

“Tudo exagerado é ruim. Mas cada<br />

um vai puxar a sardinha para<br />

o teu canto. Não existe café grátis.<br />

É aquela coisa <strong>de</strong> querer usar<br />

o Facebook, mas não gostar <strong>de</strong><br />

anúncios. Publicida<strong>de</strong> sempre<br />

existiu e sempre vai existir.”<br />

Breno Koscky<br />

Post: KFC preten<strong>de</strong> chegar a<br />

100 lojas no país<br />

“Muito boa a entrevista.”<br />

Marca Mais<br />

Post: Relaxe e goze<br />

“Ora (direis) ouvir estrelas!”<br />

Leopoldo José Dos Santos<br />

Post: Publicitários brasileiros<br />

avaliam impacto da vitória <strong>de</strong><br />

Trump<br />

“A reação inicial é <strong>de</strong> que não teremos<br />

nenhuma novida<strong>de</strong>... Uau!”<br />

Filipe Dantas<br />

Post: Ví<strong>de</strong>os online passam a<br />

ser essenciais para a construção<br />

<strong>de</strong> marca<br />

“Ví<strong>de</strong>o digital em alta, CTRs em<br />

baixa.”<br />

Sergio Kligin Campos<br />

Disqus (comentários no site<br />

entre 5 e 11 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>)<br />

Post: Quando dá certo usar<br />

o disruption 3.0 para buscar<br />

simplicida<strong>de</strong><br />

“Excelente matéria!”<br />

Giovanna Carvalho<br />

8 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


ANUNCIANTE<br />

DO ANO É<br />

AQUELE QUE<br />

VOCÊ BATE<br />

O OLHO E JÁ<br />

SABE QUAL É.<br />

Vote Coca-Cola<br />

Caboré <strong>2016</strong>.


Mídia<br />

Globo Play completa um ano<br />

com 9,5 milhões <strong>de</strong> downloads<br />

O aplicativo com a programação do canal aberto foi acessado por mais<br />

<strong>de</strong> 67 milhões <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o lançamento, em outubro <strong>de</strong> 2015<br />

Vinícius noVaes<br />

Há pouco mais <strong>de</strong> um ano,<br />

a Globo apostava em uma<br />

nova plataforma <strong>de</strong> mídia. Hoje<br />

o Globo Play colhe os frutos<br />

<strong>de</strong> um projeto que incrementou<br />

a sua oferta <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os digitais.<br />

Neste período, teve 67 milhões<br />

<strong>de</strong> usuários e 9,5 milhões <strong>de</strong><br />

downloads. Além disso, 60%<br />

dos brasileiros com 16 anos ou<br />

mais conhecem o app.<br />

Em um ano, foram consumidos<br />

6,3 bilhões <strong>de</strong> minutos, o<br />

que representou um aumento<br />

<strong>de</strong> 108% do tempo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />

da Globo no universo digital.<br />

Erick Brêtas, diretor <strong>de</strong> mídias<br />

digitais da emissora, reforça a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o aumento da audiência<br />

do digital não necessariamente<br />

significa que ocorra<br />

uma retração na audiência da<br />

TV. A prova foi o aumento <strong>de</strong><br />

13% na audiência da TV. “O<br />

digital e a TV se realimentam.<br />

A relação é sempre <strong>de</strong> ganha-<br />

-ganha”, fala.<br />

Os executivos Erick Brêtas, Amauri Soares, Raymundo <strong>de</strong> Barros e Eduardo Becker<br />

No entanto, ocorreram mudanças.<br />

No ato do lançamento,<br />

a programação ao vivo estava<br />

disponível apenas para São Paulo<br />

e Rio <strong>de</strong> Janeiro. Hoje, Belo<br />

Horizonte e Distrito Fe<strong>de</strong>ral já<br />

têm acesso. “E já estamos conversando<br />

com as afiliadas para,<br />

num futuro, po<strong>de</strong>r disponibilizar<br />

a programação ao vivo”, diz.<br />

Divulgação<br />

Foi criada a opção No seu<br />

tempo, que permite ao usuário<br />

continuar a assistir o ví<strong>de</strong>o<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> parou. “No primeiro<br />

trimestre <strong>de</strong> 2017, uma nova<br />

home <strong>de</strong>verá entrar no ar”,<br />

conta Brêtas.<br />

Totalmente Demais, Êta Mundo<br />

Bom!, Velho Chico, Haja Coração<br />

e Regra do Jogo foram os<br />

programas mais vistos neste período.<br />

“O Globo Play alcança quem<br />

não consegue assistir <strong>de</strong>terminado<br />

programa ou novela”, <strong>de</strong>staca<br />

Amauri Soares, diretor da Central<br />

Globo <strong>de</strong> Programação.<br />

Raymundo Barros, diretor<br />

<strong>de</strong> tecnologia, <strong>de</strong>staca a importância<br />

da TV conectada<br />

para a plataforma, já que o<br />

equipamento é on<strong>de</strong> o Globo<br />

Play registra o maior tempo <strong>de</strong><br />

consumo. “Em 2017, 18% dos<br />

televisores vendidos no Brasil<br />

serão UHDTV, o que representa<br />

uma imensa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alavancarmos a nossa expertise<br />

<strong>de</strong> produção”, afirma.<br />

Eduardo Beckerm, diretor<br />

<strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> mídias<br />

digitais da Globo, mostrou<br />

como o Globo Play aten<strong>de</strong> a<br />

uma <strong>de</strong>manda do mercado<br />

publicitário <strong>de</strong> acompanhar<br />

a jornada do consumidor. “O<br />

Brasil conta com 105 milhões<br />

<strong>de</strong> smartphones, e esse já é o<br />

<strong>de</strong>vice em que as pessoas mais<br />

consomem conteúdo”, conta.<br />

Sônia Racy comanda<br />

Show Business na TV<br />

jornalista Sônia Racy é a<br />

A nova âncora do Show Business,<br />

atração produzida pelo<br />

Grupo Doria e pelo Grupo Ban<strong>de</strong>irantes.<br />

O programa foi apresentado<br />

pelo prefeito eleito <strong>de</strong><br />

São Paulo, João Doria, por mais<br />

<strong>de</strong> 20 anos, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> junho<br />

estava sob o comando do professor<br />

Luiz Marins, já que Doria<br />

se afastou para po<strong>de</strong>r concorrer<br />

à Prefeitura. O professor volta a<br />

fazer o seu quadro <strong>de</strong>ntro da<br />

atração.<br />

Sônia, que é colunista social<br />

do Estadão, estreia à frente da<br />

atração no dia 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />

“Minha origem no jornalismo é<br />

nas editorias <strong>de</strong> economia e ne-<br />

gócios”, afirma Sônia. “Neste<br />

momento <strong>de</strong> crise profunda no<br />

Brasil, esta minha experiência<br />

po<strong>de</strong> contribuir para retratar<br />

como as empresas estão passando<br />

por este momento”.<br />

Para marcar a nova fase, o<br />

programa renovou o logotipo,<br />

com formas mais leves e fáceis<br />

<strong>de</strong> se aplicar em qualquer mídia,<br />

digital ou impressa.<br />

A atração é exibida na Band,<br />

na madrugada <strong>de</strong> sábado para<br />

domingo, à 0h20, com reapresentação<br />

na madrugada <strong>de</strong> domingo<br />

para segunda, à 1h15.<br />

Na Re<strong>de</strong> NGT, o programa tem<br />

reprise às quintas, às 20h, e aos<br />

sábados, às 21h.<br />

Divulgação<br />

A colunista Sônia Racy assume o comando do programa show Business<br />

10 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Ei ta<br />

puerra!<br />

2 ouros, 2 pratas<br />

e 2 bronzes no El Ojo <strong>de</strong><br />

Iberoamérica <strong>2016</strong>.


we<br />

mkt<br />

Matteus Faria<br />

A multiplicação<br />

do vinho<br />

“Vinho: nas vitórias, merecido;<br />

nas <strong>de</strong>rrotas, necessário”.<br />

Napoleão Bonaparte<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Sobre a multiplicação dos pães e dos peixes,<br />

já ouvimos falar. Lembra: “Senhor,<br />

este lugar é <strong>de</strong>serto e a hora já é passada;<br />

assim <strong>de</strong>speça-se <strong>de</strong>ssa multidão para que,<br />

indo às al<strong>de</strong>ias, comprem alguma coisa para<br />

comer”. Jesus, respon<strong>de</strong>: “Não precisam<br />

ir, dai-lhes vós <strong>de</strong> comer”. E os discípulos:<br />

“Não temos aqui mais que cinco pães e dois<br />

peixes...”. E o resto da história todos vocês<br />

conhecem. Já com o vinho, oferecido por<br />

Melquise<strong>de</strong>que ao Senhor, refere-se ao milagre<br />

da Transubstanciação. É a certeza da<br />

presença do Re<strong>de</strong>ntor junto a nós “todos os<br />

dias até a consumação dos séculos”.<br />

Bebamos, pois, irmãos. Se a religião e<br />

os médicos recomendam, <strong>de</strong>ve fazer bem!<br />

E assim, finalmente, o milagre do vinho<br />

acontece no Brasil! Tentativas passadas <strong>de</strong><br />

aumentar o consumo do vinho foram infrutíferas.<br />

Até que nasceu o digital, e floresceram<br />

os clubes. O primeiro, em termos<br />

<strong>de</strong> consistência e relevância, o Wine Club.<br />

2008, base Vila Velha, logística e distribuição<br />

Palmas. Um ano <strong>de</strong>pois, <strong>14</strong> mil clientes<br />

e 250 mil garrafas entregues. Hoje, oito<br />

anos <strong>de</strong>pois, 3,5 milhões <strong>de</strong> garrafas em<br />

estoque, 170 mil entregas/mês, 207 pessoas<br />

no time e menos <strong>de</strong> 2% <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> reclamação.<br />

Não tem moleza. Um sócio/pedido<br />

implica em, no mínimo, nove operações/<br />

momentos diferentes:<br />

1 – receber, conferir e estocar as remessas<br />

dos produtores; 2 – controle rigoroso sobre<br />

o estoque/inventário; 3 – planejamento<br />

das entregas e seleção das transportadoras;<br />

4 – Organização da montagem dos pedidos;<br />

5 – preparação dos pedidos para transporte<br />

e montagem das Winebox; 6 – faturamento;<br />

7 – expedição; 8 – acompanhamento da<br />

entrega dos pedidos em tempo real; 9 – logística<br />

reversa por diferentes razões.<br />

Depoimento <strong>de</strong> Enofre Alves, supervisor<br />

<strong>de</strong> logística: “Cheguei a trabalhar no<br />

Centro <strong>de</strong> Distribuição da Wine em Palmas<br />

(TO). Naquela época, lembro-me que o boss<br />

e CEO e seu sócios nos ajudaram, <strong>de</strong> madrugada,<br />

a <strong>de</strong>scarregar carretas. Aprendi<br />

que o capitão não abandona o barco”. Hoje,<br />

conhecidos, mais <strong>de</strong> 50 clubes. Além do<br />

Wine, <strong>de</strong>ntre outros, o Vinitu<strong>de</strong>, que aposta<br />

em vinhos <strong>de</strong> produção artesanal e oferece<br />

<strong>de</strong>gustação. O Smartbuy, que valoriza<br />

vinhos pontuados da Califórnia. O VINVM<br />

que só trabalha, promove e valoriza os vinhos<br />

produzidos no Brasil. O MVM – Melhor<br />

Vinho do Mundo –, que tenta correspon<strong>de</strong>r<br />

à proposta contida em sua <strong>de</strong>nominação.<br />

Winet Club, que além dos vinhos promove<br />

cursos, <strong>de</strong>gustações e outras ativida<strong>de</strong>s,<br />

com preços especiais para os sócios.<br />

E, também, o Evino, em parceria com o<br />

Grupo Abril, o Clube W, Sonoma, Dionisio<br />

Club, Wine Pro, Vinogourmet, Divino Mercato,<br />

Domusclub, Empório Mundo, Confraria<br />

Selo Reserva, Grand Cru, Chez France,<br />

Saca Rolha, A<strong>de</strong>gsa, De La Croix, Família<br />

Valduga... O consumo <strong>de</strong> vinho em nosso<br />

país, finalmente, não para <strong>de</strong> crescer. Faltava<br />

educação!<br />

Isso mesmo! É o que mais falta em nosso<br />

país. Seremos uma <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />

quando tivermos educação <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Os<br />

Clubes <strong>de</strong> Vinho são as escolas que faltavam<br />

para, finalmente, o brasileiro apren<strong>de</strong>r<br />

a gostar <strong>de</strong> vinho. Fornecem informação,<br />

orientação, regularmente, e produtos <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> a preços acessíveis. E assim será<br />

por todos os próximos anos.<br />

Finalmente, os brasileiros, mais adiante,<br />

entre os maiores bebedores <strong>de</strong> vinho<br />

do mundo. E, se verda<strong>de</strong>iramente faz bem,<br />

e faz – claro, bebido <strong>de</strong> forma comedida –,<br />

viveremos mais, o que torna a reforma da<br />

previdência ainda mais que necessária.<br />

Agora só falta abrir a garrafa e brindar.<br />

Escolha o que dizer ao brindar: “ich bring<br />

dir’s”, “santé”, “salut”, “salud”, “tin-tin”,<br />

“Chin-chin”, “kampai”, “prosit”, “zum wohl”,<br />

“prost”, “na zdorov”, “saú<strong>de</strong>”, “felicida<strong>de</strong>”,<br />

“amor, sempre!”.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

12 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


mercado<br />

Inovação é um dos pilares para<br />

revolucionar conteúdo editorial<br />

Abramark elege Walter Longo, há 10 meses na presidência do grupo Abril,<br />

como o Marketing Citizen <strong>2016</strong>. Ele se <strong>de</strong>staca na gestão <strong>de</strong> processos<br />

Alê Oliveira<br />

Walter Longo foi eleito Marketing Citizen do Ano pela Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing e recebe o prêmio no dia 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, na festa do Marketing Best <strong>2016</strong><br />

Paulo Macedo<br />

executivo Walter Longo é<br />

O especialista em inovação.<br />

Não à toa, foi vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>ssa disciplina e <strong>de</strong> estratégia<br />

do Grupo Newcomm <strong>de</strong> Comunicação<br />

antes <strong>de</strong> assumir<br />

a presidência do Grupo Abril<br />

no primeiro bimestre <strong>de</strong> <strong>2016</strong>.<br />

Mas, do ponto <strong>de</strong> vista pessoal<br />

é bem tradicional: costuma<br />

usar roupas pretas, frequenta<br />

os mesmos restaurantes, não<br />

tem o hábito <strong>de</strong> alternar pratos<br />

e usa três carros da marca<br />

Fusion. À frente da gestão da<br />

Abril, provocou nesse período<br />

uma revolução sem fazer alterações<br />

significativas <strong>de</strong> profissionais.<br />

Esse fato é apenas um<br />

dos motivos que levaram a ser<br />

escolhido como o Marketing Citizen<br />

<strong>2016</strong> pela Abramark (Aca<strong>de</strong>mia<br />

Brasileira <strong>de</strong> Marketing).<br />

A entrega do troféu será no dia<br />

6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, na cerimônia<br />

<strong>de</strong> entrega dos cases premiados<br />

do Marketing Best, no Tom Brasil,<br />

em São Paulo.<br />

Longo se concentrou nas<br />

sinergias entre as áreas do<br />

grupo editorial fundado nos<br />

anos 1950 e <strong>de</strong>u ênfase às plataformas<br />

digitais com soluções<br />

como o Mobile View, mo<strong>de</strong>lo<br />

interativo que integra as versões<br />

impressas <strong>de</strong> Veja, Exame,<br />

Claudia, Elle, Cosmopolitan,<br />

Quatro Rodas e Vip, por exemplo,<br />

com o digital. Outro projeto<br />

que comandou foi a implantação<br />

do marketplace GoBox,<br />

que une clubes <strong>de</strong> compra que<br />

se utilizam das expertises <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> conteúdo e logística,<br />

com um investimento <strong>de</strong><br />

R$ 20 milhões.<br />

“Nosso plano é <strong>de</strong>senvolver<br />

esse mercado no país. Ajudamos<br />

o cliente na curadoria<br />

dos produtos que vão integrar<br />

a cesta que precisa entregar<br />

ao cliente conveniência e sur-<br />

“O crescimentO<br />

dO bran<strong>de</strong>d<br />

cOntent é uma<br />

realida<strong>de</strong>. temOs<br />

1.200 prOjetOs<br />

realizadOs em<br />

<strong>2016</strong>. QuantO mais<br />

fazemOs, mais<br />

<strong>de</strong>manda tem. O<br />

Que víamOs cOmO<br />

prOmissOr, hOje é<br />

uma realida<strong>de</strong>”<br />

<strong>14</strong> <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


presa. As equipes editoriais<br />

produzem o storytelling que<br />

acompanha cada pacote. As<br />

caixas são padronizadas para<br />

cada cliente. Depois, são acondicionadas<br />

em uma embalagem<br />

padrão da GoBox. Usamos<br />

a infraestrutura da Abril, que já<br />

ven<strong>de</strong> assinaturas há mais <strong>de</strong><br />

40 anos. Veja tem mais <strong>de</strong> 780<br />

mil assinantes e no total a Abril<br />

tem 3,4 milhões <strong>de</strong> assinantes.<br />

O sistema Abril Big Data tem<br />

cerca <strong>de</strong> 40 milhões <strong>de</strong> nomes<br />

cadastrados. A logística faz<br />

manuseio <strong>de</strong> 770 milhões <strong>de</strong><br />

itens por ano por meio da Total<br />

Express. E as embalagens<br />

são impressas no nosso parque<br />

gráfico”, explica Longo.<br />

A carreira <strong>de</strong> Longo teve início<br />

em São Paulo, na área <strong>de</strong><br />

vendas. Com Roberto Muylaert,<br />

teve uma empresa <strong>de</strong><br />

eventos corporativos nos anos<br />

1980, que organizou festivais<br />

<strong>de</strong> jazz na capital paulista e no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro. O início na publicida<strong>de</strong><br />

foi na MPM. Depois<br />

ingressou na Fischer, Justus<br />

Young & Rubicam e, com o fim<br />

do contrato <strong>de</strong> co-branding,<br />

ficou na estrutura da Y&R. Foi<br />

o responsável pela abertura<br />

da Wun<strong>de</strong>rman no mercado<br />

brasileiro e presidiu a operação<br />

da marca na América Latina.<br />

Um dos seus clientes na<br />

agência era a incipiente TVA,<br />

empresa <strong>de</strong> televisão por assinatura<br />

do Grupo Abril. Foi<br />

convidado por Roberto Civita<br />

e Matias Machiline, sócios do<br />

negócio, para li<strong>de</strong>rar a gestão<br />

em que permaneceu por aproximadamente<br />

seis anos.<br />

O passo seguinte foi ser sócio<br />

do empresário Roberto Justus<br />

no Newcomm Bates, mas<br />

após quatro anos começou a<br />

observar o bran<strong>de</strong>d content<br />

como instrumento <strong>de</strong> comunicação<br />

para marcas, produtos e<br />

serviços.<br />

“Nessa época, chamávamos<br />

esse recurso <strong>de</strong> advertainment<br />

e foi por isso que criei a Synapsis<br />

com a Rosana Hermann,<br />

que <strong>de</strong>pois teve uma operação<br />

nos Estados Unidos, em<br />

“Os veículOs eram<br />

especialistas em<br />

stOrytelling e<br />

as agências em<br />

selling. mas, nãO<br />

havia nenhum<br />

OrganismO<br />

especializadO em<br />

stOryselling, Que<br />

era a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fazer cOnteúdO<br />

e ven<strong>de</strong>r uma<br />

marca”<br />

socieda<strong>de</strong> com o Grupo Cisneros,<br />

controlador da Univision.<br />

Retornei ao Brasil e para<br />

o Grupo Newcomm. Trabalhei<br />

com o Justus no programa O<br />

Aprendiz, que consi<strong>de</strong>ro um<br />

microcosmo <strong>de</strong> uma empresa<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Chamo o conteúdo<br />

do programa <strong>de</strong> coopetição<br />

e não competição, porque as<br />

pessoas colaboram e competem<br />

simultaneamente. Participei<br />

<strong>de</strong> sete temporadas da<br />

atração. Fizemos muitas coisas<br />

relevantes na Synapsis e<br />

fomos pioneiros em bran<strong>de</strong>d<br />

content <strong>de</strong> forma global. Nesse<br />

momento, os veículos eram<br />

especialistas em storytelling<br />

e as agências em selling. Mas,<br />

não havia nenhum organismo<br />

especializado em storyselling,<br />

que é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

conteúdo e ven<strong>de</strong>r uma marca”,<br />

explica Longo.<br />

Na Abril, Longo criou o ABC<br />

(Abril Bran<strong>de</strong>d Content), que<br />

é uma revisita da Synapsis<br />

envolvendo conteúdo customizado<br />

e patrocinado para<br />

produtos impressos e digitais.<br />

“O crescimento do bran<strong>de</strong>d<br />

content é uma realida<strong>de</strong>. Temos<br />

1.200 projetos realizados<br />

em <strong>2016</strong>. Quanto mais fazemos,<br />

mais <strong>de</strong>manda temos. O<br />

que víamos como promissor<br />

naquela época, hoje é uma<br />

realida<strong>de</strong>. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transformar<br />

conteúdo em publicida<strong>de</strong><br />

é genial”, finaliza.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 15


mercado<br />

Vitória <strong>de</strong> Trump surpreen<strong>de</strong> e<br />

questiona eficácia das pesquisas<br />

Eleição americana levanta novamente discussão sobre os resultados<br />

dos estudos, que não previram a <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> Hillary para o republicano<br />

andykatz/iStock<br />

Donald Trump chega à Presidência dos Estados Unidos, contrariando prognósticos das pesquisas; institutos fazem mea culpa, como o Ipsos, que emitiu comunicado semana passada<br />

Claudia Penteado<br />

Uma perspectiva populista <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança, pontuada por esdrúxulas<br />

promessas – como<br />

construir um muro na fronteira<br />

com o México, <strong>de</strong>portar 11 milhões<br />

<strong>de</strong> imigrantes, promover<br />

um Brexit multiplicado por cinco<br />

e proibir a entrada <strong>de</strong> muçulmanos<br />

nos Estados Unidos –, acabou<br />

levando o magnata republicano<br />

Donald Trump à presidência<br />

dos Estados Unidos, contrariando<br />

todos os prognósticos<br />

feitos por institutos <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Ele surfou bem na onda <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto<br />

dos americanos com a<br />

recessão, a globalização e o terrorismo,<br />

e <strong>de</strong>rrotou a <strong>de</strong>mocrata<br />

Hillary Clinton, aposta da maioria.<br />

O mundo inteiro quedou-se<br />

perplexo diante do resultado,<br />

especialmente a maior parte dos<br />

Estados Unidos.<br />

Por lá, institutos andam fazendo<br />

mea culpa, como é o caso<br />

da Ipsos, que emitiu comunicado<br />

afirmando que conduzirá uma<br />

revisão completa a respeito <strong>de</strong><br />

por que as pesquisas <strong>de</strong> intenção<br />

<strong>de</strong> voto não consi<strong>de</strong>raram a vitória<br />

<strong>de</strong> Trump. Uma das hipóteses<br />

é o altíssimo número <strong>de</strong> abstenções<br />

<strong>de</strong> votos, quando as pesquisas<br />

assumiram 60% <strong>de</strong> participação<br />

média, hipótese que se<br />

mostrou incorreta. No voto popular,<br />

na média apurada pelo site<br />

RealClearPolitics, Hillary venceria<br />

por 3 pontos. A candidata <strong>de</strong>mocrata<br />

na verda<strong>de</strong> venceu, por<br />

0,3% – diferença tecnicamente<br />

justificada por margens <strong>de</strong> erro.<br />

As projeções da USC Dornsife/<br />

“Pesquisas ficam<br />

Prejudicadas<br />

quando a busca<br />

mexe com coisas<br />

muito Profundas<br />

do ser humano”<br />

16 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


LA Times, badalada como a única<br />

que acertou, previam 3 pontos<br />

<strong>de</strong> vantagem para Trump no<br />

voto popular – mas o republicano<br />

per<strong>de</strong>u no voto popular. Um<br />

dos especialistas em estatística<br />

americanos, Nate Silver, previu<br />

que Hillary Clinton teria 71% <strong>de</strong><br />

chances <strong>de</strong> vitória.<br />

Até a Associação Americana<br />

<strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> Opinião Pública<br />

admitiu publicamente estar analisando<br />

o que po<strong>de</strong> ter levado aos<br />

equívocos. “As pesquisas claramente<br />

erraram. Embora Hillary<br />

tenha vencido no voto popular,<br />

sua margem foi muito menor do<br />

que os 3% ou 4% previstos nas<br />

pesquisas. E muitas pesquisas<br />

em estados superestimaram o<br />

nível <strong>de</strong> suporte a Hillary. Como<br />

fizemos em diversas eleições,<br />

convocamos um painel <strong>de</strong> especialistas<br />

para conduzir uma análise<br />

post-hoc das pesquisas <strong>de</strong><br />

<strong>2016</strong>”, <strong>de</strong>clarou a associação em<br />

comunicado.<br />

O processo <strong>de</strong> eleições americanas<br />

é complexo, o voto não<br />

é obrigatório e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> inúmeros<br />

fatores para além da contagem<br />

final das urnas (on<strong>de</strong>, por<br />

sinal, Hillary venceu, ainda que<br />

por pouco), como a força dos <strong>de</strong>legados<br />

<strong>de</strong> cada estado, mas é no<br />

mínimo curioso que não se tenha<br />

previsto a vitória <strong>de</strong> Trump.<br />

Guardadas as <strong>de</strong>vidas proporções,<br />

fenômeno semelhante<br />

ocorreu em algumas capitais<br />

brasileiras nas últimas eleições<br />

municipais, a exemplo da vitória<br />

no primeiro turno do candidato<br />

João Doria Jr., na Prefeitura <strong>de</strong><br />

São Paulo. Po<strong>de</strong>riam ser estes<br />

indícios <strong>de</strong> enfraquecimento<br />

dos métodos mais tradicionais<br />

<strong>de</strong> que se valem os institutos <strong>de</strong><br />

pesquisas na área política?<br />

cuidado<br />

Fábio Gomes, do Instituto Informa,<br />

afirma que o complexo<br />

processo eleitoral dos EUA nem<br />

sempre é tratado com o <strong>de</strong>vido<br />

cuidado pelos institutos <strong>de</strong> pesquisa<br />

que utilizam, em média,<br />

amostras com cerca <strong>de</strong> 3 mil<br />

entrevistas. “Para avaliação da<br />

opinião pública geral, é uma boa<br />

amostra. No entanto, para o instituto<br />

ser preciso na projeção nacional,<br />

é fundamental ser preciso<br />

também nas projeções estaduais<br />

– afinal, é a vitória em cada estado<br />

que <strong>de</strong>termina os votos dos<br />

<strong>de</strong>legados para a câmara dos representantes.<br />

Com uma amostra<br />

<strong>de</strong> 3 mil entrevistas não é possível<br />

alcançar projeções seguras<br />

Material <strong>de</strong> campanha dos então candidatos, Hillary Clinton e Donald Trump, à Casa Branca<br />

“o Problema<br />

está na<br />

Projeção feita<br />

a Partir dos<br />

resultados das<br />

Pesquisas. em<br />

toda Projeção é<br />

Preciso assumir<br />

algumas<br />

Premissas”<br />

em cada um dos 50 estados. Os<br />

erros nas projeções nos estados<br />

promovem os maiores equívocos<br />

nos resultados <strong>de</strong> pesquisas nacionais<br />

nos EUA. Seria necessária<br />

uma amostra superlativa em<br />

microtendências estaduais, assim<br />

as chances <strong>de</strong> acerto seriam<br />

maiores”, avalia.<br />

Segundo ele, no caso americano,<br />

além da complexida<strong>de</strong> das regras<br />

do jogo das eleições, a base<br />

do eleitorado é muito vulnerável.<br />

Com voto facultativo, e variados<br />

segmentos eleitorais, os métodos<br />

<strong>de</strong>vem ter inúmeros mecanismos<br />

<strong>de</strong> cálculo da amostra e controle<br />

dos processos <strong>de</strong> apuração. E<br />

sugere que os institutos americanos<br />

mu<strong>de</strong>m a projeção dos resultados<br />

dos índices <strong>de</strong> intenção<br />

geral para projeção <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados<br />

<strong>de</strong> cada candidatura. “Remissão<br />

para os erros dos institutos somente<br />

haverá com outra eleição.<br />

Os institutos americanos ainda<br />

sofrerão pesadas críticas nas próximas<br />

semanas. E os argumentos<br />

dos erros voltarão a ser usados<br />

pelo segundo colocado nas pesquisas<br />

daqui a quatro anos. Berço<br />

das pesquisas eleitorais no<br />

mundo, com os inspiradores Paul<br />

Lazarsfeld e Robert Merton, os<br />

Estados Unidos são uma vitrine<br />

para o mundo e, por isso, o episódio<br />

tem potencial para promover<br />

algum estrago para o setor e<br />

levantar contestações no Brasil<br />

também. Mas po<strong>de</strong> haver remissão<br />

na próxima eleição”, diz Gomes.<br />

Márcia Cavallari, CEO do Ibope<br />

Inteligência, afirma que nos<br />

EUA as pesquisas mostravam a<br />

disputa apertada com diferenças<br />

entre os dois <strong>de</strong>ntro das margens<br />

<strong>de</strong> erro. “O problema está na projeção<br />

feita a partir dos resultados<br />

das pesquisas. Em toda projeção<br />

é preciso assumir algumas premissas<br />

e elas po<strong>de</strong>m não ter sido<br />

as mais a<strong>de</strong>quadas para a conjuntura<br />

da eleição americana. Lá não<br />

há obrigatorieda<strong>de</strong> do voto, por<br />

isso é preciso prever o perfil do<br />

eleitor que está disposto a votar<br />

com base em históricos passados<br />

e neste ano po<strong>de</strong> ter sido diferente”,<br />

analisa.<br />

Márcia lembra que as pesquisas<br />

não são infalíveis, pois seus<br />

resultados não representam números<br />

exatos, mas sim estimativas.<br />

Mostram tendências, mas<br />

não projetam o futuro.<br />

adamkez/iStock<br />

Já Zilda Knoploch, CEO da<br />

Enfoque Pesquisa, acredita que<br />

po<strong>de</strong> ter ocorrido uma falha <strong>de</strong><br />

representativida<strong>de</strong> do país nas<br />

pesquisas, o que contribuiu para<br />

o erro nas projeções, pois as pesquisas<br />

<strong>de</strong> intenção <strong>de</strong> voto em si<br />

não erraram, uma vez que Hillary<br />

venceu nas urnas. “Numa pesquisa<br />

existe uma margem <strong>de</strong> erro<br />

amostral, em geral <strong>de</strong> 2%, e esta<br />

colocaria o resultado como empate<br />

técnico. Trump fez intensa<br />

campanha até o dia da eleição em<br />

quatro a cinco estados consi<strong>de</strong>rados<br />

estratégicos e swing states,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio a expressiva votação<br />

a seu favor. Parte da explicação<br />

vem <strong>de</strong>sta atuação no dia da<br />

eleição”.<br />

No caso das eleições americanas,<br />

Zilda afirma que a questão<br />

mais intrigante é por que uma<br />

pessoa como Trump, com uma<br />

pegada populista, <strong>de</strong> extrema<br />

direita, teve esta meteórica ascensão<br />

e vitória. “Parece haver<br />

uma ânsia <strong>de</strong> parte da população<br />

– aliás como aqui –, saturada<br />

da figura do político tradicional,<br />

seduzida por uma ‘celebrida<strong>de</strong>’,<br />

uma figura que grita, esbraveja,<br />

age fora do protocolo, faz baixarias,<br />

e consegue a i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> pessoas em geral frustradas<br />

com seus valores individualistas<br />

e ambições materiais. Trump<br />

representou a catarse que muitos<br />

gostariam <strong>de</strong> fazer e alguns<br />

só resolvem fuzilando pessoas.<br />

Outros ficam calados, mas vota-<br />

<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 17


am”, disse a especialista.<br />

Há quem acredite que, no caso<br />

<strong>de</strong> eleições <strong>de</strong> uma maneira geral<br />

- tanto brasileiras quanto americanas<br />

-, a intenção <strong>de</strong> voto em<br />

um candidato polêmico po<strong>de</strong> ser,<br />

em diversos aspectos, tão eticamente<br />

incorreta, que muitos<br />

não a confessaram nem para si.<br />

“Pesquisas ficam prejudicadas<br />

quando a busca mexe com coisas<br />

muito profundas do ser humano.<br />

Quem se <strong>de</strong>clara, por exemplo,<br />

antiético? No final, manda o egoísmo<br />

das pessoas. O candidato<br />

que vai lhes beneficiar <strong>de</strong> alguma<br />

forma. O que se <strong>de</strong>clara, em tempos<br />

tão intensos como os atuais,<br />

é muitas vezes diferente da ação<br />

real”, especula Bob Wollheim,<br />

head digital do Grupo ABC. É o<br />

chamado “voto envergonhado”,<br />

como <strong>de</strong>fine Jaime Troiano, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Troiano Branding. “As<br />

patrulhas sociais impe<strong>de</strong>m muitas<br />

pessoas <strong>de</strong> revelarem para um<br />

terceiro a sua preferência eleitoral”,<br />

comenta Troiano.<br />

Po<strong>de</strong>r<br />

A inevitável volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

opiniões e <strong>de</strong>sejos tem uma dinâmica<br />

mais po<strong>de</strong>rosa do que a precisão<br />

dos instrumentos <strong>de</strong> medida,<br />

segundo observa Troiano,<br />

o que tornaria medidas flagrantes<br />

mais precisas do que as que<br />

procuram ter caráter projetivo.<br />

Márcia, do Ibope Inteligência,<br />

reconhece que os eleitores estão<br />

tomando suas <strong>de</strong>cisões cada<br />

vez mais no último minuto. Isso<br />

tem levado os institutos a buscar<br />

continuamente novas metodologias.<br />

“Aqui no Brasil, vimos um<br />

contingente enorme <strong>de</strong> eleitores<br />

que <strong>de</strong>cidiram o voto no dia<br />

da eleição e a pesquisa não tem<br />

curTas<br />

narvikk/iStock<br />

O processo das eleições americanas é complexo, o voto não é obrigatório e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> inúmeros fatores, que vão além da apuração<br />

“há claras<br />

indicações <strong>de</strong><br />

que ficou bem<br />

mais comPlexa<br />

a caPtação, e a<br />

classificação,<br />

<strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> movimentos<br />

humanos”<br />

o papel <strong>de</strong> prever o futuro, pois<br />

me<strong>de</strong> a <strong>de</strong>cisão que a pessoa tem<br />

em <strong>de</strong>terminado momento. Essa<br />

volatilida<strong>de</strong> está mais acentuada<br />

em relação aos anos anteriores,<br />

por conta da velocida<strong>de</strong> das informações<br />

pela internet e re<strong>de</strong>s<br />

sociais”, reconhece.<br />

No caso das eleições municipais<br />

recentes, ela afirma que <strong>de</strong><br />

fato são muito dinâmicas e acabam<br />

levando eleitores a <strong>de</strong>cidirem<br />

no último momento. “A pesquisa<br />

divulgada na quarta-feira<br />

anterior ao primeiro turno mostrava,<br />

por exemplo, que 39% dos<br />

eleitores <strong>de</strong>claravam precisar <strong>de</strong><br />

mais informações para <strong>de</strong>finir o<br />

voto. O último <strong>de</strong>bate e os fatos<br />

que surgiram nos últimos dias da<br />

campanha contribuíram para o<br />

eleitor formar sua opinião e <strong>de</strong>cidir<br />

seu voto nos últimos momentos<br />

da campanha”, comenta.<br />

Armando Strozenberg, CEO da<br />

Z+ no Brasil e presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong><br />

Publicida<strong>de</strong> (Abap), resume o cenário<br />

ao dizer que o que vivemos,<br />

todos, tempos fluidos - ou líquidos,<br />

como ele gosta <strong>de</strong> chamar<br />

seu ídolo pós-mo<strong>de</strong>rno, Zygmunt<br />

Bauman. “Em consequência, há<br />

claras indicações <strong>de</strong> que ficou<br />

bem mais complexa a captação,<br />

e a classificação, <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />

movimentos humanos. É muito<br />

próvável que os mecanismos <strong>de</strong><br />

percepção tradicionais não estejam<br />

dando mais conta <strong>de</strong> suas<br />

tarefas por inteiro. Ouso afirmar<br />

até que hoje, talvez, algumas <strong>de</strong>cisões<br />

eleitorais só estão sendo<br />

tomadas na cabine, diante das<br />

urnas. E, em alguns casos, seguidas<br />

<strong>de</strong> crise <strong>de</strong> culpa”, avalia.<br />

Fotos: Divulgação<br />

O Kantar Ibope Media e o comScore lançaram o Target Group<br />

In<strong>de</strong>x Clickstrem, projeto que une pela primeira vez os dois institutos.<br />

O sistema observa audiência <strong>de</strong> sites automotivos, dados<br />

<strong>de</strong>mográficos tempo <strong>de</strong> navegação tempo médio <strong>de</strong> permanência<br />

e qual o percentual <strong>de</strong>ssa audiência que usa cartão <strong>de</strong> crédito, vê<br />

TV, lê revista, gosta <strong>de</strong> tecnologia e frequenta shows musicais. Na<br />

foto, da esquerda para à direita, Luciana Burger (comScore Brasil),<br />

Melissa Vogel (Kantar Ibope Media), Dora Câmara (Kantar Ibope<br />

Media) e Alejandro Fosk (comScore Latam).<br />

A unida<strong>de</strong> da NBS no Rio <strong>de</strong> Janeiro tem novos novos profissionais<br />

na sua estrutura <strong>de</strong> criação que é comandada por André<br />

Lima, Dedé Ayer e Marcello Noronha. Quem chega é a diretora <strong>de</strong><br />

arte Ana Cecília Novis (ex-Ogilvy, DM9DDB e África), que iniciou<br />

sua carreira na própria NBS em 2008; o também diretor <strong>de</strong> arte<br />

Eric Ribeiro (ex-W/McCann, F/Nazca S&S e Borghi/Lowe), à esquerda,<br />

e o redator Fred Moreira (ex- Artplan, F/Nazca Rio e Y&R).<br />

Os novos profissionais irão trabalhar para marcas como Oi, Bob’s,<br />

CCAA e Supercell.<br />

18 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


mercAdo<br />

IAB Brasil cria guia <strong>de</strong><br />

combate à frau<strong>de</strong> com<br />

foco nos anunciantes<br />

Documento reúne conteúdo<br />

adaptado ao mercado brasileiro<br />

Vinícius noVaes<br />

IAB Brasil lançou um guia<br />

O <strong>de</strong> combate à frau<strong>de</strong> digital<br />

– o documento Boas práticas no<br />

combate à frau<strong>de</strong> possui informações<br />

e orientações globais,<br />

adaptadas ao Brasil.<br />

Páris Pieda<strong>de</strong> Neto, presi<strong>de</strong>nte<br />

do Comitê <strong>de</strong> Combate à<br />

Frau<strong>de</strong> do IAB e diretor da plataforma<br />

tecnológica da Re<strong>de</strong><br />

Globo, afirma que essa i<strong>de</strong>ia<br />

estava sendo trabalhada havia<br />

pouco mais <strong>de</strong> um ano.<br />

“Nós buscamos enten<strong>de</strong>r o<br />

mercado brasileiro e chegamos<br />

à conclusão que o nosso objetivo<br />

seria criar esse guia <strong>de</strong> boas<br />

práticas com foco nos anunciantes”,<br />

afirma. “Se o anunciante<br />

tomasse conhecimento<br />

do tema e adotasse as práticas,<br />

o impacto na ca<strong>de</strong>ia seria gran<strong>de</strong>”,<br />

diz Neto.<br />

A ativida<strong>de</strong> fraudulenta<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a prática<br />

<strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> tentar entregar<br />

anúncios que não têm potencial<br />

para serem vistos por<br />

um usuário humano. A forma<br />

mais comum é por meio dos<br />

bots (robôs que reproduzem<br />

impressões <strong>de</strong> anúncios).<br />

Páris Pieda<strong>de</strong> Neto: “se<br />

o anunciante tomasse<br />

conhecimento do tema<br />

e adotasse as práticas,<br />

o impacto na ca<strong>de</strong>ia<br />

seria gran<strong>de</strong>”<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 19


entrevistA<br />

“<br />

Alberto Pecegueiro<br />

nossA missão<br />

é entregAr<br />

os melhores<br />

conteúdos<br />

“<br />

A<br />

Globosat tem hoje, distribuídos entre suas<br />

várias áreas, cerca <strong>de</strong> 50 profissionais<br />

ligados à pesquisa: são os profissionais <strong>de</strong><br />

“inteligência”, que atuam como aqueles índios<br />

com o ouvido colado ao chão nos filmes <strong>de</strong> faroeste,<br />

como <strong>de</strong>screve Alberto Pecegueiro, CEO da empresa.<br />

Eles vêm ajudando a traçar o futuro da empresa, que<br />

chega aos 25 anos vendo sua audiência crescer, e<br />

lidando com diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tendências envolvendo o<br />

telespectador. O executivo conta, nesta entrevista, sua<br />

visão <strong>de</strong> presente e futuro – na medida do possível, já<br />

que, segundo ele, ninguém sabe exatamente on<strong>de</strong> isso<br />

tudo vai dar –, revelando alguns caminhos da empresa,<br />

como conquistar a audiência do jovem.<br />

Claudia Penteado<br />

Afinal, o que quer o telespectador<br />

brasileiro?<br />

Tudo ao mesmo tempo, agora.<br />

E, além disso, ele é mutante e<br />

volátil. Não existe uma <strong>de</strong>finição<br />

permanente.<br />

A Globosat investiu, nos últimos anos,<br />

fortemente, em capacitação <strong>de</strong> profissionais<br />

<strong>de</strong> conteúdo, como roteiristas.<br />

Esse investimento continua?<br />

Continua, atenuado pelo estado<br />

atual da economia brasileira. A<br />

TV paga no Brasil, <strong>de</strong> 1991 a 2005,<br />

amealhou 4 milhões <strong>de</strong> lares. Em<br />

<strong>de</strong>z anos, contando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004,<br />

adicionou-se praticamente 15 milhões<br />

<strong>de</strong> domicílios. O negócio<br />

da TV paga ganhou uma pujança<br />

enorme. A Globosat certamente<br />

contribuiu para esse fortalecimento,<br />

mas o fato é que já investíamos<br />

maciçamente na produção audiovisual<br />

brasileira e continuamos investindo.<br />

Até porque, ao contrário<br />

dos concorrentes, estamos aqui.<br />

Nossa única maneira <strong>de</strong> dar certo é<br />

apostando na audiência brasileira,<br />

criando essa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

A busca mais forte pela classe C continua?<br />

Se você olhar o nosso portfólio<br />

<strong>de</strong> canais, trabalhamos para todos<br />

os gostos. O Multishow, por exemplo,<br />

é um canal que quer brigar<br />

para estar entre os <strong>de</strong>z primeiros<br />

<strong>de</strong> audiência. Você não tem como<br />

brigar para estar entre os <strong>de</strong>z se<br />

não for um antibiótico <strong>de</strong> amplo<br />

espectro, falar com todo mundo.<br />

Mas tenho um +Globosat, que se<br />

propõe a ter biscoitos mais finos.<br />

Tenho foco em audiêcia em alguns<br />

canais como Multishow, Viva,<br />

SporTV e Megapixel, mas tenho<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratar conteúdos<br />

segmentados em outros canais, e<br />

essa é a beleza <strong>de</strong>sse negócio.<br />

Há segmentos <strong>de</strong> maior interesse?<br />

Isso varia. Estamos olhando<br />

tudo. Uso sempre uma frase que<br />

ouvi <strong>de</strong> uma VP <strong>de</strong> marketing, há<br />

mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos: “A gente po<strong>de</strong><br />

não saber que vai estar fazendo<br />

amanhã, mas a gente sabe o que<br />

está fazendo”. Isso quer dizer<br />

que você não se po<strong>de</strong> aferrar a<br />

conceitos permanentes. É preciso<br />

ter capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

permanente. Estar atento às <strong>de</strong>mandas<br />

<strong>de</strong> mercado e estar apto a<br />

acompanhá-las à medida que vão<br />

mudando. O que estamos percebendo<br />

hoje no mercado, olhando<br />

para 2017, é que, dadas as preocupações<br />

com o mercado <strong>de</strong> consumo<br />

no Brasil, os anunciantes sintomaticamente<br />

estão valorizando<br />

mais os consumidores <strong>de</strong> classe<br />

A/B, porque estão achando que aí<br />

haverá uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo<br />

mais representativa do que as<br />

classes C e D, que estão com uma<br />

limitação <strong>de</strong> consumo muito gran<strong>de</strong>.<br />

Nos últimos três, quatro anos,<br />

elas foram a estrela do mercado<br />

porque estavam chegando com<br />

um volume brutal. Hoje elas estão<br />

prejudicadas e a A/B voltou a ter<br />

certa priorida<strong>de</strong>. Neste contexto,<br />

a TV paga tem uma performance<br />

especial.<br />

Quais são hoje as principais apostas<br />

da Globosat?<br />

Há várias esferas <strong>de</strong> trabalho,<br />

macro, micro. E tem uma que é<br />

o dia a dia. Quando colocamos o<br />

ambiente competitivo da Globosat<br />

com os nossos concorrentes<br />

diretos, que são as programadoras<br />

internacionais, o plano <strong>de</strong><br />

jogo <strong>de</strong>sses caras é global, fundamentalmente.<br />

Eles precisam <strong>de</strong><br />

uma economia <strong>de</strong> escala global,<br />

na melhor das hipóteses. Na pior,<br />

necessitam <strong>de</strong> uma economia <strong>de</strong><br />

escala, como chamamos nessa<br />

indústria, <strong>de</strong> pan-regional, que<br />

vai do México até a terra do fogo.<br />

Nós estamos olhando o Brasil.<br />

A Globosat tem hoje,<br />

distribuídos entre suas<br />

várias áreas, 50 profissionais<br />

ligados à pesquisa,<br />

que se chamam<br />

profissionais <strong>de</strong> “inteligência”.<br />

Esses caras são<br />

aqueles índios com o<br />

ouvido colado ao chão<br />

nos filmes <strong>de</strong> faroeste.<br />

Estão ligados nas pesquisas<br />

<strong>de</strong> audiência,<br />

adhoc, grupos <strong>de</strong> dis-<br />

cussão, olhando o dia a dia dos<br />

movimentos <strong>de</strong> mercado. É um<br />

processo contínuo <strong>de</strong> monitorar a<br />

própria concorrência, tendências<br />

<strong>de</strong> consumo, ponteiro <strong>de</strong> audiência,<br />

para on<strong>de</strong> o negócio vai, enten<strong>de</strong>r<br />

comportamento do consumidor.<br />

Quando se discute “o<br />

ví<strong>de</strong>o digital está acabando com<br />

os canais lineares”, não temos<br />

esse indicador. O que temos é que<br />

o consumo dos canais lineares<br />

não sofre alteração significativa.<br />

<strong>2016</strong> é o ano das maiores audiências<br />

na televisão brasileira, tanto<br />

aberta quanto fechada. É claro<br />

que há um componente da crise<br />

nisso. Mas todo esse consumo digital<br />

não linear, seja do Netflix, do<br />

YouTube, do WhatsApp, do Instagram<br />

ou do e-mail, é um gigantesco<br />

tsunami adicional. Se você<br />

levar em conta salas <strong>de</strong> espera <strong>de</strong><br />

consultórios, aeroportos, rodoviárias,<br />

bancos <strong>de</strong> automóveis,<br />

ônibus, trânsitos. Esse volume <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os não existia,<br />

ele é todo novo e enorme. É claro<br />

que, para nós da TV paga, a situação<br />

é confortável porque tivemos<br />

todo o crescimento da base, e<br />

<strong>de</strong>ntro disso um outro movimento<br />

– as pessoas que colocaram TV<br />

paga vivem o processo <strong>de</strong> experimentação<br />

progressiva dos canais<br />

pagos. Ainda que a base tenha se<br />

estabilizado, vemos a participação<br />

dos canais pagos nos domicílios<br />

<strong>de</strong> TV paga crescendo.<br />

Então a audiência cresce, hoje?<br />

Quando se me<strong>de</strong> audiência,<br />

olhamos dois indicadores. Alcance,<br />

que é o número <strong>de</strong> pessoas<br />

que passou pelo canal, e o tempo<br />

médio que ficaram. A audiência é<br />

resultante <strong>de</strong>sses dois indicadores,<br />

alcance por tempo médio. O<br />

que aconteceu nos dois últimos<br />

anos foi que o alcance diminuiu,<br />

ou seja, as pessoas estão zapean-<br />

“Os anunciantes<br />

sintOmaticamente<br />

estãO<br />

valOrizandO mais<br />

Os cOnsumidOres<br />

<strong>de</strong> classe a/B”<br />

20 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

do menos, e o tempo médio subiu<br />

– que é o que chamamos aqui <strong>de</strong><br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. A audiência aumentou<br />

como consequência do tempo médio.<br />

A resultante disso, para a TV<br />

paga, é um crescimento <strong>de</strong> participação<br />

na audiência, no total dos<br />

domicílios <strong>de</strong> TV paga. Ainda que<br />

a base <strong>de</strong> assinantes não esteja<br />

crescendo.<br />

Ainda há potencial <strong>de</strong> crescimento?<br />

Sim, há <strong>de</strong>manda reprimida.<br />

Como você enxerga o público jovem,<br />

que não assiste TV por assinatura?<br />

É um <strong>de</strong>safio. Acho que a gente<br />

precisa <strong>de</strong>senvolver conteúdos<br />

para eles. Nós fizemos agora uma<br />

experiência interessante, que quebrou<br />

todos os recor<strong>de</strong>s: o prêmio<br />

Multishow 360 graus. Tínhamos<br />

um feed linear no YouTube com<br />

youtubers. Um <strong>de</strong>les, que é um<br />

estouro, o Whin<strong>de</strong>rson Nunes, foi<br />

buscar o Luan Santana no hotel,<br />

tudo foi transmitido ao vivo. Ficamos<br />

com feed paralelo no YouTube<br />

o tempo todo. Havia outro feed<br />

com a Fernanda <strong>de</strong> Souza no Facebook,<br />

Twitter, e o feed da TV. Houve<br />

streaming para os assinantes no<br />

Multishow Play. Todas as plataformas<br />

bateram recor<strong>de</strong>s. Google,<br />

Twitter e Facebook ligaram para<br />

o Brasil para saber o que estava<br />

acontecendo. Fomos trending topics<br />

mundial no Twitter durante<br />

quatro horas, foram mais <strong>de</strong> 10<br />

milhões <strong>de</strong> tweets. Foi a maior audiência<br />

do prêmio até hoje e nada<br />

disso tirou a audiência do prêmio<br />

na TV, ao contrário, realimentou.<br />

Muitos jovens que não ligariam a<br />

TV para assistir, ligaram. Estamos<br />

lançando uma empresa <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />

curtos, uma pós MCN, que já fez<br />

esse projeto multiplataforma do<br />

prêmio Multishow. É fácil dizer<br />

que eles não assitem TV linear,<br />

mas a TV linear tem <strong>de</strong> ir, como<br />

diria Milton Nascimento, “aon<strong>de</strong><br />

o povo está”. Não dá para dizer<br />

“ah, eles não assistem”. Eles querem<br />

assistir quando querem, on<strong>de</strong><br />

querem.<br />

Não é esse o futuro? VOD? Não linear?<br />

Esse é um futuro. Haverá gente<br />

que quer ver o que quer, quando<br />

quer, no dispositivo que quer – o<br />

“Lean Forward”. E haverá o chamado<br />

“Lean Back”, o cara que vai<br />

sentar diante do aparelho <strong>de</strong> TV<br />

para ser entretido, para ver o que<br />

tem para assistir.<br />

A pirataria é um gran<strong>de</strong> problema?<br />

Ainda é um gran<strong>de</strong> problema.<br />

É um gato e rato permanente. Antigamente,<br />

o problema era o cara<br />

que puxava o cabo na rua. O mais<br />

grave hoje é a pirataria digital.<br />

Há planos <strong>de</strong> novos canais?<br />

Os nossos planos <strong>de</strong> novos canais<br />

não nos pertencem. Eles só<br />

existem em conjugação com as<br />

operadoras. Sempre trabalhamos<br />

em conjunto com elas. Sempre nos<br />

pautamos por essa “aliança para<br />

o progresso”. Enten<strong>de</strong>mos claramente<br />

que esse é um negócio <strong>de</strong><br />

parceria. Quem está na ponta do<br />

consumidor, batalhando para não<br />

per<strong>de</strong>r o assinante, é a operadora.<br />

A nossa missão é entregar os<br />

melhores conteúdos para atrair<br />

e reter esse assinante. Desenvolver<br />

novos canais – e temos várias<br />

i<strong>de</strong>ias aqui – se concretizará na<br />

medida em que esse valor for percebido<br />

pelas operadoras. A chave<br />

da ignição está com elas.<br />

E o <strong>de</strong>safio da publicida<strong>de</strong> nesse cenário?<br />

Há um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio. Há uma<br />

consolidação <strong>de</strong> marcas brutal, o<br />

número <strong>de</strong> anunciantes diminuindo<br />

– especialmente no Brasil –,<br />

sem contar os digitais atravessando<br />

todo o mercado <strong>de</strong> agências.<br />

Novos tempos. Como há a tendência<br />

do digital e do não linear no<br />

consumo <strong>de</strong> conteúdos, há uma<br />

série <strong>de</strong> produtos digitais com<br />

opção <strong>de</strong> pagar mais para não ter<br />

publicida<strong>de</strong>. Mais os aplicativos<br />

<strong>de</strong> adblockers. Uma coisa em que<br />

estamos investindo é a publicida<strong>de</strong><br />

en<strong>de</strong>reçável para a televisão.<br />

É uma maneira <strong>de</strong> nos tornarmos<br />

mais competitivos em relação à<br />

publicida<strong>de</strong> digital.<br />

A Globosat caminha para a combinação<br />

<strong>de</strong> conteúdo e plataforma, como<br />

alguns players vêm se tornando?<br />

Ainda não. Outro dia eu estava<br />

participando <strong>de</strong> uma discussão <strong>de</strong><br />

planejamento estratégico e especulava-se<br />

a respeito <strong>de</strong> como será esse<br />

negócio nos próximos 20 anos. Se<br />

você estivesse no Brasil nas décadas<br />

<strong>de</strong> 1950, 1960, 1970, 1980, 1990<br />

e fosse planejar os <strong>de</strong>z ou 20 anos<br />

seguintes, bastava olhar para o que<br />

estava acontecendo nos Estados<br />

Unidos e na Europa. Hoje isso é impossível<br />

porque os gran<strong>de</strong>s players<br />

<strong>de</strong> mídia, tanto do mercado americano<br />

quanto do mercado europeu,<br />

não têm a menor i<strong>de</strong>ia do que vai<br />

acontecer nos próximos <strong>de</strong>z, 20<br />

anos. Estão todos igualmente perdidos.<br />

Está todo mundo fazendo<br />

apostas e ninguém sabe exatamente<br />

quais as que vão vingar.<br />

“uma cOisa<br />

em que<br />

estamOs<br />

investindO<br />

é a<br />

puBlicida<strong>de</strong><br />

en<strong>de</strong>reçável<br />

para a<br />

televisãO”<br />

O Netflix seria uma <strong>de</strong>ssas apostas no<br />

escuro?<br />

O Netflix é o maior disruptor<br />

<strong>de</strong>ssa indústria, e po<strong>de</strong> ser nada<br />

além <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>struidor <strong>de</strong><br />

valor da indústria. Ninguém sabe<br />

o que vai acontecer com o Netflix,<br />

ele po<strong>de</strong> ser um gigantesco Titanic<br />

à procura <strong>de</strong> um iceberg neste momento.<br />

Mas ele está criando movimentos<br />

na indústria inteira. Numa<br />

entrevista que <strong>de</strong>i no ano passado<br />

eu disse que o Netflix é um gigante<br />

com margem <strong>de</strong> rato. Eles têm<br />

um individamento absurdo, mas<br />

capta dinheiro com taxas iguais ou<br />

melhores que a AT&T. É uma coisa<br />

inacreditável.<br />

Qual é a sua aposta?<br />

É um processo. A conta do Netflix<br />

não fecha e eles estão se arriscando<br />

muito porque ainda não<br />

têm concorrentes. Mas vão surgir<br />

em praticamente todos os mercados.<br />

O mérito maior, e a inovação<br />

do Netflix é ter criado um produto<br />

novo, o Binge Watching, a imersão<br />

em uma série. Isso é um salto e a<br />

indústria não tinha.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 21


especial tv fechada<br />

11,8% das verbas <strong>de</strong> mídia são<br />

autorizadas nos canais fechados<br />

Pesquisa do Kantar Ibope Media mostra que a segmentação é um dos<br />

diferenciais que as emissoras oferecem às agências e anunciantes<br />

Paulo Macedo<br />

As emissoras <strong>de</strong> TV por assinatura<br />

concentraram<br />

11,8% das verbas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

no primeiro semestre<br />

<strong>de</strong> <strong>2016</strong>. O dado é do Kantar<br />

Ibope Media, que no ano passado<br />

registrou, para os canais<br />

pagos, um share <strong>de</strong> 16% dos<br />

R$ 91 bilhões contabilizados<br />

pelas TVs abertas e fechadas<br />

relativos a investimentos brutos<br />

em mídia no mercado brasileiro.<br />

E a varieda<strong>de</strong> disponível<br />

<strong>de</strong> canais torna o meio<br />

acessível para projetos segmentados<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

Quer falar com mulheres? O<br />

GNT é um prato cheio, sem<br />

trocadilho com os programas<br />

culinários como os apresentados<br />

por Bela Gil e Rita Lobo.<br />

Sexo? O Sexy Hot é uma tela<br />

quente. Ciência, sintonize no<br />

Discovery Science.<br />

São 19 milhões <strong>de</strong> domicílios<br />

com contratos com as<br />

operadoras, entre as quais<br />

Net, Vivo e Sky. A penetração,<br />

segundo análise do Mídia Dados,<br />

do Grupo <strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong> São<br />

Paulo, com base em 2015, é:<br />

72% da classe A, 64% da B1,<br />

56% da B2, 46% da C1, 32% da<br />

C2 e 17% da D/E. A faixas etárias<br />

predominantes são as <strong>de</strong><br />

10 a <strong>14</strong> anos e <strong>de</strong> 15 a 19 anos.<br />

Não é por outro motivo que<br />

cerca <strong>de</strong> 17,4 milhões <strong>de</strong> teens<br />

estão ligados no Discovery<br />

Kids e 17, 1 milhões no entretenimento<br />

jovem do Multishow.<br />

O GloboNews, com mais <strong>de</strong> 17<br />

milhões <strong>de</strong> telespectadores,<br />

é o terceiro em concentração<br />

<strong>de</strong> assinantes. São 40% <strong>de</strong><br />

mulheres e 43% <strong>de</strong> homens,<br />

como indica estudo do GMSP.<br />

O VOD (ví<strong>de</strong>o on <strong>de</strong>mand),<br />

segundo o TGI (Target In<strong>de</strong>x<br />

Group), concentra 8% dos<br />

domicílios. Mas, a opção do<br />

streaming não é mais restrita<br />

ao Netflix. Os canais estão<br />

ligados e oferecem o serviço<br />

sob <strong>de</strong>manda. Uma vanta-<br />

Rita Romero, do Kantar Ibope Media, afirma que os canais por assinatura têm a vantagem <strong>de</strong> segmentação aos anunciantes<br />

“No último<br />

semestre, o<br />

meio atraiu 700<br />

aNuNciaNtes,<br />

seNdo que mais <strong>de</strong><br />

280 foram Novos.<br />

além disso, mais<br />

<strong>de</strong> 300 marcas<br />

aNuNciaram<br />

exclusivameNte<br />

Nas tvs pagas”<br />

gem das emissoras fechadas,<br />

como enfatiza no Mídia Dados<br />

o executivo Bruno Guerreiro,<br />

do Cinemax, é que elas têm à<br />

disposição métricas, conteúdo<br />

diversificado e maior organização.<br />

O comportamento publicitário,<br />

com base na segmentação,<br />

é sob medida nos canais<br />

por assinatura para os anunciantes.<br />

E com o crescimento<br />

da base, mesmo com leve queda<br />

em relação a 20<strong>14</strong>, quando<br />

o número era <strong>de</strong> 19,5 milhões,<br />

o custo por ponto caiu significativamente.<br />

“Ficamos muito<br />

competitivos”, enfatiza Herbert<br />

Zeizer, da Globosat, no<br />

Mídia Dados.<br />

Alê Oliveira<br />

“É possível dizer que a televisão<br />

mantém seu papel <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque <strong>de</strong>vido ao alto po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> alcance: está presente em<br />

praticamente todos os lares<br />

brasileiros, impactando um<br />

número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> pessoas.<br />

No último semestre, o<br />

meio atraiu 700 anunciantes,<br />

sendo que mais <strong>de</strong> 280 foram<br />

novos. Além disso, mais <strong>de</strong><br />

300 marcas anunciaram exclusivamente<br />

neste meio. A<br />

segmentação ainda é o gran<strong>de</strong><br />

diferencial do meio. Cerca <strong>de</strong><br />

63% do volume <strong>de</strong> inserções<br />

realizadas no último semestre<br />

foram em programas dos<br />

gêneros séries, filmes e infantil.<br />

Quando analisado por day<br />

22 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Oscar Simões, da ABTA, afirma que a maior ameaça ao setor é a recessão econômica<br />

a estimativa<br />

<strong>de</strong> perdas<br />

<strong>de</strong>correNtes da<br />

ilegalida<strong>de</strong> é<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> r$ 6<br />

bilhões por aNo,<br />

eNtre evasão<br />

<strong>de</strong> receitas e<br />

<strong>de</strong> impostos,<br />

comprometeNdo<br />

milhares <strong>de</strong><br />

empregos”<br />

Divulgação<br />

part, o vespertino foi o período<br />

que concentrou o maior<br />

número <strong>de</strong> veiculações. Esse<br />

comportamento é reflexo do<br />

esforço do setor <strong>de</strong> brinquedos<br />

e acessórios, que concentra<br />

89% <strong>de</strong> sua verba para TV<br />

paga”, explica Rita Romero,<br />

diretora-executiva do Kantar<br />

Ibope Media.<br />

Segundo Rita, não há uma<br />

competição direta entre meios.<br />

“É necessário analisar os canais<br />

e comportamentos para criar a<br />

estratégia <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong><br />

conteúdo mais assertiva”, ela<br />

enfatiza. “Mesmo com consumo<br />

<strong>de</strong> mídia sendo diversificado<br />

em outros meios, a TV mantém<br />

o crescimento - até porque<br />

vem integrando seu conteúdo<br />

<strong>de</strong> formas diferentes com outros<br />

meios (celular, computador,<br />

tablets etc.). É importante<br />

ressaltar que os meios não competem<br />

entre si, mas se complementam<br />

para tornar a experiência<br />

do consumidor <strong>de</strong> conteúdo<br />

a melhor possível, no momento<br />

e no lugar em que ele se encontra.<br />

Além disso, segundo dados<br />

<strong>de</strong> audiência comportamental<br />

da Kantar Ibope Media, 54% dos<br />

assinantes <strong>de</strong> TV são apaixonados<br />

pelo meio. Os telespectadores<br />

que <strong>de</strong>clararam ‘gostar <strong>de</strong><br />

ter muitos canais’, ‘que só pensam<br />

em TV’, ‘que confiam na TV<br />

para se informar’ e consi<strong>de</strong>ram<br />

a televisão como sua ‘principal<br />

fonte <strong>de</strong> entretenimento’ têm<br />

uma afinida<strong>de</strong> acima da média<br />

com programação <strong>de</strong> TV paga.<br />

O reflexo disso é que, no 1º semestre<br />

<strong>de</strong> <strong>2016</strong>, mais <strong>de</strong> 360<br />

anunciantes que estiveram presentes<br />

no meio, também anunciaram<br />

em revistas”.<br />

Para Oscar Simões, presi<strong>de</strong>nte<br />

da ABTA (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Televisão por<br />

Assinatura), o setor absorveu<br />

os efeitos da recessão econômica,<br />

mas <strong>de</strong> forma menos<br />

acentuada em relação a outros<br />

mercados. “Enquanto a<br />

expectativa <strong>de</strong> queda do PIB<br />

em <strong>2016</strong> é <strong>de</strong> 3,2%, a base <strong>de</strong><br />

assinantes <strong>de</strong> TV paga apresentou<br />

um recuo <strong>de</strong> apenas<br />

0,5% no acumulado <strong>de</strong> janeiro<br />

a setembro, e acreditamos<br />

que a tendência é fechar o ano<br />

com estabilida<strong>de</strong>. Em nossa<br />

avaliação, esse resultado<br />

<strong>de</strong>corre do seguinte: embora<br />

os brasileiros tenham cortado<br />

gastos por conta da crise,<br />

muitas famílias mantiveram<br />

seus pacotes <strong>de</strong> TV por assinatura,<br />

por ser uma das opções<br />

mais acessíveis e completas<br />

<strong>de</strong> informação, cultura e entretenimento.<br />

Uma pesquisa<br />

que realizamos recentemente<br />

<strong>de</strong>monstrou a importância<br />

da TV por assinatura para as<br />

famílias <strong>de</strong> classe C (mais <strong>de</strong>talhes<br />

adiante). Por isso, acreditamos<br />

que a base <strong>de</strong> assinantes<br />

voltará a crescer assim<br />

que a economia se recuperar.<br />

É importante ressaltar que,<br />

apesar da queda pouco significativa<br />

da base, as audiências<br />

da TV por assinatura em <strong>2016</strong><br />

seguiram uma curva ascen<strong>de</strong>nte.<br />

Neste ano, ultrapassamos<br />

a marca <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong><br />

pessoas conectadas por minuto”,<br />

disse Simões.<br />

Segundo a última edição do<br />

Mídia Fatos (publicação anual<br />

da ABTA com estatísticas do<br />

setor), lançada em 2015, como<br />

<strong>de</strong>staca Simões, a TV por assinatura<br />

foi o meio que mais<br />

cresceu em publicida<strong>de</strong> no<br />

ano anterior, com uma evolução<br />

<strong>de</strong> 28%. Em <strong>de</strong>z anos, segundo<br />

ele, o share da TV por<br />

assinatura no mercado publicitário<br />

triplicou, <strong>de</strong> 2% para<br />

6%, com um faturamento<br />

anual superando R$ 2 bilhões<br />

em publicida<strong>de</strong>. “Entretanto,<br />

o crescimento da importância<br />

da TV por assinatura ainda<br />

não é totalmente acompanhado<br />

pelo mercado publicitário.<br />

Prova disso é que os canais<br />

pagos representam 21% da audiência<br />

<strong>de</strong> TV (somando aberta<br />

e paga) e ficam com apenas<br />

8% do investimento em publicida<strong>de</strong><br />

no meio televisivo”.<br />

O mercado passa por transformações<br />

e a ABTA 2017, ano<br />

que a feira completa 25 anos,<br />

vai enfatizar esse novo cenário.<br />

Simões elenca as principais<br />

ameaças do tra<strong>de</strong>. “A maior é<br />

a recessão. Acreditamos que a<br />

retomada do crescimento passa<br />

por medidas <strong>de</strong> estímulo à<br />

<strong>de</strong>manda. E uma das formas <strong>de</strong><br />

incentivo aos investimentos é a<br />

simplificação regulatória. Nossa<br />

expectativa é que, diante do<br />

atual cenário, os agentes reguladores<br />

mu<strong>de</strong>m a visão que<br />

predominou nos últimos anos,<br />

<strong>de</strong> exigência <strong>de</strong> oferta, para<br />

uma nova realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> estímulo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda”, <strong>de</strong>talha o<br />

presi<strong>de</strong>nte da ABTA.<br />

Outra gran<strong>de</strong> ameaça a é o<br />

avanço da pirataria. “A última<br />

pesquisa da ABTA sobre o<br />

tema, realizada em 2015, apontou<br />

4,5 milhões <strong>de</strong> usuários ilegais<br />

no Brasil. A estimativa <strong>de</strong><br />

perdas <strong>de</strong>correntes da ilegalida<strong>de</strong><br />

é <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 6 bilhões<br />

por ano, entre evasão <strong>de</strong> receitas<br />

e <strong>de</strong> impostos, comprometendo<br />

milhares <strong>de</strong> empregos. O<br />

setor <strong>de</strong> TV paga vem fazendo<br />

sua parte, com avanços tecnológicos<br />

que inibem o roubo <strong>de</strong><br />

sinais. Mas a pirataria cresce<br />

fundamentalmente com a facilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> acesso a <strong>de</strong>codificadores<br />

ilegais, um contrabando<br />

que precisa ser combatido<br />

com rigor pelos órgãos governamentais.<br />

Há ainda ameaças<br />

regulatórias, como a possível<br />

obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituir<br />

os <strong>de</strong>codificadores <strong>de</strong> sinais<br />

via satélite por caixas híbridas,<br />

o que impactaria milhões <strong>de</strong><br />

assinantes, e a ameaça da carga<br />

tributária. Neste ano, 15 estados<br />

aumentaram em 50% a<br />

alíquota do ICMS sobre os serviços<br />

<strong>de</strong> TV por assinatura, elevando<br />

os preços ao consumidor<br />

em plena crise”, finaliza.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 23


especial tv fechada<br />

Operadoras seguem ritmo da<br />

economia e buscam reinvenção<br />

Sky, América Móvil e Oi TV sentiram o impacto da crise econômica,<br />

mas acreditam na retomada do mercado, que po<strong>de</strong> sofrer mudanças<br />

BÁRBARA BARBOSA<br />

E VINÍCIUS NOVAES<br />

mercado <strong>de</strong> TV por assinatura<br />

no Brasil é controlado<br />

O<br />

por algumas poucas e gran<strong>de</strong>s<br />

operadoras. Esse cenário, no<br />

entanto, po<strong>de</strong> mudar. No fim <strong>de</strong><br />

outubro, a operadora <strong>de</strong> telefonia,<br />

TV a cabo e internet americana<br />

AT&T anunciou a compra<br />

da Time Warner - transação que<br />

ainda precisa ser aprovada por<br />

entida<strong>de</strong>s regulamentadoras<br />

dos Estados Unidos. O acordo,<br />

se concretizado, po<strong>de</strong> vir a ter<br />

reflexos no Brasil.<br />

Isso porque a AT&T é <strong>de</strong>tentora<br />

da Sky, hoje a segunda maior<br />

operadora <strong>de</strong> TV por assinatura<br />

do país, com mais <strong>de</strong> 5 milhões<br />

<strong>de</strong> assinantes em sua base, atrás<br />

apenas da Net, do Grupo América<br />

Móvil, que tem 9,5 milhões <strong>de</strong><br />

clientes. Pela lei brasileira, não é<br />

permitido que uma empresa <strong>de</strong><br />

conteúdo seja a controladora <strong>de</strong><br />

uma empresa dona da infraestrutura<br />

<strong>de</strong> telecomunicações.<br />

Segundo informações prévias,<br />

o acordo da AT&T com a<br />

Time Warner giraria em torno<br />

<strong>de</strong> US$ 85 bilhões, o que seria<br />

a maior operação <strong>de</strong> fusão no<br />

mundo este ano. No Brasil, o<br />

reflexo <strong>de</strong>ssa transação bilionária<br />

recairia sobre a Sky, que<br />

transmite canais com conteúdo<br />

da Time Warner, como o Warner<br />

Channel e a HBO, por exemplo.<br />

Na ocasião do anúncio da fusão,<br />

o presi<strong>de</strong>nte da Anatel (Agência<br />

Nacional <strong>de</strong> Telecomunicações),<br />

Juarez Quadros, disse que<br />

o órgão está preparado para analisar<br />

a fusão, se necessário.<br />

Enquanto isso, o mercado <strong>de</strong><br />

TV por assinatura e as operadoras<br />

brasileiras seguem um ritmo<br />

que sofre com a crise econômica,<br />

mas ascen<strong>de</strong> com novas tecnologias<br />

e a esperança da retomada<br />

da economia.<br />

Em entrevista ao PROPMARK<br />

em setembro, antes da compra<br />

ter sido anunciada, Alex Rocco,<br />

diretor <strong>de</strong> marketing da Sky, falou<br />

sobre o momento em que a<br />

Ermindo Cecchetto Neto, diretor <strong>de</strong> produtos do segmento resi<strong>de</strong>ncial da Oi<br />

operadora vive no Brasil.<br />

“O mercado estava mais difícil<br />

no ano passado, mas, para a<br />

Sky, o mercado está mais estável<br />

e estamos conseguindo encaminhar<br />

melhor as nossas metas”,<br />

afirmou. “E eu falo isso porque<br />

a gente começa a colher frutos<br />

<strong>de</strong> muito trabalho que a Sky fez<br />

principalmente no ano passado,<br />

como a reformulação <strong>de</strong> portfólio,<br />

por exemplo”, completou.<br />

Rocco ainda complementa e<br />

garante que a Sky se preparou<br />

para esse momento. “Já vínhamos<br />

fazendo a lição <strong>de</strong> casa”,<br />

Fotos: Divulgação<br />

“NOTA-SE UMA<br />

MUDANÇA CADA<br />

VEZ MAIOR NO<br />

COMPORTAMENTO<br />

DE CONSUMO<br />

DOS CLIENTES NA<br />

MEDIDA EM QUE<br />

NOVOS SERVIÇOS<br />

SÃO LANÇADOS”<br />

disse. “A crise trouxe a re<strong>de</strong>scoberta<br />

da casa, porque tudo está<br />

mais caro: ir ao shopping está<br />

caro, sair para comer está fora<br />

da realida<strong>de</strong>. E a TV por assinatura<br />

vem para suprir essa necessida<strong>de</strong>”,<br />

afirmou.<br />

Na Oi TV, os números <strong>de</strong><br />

agosto, conforme o último relatório<br />

divulgado pela Anatel, garantiram<br />

à operadora o melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho do mercado pelo<br />

sexto mês consecutivo. “O serviço<br />

<strong>de</strong> TV por assinatura da Oi<br />

contabilizou 1.242.416 assinantes,<br />

o que representa um crescimento<br />

<strong>de</strong> 5,2% no comparativo<br />

com o mesmo período do ano<br />

passado e <strong>de</strong> 1,5% com relação<br />

ao mês anterior. A Oi TV foi a<br />

<strong>de</strong>tentora <strong>de</strong> 42,3% do total <strong>de</strong><br />

adições líquidas do mercado,<br />

13 pontos percentuais a mais<br />

do que o segundo colocado. O<br />

serviço da Oi registrou a adição<br />

líquida <strong>de</strong> 18.407 clientes, o<br />

que representa um crescimento<br />

21,3%, no comparativo com o<br />

mês anterior”, <strong>de</strong>talha o diretor<br />

<strong>de</strong> produtos do segmento resi<strong>de</strong>ncial<br />

da Oi, Ermindo Cecchetto<br />

Neto.<br />

nOvas tecnOlOgias<br />

Na opinião do executivo, o<br />

sucesso da Oi TV se <strong>de</strong>ve, principalmente,<br />

ao lançamento do Oi<br />

Total, produto convergente que<br />

agrega serviço móvel, banda<br />

larga, TV por assinatura e fixo,<br />

que foi responsável por 70% das<br />

vendas da operadora nesse período.<br />

Ele <strong>de</strong>staca também o Oi<br />

Play, serviço <strong>de</strong> TV everywhere.<br />

“Nota-se uma mudança cada<br />

vez maior no comportamento<br />

<strong>de</strong> consumo dos clientes na<br />

medida em que novos serviços<br />

são lançados e o conhecimento<br />

dos clientes sobre conteúdos on<br />

<strong>de</strong>mand e multitela vai se ampliando.<br />

Esses conteúdos se tornam<br />

ótimas oportunida<strong>de</strong>s para<br />

gerar novas <strong>de</strong>mandas e incremento<br />

<strong>de</strong> receita, como já tem<br />

sido visto em outros mercados,<br />

24 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Alex Rocco, diretor <strong>de</strong> marketing da Sky: “A crise trouxe a re<strong>de</strong>scoberta da casa, porque tudo está mais caro. Ir ao shopping está caro, sair para comer está fora da realida<strong>de</strong>”<br />

como os Estados Unidos. A convivência<br />

entre os serviços over<br />

the top e <strong>de</strong> TV paga é possível<br />

quando se estabelece uma proposta<br />

<strong>de</strong> valor relevante para o<br />

consumidor”, ressalta Neto.<br />

“Sem dúvidas, a tela gran<strong>de</strong> é<br />

bastante privilegiada, mas po<strong>de</strong>mos<br />

afirmar que o consumo <strong>de</strong><br />

TV por assinatura em outros dispositivos<br />

já é uma realida<strong>de</strong> no<br />

Brasil e no mundo”, acrescenta<br />

o executivo, que acredita na retomada<br />

do crescimento da TV<br />

por assinatura no Brasil quando<br />

a crise econômica cessar.<br />

Alessandro Maluf, diretor<br />

<strong>de</strong> produtos ví<strong>de</strong>o da América<br />

Móvil, dona das operadoras<br />

NET, Claro e Embratel, também<br />

atribui a <strong>de</strong>saceleração do setor<br />

– que teve seu auge em 20<strong>14</strong> e<br />

<strong>de</strong>pois viu sua base <strong>de</strong> assinantes<br />

encolher (leia na página 22<br />

matéria com o presi<strong>de</strong>nte da<br />

ABTA) – graças à crise econômica.<br />

“O mercado <strong>de</strong> TV por assinatura<br />

no Brasil oferece muitas<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento<br />

e penetração nos lares. Houve<br />

retração, reflexo da crise econômica,<br />

mas acreditamos que o<br />

crescimento será retomado em<br />

breve. Vale lembrar que os índices<br />

<strong>de</strong> audiência dos canais <strong>de</strong><br />

TV por assinatura mostram que<br />

a TV está na sua melhor forma,<br />

que o acesso ao serviço on <strong>de</strong>mand<br />

vem crescendo e ajuda a<br />

atrair o cliente”, disse.<br />

“ACREDITAMOS<br />

MUITO NA<br />

IMPORTÂNCIA<br />

E NA FORÇA DA<br />

TV, E ESTAMOS<br />

TRABALHANDO PARA<br />

DEIXÁ-LA CADA VEZ<br />

MAIS ATRATIVA”<br />

Segundo o executivo, mesmo<br />

com as adversida<strong>de</strong>s econômicas,<br />

a empresa segue investindo.<br />

“Como em qualquer setor, a<br />

economia do país tem impacto<br />

direto na adoção dos serviços.<br />

No nosso caso, estamos crescendo<br />

acima do mercado, e<br />

ainda assim acreditamos que é<br />

o momento <strong>de</strong> investir em entrega<br />

<strong>de</strong> mais qualida<strong>de</strong> e varieda<strong>de</strong><br />

da programação, que são<br />

a essência da nossa oferta <strong>de</strong><br />

TV por assinatura. Além disso,<br />

investimos muito para criar a<br />

maior plataforma <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>de</strong> conteúdo sob <strong>de</strong>manda<br />

do Brasil e uma das maiores do<br />

mundo. Acreditamos muito na<br />

importância e na força da TV, e<br />

estamos trabalhando para <strong>de</strong>ixá-la<br />

cada vez mais atrativa”,<br />

pontuou.<br />

A Vivo TV também foi procurada<br />

pela reportagem, mas até<br />

o fechamento <strong>de</strong>sta edição não<br />

havia se manifestado.<br />

Alessandro Maluf, diretor <strong>de</strong> produtos ví<strong>de</strong>o da América Móvil<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 25


especial tv fechada<br />

Meio tem espaço para crescer, mas<br />

precisa apren<strong>de</strong>r como se reinventar<br />

Mesmo com queda no número <strong>de</strong> assinantes, a audiência dos canais<br />

pagos aumentou, o que mostra um maior interesse pelo conteúdo<br />

Cristiane Marsola<br />

TV por assinatura ainda<br />

A tem um bom espaço para<br />

crescer no Brasil, segundo a<br />

maioria dos profissionais <strong>de</strong><br />

mídia entrevistada pelo PRO-<br />

PMARK. Apesar do recuo no<br />

número <strong>de</strong> assinantes dos últimos<br />

anos, a audiência dos<br />

canais pagos tem aumentado.<br />

“Em um ano <strong>de</strong> crise como<br />

este, com <strong>de</strong>semprego, esta<br />

retração <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 1% é absolutamente<br />

normal. De acordo<br />

com a Anatel, em janeiro <strong>de</strong><br />

2015, o Brasil tinha 19,657 milhões<br />

<strong>de</strong> assinantes. No fim do<br />

ano, o número baixou para 19,1<br />

milhões. Hoje são 18,957 milhões.<br />

Tem uma perda, mas é<br />

uma variação <strong>de</strong>sprezível. Não<br />

só as pessoas estão mantendo<br />

as assinaturas, mas também<br />

consumindo mais”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

presi<strong>de</strong>nte do Grupo <strong>de</strong> Mídia<br />

e VP da área na LDC, Daniel<br />

Chalfon.<br />

Entre os profissionais ouvidos,<br />

os palpites sobre o futuro<br />

da TV paga apontam principalmente<br />

para a diferenciação<br />

dos serviços <strong>de</strong> streaming por<br />

conteúdo ao vivo e, ao mesmo<br />

tempo, a disponibiulização do<br />

conteúdo da TV paga sob <strong>de</strong>manda.<br />

“O conceito <strong>de</strong> crescimento<br />

da pay TV vai mudar.<br />

Hoje é medida a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

acessos. Quem ven<strong>de</strong> a TV por<br />

assinatura é a operadora. Os canais,<br />

que são os produtores <strong>de</strong><br />

conteúdo, são B2B. Eles negociam<br />

com a própria operadora e<br />

a publicida<strong>de</strong> com as agências.<br />

O que talvez mu<strong>de</strong> é que os canais<br />

passem a ter uma relação<br />

direta com os consumidores<br />

com a venda <strong>de</strong> streaming, por<br />

exemplo”, opina Chalfon.<br />

De acordo com o presi<strong>de</strong>nte<br />

do Grupo <strong>de</strong> Mídia, o número<br />

<strong>de</strong> categorias que anunciam<br />

no meio também tem crescido.<br />

“Têm categorias que migraram<br />

para a TV por assinatura porque<br />

foram buscar o consumi-<br />

Fotos: Divulgação<br />

“Dentro Do<br />

Desafio, a míDia<br />

está entreganDo<br />

superbem. os<br />

investimentos<br />

que estão fazenDo<br />

conquistam<br />

anunciantes”<br />

dor com mais po<strong>de</strong>r aquisitivo.<br />

É o caso do setor automotivo,<br />

por exemplo. Isso é importante<br />

porque o meio conquista essa<br />

mudança. Por outro lado, ainda<br />

tem uma influência muito<br />

negativa <strong>de</strong> compras, principalmente<br />

regionais, feitas na<br />

base do volume, sem técnica.<br />

É algo ruim porque entopem<br />

a gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> comerciais repetitivos.<br />

Muitos canais nem<br />

aceitam essa compra”, afirma<br />

Chalfon.<br />

Um dos pontos positivos do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da TV por assinatura<br />

<strong>de</strong>stacado pelos profissionais<br />

entrevistados é que<br />

Daniel Chalfon:<br />

“Não só as pessoas<br />

estão mantendo<br />

as assinaturas,<br />

mas também<br />

consumindo mais”<br />

o meio está cada vez mais trabalhando<br />

em parceria com as<br />

agências. Os casos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content têm ganhado espaço.<br />

“A TV por assinatura vive um<br />

bom momento, apesar <strong>de</strong> difícil,<br />

mas o cara que falar que<br />

está fácil no nosso mercado<br />

está mentindo. Dentro do <strong>de</strong>safio,<br />

a mídia está entregando<br />

superbem. Os investimentos<br />

que estão fazendo conquistam<br />

anunciantes”, fala Chalfon.<br />

Confira, na página ao lado e<br />

também na página 28, as <strong>de</strong>clarações<br />

dos profissionais <strong>de</strong><br />

mídia sobre o futuro da TV fechada<br />

no Brasil.<br />

26 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


”<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio precisa ser repensado.<br />

Com a dinâmica <strong>de</strong> consumo em<br />

constante evolução, acredito que veremos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> pacotes mais adaptados às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> consumo da população. As<br />

pessoas querem ver apenas o que gostam<br />

<strong>de</strong> assistir e não pacotes inchados e com canais<br />

que não são do interesse <strong>de</strong>las. Essa é<br />

uma realida<strong>de</strong> que outros países do mundo<br />

já estão vivendo e, em breve, <strong>de</strong>verá chegar<br />

ao Brasil. Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> conteúdo,<br />

percebemos um crescimento muito significativo<br />

da participação <strong>de</strong> marcas no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e produção <strong>de</strong> programas.<br />

CaMila Bertoli<br />

Head <strong>de</strong> mídia da J. Walter Thompson Brasil<br />

”<br />

Acredito que a TV por assinatura seja<br />

ainda um ‘meio adolescente’, que não chegou<br />

à sua maturida<strong>de</strong>, mas vem mostrando<br />

que se tornará um adulto com bastante<br />

estrutura e preparado para viver com<br />

qualida<strong>de</strong>, seja qual for a temperatura e<br />

a pressão que venha a encarar no futuro.<br />

Como vem crescendo numa realida<strong>de</strong> bastante<br />

dinâmica e com gran<strong>de</strong>s mudanças<br />

e imensos <strong>de</strong>safios, ter esse crescimento<br />

sólido, à base <strong>de</strong> leite tipo A e muita fruta,<br />

faz bastante diferença. Estão investindo<br />

em muita tecnologia, muita programação<br />

e muito aumento <strong>de</strong> base, buscando uma<br />

combinação nas três pontas do negócio.<br />

Estão fazendo bem feito.<br />

Paulo stePhan<br />

Diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Talent<br />

”<br />

A TV fechada vinha <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> curva<br />

<strong>de</strong> crescimento nos últimos anos, porém<br />

tal crescimento foi interrompido em 2015<br />

pela crise e por cortes nos orçamentos domésticos.<br />

Existe espaço para crescimento a<br />

partir <strong>de</strong> uma melhora na economia. O brasileiro<br />

gosta <strong>de</strong> consumir conteúdo na TV,<br />

aberta ou fechada.<br />

luis Monteleone<br />

Diretor <strong>de</strong> mídia da Escala<br />

”<br />

“<br />

“<br />

“<br />

Hoje a TV fechada brasileira só cobre 1/3<br />

dos domicílios sendo esses representativos<br />

<strong>de</strong> 1/4 da população brasileira. Existem diversos<br />

fatores que apontam a perspectiva<br />

<strong>de</strong> crescimento contínuo do Pay TV: 1) pacotes<br />

<strong>de</strong> assinatura mais customizados; 2)<br />

Oferta <strong>de</strong> segmentação dos canais em sintonia<br />

com a jornada <strong>de</strong>sse novo consumidor,<br />

que ten<strong>de</strong> a escolher conteúdos específicos;<br />

3) A penetração média do meio em<br />

países com Argentina, Colômbia ou México<br />

é notadamente mais alta que a nossa (59<br />

vs 31) e isso <strong>de</strong>monstra o espaço que o Pay<br />

TV ainda tem como crescimento no Brasil<br />

e, por fim, as oportunida<strong>de</strong>s regionais, especialmente<br />

o Nor<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> o meio tem<br />

gran<strong>de</strong> espaço para seguir ganhando nossos<br />

assinantes.<br />

luis Padilha<br />

VP <strong>de</strong> mídia da AlmapBBDO<br />

”<br />

Estamos vivenciando uma profunda<br />

transformação do consumo do meio TV<br />

(entretenimento em geral), que a médio<br />

prazo contribuirá para a retração da base<br />

<strong>de</strong> assinantes do meio ou mesmo uma mudança<br />

no perfil do telespectador. Vejo a TV<br />

fechada, neste mundo <strong>de</strong> fragmentação <strong>de</strong><br />

canais e novas formas <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />

conteúdo, integrando-se ao digital e expandindo<br />

sua entrega através <strong>de</strong> apps.<br />

MarCelle villar<br />

Conexões da Ana Couto Branding<br />

”<br />

A distribuição do conteúdo está sofrendo<br />

transformações, mas o seu consumo<br />

cresce em todas as faixas etárias e classes<br />

sociais pelas mais diversas plataformas.<br />

Quem tem conteúdo vai se adaptar ao mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> distribuição adotado pela maioria<br />

da audiência, e vai monetizar isso <strong>de</strong> alguma<br />

forma. O brasileiro adora consumir<br />

conteúdo audiovisual, e os canais pagos<br />

contribuem com gran<strong>de</strong> parte das produções<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que atraem audiência.<br />

Se a tendência é uma diversida<strong>de</strong> na forma<br />

<strong>de</strong> acessar esse conteúdo, também será<br />

necessário diversificar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> venda<br />

para o telespectador final.<br />

flávio <strong>de</strong> Pauw<br />

Diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Ogilvy Brasil<br />

”<br />

“<br />

“<br />

“<br />

Meta<strong>de</strong> da população brasileira ainda<br />

não tem TV paga, muito diferente <strong>de</strong> países<br />

mais <strong>de</strong>senvolvidos, em que a penetração<br />

passa dos 80%. O futuro do meio está diretamente<br />

ligado à coprodução <strong>de</strong> conteúdos<br />

entre os principais canais e as marcas. Hoje<br />

o conteúdo dos canais domina os assuntos<br />

mais comentados nas re<strong>de</strong>s sociais. Assim,<br />

temos nesses conteúdos um território mui-<br />

to fértil para que as marcas insiram seus<br />

produtos, posicionamentos e conceitos.<br />

Além disso, as assinaturas dos canais <strong>de</strong><br />

TV on <strong>de</strong>mand ainda estão apenas engatinhando<br />

no Brasil e são, com certeza, uma<br />

gran<strong>de</strong> aposta para o futuro do meio.<br />

tiago santos<br />

Diretor <strong>de</strong> mídia da CP+B Brasil<br />

”<br />

Ainda existe muito potencial <strong>de</strong> ampliação<br />

tanto da base <strong>de</strong> assinantes como da<br />

tecnologia envolvida e forma <strong>de</strong> distribuição<br />

com maior foco em conteúdos e sinais<br />

regionais. No Brasil, a TV fechada concorre<br />

bastante com a altíssima qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo<br />

e produção da TV aberta. A digitalização<br />

do sinal, que <strong>de</strong>ve se concretizar nos<br />

próximos três anos, posiciona a TV aberta<br />

como concorrente ainda mais forte. Haverá<br />

também a crescente busca por formatos <strong>de</strong><br />

consumo mais atrelados a VOD e streaming,<br />

que nos Estados Unidos já se posicionam como<br />

forte combatente da TV paga.<br />

gustavo gaion<br />

VP <strong>de</strong> mídia da Y&R<br />

”<br />

“<br />

“<br />

“<br />

Se olharmos para os últimos anos, a TV<br />

por assinatura é um dos meios, junto com<br />

internet, que têm apresentado maior crescimento<br />

no investimento, ganhando mais<br />

relevância <strong>de</strong>ntro da estratégia <strong>de</strong> mídia dos<br />

clientes. Esses meios apresentaram uma<br />

tendência <strong>de</strong> crescimento bastante forte.<br />

Esse movimento po<strong>de</strong> ser reflexo da nova<br />

forma <strong>de</strong> consumir mídia. Cada vez menos,<br />

as pessoas querem assistir a um conteúdo<br />

imposto e veículos que possibilitam <strong>de</strong> alguma<br />

forma esse protagonismo para o consumidor<br />

têm ganhado mais relevância. As<br />

pessoas não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> consumir TV. Este<br />

é um hábito muito forte, principalmente no<br />

Brasil. O que muda é a forma <strong>de</strong> consumir<br />

esse conteúdo. A forma <strong>de</strong> impor uma gra<strong>de</strong><br />

fixa e rígida, fazendo com que seu telespectador<br />

esteja lá para consumir o seu conteúdo,<br />

é antiga e percebemos os conteúdos on<br />

<strong>de</strong>mand ganhando cada vez mais espaço. O<br />

futuro da TV por assinatura no Brasil é produzir<br />

cada vez mais conteúdos diferentes,<br />

<strong>de</strong>ixando tudo disponível para as pessoas<br />

para que elas <strong>de</strong>cidam como, on<strong>de</strong> e quando<br />

vão consumir aquele material.<br />

rafaela Queiroz<br />

Diretora <strong>de</strong> mídia para Unilever da F.biz <br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 27


”<br />

A tendência é <strong>de</strong> estagnação do meio,<br />

com poucas chances <strong>de</strong> ultrapassar no<br />

próximo ano a casa dos 20 milhões <strong>de</strong> assinantes.<br />

Acredito que o crescimento <strong>de</strong><br />

investimento publicitário <strong>de</strong>ve vir por<br />

meio da inovação na forma <strong>de</strong> comprar. Por<br />

exemplo, comprar por geolocalização e/<br />

ou por perfil <strong>de</strong> assinantes. Isto traria um<br />

‘fresh air’ para o meio e, com certeza, novos<br />

anunciantes, que hoje ficam limitados<br />

aos meios digitais pela maior assertivida<strong>de</strong><br />

e menor dispersão.<br />

renata valio<br />

VP <strong>de</strong> mídia da mcgarrybowen<br />

”<br />

A nova classe C já está acostumada a ter<br />

Pay TV e por isso ainda acredito muito em<br />

seu crescimento. O maior <strong>de</strong>safio é fazer<br />

com que esses consumidores, que estão<br />

em dificulda<strong>de</strong> financeira, mantenham-<br />

-se na base <strong>de</strong> clientes. Para isso, as TVs<br />

por assinatura precisam se reinventar na<br />

forma <strong>de</strong> cobrar, para que o cliente veja<br />

vantagem. Paralelamente, é importante<br />

não esquecer dos millennials, que já nasceram<br />

no mundo digital e assistem o que<br />

querem, em qualquer <strong>de</strong>vice, a qualquer<br />

hora. Nesse sentido, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

tem <strong>de</strong> ser revisto. A integração com You-<br />

Tube e Facebook, por exemplo, é cada vez<br />

mais importante.<br />

fernando Calfat<br />

Sócio e CMO da REF+T<br />

”<br />

A TV paga ainda tem espaço para crescer<br />

tanto do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> assinantes como<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. O futuro do meio está<br />

na importância <strong>de</strong> eventos live, da distribuição<br />

everywhere e em tornar o produto<br />

mais relevante, seja com canais lineares ou<br />

programas não lineares.<br />

adriana favaro<br />

Diretora-geral <strong>de</strong> mídia da LDC<br />

”<br />

“<br />

“<br />

“<br />

A segmentação da TV fechada é o gran<strong>de</strong><br />

motor do crescimento dos investimentos<br />

em produção. Hoje a TV paga produz reality<br />

shows, programas globais com edições<br />

nacionalizadas e atrações para o segmento<br />

feminino e culinário invadiram as telas,<br />

além <strong>de</strong> projetos especiais <strong>de</strong> conteúdo em<br />

parceria com gran<strong>de</strong>s anunciantes. Segundo<br />

a Ancine, a TV paga superou a aberta em<br />

investimentos em audiovisual (produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo e operação). O meio segue sen-<br />

do forte, com potencial <strong>de</strong> crescimento, varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conteúdo e cada vez mais facilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> projetos taylor ma<strong>de</strong><br />

para as marcas.<br />

rodolPho aguiar<br />

Diretor <strong>de</strong> mídia da R/GA São Paulo<br />

”<br />

A TV paga tem muito espaço para crescer<br />

no Brasil, tanto em penetração como<br />

<strong>de</strong>ntro do mercado publicitário. É um dos<br />

motores <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong>ntro do nosso<br />

mercado <strong>de</strong> comunicação, pois, nos<br />

últimos anos, vem contribuindo bastante:<br />

apresentando novos conteúdos, entregando<br />

uma qualida<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>nte,<br />

valorizando a produção nacional e promovendo<br />

o crescimento <strong>de</strong> novos formatos<br />

<strong>de</strong> veiculação, entre eles o bran<strong>de</strong>d<br />

content, tão importante para as marcas.<br />

Muitos canais se tornaram verda<strong>de</strong>iros<br />

parceiros das agências <strong>de</strong>senvolvendo<br />

e até produzindo projetos <strong>de</strong> conteúdo.<br />

Outro ponto a <strong>de</strong>stacar é a integração dos<br />

conteúdos da TV paga com as múltiplas<br />

plataformas, levando o consumidor a interagir<br />

com conteúdos da marca além do<br />

impacto da televisão.<br />

andrea hirata<br />

VP <strong>de</strong> mídia da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />

”<br />

Acredito que o assunto TV comece a se<br />

tornar mais híbrido, ou seja, sem a divisão<br />

paga, aberta ou online. Com a ativação<br />

das Smart TVs e o fenômeno <strong>de</strong> consumo<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o produto televisão passa a ser<br />

uma tela <strong>de</strong> acesso para o conteúdo que<br />

se <strong>de</strong>seja assistir e aí entram também os<br />

canais on <strong>de</strong>mand, como o Netflix. Para o<br />

futuro, creio que as emissoras <strong>de</strong> TV pagas<br />

po<strong>de</strong>rão se fortalecer ao terem mais<br />

conteúdo ao vivo.<br />

Malu Melo<br />

Gerente <strong>de</strong> mídia da Propeg<br />

”<br />

“<br />

“<br />

“<br />

A TV fechada passa por dois gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios<br />

hoje: a crise econômica, que afetou<br />

o crescimento das assinaturas, e o avanço<br />

da internet, que trouxe as transmissões <strong>de</strong><br />

alta qualida<strong>de</strong>, inclusive ao vivo. Quando o<br />

assunto é inovação, as gran<strong>de</strong>s operadoras<br />

trazem serviços complementares, personalizados<br />

para cada tipo <strong>de</strong> consumidor. Hoje<br />

a maioria dos programas próprios da TV por<br />

assinatura já po<strong>de</strong> ser assistida a qualquer<br />

hora. As emissoras tornaram-se verda<strong>de</strong>iras<br />

centrais <strong>de</strong> entretenimento e quem ganha<br />

com tudo isso é o consumidor.<br />

raPhaella araújo<br />

Diretora <strong>de</strong> mídia da Revolution<br />

”<br />

A amplitu<strong>de</strong> editorial da TV paga está<br />

totalmente em linha com esta nova audiência,<br />

que procura em todas as plataformas<br />

jeitos diferentes <strong>de</strong> olhar aquilo que é<br />

do seu interesse. Ainda estamos muito no<br />

campo <strong>de</strong> esportes, jornalismo, filmes e<br />

séries. Com certeza ainda temos muito que<br />

crescer em assuntos mais diversificados.<br />

luiz ritton<br />

VP <strong>de</strong> mídia e operações da Lew’Lara\TBWA<br />

”<br />

Com serviços como Netflix, Globo Play<br />

e outros <strong>de</strong> programação sob <strong>de</strong>manda<br />

que estão por chegar no Brasil, o mercado<br />

<strong>de</strong> TV por assinatura terá <strong>de</strong> rever<br />

seu mo<strong>de</strong>lo, optando por um cardápio da<br />

programação que seja mais flexível e faça<br />

frente ao consumo cada vez maior dos<br />

aplicativos <strong>de</strong> conteúdos, distribuídos<br />

nas Smart TVs.<br />

riza soares<br />

Diretora-geral da smartclip no Brasil<br />

”<br />

“<br />

A TV fechada tem espaço para crescer<br />

por ela ainda ser lí<strong>de</strong>r em produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo com qualida<strong>de</strong> em programas<br />

ao vivo, tais como os esportivos e <strong>de</strong><br />

shows. Mas, além do fator econômico, a<br />

chegada <strong>de</strong> outros serviços <strong>de</strong> streaming,<br />

como o Netflix, e a internet que comporta<br />

transmissões <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> têm afetado<br />

o negócio. Vale lembrar que a maioria<br />

dos programas produzidos pelas TVs por<br />

assinatura já po<strong>de</strong> ser assistida a qualquer<br />

momento por meio <strong>de</strong> aplicativos oferecidos<br />

por alguns canais e operadoras.<br />

Isso só vem provar que o conceito <strong>de</strong> TV<br />

paga tem mudado rapidamente. Por <strong>de</strong>ter<br />

o conhecimento sobre os interesses<br />

do consumidor, ela po<strong>de</strong>rá disponibilizar<br />

conteúdos únicos dirigidos, mediante assinaturas.<br />

Portanto, o futuro está na evolução<br />

dos serviços e nos novos hábitos dos<br />

consumidores.<br />

“<br />

Yara aPPariCio<br />

VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann<br />

“<br />

“<br />

28 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


especial tv fechada<br />

Gastronomia conquista paladares e<br />

audiência em canais por assinatura<br />

GNT investe em programas que variam na receita e no público-alvo,<br />

e lançou ainda apresentadores como Rodrigo Hilbert e a chef Bela Gil<br />

mariana zirondi<br />

Comida sempre foi uma paixão<br />

nacional, mas nos últimos<br />

anos os programas gastronômicos<br />

ganharam uma audiência<br />

variada. O assunto está se<br />

tornando cada vez mais acessível<br />

e <strong>de</strong>mocrático, porque envolve<br />

relações <strong>de</strong> afeto e também<br />

empo<strong>de</strong>ramento pessoal.<br />

Ou seja, saber como uma comida<br />

é preparada, acompanhar as<br />

receitas <strong>de</strong> chefs famosos e conhecer<br />

a rotina <strong>de</strong> restaurantes<br />

dá água na boca do espectador<br />

e novos espaços <strong>de</strong> mídia para<br />

a televisão.<br />

A TV fechada tem sido um<br />

lugar certo para a varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro do mesmo assunto.<br />

A gastronomia nunca foi tão<br />

consumida e a segmentação<br />

tão variada. O GNT, por exemplo,<br />

oferece uma das programações<br />

mais completas sobre<br />

o tema. Segundo Fred Muller,<br />

diretor-executivo comercial da<br />

Globosat, dona do GNT, essa<br />

referência reflete o volume <strong>de</strong><br />

parcerias com os anunciantes.<br />

O tema, segundo ele, é rico e se<br />

conecta com públicos diferentes,<br />

que compartilham do mesmo<br />

interesse.<br />

“As marcas reconhecem<br />

esse valor e usufruem <strong>de</strong> forma<br />

criativa e com resultados<br />

expressivos na comunicação<br />

com os seus consumidores,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> veiculações <strong>de</strong> campanhas<br />

<strong>de</strong> 30 segundos a projetos<br />

<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content criados<br />

em parceria com os clientes e<br />

agências. A estratégia multitela<br />

também tem sido cada vez<br />

adotada nos planos <strong>de</strong> mídia e<br />

mostra como a conexão com os<br />

telespectadores po<strong>de</strong> ir além<br />

da TV”, afirma Muller.<br />

A culinária é um dos principais<br />

pilares do canal, porque<br />

é um dos gran<strong>de</strong>s interesses<br />

do universo feminino. O GNT<br />

se baseia nos interesses das<br />

mulheres para orientar suas<br />

iniciativas, o que é a base para<br />

Rodrigo Hilbert comanda o programa Temperos <strong>de</strong> Família, que concentra uma das maiores audiências entre os programas do GNT<br />

Divulgação<br />

30 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


“A estrAtégiA<br />

multitelA tAmbém<br />

tem sido cAdA<br />

vez mAis<br />

AdotAdA nos<br />

plAnos <strong>de</strong> mídiA<br />

e mostrA como A<br />

conexão com os<br />

telespectAdores<br />

po<strong>de</strong> ir<br />

Além dA tv”<br />

posicionamento, a programação<br />

e o conteúdo. “Oferecemos<br />

um amplo leque <strong>de</strong> programas<br />

nos quais buscamos, acima <strong>de</strong><br />

tudo, diversida<strong>de</strong>, seja <strong>de</strong> formato,<br />

<strong>de</strong> proposta culinária e<br />

<strong>de</strong> estilo <strong>de</strong> apresentador. É<br />

um tema, ainda, que nos permite<br />

múltiplos <strong>de</strong>sdobramentos<br />

em outras mídias”.<br />

A audiência da programação<br />

gastronômica é bem parecida<br />

com a do canal em si. São 72%<br />

concentrados nas mulheres,<br />

69% das classes A/B e 76% têm<br />

35 anos ou mais. Segundo Muller,<br />

culinária é um tema efetivo,<br />

capaz <strong>de</strong> reunir a família<br />

inteira ao redor da mesa ou em<br />

frente à TV. “Estamos sempre<br />

nos reinventando e buscando<br />

diferentes maneiras <strong>de</strong> tornar<br />

o tema atrativo para quem gosta<br />

<strong>de</strong> cozinhar e até para quem<br />

não gosta”.<br />

Entre os três programas mais<br />

vistos do canal estão a competição<br />

Que Seja Doce, pelos<br />

melhores da confeitaria, sob<br />

o comando <strong>de</strong> Felipe Bronze;<br />

Tempero <strong>de</strong> Família, com Rodrigo<br />

Hilbert, que vai além das<br />

receitas e mostra seu estilo <strong>de</strong><br />

vida e uma cozinha com afeto;<br />

e o reality Cozinheiros em Ação,<br />

li<strong>de</strong>rado por Olivier Anquier, já<br />

na quarta temporada.<br />

Integrar os programas com<br />

outras mídias é apontado por<br />

Muller como uma das estratégias<br />

mais importantes. Além<br />

disso, o tema permite <strong>de</strong>sdobramentos,<br />

re<strong>de</strong>s sociais, aplicativos,<br />

on <strong>de</strong>mand das operadoras<br />

ou no licenciamento <strong>de</strong><br />

livros. No YouTube, o canal Receitas<br />

GNT tem mais <strong>de</strong> 60 mil<br />

inscritos e conta com uma atuação<br />

cruzada tanto <strong>de</strong> publicação<br />

<strong>de</strong> produtos exclusivos<br />

quanto <strong>de</strong> programas do linear<br />

que estão naquele momento<br />

na gra<strong>de</strong>.<br />

“Em <strong>de</strong>zembro, vamos lançar<br />

um projeto inédito <strong>de</strong> cross<br />

das nossas mídias digitais com<br />

o linear. O projeto Ceia Secreta<br />

é uma websérie <strong>de</strong> cinco episódios<br />

para o YouTube com os<br />

chefs do GNT Bela Gil, Raiza<br />

Costa, Andre Mifano e Rodrigo<br />

Hilbert. O projeto começa nas<br />

re<strong>de</strong>s sociais (Facebook e Instagram),<br />

<strong>de</strong>pois vai para o You-<br />

Tube (com os cinco episódios<br />

sendo publicados <strong>de</strong> uma só<br />

vez) e, só então, ao final <strong>de</strong>sse<br />

storytelling, entregaremos um<br />

programa na TV”.<br />

Entretanto, engana-se quem<br />

pensa que as mulheres são as<br />

únicas interessadas no tema.<br />

O Tem Criança na Cozinha, do<br />

Gloob, é comandado por três<br />

pequenos que preparam receitas<br />

práticas, contam curiosida<strong>de</strong>s<br />

e fazem brinca<strong>de</strong>iras<br />

ligadas à história dos pratos ensinados.<br />

Luciane Neno, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing do Gloob, afirma<br />

que o objetivo era mostrar<br />

que cozinhar não precisa ser<br />

“coisa <strong>de</strong> adulto”. “O interesse<br />

por culinária tem aumentado<br />

muito, não só entre adultos,<br />

mas também pelas crianças. É,<br />

portanto, o tipo <strong>de</strong> temática <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> apelo comercial, diante<br />

da audiência e engajamento<br />

que gera em todas as plataformas”,<br />

afirma.<br />

discovery faz parcerias com<br />

tv aberta e alavanca audiência<br />

Discovery tem investido<br />

O em programas e parcerias<br />

que exaltam o sucesso da gastronomia<br />

na TV. Livia Ghelli,<br />

diretora <strong>de</strong> programação da<br />

Discovery Networks Brasil,<br />

afirma que o público tem afinida<strong>de</strong><br />

com o tema e se encaixa<br />

muito bem nos canais Home &<br />

Health, Discovery Kids e TCL.<br />

Outro fator que tem impulsionado<br />

a audiência dos canais,<br />

principalmente do Home<br />

& Health, tem sido as parcerias<br />

com os canais abertos, retransmitindo<br />

programas <strong>de</strong> sucesso<br />

com o público. “Ambas as<br />

transmissões saem ganhando,<br />

primeiro porque são em ambientes<br />

diferentes. Um telespectador<br />

fã do programa assiste<br />

na TV aberta e po<strong>de</strong> rever na<br />

TV fechada, ou então pegar as<br />

reprises”.<br />

O Masterchef, por exemplo,<br />

sucesso da Band e comandado<br />

por Ana Paula Padrão, agora<br />

apresenta a edição Profissionais<br />

e é coproduzido com a<br />

Discovery. O canal também<br />

transmite Batalha dos Cozinheiros,<br />

da Record, e Bake Off<br />

Brasil: Mão na Massa, do SBT.<br />

Os três programas, veiculados<br />

<strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> junho a 3 <strong>de</strong> julho ao<br />

mesmo tempo, registraram a<br />

semana <strong>de</strong> maior audiência<br />

da história <strong>de</strong> Home & Health,<br />

mantendo o quinto lugar no<br />

ranking da TV por assinatura.<br />

Gran<strong>de</strong>s Pequeninos Chefs traz Jair Oliveira e Tania Khalil, e suas filhas, Isabela e Laura, mostrando que as crianças po<strong>de</strong>m cozinhar<br />

As crianças do Discovery<br />

Kids saem ganhando com dois<br />

programas infantis, um <strong>de</strong>les<br />

Gran<strong>de</strong>s Pequeninos Chefs, em<br />

que Jair Oliveira, Tania Khalil<br />

e suas filhas, Isabela e Laura,<br />

fazem da cozinha um lugar <strong>de</strong><br />

convívio e diversão. Na outra<br />

atração, Cozinha Mágica, Aisha<br />

e Matheus aparecem nos intervalos<br />

da programação com<br />

receitas rápidas, dando conti-<br />

nuida<strong>de</strong> à fama conquistada<br />

<strong>de</strong>pois da participação no Masterchef<br />

Junior.<br />

Livia ressalta que os investimentos<br />

no tema têm aumentado<br />

nos canais. A estreia do mês<br />

<strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, por exemplo,<br />

foi 200 Graus, um doc-reality<br />

que mostra o cotidiano do chef<br />

Henrique Fogaça. “Percebemos<br />

o interesse das pessoas,<br />

que iam além das receitas, mas<br />

Divulgação<br />

que gira em torno da rotina dos<br />

chefs e dos restaurantes”.<br />

Os projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />

também garantem boas<br />

parcerias. A Camil patrocina o<br />

programa Um dois, Feijão com<br />

Arroz, que busca as melhores<br />

receitas do típico prato brasileiro.<br />

Com Que Receita Eu Vou,<br />

a Friboi é a marca que leva a<br />

chef Carla Pernambuco a explorar<br />

os sabores da carne. MZ<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 31


Cidadãos sem segurança<br />

são cidadãos sem<br />

liberda<strong>de</strong><br />

Um gran<strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res dos setores público e privado para<br />

<strong>de</strong>bater os princípios fundamentais da cidadania, a segurança<br />

pública e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da socieda<strong>de</strong>.<br />

25 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong><br />

7h30 às <strong>14</strong>h00<br />

Hotel Castro’s Park<br />

Goiânia - Goiás<br />

Para participar, acesse:<br />

www.cidadaniaesegurancapublica.com.br<br />

LIDE. Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />

Iniciativa:


especial tv fechada<br />

Restrições à publicida<strong>de</strong> impe<strong>de</strong>m<br />

canais infantis <strong>de</strong> ampliar receitas<br />

Discovery Kids é o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> audiência, com mais <strong>de</strong> 17,4 milhões<br />

<strong>de</strong> assinantes, seguido por Cartoon, Gloob e Nickelo<strong>de</strong>on<br />

Fotos: Divulgação<br />

Luciane Neno, gerente <strong>de</strong> marketing do Gloob: projetos especiais<br />

Paulo Macedo<br />

Capitão Furacão, Capitão Asa,<br />

Eliana, Angélica Mara Maravilha<br />

e Xuxa tiveram sua época.<br />

Nas TVs abertas, que não<br />

apostam mais em programas<br />

direcionados ao público infantil,<br />

salvo um filme ou outro. Os<br />

kids da atualida<strong>de</strong> não per<strong>de</strong>m<br />

Pepa Pig, Masha e o Urso, Alvin e<br />

os Esquilos, Bob Esponja e Tartarugas<br />

Ninjas. As animações são<br />

exibidas em canais especializados,<br />

que integram o sistema <strong>de</strong><br />

emissoras por assinatura e são<br />

responsáveis pelas maiores audiências<br />

às marcas exibidoras.<br />

O Discovery Kids é o lí<strong>de</strong>r, com<br />

17,4 milhões <strong>de</strong> assinantes, segundo<br />

o Mídia Dados do Grupo<br />

<strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong> São Paulo. O Cartoon<br />

Network, da Turner, contabili-<br />

za 16,2 milhões. O Gloob arregimenta<br />

mais <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong><br />

assinantes e o Nickelo<strong>de</strong>on, 13,4<br />

milhões. O Disney HD, o Disney<br />

XD e o Disney Jr. somam cerca <strong>de</strong><br />

18 milhões. A TV Rá-Tim-Bum,<br />

12,8 milhões. E o Boomerang, 9,5<br />

milhões.<br />

Mas os canais direcionados<br />

tem restrições claras à veiculação<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido às imposições<br />

da legislação brasileira, que<br />

impõe regras para a exibição <strong>de</strong><br />

comerciais, merchandising e product<br />

placement. O Conar (Conselho<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária) sugere<br />

parâmetros às agências, mas é um<br />

setor que tem olhos bem atentos<br />

do Instituto Alana, que usa como<br />

base o estatuto do Conanda (Conselho<br />

Nacional dos Direitos da<br />

Criança), principalmente para<br />

os anunciantes<br />

<strong>de</strong> fast food,<br />

brinquedos e doces.<br />

“O mercado infantil<br />

enfrenta cada vez mais<br />

restrições publicitárias<br />

e formatos como<br />

merchandising<br />

e product placement<br />

não são<br />

permitidos. Trabalhamos<br />

alinhados<br />

com as regras<br />

do Conar, o que não<br />

nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar<br />

oportunida<strong>de</strong>s atraentes para<br />

os anunciantes como patrocínios,<br />

eventos em shoppings<br />

e até projetos especiais, além<br />

da mídia avulsa. A receita <strong>de</strong><br />

programação, <strong>de</strong>ntro do mo<strong>de</strong>lo<br />

atual da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> TV por<br />

assinatura, é a outra fonte <strong>de</strong><br />

renda. Para exemplificar estes<br />

projetos especiais, po<strong>de</strong>mos<br />

Bob Esponja é um<br />

personagem com<br />

vitalida<strong>de</strong> e que<br />

concentra a atenção<br />

da criançada com seu<br />

jeitinho engraçado e<br />

muito atrapalhado<br />

citar a Confeitaria Divertida, realizada<br />

em parceria com a Bimbo,<br />

em que parte do elenco do<br />

canal prepara receitas usando<br />

produtos da marca em pílulas<br />

exibidas durante os intervalos.<br />

E ainda a promoção <strong>de</strong> Dia das<br />

Crianças Mistérios do Solzinho,<br />

da Ri-Happy, que contou com a<br />

participação do elenco infantil<br />

<strong>de</strong> D.P.A. (Detetives do Prédio<br />

Azul) e envolveu ativações em<br />

lojas, mídia e premiação: um<br />

34 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Alvin e os Esquilos ajuda<br />

a arregimentar para o<br />

canal Gloob, do Grupo<br />

Globosat, uma das<br />

maiores audiências da<br />

TV por assinatura<br />

evento exclusivo com o elenco da série para<br />

os vencedores da promoção”, explica Luciane<br />

Neno, gerente <strong>de</strong> marketing do Gloob.<br />

Para Jimmy Leroy, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

criação do canal Nickelo<strong>de</strong>on, do portfólio<br />

da holding Viacom, o diferencial da marca<br />

é colocar a criança em primeiro lugar. “Respeitando-a<br />

e enten<strong>de</strong>ndo-a, trazendo muita<br />

diversão para ela. Em segundo lugar, a Nick<br />

tem como objetivo fazer do mundo um lugar<br />

mais divertido. Tudo isso, respeitando<br />

o espírito único da marca: jovem,<br />

atraente, priorizando bons conteúdos<br />

e boas histórias. Além<br />

disso, a marca procura<br />

sempre abordar temas<br />

atuais <strong>de</strong> forma criativa,<br />

trazendo conteúdo para os pequenos<br />

e criando cada vez mais engajamento<br />

entre marca e audiência. Além da<br />

programação diária, temos uma preocupação<br />

muito gran<strong>de</strong> com questões sociais, que<br />

incluem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o conhecimento e o cuidado<br />

com a natureza (economia <strong>de</strong> água e reciclagem,<br />

por exemplo), passando pelo mosquito<br />

transmissor do Zika vírus, até assuntos como<br />

educação digital”.<br />

Ari Martire, diretor-sênior <strong>de</strong> Ad Sales da<br />

Viacom Brasil, explica o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios.<br />

“Atuamos em quatro diferentes frentes: ad Sales,<br />

distribuição, IPS (Venda <strong>de</strong> Conteúdo) e<br />

licenciamento. Um case que gosto <strong>de</strong> citar é o<br />

que fizemos com a Riachuelo, em que foi criada<br />

uma promoção no qual a cada R$ 100 em<br />

compras, com um produto infantil, a pessoa<br />

ganhava um cupom para concorrer a 250 kits<br />

com quatro convites para o Meus Prêmios Nick<br />

<strong>2016</strong>. Para essa divulgação, foram utilizadas<br />

todas as multiplataformas da Nick, incluindo<br />

re<strong>de</strong>s sociais, bem como o apoio <strong>de</strong> mídia da<br />

Riachuelo nos pontos <strong>de</strong> venda e nas comunicações<br />

com os consumidores”.<br />

Martire acrescenta: “Acreditamos que levando<br />

muita diversão para todos e tendo o<br />

aval dos pais, criamos uma relação <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iros<br />

‘superfãs’, para tudo o que criamos e<br />

produzimos – seja um brinquedo da Patrulha<br />

Canina, uma fantasia <strong>de</strong> As Tartarugas Ninja,<br />

um jogo educativo <strong>de</strong> Dora, A Aventureira ou<br />

um dos novos episódios <strong>de</strong> Bob Esponja, que<br />

po<strong>de</strong>m ser assistidos numa tela <strong>de</strong> plasma <strong>de</strong><br />

50 polegadas, no tablet ou mesmo no celular.<br />

E, foi justamente pensando nisso, na equação<br />

‘tangibilização + diversão em família’, que<br />

po<strong>de</strong>mos citar como exemplo <strong>de</strong> “branding”<br />

a iniciativa criada por nós chamada Dia <strong>de</strong><br />

Brincar. A Nick trocou, durante três horas, a<br />

programação da TV por uma chamada contínua<br />

que convidava as crianças para brincar<br />

com amigos e famílias fora <strong>de</strong> casa. E por que<br />

isso? Porque a Nickelo<strong>de</strong>on sempre parte do<br />

pressuposto <strong>de</strong> que a diversão da criança vai<br />

além da TV ou dos eletrônicos e, por conta<br />

disso, tem como um <strong>de</strong> seus principais objeti-<br />

vos estimular ações nas quais as crianças são<br />

incentivadas a participar <strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>s,<br />

sempre relacionadas a conteúdos socioculturais<br />

no mundo todo. Nos Estados Unidos, por<br />

exemplo, o Worldwi<strong>de</strong> Day of Play é celebrado<br />

há oito anos, com crianças e famílias sendo<br />

convidadas a participar <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s fora<br />

<strong>de</strong> casa. No Brasil, antes do Dia <strong>de</strong> Brincar, já<br />

foram realizadas outras ações com o mesmo<br />

conceito como a Roda <strong>de</strong> Leitura, que nos últimos<br />

três anos promoveu o encontro dos pequenos<br />

com os livros”.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 35


eSpecial tv fechada<br />

Séries, notícias e esportes dão<br />

força à segmentação no Brasil<br />

Os canais FOX, por exemplo, se fortaleceram com seriados como<br />

The Walking Dead e com a transmissão dos jogos da Libertadores<br />

Não é <strong>de</strong> hoje que a TV por<br />

assinatura vem ganhado<br />

<strong>de</strong>staque entre os brasileiros.<br />

Com a ascensão da chamada<br />

classe C, há cinco anos, o<br />

mercado aqueceu e os canais<br />

se adaptaram aos novos consumidores.<br />

A FOX Networks<br />

Group Brasil é um exemplo.<br />

Sérgio Domanico, VP <strong>de</strong> marketing<br />

da emissora, <strong>de</strong>staca<br />

a programação do canal, que<br />

exibe séries consagradas, como<br />

The Walking Dead e Os<br />

Simpsons.<br />

“Outro ponto que vale<br />

ressaltar é o crescimento do<br />

FOX Sports, com exibição <strong>de</strong><br />

eventos <strong>de</strong> classe mundial<br />

como Olimpíadas, campeonatos<br />

europeus e Copa<br />

Libertadores, além dos<br />

programas jornalísticos<br />

que mostram opiniões<br />

embasadas<br />

apresentadas ao<br />

público <strong>de</strong> um jeito<br />

bem-humorado,<br />

inovador e diferenciado”,<br />

disse.<br />

Em relação ao<br />

ano <strong>de</strong> <strong>2016</strong>, Domanico<br />

o classifica<br />

como excelente para<br />

a emissora. “Mesmo<br />

em um ano <strong>de</strong>safiador<br />

como este, continuamos<br />

crescendo em faturamento<br />

em relação<br />

a 2015”, afirmou. “Por<br />

meio <strong>de</strong> um melhor<br />

investimento <strong>de</strong> mídia<br />

off e online nossas<br />

marcas estão melhorando<br />

seus índices <strong>de</strong><br />

conhecimento e aprovação<br />

pelos consumidores”,<br />

completou.<br />

Ainda em relação à<br />

FOX, na semana passada,<br />

o grupo promoveu<br />

em São Paulo o evento<br />

Foxperience, com uma série<br />

<strong>de</strong> convidados e temas<br />

<strong>de</strong>batidos. A empresa, que<br />

“mesmo em um ano<br />

<strong>de</strong>safiador como<br />

este, continuamos<br />

crescendo em<br />

faturamento, em<br />

relação a 2015”<br />

Bianca Maksud:<br />

“paixão pelo esporte<br />

é o elemento que<br />

mais aproxima”<br />

Eugenia: “Consolidamos as coberturas com mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> captação mais ágil”<br />

vem investindo bastante em<br />

canais esportivos, apresentou<br />

uma pesquisa mostrando<br />

que os brasileiros são muito<br />

conectados aos esportes, sendo<br />

43% do público feminino e<br />

57% masculino. A FOX traçou<br />

ainda três perfis <strong>de</strong>ssa<br />

área: o consumidor couch<br />

fan, wathc and play e all<br />

in. Esse e outros estudos<br />

da emissora visam traçar<br />

um perfil <strong>de</strong> consumidor<br />

a partir <strong>de</strong> estudos que envolvem<br />

neurociência e, assim,<br />

levar ao anunciante maior<br />

taxa <strong>de</strong> assertivida<strong>de</strong>.<br />

agilida<strong>de</strong><br />

Para a GloboNews, o ano<br />

tem sido muito bom. Eugenia<br />

Moreyra, diretora da emissora,<br />

disse que <strong>2016</strong> foi um ano<br />

<strong>de</strong> consolidação. “Consolidamos<br />

nossas coberturas com<br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> captação mais<br />

ágil. Nenhum repórter nosso<br />

sai sem celular. Os atentados<br />

na França, as manifestações,<br />

por exemplo, foram coberturas<br />

inteiras nesse formatos,<br />

com celular”, exemplificou.<br />

E tudo isso, ainda <strong>de</strong> acordo<br />

com a executiva da Globo-<br />

News, <strong>de</strong>ve-se à filosofia da<br />

empresa, que é <strong>de</strong> estar ao vivo<br />

no local da notícia. “Nossa<br />

meta é ficar direto ao vivo e levar<br />

a cobertura em tempo real<br />

para o telespectador, em qualquer<br />

plataforma”, contou.<br />

O esporte também é um<br />

segmento que atrai a atenção<br />

dos telespectadores. Bianca<br />

Maksud, diretora <strong>de</strong> marketing<br />

e produtos dos canais esportivos<br />

da Globo Sat, afirmou<br />

que a paixão pelo esporte é o<br />

elemento que mais aproxima<br />

a Sportv do telespectador.<br />

A executiva ainda falou sobre<br />

uma área <strong>de</strong> inteligência,<br />

que é focada no consumidor<br />

<strong>de</strong> esportes. “Temos a preocupação<br />

em levar as maiores<br />

competições nacionais<br />

e internacionais – incluindo<br />

Brasileirão, campeonatos estaduais,<br />

Libertadores, NBA,<br />

Fórmula 1 e Liga Mundial <strong>de</strong><br />

Vôlei – para o assinante on<strong>de</strong><br />

ele quiser, seja na TV ou nas<br />

plataformas digitais que também<br />

oferecemos”.<br />

Fotos: Divulgação<br />

36 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Em 28 anos,<br />

Robson só tinha 2 amigos.<br />

Em 2 semanas <strong>de</strong> mídia OOH,<br />

conquistou milhões.<br />

em<br />

1 3 cada<br />

36%<br />

85%<br />

93%<br />

84%<br />

pessoas nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> São Paulo e Rio<br />

lembra da propaganda do Robson.<br />

das pessoas comentaram sobre a campanha<br />

do Robson com os amigos.<br />

afirmaram que a campanha chamou a atenção.<br />

consi<strong>de</strong>ram que foi uma propaganda<br />

diferente das que estão acostumadas a ver.<br />

ficaram curiosas para saber quem era o Robson.<br />

Pesquisa Datafolha, A vida <strong>de</strong> Robson, realizada em SP e RJ, entre os dias 13/10 a 15/10.<br />

Foram ouvidas 1.015 pessoas, homens e mulheres com 16 anos ou mais, classes ABC.<br />

QUEM ANUNCIA<br />

EM MÍDIA OOH, APARECE.<br />

CHANNEL


eSpecial tv fechada<br />

Fotos: Divulgação<br />

O nova temporada do programa Vai Que Cola foi transmitida primeiro na plataforma streaming, com atores como Paulo Gustavo, Samantha Schmütz, Marco Luque e Marcus Majella<br />

Streaming muda a forma como<br />

espectador consome informações<br />

Plataformas como Globosat Play, El Plus e Net Now veiculam conteúdos<br />

da TV fechada e disponibilizam toda a programação para os assinantes<br />

mariana zirondi<br />

As plataformas streaming se<br />

tornaram uma boa opção para<br />

quem quer in<strong>de</strong>pendência ao<br />

escolher o conteúdo que <strong>de</strong>seja<br />

assistir. Muitos expectadores<br />

que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m exclusivamente<br />

da TV aberta ou fechada são reféns<br />

das programações preestabelecidas,<br />

que muitas vezes se<br />

baseiam na repetição do conteúdo.<br />

É nesse contexto que cresce<br />

o mercado on <strong>de</strong>mand e as transmissões<br />

ao vivo, cada vez mais<br />

personalizadas.<br />

A segmentação, inclusive, e o<br />

uso <strong>de</strong> big data para direcionar<br />

sugestões a<strong>de</strong>quadas para cada<br />

A netflix iniciou<br />

operAção em<br />

solo brAsileiro<br />

<strong>de</strong> formA tímidA,<br />

mAs logo cresceu<br />

em termos <strong>de</strong><br />

AssinAturA,<br />

po<strong>de</strong>ndo fechAr<br />

<strong>2016</strong> em 10<br />

milhões <strong>de</strong><br />

AssinAntes<br />

tipo <strong>de</strong> usuário é um dos benefícios<br />

do serviço, explica Rodrigo<br />

Arnaut, engenheiro <strong>de</strong> mídia e<br />

professor da Faap. Netflix iniciou<br />

a operação em solo brasileiro <strong>de</strong><br />

forma tímida, mas logo cresceu<br />

em termos <strong>de</strong> assinatura, po<strong>de</strong>ndo<br />

fechar <strong>2016</strong> com 10 milhões<br />

<strong>de</strong> assinantes. “A TV por assinatura<br />

soma 20 milhões <strong>de</strong> espectadores,<br />

mas algumas pesquisas<br />

já mostram aumento no número<br />

<strong>de</strong> cancelamentos. A alternativa<br />

para as operadoras <strong>de</strong> TV a cabo<br />

tem sido migrar para o streaming<br />

também”.<br />

Dona <strong>de</strong> diversos canais <strong>de</strong><br />

peso da TV paga, como GNT,<br />

Multishow, Telecine e Globo-<br />

News, entre outros, a Globosat<br />

oferece aos assinantes um “valor<br />

adicional”, segundo Gustavo<br />

Ramos, diretor <strong>de</strong> plataformas<br />

digitais. A Globosat Play aten<strong>de</strong><br />

a uma <strong>de</strong>manda do assinante<br />

por assistir à programação on<strong>de</strong><br />

e quando quiser. Por mês, são<br />

assistidas cerca <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong><br />

horas <strong>de</strong> streaming.<br />

A plataforma surgiu antes<br />

mesmo do Globo Play, que correspon<strong>de</strong><br />

ao conteúdo produzido<br />

pela Globo na TV aberta, e<br />

passou por vários ciclos <strong>de</strong> experimentação,<br />

além <strong>de</strong> observar as<br />

tendências mundiais. Portanto, é<br />

possível assistir ao vivo ou não à<br />

programação <strong>de</strong> algum dispositi-<br />

38 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Leonardo Lenz Cesar, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Esportes da Turner: “quando o apaixonado por esportes não po<strong>de</strong> estar em casa vendo TV, ele tem a opção <strong>de</strong> assistir ao vivo”<br />

vo móvel com acesso à internet.<br />

Sobre ameaçar as transmissões,<br />

Ramos afirma que não,<br />

afinal o conteúdo é o mesmo.<br />

“Não há porque enten<strong>de</strong>r o<br />

Globosat Play dissociado das<br />

<strong>de</strong>mais formas <strong>de</strong> se consumir<br />

o conteúdo, inclusive os canais<br />

na TV. Em geral, o consumo<br />

ocorre em novas ocasiões <strong>de</strong><br />

uso e, portanto, é incremental<br />

ao consumo que já existia”.<br />

A audiência nessa plataforma<br />

é medida com várias ferramentas<br />

do mercado, que enviam<br />

mensagens para um servidor<br />

com dados como <strong>de</strong>vice, horário,<br />

canal e usuário. Depois <strong>de</strong> organizadas,<br />

essas informações são<br />

enviadas aos gestores. As duas<br />

gran<strong>de</strong>s diferenças <strong>de</strong>sta abordagem<br />

é que a audiência é censitária<br />

(e não amostral, como na TV)<br />

e em tempo real (e não <strong>de</strong>ferida,<br />

como na TV).<br />

A produção <strong>de</strong> programas exclusivos<br />

para o streaming também<br />

já é estudada pelo grupo.<br />

“Já fizemos algumas ‘inversões<br />

<strong>de</strong> janela’”, como a recente temporada<br />

do Vai Que Cola, e temos<br />

alguns programas no Globosat<br />

Play que nunca foram exibidos<br />

nos canais Globosat”.<br />

“muitAs<br />

plAtAformAs são<br />

ApenAs pArA dAr<br />

o plAy, tirAndo<br />

pouco proveito<br />

do engAjAmento e<br />

dAs re<strong>de</strong>s sociAis.<br />

po<strong>de</strong> ser umA<br />

tendênciA pArA o<br />

futuro levAr em<br />

consi<strong>de</strong>rAção A<br />

interAção”<br />

eSporte<br />

Com gran<strong>de</strong> audiência, o segmento<br />

<strong>de</strong> esporte também vê o<br />

mercado <strong>de</strong> streaming crescer,<br />

como conta Leonardo Lenz Cesar,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Esportes<br />

da Turner, operadora do canal<br />

Esporte Interativo. A mobilida<strong>de</strong><br />

também está na mira da companhia<br />

com o El Plus, que possibilita<br />

o acesso a conteúdos exclusivos.<br />

Por exemplo, em dia <strong>de</strong><br />

rodada da Liga dos Campeões ou<br />

<strong>de</strong> Copa do Nor<strong>de</strong>ste, por exemplo,<br />

todas as partidas que são realizadas<br />

simultaneamente ficam<br />

disponíveis com narração e produção<br />

em português.<br />

Cesar explica que o objetivo<br />

estratégico é estar perto dos fãs,<br />

com uma experiência diferente<br />

da TV. “Quando o apaixonado<br />

por esportes não po<strong>de</strong> estar em<br />

casa vendo TV, ele tem a opção<br />

<strong>de</strong> assistir ao vivo”, conta. A<br />

concorrência entre a TV e o streaming<br />

não acontece, na visão do<br />

executivo. “São mídias absolutamente<br />

diferentes. Acreditamos<br />

que os usuários sempre utilizam<br />

a melhor tela disponível para<br />

assistir aos conteúdos. Se eles<br />

estão na frente da TV, sem dúvidas,<br />

vão assistir ao jogo nesta<br />

tela, que é mais confortável”.<br />

A interativida<strong>de</strong> é apontada<br />

por Arnaut como falha na maior<br />

parte das plataformas. “Muitas<br />

são apenas para dar o play, tirando<br />

pouco proveito do engajamento<br />

e das re<strong>de</strong>s sociais. Po<strong>de</strong><br />

ser uma tendência para o futuro<br />

levar em consi<strong>de</strong>ração a interação<br />

com o que se está assistindo<br />

naquele momento, usando até<br />

como uma forma <strong>de</strong> recomendação”.<br />

Nesse sentido, as crianças<br />

têm recebido uma função <strong>de</strong> interação<br />

diferente na CN Go, do<br />

Cartoon Network, também da<br />

Turner. Os espectadores têm a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar e assistir<br />

ao mesmo tempo, na tela inicial.<br />

Tanto nos serviços <strong>de</strong> streaming<br />

da Globosat, quanto da<br />

Turner, o acesso às plataformas<br />

são realizados em parceria com<br />

operadoras <strong>de</strong> TV, ou seja, é preciso<br />

ser assinante <strong>de</strong>sses canais<br />

na televisão para se logar. Ambas<br />

afirmam que não há a intenção,<br />

pelo menos por enquanto, <strong>de</strong><br />

tornar o serviço in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Des<strong>de</strong> 2011, a Net vem trabalhando<br />

no Now para oferecer<br />

aos usuários os mais recentes<br />

lançamentos do cinema, aos<br />

programas <strong>de</strong> TV, séries etc.<br />

Depois <strong>de</strong> cinco anos, Alessandro<br />

Maluf, diretor <strong>de</strong> produtos<br />

ví<strong>de</strong>o da América Móvil, afirma<br />

que são mais <strong>de</strong> 35 mil conteúdos,<br />

com <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong><br />

acessos mensais.<br />

Tendência nos Estados Unidos,<br />

Maluf conta que anos antes<br />

do lançamento do Now, a<br />

empresa já estava em um forte<br />

movimento <strong>de</strong> digitalização,<br />

preparando os equipamentos<br />

dos assinantes (<strong>de</strong>codificadores)<br />

para a nova tecnologia. “A partir<br />

daí, na medida em que <strong>de</strong>tectamos<br />

que o mercado já estava<br />

maduro para o lançamento <strong>de</strong><br />

um serviço <strong>de</strong> streaming <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o,<br />

bastou esten<strong>de</strong>r o serviço<br />

para os dispositivos móveis e<br />

computadores disponível para<br />

Net e Claro HDTV”.<br />

A transmissão, afirma Maluf,<br />

não fica ameaçada, porque<br />

cada programação tem seu valor<br />

e sua hora. Maluf explica<br />

que os assinantes Telecine po<strong>de</strong>m<br />

assistir gratuitamente aos<br />

filmes do Telecine, no Now. O<br />

mesmo vale para assinantes da<br />

HBO, Gloob, Multishow, Spor-<br />

TV e Discovery, entre outros.<br />

Esse “atrativo” po<strong>de</strong> ser uma<br />

justificativa para a popularização<br />

do streaming, explica o professor<br />

Arnaut, além da união dos canais<br />

em uma mesma plataforma.<br />

“Muitas pessoas ficam perdidas<br />

ao lidar com tantos canais e plataformas<br />

diferentes. Eu acredito<br />

na união das plataformas, on<strong>de</strong><br />

cada um vai ven<strong>de</strong>r seu conteúdo.<br />

As pessoas querem o mais<br />

simples possível para escolher<br />

um filme, por exemplo”.<br />

Maluf cita algumas tendências<br />

para a TV nos próximos<br />

anos. “Acreditamos muito na importância<br />

e na força da TV, tela<br />

gran<strong>de</strong> e <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>, e estamos<br />

trabalhando para <strong>de</strong>ixá-la<br />

cada vez mais atrativa e cada vez<br />

mais personalizada. É em torno<br />

da TV que a família se reúne para<br />

curtir momentos <strong>de</strong> lazer e entretenimento.<br />

Especialmente em<br />

momentos <strong>de</strong> crise, em que todos<br />

buscam economia e acabam<br />

ficando mais em casa”.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 39


esPeciaL tv fechada<br />

Brastemp, Pomarola e LG ativam<br />

estratégias em canais pagos<br />

FCB Brasil, J. Walter Thompson e Y&R usam a segmentação que o<br />

sistema proporciona para elaborar ações sob medida para clientes<br />

Fotos: Divulgação<br />

A J. Walter Thompson usou os canais fechados para veicular sete filmes produzidos para seu cliente Pomarola<br />

Paulo Macedo<br />

As emissoras <strong>de</strong> sinal fechado,<br />

segundo pesquisa<br />

coor<strong>de</strong>nada pelo Kantar Ibope<br />

Media, vêm ampliando o interesse<br />

dos telespectadores nos<br />

últimos seis anos. Nesse período,<br />

a média <strong>de</strong> 3h10, anotada<br />

em 2010, subiu para 4h59, em<br />

2015, com base nos 15 principais<br />

mercados do país. Oscar<br />

Simões, presi<strong>de</strong>nte da ABTA<br />

(Associação Brasileira <strong>de</strong> Televisão<br />

por Assinatura), faz referência<br />

a uma análise elaborada<br />

pelo instituto Plano CDE, especializado<br />

em estudos antropológicos<br />

nas classes média e<br />

<strong>de</strong> baixa renda, que constatou<br />

que 78% dos núcleos pesquisados<br />

passam a maior parte<br />

do seu tempo livre em casa e<br />

assistindo TV, “sendo que 74%<br />

citam, especificamente, a TV<br />

EstE rEsultado<br />

dEmonstra a<br />

importância<br />

da curadoria<br />

dos contEúdos.<br />

ou sEja, o<br />

consumidor<br />

continua<br />

valorizando a<br />

programação<br />

rEcomEndada<br />

pElos canais”<br />

por assinatura como sendo<br />

uma das formas preferidas <strong>de</strong><br />

entretenimento”.<br />

Simões faz mais consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre o trabalho da Plano<br />

CDE: “Assistir a programas em<br />

canais pagos também é um dos<br />

momentos <strong>de</strong> reunião da família,<br />

segundo 72% dos entrevistados,<br />

ficando atrás apenas<br />

das refeições no lar (79%). Os<br />

pesquisadores perguntaram <strong>de</strong><br />

que maneira a TV paga influencia<br />

na vida <strong>de</strong>ssas pessoas. E as<br />

respostas também apontam a<br />

importância <strong>de</strong>ste meio: para<br />

79%, este veículo oferece opções<br />

culturais para sua família;<br />

para 52%, os canais pagos<br />

ajudam na educação; 47%<br />

afirmam ter adquirido hábitos<br />

mais saudáveis acompanhando<br />

programas da TV paga; enquanto<br />

64% dizem ter aprendido<br />

a elaborar novas opções<br />

alimentares. A pesquisa ouviu<br />

500 assinantes nas cinco regiões<br />

do Brasil, pertencentes às<br />

classes B2 e C (com renda familiar<br />

entre R$ 1,4 mil e R$ 4,4<br />

mil), que representam a maioria<br />

da população brasileira”.<br />

Uma pesquisa realizada pela<br />

Discovery Networks em nove<br />

países, como revela Simões,<br />

“aponta que 81% das pessoas<br />

seguem assistindo à programação<br />

linear <strong>de</strong> TV, mesmo com<br />

outras formas <strong>de</strong> acesso a ví<strong>de</strong>os.<br />

Este resultado <strong>de</strong>monstra<br />

a importância da curadoria<br />

dos conteúdos. Ou seja, o consumidor<br />

continua valorizando<br />

a programação recomendada<br />

pelos canais em cada horário”.<br />

E a diversificação <strong>de</strong> conteúdo<br />

é que configura a essência<br />

das emissoras <strong>de</strong> TV por<br />

assinatura. Com isso em mente,<br />

as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

40 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


A FCB Brasil usou a dança como analogia sensorial para apresentar o novo posicionamento estratégico Sem dúvida, Brastemp para a marca da norte-americana Whirlpool<br />

produzem ações sob medida para esse canal<br />

<strong>de</strong> mídia. A J. Walter Thompson, por<br />

exemplo, <strong>de</strong>senvolveu o case Pomarola.<br />

Com você, dá molho, que ganhou Ouro no<br />

Effie Latam. Ele é composto por sete filmes,<br />

cada um <strong>de</strong>les relacionado ao dos<br />

sabores do sachê <strong>de</strong> Pomarola. A head <strong>de</strong><br />

mídia da agência, a executiva Camila Bertoli,<br />

justifica a estratégia adotada.<br />

“Quem cozinha sabe que o molho po<strong>de</strong><br />

ser o segredo <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong> um prato. A comunicação<br />

<strong>de</strong> Pomarola <strong>de</strong>u vida à marca<br />

em exemplos do dia a dia, para explorar<br />

essa relação <strong>de</strong> confiança entre o produto e<br />

os consumidores. A campanha usa esquetes,<br />

como uma série <strong>de</strong> TV, para mostrar<br />

em diversas situações o que diz a própria<br />

assinatura da comunicação. Analisando<br />

a gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> TV Paga e TV Aberta, e vendo<br />

quais temas <strong>de</strong> programas estão mais presentes<br />

nos canais e com as maiores audiências,<br />

vimos o quanto as pessoas consomem<br />

diferentes tipos <strong>de</strong> assunto, como<br />

culinária, novelas, comportamento, beleza<br />

e <strong>de</strong>coração. No intervalo <strong>de</strong> Superbonita,<br />

no GNT, tínhamos o filme do sachê falando<br />

sobre batom. No <strong>de</strong> novelas no Viva, o filme<br />

mostrava o sachê se emocionando com<br />

as cenas. E assim por diante, mostrando<br />

que o sachê estava conversando não só<br />

com a mulher do filme, mas também com<br />

os temas da programação e traduzindo<br />

para o público-alvo a intimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pomarola<br />

com a sua consumidora”, enfatiza<br />

Camila.<br />

Sem dúvida, Brastemp, a nova assinatura<br />

da marca, criada pela FCB Brasil, teve<br />

campanha multidisciplinar, mas as TVs<br />

por assinatura tiveram papel <strong>de</strong>cisivo na<br />

difusão do novo posicionamento. Joanna<br />

Monteiro, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da<br />

agência, e sua equipe usaram como analogia<br />

a coreografia pas-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ux para materializar<br />

a i<strong>de</strong>ia. “A dança foi o caminho<br />

criativo escolhido, pois, assim como na<br />

arte, são os <strong>de</strong>talhes que guiam as <strong>de</strong>cisões<br />

dos consumidores. E os <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong><br />

Brastemp são pensados para que a experiência<br />

do cliente seja, sem dúvida, extraordinária”,<br />

explica Joanna sobre a renovação<br />

da linguagem mercadológica da marca do<br />

portfólio da Whirlpool.<br />

“A campanha lança o conceito Sem dúvida,<br />

Brastemp <strong>de</strong> um jeito poético. Ela mostra<br />

o sonho e a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter produtos<br />

Brastemp. O antes e o <strong>de</strong>pois. O sensorial<br />

e a experiência real <strong>de</strong> ter uma marca que,<br />

racional e emocionalmente, é a melhor escolha.<br />

Para <strong>de</strong>ixar isso ainda mais claro, no<br />

fim do filme <strong>de</strong>sta love brand, a assinatura<br />

Sem dúvida, Brastemp é coberta por duas<br />

tarjas, <strong>de</strong>ixando o consumidor sem dúvida<br />

alguma na hora <strong>de</strong> escolher uma Brastemp,<br />

até graficamente”, acrescentou Joanna.<br />

“O nosso <strong>de</strong>safio é resgatar o legado e a<br />

superiorida<strong>de</strong> da Brastemp, algo já reconhecido<br />

pelos consumidores, e, ao mesmo<br />

tempo, inovar e conectar a marca com as<br />

tendências e necessida<strong>de</strong>s atuais”, acrescentou<br />

o executivo Renato Firmiano, diretor<br />

<strong>de</strong> marketing da Whirlpool Latin America. A<br />

Brastemp patrocinou os programas Tempero<br />

<strong>de</strong> Família, no GNT; MasterChef Profissionais,<br />

no Discovery Home Health; sessão das<br />

20h no Megapix; The Walkind Dead, na Fox;<br />

e mídia avulsa nos canais Warner, TNT, FOX<br />

Sports, SportTV, Universal e GloboNews.<br />

A Y&R fez ação no canal NatGeo, para<br />

lançar a linha <strong>de</strong> smartphones da LG com<br />

função para registrar filmes com qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> documentário. A agência acompanhou<br />

as gravações do programa Mundo Selvagem,<br />

apresentado pelo biólogo Richard Rasmussen,<br />

na África. Ele utilizou o smartphone da<br />

marca coreana para captar imagens exclusivas<br />

para o produto nos exóticos cenários e<br />

segurando cobras inamistosas.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 41


inspiração<br />

oFErECiMEnTo<br />

aprendizagem, dados e i<strong>de</strong>ias<br />

Fundador do Grupo ABC escreve sobre a importância <strong>de</strong> sempre<br />

estar aberto a novos aprendizados, o "melhor jeito" para estar<br />

aberto a novas inspirações. Para ele, estudar é "ser humil<strong>de</strong>"<br />

e o futuro da propaganda é a junção do big i<strong>de</strong>a com o big data<br />

Nizan Guanaes é fundador<br />

do Grupo ABC<br />

42 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Wildpixel/iStock<br />

NIZAN GUANAES<br />

Especial para o PROPMARK<br />

Tudo po<strong>de</strong> inspirar. Uma pessoa,<br />

uma música, uma imagem, uma<br />

memória, um <strong>de</strong>sejo, a vida. A inspiração,<br />

por isso, vem tanto <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

quanto <strong>de</strong> fora. É preciso buscá-la<br />

do mesmo jeito que ela nos busca. E<br />

estar sempre aberto a novos aprendizados<br />

é o melhor jeito <strong>de</strong> estar<br />

sempre aberto a novas inspirações.<br />

Tudo o que aprendi na escola e na<br />

minha profissão mudou – e mudou<br />

muito. Por isso, tenho <strong>de</strong>dicado<br />

50% do meu tempo hoje a apren<strong>de</strong>r.<br />

Afinal, como já falei, o ponto <strong>de</strong> interrogação<br />

é o meu sinal <strong>de</strong> pontuação<br />

preferido. E, se ainda estou aqui<br />

hoje, isso se <strong>de</strong>ve à minha vonta<strong>de</strong><br />

recorrente <strong>de</strong> me reinventar. Estudar<br />

é ser humil<strong>de</strong>, é admitir que não<br />

se sabe o suficiente. Não <strong>de</strong>vemos<br />

nunca abdicar <strong>de</strong> estudar, <strong>de</strong> fazer<br />

as perguntas. Ainda mais agora.<br />

Felizmente, nossa empresa tem<br />

gente muito competente para tocar<br />

o dia a dia. Por isso, eu <strong>de</strong>dico meu<br />

tempo ao seu futuro e ao futuro <strong>de</strong><br />

meus clientes. Meu job <strong>de</strong>scription<br />

é um papel em branco. É gastar tempo<br />

com coisas que as pessoas ocupadas<br />

como eu não têm tempo. Minha<br />

gran<strong>de</strong> inspiração diária é apren<strong>de</strong>r,<br />

é ir atrás do novo, é estudar.<br />

Quero passar meus dias em lugares<br />

como o Cubo, do Itaú, o Facebook,<br />

o Google. Quero investir<br />

meu tempo fazendo cursos <strong>de</strong> curta<br />

duração em lugares como Harvard,<br />

Stanford ou Singularity. E tenho <strong>de</strong><br />

fato investido nisso. Passei recentemente<br />

uma tar<strong>de</strong> inteira recebendo<br />

coaching <strong>de</strong> um dos Heads globais<br />

da Hyper Island, uma escola sueca<br />

<strong>de</strong> inovação digital que foca em <strong>de</strong>senvolver<br />

a criativida<strong>de</strong>. Um sueco<br />

simpático e brilhante. Perguntei a<br />

ele sobre o futuro da propaganda.<br />

Ele começou a falar sobre dados. Eu<br />

ouvi com interesse, esperando com<br />

ansieda<strong>de</strong> quando ele começaria a<br />

falar sobre o futuro da propaganda.<br />

Para, finalmente, cair a ficha que<br />

o futuro da propaganda são os dados.<br />

É a junção da big i<strong>de</strong>a com o big<br />

data.<br />

Já tinha ouvido isso antes; é fácil<br />

enten<strong>de</strong>r e repetir essa frase como<br />

uma platitu<strong>de</strong>. Mas não é trivial enten<strong>de</strong>r<br />

a extensão <strong>de</strong> como isto está<br />

se dando e se dará cada vez mais no<br />

nosso mercado.<br />

Eu sempre digo que é mais fácil<br />

enten<strong>de</strong>r o futuro do que aceitá-<br />

-lo. Portanto, se você quer saber pra<br />

on<strong>de</strong> vai o futuro, follow the data.<br />

Não há nada mais inspirador do<br />

que informação e formação.<br />

O sinal <strong>de</strong> pontuação preferido<br />

Imagens diversas mostram o ponto <strong>de</strong> interrogação, o sinal<br />

<strong>de</strong> pontuação preferido do publicitário Nizan Guanaes,<br />

que é utilizado em todas as formas <strong>de</strong> escritas <strong>de</strong> origem<br />

romana. É um sinal que sempre indica procura por uma<br />

resposta. “Estudar é ser humil<strong>de</strong>, é admitir que não se sabe o<br />

suficiente. Não <strong>de</strong>vemos nunca abdicar <strong>de</strong> estudar, <strong>de</strong> fazer<br />

as perguntas. Ainda mais agora”, ressalta Guanaes<br />

Carlacastagno/iStock cyano66/iStock<br />

Vaniatos/iStock<br />

Neste último ano, conquistamos muita coisa para construir a mais<br />

completa plataforma <strong>de</strong> mídia urbana do out of home brasileiro.<br />

MetrôRio<br />

Metrô Bahia<br />

VLT Carioca<br />

Linha Amarela do Metrô <strong>de</strong> São Paulo<br />

SuperVia no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Novos ativos na CPTM<br />

Novos shoppings<br />

Agora só falta uma conquista<br />

para fecharmos o ano.<br />

Vote Eletromidia<br />

no Caboré <strong>2016</strong>.<br />

Veículo <strong>de</strong> Comunicação:<br />

Plataforma <strong>de</strong> mídia.<br />

Vem com a gente: eletromidia.com.br<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 43


quem fez<br />

Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />

SequeStro<br />

Garfield, o gato mais mal-humorado do mundo,<br />

que o<strong>de</strong>ia as segundas-feiras (só ele?) e<br />

ama lasanhas, invadiu a página do Facebook<br />

da Seara e só vai abandonar seu posto <strong>de</strong> hacker<br />

quando receber o resgate <strong>de</strong> 10 mil lasanhas.<br />

A campanha, criada pela Sunset, aposta<br />

no engajamento do público.<br />

SuNSet<br />

seara<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Garfield - Invasão; produto: lasanha; direção<br />

<strong>de</strong> criação: Guto Cappio e Rafael Guaranha;<br />

criação: Marilia Rollemberg, Isabela Goméz, Maria<br />

Laura Vidigal, Lilian Rampazzo e Henrique Leite;<br />

produtora: Paws Incorporated; aprovação do<br />

cliente: Fabiola Menezes, Tannia Fukuda, Tiago Soares,<br />

Veridiana Lemos e Yuri Nodario.<br />

au-aula<br />

A nova campanha <strong>de</strong> Pedigree faz uma<br />

comparação entre humanos e cachorros<br />

em uma escola infantil. Com a expressão:<br />

“Cachorros são como pessoas. Mas nem<br />

sempre”, os filmes criados para divulgar o<br />

site abcdogs.com.br mostram que os cães<br />

têm necessida<strong>de</strong>s especiais.<br />

almapbbdo<br />

peDigree<br />

Título: Dog Day Care; produto: institucional; diretor<br />

<strong>de</strong> criação: André Gola, Pernil; criação:<br />

Ana Conrado e Fabio Cer<strong>de</strong>ira; produtora <strong>de</strong> filme:<br />

Hungry Man; direção <strong>de</strong> cena: Ricardo<br />

Mehedff; produtora <strong>de</strong> som: Cabaret; aprovação<br />

do cliente: Leonid Sudakov, David Griffin, Marina<br />

Sachs, Daniel Cal<strong>de</strong>roni, Valdir Nascimento, Fernando<br />

Manoel e Rafaela Kazaoka.<br />

Diferença<br />

Para se opor às mensagens <strong>de</strong> medo e ódio<br />

contra o que é diferente, a Ben & Jerry’s UK<br />

criou o manifesto One Sweet World. A animação<br />

mostra outras frutas sendo discriminadas<br />

em um mundo <strong>de</strong> limões. A peça termina<br />

com a assinatura: Nós não vivemos em um<br />

mundo <strong>de</strong> um único sabor.<br />

Nice aNd SeriouS<br />

Ben & Jerry's<br />

Título: One Sweet World; produto: institucional; diretor<br />

<strong>de</strong> criação: Tom Tapper; criação: Christopher<br />

Ross-Kellman; diretor <strong>de</strong> animação: Luke Marsh;<br />

redação: Tom Tapper, Gleb Toropov e Christopher<br />

Ross-Kellman; produção <strong>de</strong> animação: Kilogramme;<br />

compositor: Ben Cocks; produtora <strong>de</strong> som:<br />

A<strong>de</strong>lphoi Music.<br />

44 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


onipreSente<br />

Para <strong>de</strong>stacar os serviços prestados pelo Bra<strong>de</strong>sco Prime,<br />

a WMcCann criou uma campanha estrelada pelo jornalista<br />

Pedro Andra<strong>de</strong>, que compõe a bancada do Manhattan<br />

Connection, na GloboNews. No filme, com produção da O2<br />

Filmes e direção <strong>de</strong> cena <strong>de</strong> Rodrigo Pesavento, o apresentador<br />

<strong>de</strong>staca os serviços oferecidos pelo banco, como<br />

atendimento personalizado, consultoria <strong>de</strong> investimentos<br />

e serviços internacionais, e dá a dica sobre sua instituição<br />

financeira no Brasil, que, para acompanhar o ritmo <strong>de</strong>le,<br />

precisa ficar por perto mesmo quando ele estiver longe, já<br />

que ele po<strong>de</strong> estar cada dia em um lugar. Além do filme,<br />

que será veiculado em TV aberta e fechada e em salas <strong>de</strong><br />

cinema, a campanha conta com mídia digital e impressa,<br />

além <strong>de</strong> spots <strong>de</strong> rádio.<br />

WmccaNN<br />

BraDesco<br />

Título: Personalida<strong>de</strong> - Pedro Andra<strong>de</strong>; produto: Bra<strong>de</strong>sco Prime;<br />

direção <strong>de</strong> criação: Eiji Kozaka e Marcelo Con<strong>de</strong>; criação: Eduardo<br />

Ferraz e Ryan Bussi; produtora do filme: O2 Filmes; diretor <strong>de</strong><br />

cena: Rodrigo Pesavento; produtora <strong>de</strong> som: Tesis; aprovação do<br />

cliente: Marcio Parizotto, Daniela Ugayama e Cristiane Timpane.<br />

Bagunça<br />

Quem tem gatos em casa sabe<br />

que os bichanos adoram<br />

enfeites <strong>de</strong> Natal. Para <strong>de</strong>struir,<br />

claro. Mostrando que<br />

enten<strong>de</strong> do comportamento<br />

felino, a marca <strong>de</strong> petiscos<br />

Temptations fez um experimento:<br />

soltou 22 gatinhos em<br />

uma sala cheia <strong>de</strong> árvores,<br />

luzinhas, trenzinhos <strong>de</strong> brinquedo...<br />

O resultado é <strong>de</strong>sesperador.<br />

adam&eveddb<br />

Mars petcare Us<br />

Título: Keep Them Busy; produto:<br />

Temptations; diretores executivos<br />

<strong>de</strong> criação: Ben Tollette<br />

e Richard Brim; produtora <strong>de</strong> filme:<br />

Rogue Films; direção <strong>de</strong> cena:<br />

Sam Brown; produtora <strong>de</strong><br />

áudio: Factory; aprovação do<br />

cliente: Denise Truelove e Arren<br />

Beach.<br />

Estão Abertas as inscrições ao Prêmio Colunistas São Paulo<br />

<strong>2016</strong>! Não perca tempo! Faça a inscrição da sua agência!<br />

INSCRIÇÕES<br />

VITOR SOUZA - VITORSZ@GMAIL.COM - CELULAR: 98150-8474<br />

NANNY LIMA - NANNY@EDITORAREFERENCIA.COM.BR - TEL.: (11) 2065-0753<br />

Acesse: www.colunistas.com<br />

Patrocínio:<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 45


STORYTELLER<br />

Bruno Valença<br />

As ratazanas<br />

apoteóticas<br />

Rosa Magalhães foi uma das<br />

responsáveis pelas festas olímpicas<br />

que encantaram o mundo<br />

LuLa Vieira<br />

Brasil <strong>de</strong>ve muito a Rosa Magalhães. Foi<br />

O ela uma das responsáveis pelas festas<br />

olímpicas que encantaram o mundo. E todo<br />

ano <strong>de</strong>slumbra a plateia com os mais requintados<br />

<strong>de</strong>sfiles <strong>de</strong> Carnaval. Com toda razão,<br />

ela é uma celebrida<strong>de</strong> no universo do espetáculo.<br />

Entre as suas inúmeras e gloriosas características<br />

está a <strong>de</strong> ser uma extraordinária<br />

contadora <strong>de</strong> histórias. Não inventadora <strong>de</strong><br />

histórias, vejam bem, mas contadora <strong>de</strong> fatos<br />

que ela viveu ou esteve por perto quando<br />

aconteceram.<br />

Outro dia, dando uma olhada em velhas<br />

fotos, encontrei um flagrante da Rosa, em minha<br />

casa, cercada por gente embevecida, revivendo<br />

um fato ocorrido nos bastidores das<br />

gravações da minisérie O Tempo e o Vento, para<br />

a Re<strong>de</strong> Globo.<br />

Segundo seu (<strong>de</strong>la) relato, uma <strong>de</strong>terminada<br />

passagem do roteiro exigia a participação<br />

<strong>de</strong> tinta ratos. Eu escrevi exatamente<br />

isso: tinta ratos. Trinta ratos, cacete! Profissional<br />

como toda gran<strong>de</strong> produtora, Rosa<br />

venceu o nojo e o medo, chamou a equipe e<br />

comandou a busca e apreensão <strong>de</strong> três <strong>de</strong>zenas<br />

<strong>de</strong> roedores, como se fosse a mais pura<br />

rotina.<br />

Foi um <strong>de</strong>us nos acuda, mas em algumas<br />

horas a produção, orgulhosa, já tinha engaiolado<br />

o número necessário <strong>de</strong> bichos e comunicado<br />

ao Paulo José, o diretor, que os roedores<br />

estavam prontos. Não é que o cara resolve<br />

não gostar da cor dos ratos? Quero ratos cinza,<br />

disse ele. Rato preto é muito chinfrin, não<br />

compõe bem a cena.<br />

Numa hora <strong>de</strong>ssas, não se discute com o<br />

diretor. Se ele acha que rato tem <strong>de</strong> ser cinza,<br />

rato bom é rato cinza e acabou a conversa.<br />

E aí, o que fazer? Rosa resolveu apelar para a<br />

criativida<strong>de</strong>: pintou, ou melhor, grafitou os<br />

ratos.<br />

Mandou buscar (não me pergunte on<strong>de</strong>)<br />

alguns quilos <strong>de</strong> grafite em pó e maquiou os<br />

ratinhos um a um, dando a eles uma elegante<br />

coloração cinza-prata, com qualida<strong>de</strong> global.<br />

O único problema é que, por uma razão<br />

qualquer, rato é alérgico a grafite. Em algumas<br />

horas, os ratinhos começaram a morrer,<br />

talvez a se suicidar <strong>de</strong> vergonha, sabe-se lá.<br />

O fato é que o elenco foi se <strong>de</strong>sfalcando<br />

pouco a pouco. Claro que ninguém tinha coragem<br />

<strong>de</strong> dizer para o Paulo José que, se ele<br />

<strong>de</strong>morasse a gravar a cena, iria faltar rato no<br />

Projac e adjacências. Não se aporrinha diretor<br />

com questões menores.<br />

Sendo assim, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> prolongada discussão,<br />

ficou estabelecido que iriam manter os<br />

ratos na cor natural até a hora <strong>de</strong> entrar em<br />

cena e só neste momento dariam o banho <strong>de</strong><br />

pó <strong>de</strong> grafite.<br />

Assim, caso o artista roedor morresse, seria<br />

após a atuação. O verda<strong>de</strong>iro sacrifício<br />

pela arte, embora um pouco forçado pelas<br />

circunstâncias.<br />

Um integrante da equipe, portanto, foi nomeado<br />

pastor <strong>de</strong> rato, encarregado <strong>de</strong> vigiar o<br />

rebanho, outro ficou a postos para acinzentá-<br />

-los quando necessário.<br />

Pois bem, após um dia inteiro <strong>de</strong> espera,<br />

Paulo José <strong>de</strong>sistiu da cena dos ratos. Em outras<br />

palavras, a figuração roedora estava dispensada.<br />

Problema: o que fazer com aquele bando<br />

<strong>de</strong> ratos engaiolados? Rosa, meio puta da vida,<br />

sentenciou: tendo sido os artistas dispensados,<br />

a regra mandava agra<strong>de</strong>cer pela ajuda<br />

e provi<strong>de</strong>nciar condução para casa. O que, no<br />

caso da maioria dos ratos, era o esgoto mais<br />

próximo.<br />

Agora vocês imaginem um rebanho <strong>de</strong> ratos<br />

solto em plena cida<strong>de</strong> cenográfica. Meta<strong>de</strong><br />

da Globo <strong>de</strong>smaiou <strong>de</strong> susto.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />

Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />

radialista, escritor, editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

46 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Escolhido pelos votos <strong>de</strong> 1.500 Marketing<br />

Experts <strong>de</strong> todo o Brasil e pelo júri da<br />

premiação composto por jornalistas e<br />

por membros da Abramark - Aca<strong>de</strong>mia<br />

Brasileira <strong>de</strong> Marketing, Walter Longo,<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Grupo Abril, receberá o<br />

Prêmio Marketing Citizen <strong>2016</strong> como<br />

executivo que, pela qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

atuação e excelência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,<br />

converte-se em exemplo a ser reverenciado<br />

e reconhecido por todos os <strong>de</strong>mais<br />

profissionais <strong>de</strong> marketing do País.<br />

UM PRÊMIO DA EDITORA REFERÊNCIA<br />

Realização: MadiaMundoMarketing - 11 3065-6448<br />

Apoio: Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing e RaeMP.<br />

SAIBA MAIS: marketingbest.com.br


mundo digital<br />

LongQuattro/iStcock<br />

o negócio das startups<br />

e dos iPos - Parte i<br />

Nesta primeira parte, vamos lembrar <strong>de</strong><br />

alguns IPOs que <strong>de</strong>ram e não <strong>de</strong>ram certo<br />

Rafael Sampaio<br />

negócio digital tem características da<br />

O hiteconomy, na qual alguns vencedores<br />

ganham muito, mas a maioria oscila entre<br />

a mediocrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados e o fracasso.<br />

Outros setores <strong>de</strong> negócios, como o cinema<br />

e o show business, têm esse viés e os poucos<br />

sucessos são os emuladores do todo,<br />

pois o esforço é, evi<strong>de</strong>ntemente, o <strong>de</strong> mimetizar<br />

as fórmulas que dão certo. No caso<br />

do digital, há dois elementos que têm estimulado<br />

certo <strong>de</strong>scolamento da lógica habitual<br />

dos negócios e um excesso <strong>de</strong> aposta<br />

em um futuro não muito garantido, com<br />

sucessivas propostas disruptivas da or<strong>de</strong>m<br />

natural das coisas – como a oferta <strong>de</strong> serviços<br />

gratuitos ou a um valor inferior aos<br />

padrões do mercado.<br />

Esses dois elementos são os investimentos<br />

através <strong>de</strong> venture capital e dos IPOs,<br />

ambos com forte viés especulativo e uma<br />

boa dose <strong>de</strong> fator lotérico, pois se espera<br />

que o enorme sucesso <strong>de</strong> alguns casos<br />

compense as perdas em diversos outros.<br />

Isso leva a uma maior preocupação com o<br />

mercado financeiro do que com o mercado<br />

real por parte <strong>de</strong> muitas iniciativas do digital,<br />

estruturadas mais com o objetivo <strong>de</strong><br />

inovar e revolucionar do que aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

forma consistente e lucrativa uma <strong>de</strong>manda<br />

dos consumidores. Em outros casos, fica<br />

evi<strong>de</strong>nte que se preten<strong>de</strong> absorver uma<br />

parte importante da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> um<br />

setor, mas sem oferecer um “serviço” correspon<strong>de</strong>nte,<br />

ou seja, há o claro objetivo <strong>de</strong><br />

fazer o provedor do bem ou serviço trabalhar<br />

por um valor menor que vinha fazendo<br />

tradicionalmente ou <strong>de</strong> levar o próprio<br />

consumidor a oferecer alguma coisa por<br />

preço zero.<br />

Em coluna anterior, comentei que o digital<br />

está, em diversos casos, gerando uma<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “<strong>de</strong>s-valor”, prejudicando setores<br />

tradicionais sem necessariamente criar novas<br />

riquezas. Na próxima coluna abordarei<br />

o fenômeno dos start-upshiper valorizados.<br />

Nesta primeira parte, vamos lembrar<br />

<strong>de</strong> alguns IPOs que <strong>de</strong>ram e não <strong>de</strong>ram certo.<br />

O primeiro gran<strong>de</strong> sucesso do digital foi<br />

o AOL, em 1992, com IPO gerando US$ 11,5<br />

por ação, que chegou em 1999 ao pico <strong>de</strong><br />

US$ 90, fez a histórica fusão em 2000 com<br />

a Time Warner, negócio que não <strong>de</strong>u certo<br />

e levou à separação das duas em 2009. Mas<br />

a AOL terminou sendo vendida para a Verizon,<br />

em 2015, por US$ 50 a ação. Em 1996,<br />

a Yahoo! surpreen<strong>de</strong>u lançando sua IPO a<br />

54 cents por ação, que subiram para impressionantes<br />

US$ 1,375 no fim do primeiro<br />

dia, superando o valor <strong>de</strong> mercado da histórica<br />

General Motors. Mas o sonho terminou<br />

com a venda, em <strong>2016</strong>, por US$ 39,38 a<br />

ação, para a mesma Verizon.<br />

O Facebook viveu seus primeiros três<br />

anos <strong>de</strong> aplicações <strong>de</strong> venture capital. Em<br />

2012 seu muito esperado IPO estava previsto<br />

para captar US$ 45 por ação, que terminou<br />

sendo vendida por US$ 38,20 e uma semana<br />

<strong>de</strong>pois estava a US$ 26,80. Hoje está<br />

na faixa <strong>de</strong> US$ 120, principalmente graças<br />

aos resultados dos últimos anos. Em 2013,<br />

arrecadou um total <strong>de</strong> US$ 7,9 bilhões em<br />

receitas, contra US$ 5,08 bilhões <strong>de</strong> 2012.<br />

O lucro líquido alcançou US$ 1,5 bilhão em<br />

2013, ante os US$ 53 milhões <strong>de</strong> 2012, quase<br />

nada diante dos US$ 16 bilhões levantados<br />

no IPO. É a 5ª maior empresa <strong>de</strong> mídia do<br />

mundo (dados <strong>de</strong> 2015) e junto com o Google<br />

forma o duopólio que domina o digital,<br />

à custa do massacre <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares<br />

<strong>de</strong> operações digitais que patinam e<br />

tantas outras que nunca <strong>de</strong>colaram.<br />

O IPO do Google foi <strong>de</strong> US$ 100 por ação<br />

em 2005 - valia US$ 600, em 2012; US$ 800,<br />

em 20<strong>14</strong>; e estava na faixa <strong>de</strong> US$ 780, em<br />

outubro <strong>de</strong> <strong>2016</strong>. Foi a maior empresa mundial<br />

<strong>de</strong> mídia em 2015, com US$ 60 bilhões<br />

<strong>de</strong> receita, e talvez faça US$ 80 bi este ano,<br />

com previsão <strong>de</strong> US$ 20 bi <strong>de</strong> lucro. Mas<br />

está sob cerrado ataque <strong>de</strong> governos ao redor<br />

do mundo e até do G20, por evasão <strong>de</strong><br />

impostos, e começa a enfrentar processos<br />

para combater sua enorme concentração<br />

<strong>de</strong> mercado. É o megassucesso do digital,<br />

mas tem pés <strong>de</strong> barro, pela evasão fiscal,<br />

<strong>de</strong>sconfiança em relação a seu real impacto<br />

e “exploração” das <strong>de</strong>mais mídias.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

48 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


FESTIVAL<br />

MUNDIAL<br />

DEPUBLICIDADE<br />

DEGRAMADO<br />

VENHA DISCUTIR E FAZER<br />

A DIFERENÇA NO FUTURO<br />

DA PROPAGANDA.<br />

VEM AÍ O 21º FESTIVAL MUNDIAL<br />

DE PUBLICIDADE DE GRAMADO.<br />

UM FESTIVAL PARA VER, OUVIR<br />

E FALAR SOBRE A DIFERENÇA.<br />

DE 7 A 9 DE JUNHO DE 2017<br />

INSCRIÇÕES PELO SITE A PARTIR DE DEZEMBRO:<br />

FESTIVALGRAMADO.COM.BR


agêNcias<br />

Nova Fischer<br />

é consultoria<br />

estratégica que<br />

faz propaganda<br />

Após um período <strong>de</strong> cinco anos fora da<br />

Fischer, quando se envolveu com a<br />

organização do festival SWU, Eduardo<br />

Fischer retornou à agência que leva<br />

seu nome em 2013. Nesse período, priorizou a<br />

reorganização do negócio, que enfrentou problemas<br />

estruturais e ficou sob ameaça. O momento é<br />

favorável e a Fischer já acumula cases como o do<br />

Banco Original, uma startup que nasceu do zero e<br />

rapidamente construiu reputação e branding com<br />

propaganda. A marca Vigor é outro exemplo usado<br />

por Fischer para falar da revitalização da marca.<br />

“Busco a essência <strong>de</strong> hoje no passado da agência”,<br />

ele explica, com planos <strong>de</strong> vê-la listada entre as cinco<br />

maiores agências do país. Leia abaixo os principais<br />

trechos da entrevista com Eduardo Fischer.<br />

Paulo MaCEDo<br />

Novo braNdiNg<br />

Quando voltei para o comando<br />

da empresa, tentei focar como<br />

priorida<strong>de</strong> fazer a Fischer atual o<br />

que ela foi por 30 anos. Além <strong>de</strong><br />

resgatar, estabelecer uma nova<br />

proposta para o mercado que<br />

está em busca <strong>de</strong> novas concepções.<br />

Os três alicerces são: resgatar<br />

o DNA que sempre foi criar<br />

conteúdos, projetos e estratégias<br />

capazes <strong>de</strong> gerar resultados,<br />

como fizemos para a Telesp Celular<br />

com o projeto Baby, Credicard,<br />

Honda, Nova Schin, Banco<br />

do Brasil, Skol e Brahma. A Caixa<br />

Econômica era uma autarquia<br />

pública que ninguém reconhecia<br />

como banco, mas, após 12<br />

anos, foi reconhecida como top<br />

of mind na categoria, à frente do<br />

Itaú e Bra<strong>de</strong>sco; o segundo é a integração<br />

dos processos, uma referência<br />

ao posicionamento comunicação<br />

total que já tivemos;<br />

e, finalmente, trabalhar como<br />

uma consultoria estratégica no<br />

cliente que faz propaganda. Em<br />

resumo, a Fischer é um grupo <strong>de</strong><br />

comunicação integrado que vem<br />

resgatando a essência <strong>de</strong> busca<br />

por resultados em todas as plataformas<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

O plano <strong>de</strong> Eduardo Fischer é crescer a operação da agência e vê-la listada entre as cinco maiores do<br />

Piloto<br />

Eu tive <strong>de</strong> voltar à operação.<br />

Costumo dizer que, se o Mickey<br />

Mouse não estiver na Disney,<br />

por mais que o mundo tenha<br />

brinquedos <strong>de</strong> quinta geração,<br />

a Disney per<strong>de</strong> a graça. Fizemos<br />

o primeiro bran<strong>de</strong>d content da<br />

propaganda brasileira para a Vicunha<br />

com o projeto Expresso<br />

Brasil, que foi um interprograma<br />

entre o Jornal Nacional e a<br />

novela 3, com 90 segundos <strong>de</strong><br />

duração, que contava o dia a dia<br />

dos brasileiros com os personagens<br />

das novelas brasileiras, escrito<br />

por mim e autores como a<br />

Janete Clair e o Dias Gomes. E<br />

o primeiro relationship marketing,<br />

ou brand experience, o<br />

Camarote Nº 1 da Brahma, no<br />

Sambódromo do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Sempre provoquei o nosso time<br />

para a busca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias inovadoras<br />

e soluções <strong>de</strong> resultados.<br />

Não tínhamos smartphones<br />

e re<strong>de</strong>s sociais, mas fazíamos<br />

comunicação total com conteúdos<br />

customizados, promoções<br />

e projetos especiais.<br />

Estratégia<br />

Colocar a Fischer entre as cinco<br />

maiores agências do Brasil e<br />

ser a lí<strong>de</strong>r entre as marcas nacionais.<br />

Nosso foco é mostrar que<br />

propaganda ven<strong>de</strong>. Voltei em<br />

um momento que se questiona<br />

muito a eficácia da propaganda.<br />

O slogan Isso é Fischer é para<br />

provar que propaganda ven<strong>de</strong>,<br />

mas quando é feita com serieda<strong>de</strong>.<br />

O Banco Original, que nasceu<br />

do zero, é um exemplo <strong>de</strong><br />

uma startup que <strong>de</strong>u certo com<br />

boa propaganda.<br />

digital<br />

A Gessy-Lever criou várias<br />

radionovelas. Mas, elas acabaram<br />

e a chegada das novelas à<br />

televisão parecia uma revolução.<br />

A TV era em preto e branco,<br />

e o lançamento da cor mudou<br />

a forma <strong>de</strong> criar. O digital amplia<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />

porque passamos a ter milhares<br />

<strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> conteúdo que<br />

po<strong>de</strong>m ser feitos pelos próprios<br />

consumidores. Mas, 99% do que<br />

se vê no YouTube não tem qualida<strong>de</strong>.<br />

Discutimos o 1% que é<br />

eficientíssimo nessa plataforma<br />

para continuar fazendo girar a<br />

roda da economia. Ao observarmos<br />

a eficiência do digital, com<br />

a distribuição dos novos conteúdos<br />

e a multiplicação das mídias,<br />

constatamos que o mundo<br />

se multifacetou e ficou pequeno<br />

50 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


mercado brasileiro com expertise dos consumidores e linguagem local<br />

ao mesmo tempo. A criação exige<br />

iconografias universais para<br />

o dia a dia da propaganda. Não<br />

fazíamos isso, trabalhávamos<br />

com a informação regional e<br />

nacional. Apesar da revolução,<br />

como na época da TV a cores,<br />

a criativida<strong>de</strong> está em cima <strong>de</strong><br />

tudo. A força da i<strong>de</strong>ia, adaptada<br />

a uma nova plataforma, é soberana.<br />

Quando se tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

construir plataformas icônicas,<br />

<strong>de</strong> conceitos e <strong>de</strong> estratégia, que<br />

bom que o digital está disponível<br />

porque ele prolifera muito mais.<br />

MultiPlataForMa<br />

A Fischer nasceu multiplataforma<br />

e permanecemos assim<br />

até hoje. Surfávamos no século<br />

20, mas com um pé no 21.<br />

Alê Oliveira<br />

“O slOgan ‘IssO<br />

é FIscher’ é<br />

para prOvar<br />

que prOpaganda<br />

ven<strong>de</strong>, mas<br />

quandO FeIta<br />

cOm serIeda<strong>de</strong>. O<br />

BancO OrIgInal<br />

é um exemplO <strong>de</strong><br />

uma startup que<br />

<strong>de</strong>u certO cOm BOa<br />

prOpaganda”<br />

rEorgaNização<br />

É como no filme Resgatando<br />

Soldado Ryan. Estou resgatando<br />

soldados e buscando novos<br />

talentos, mas todos multiplatafórmicos,<br />

conectados e com<br />

a percepção da importância<br />

da integração dos processos.<br />

O Jairo Soares comanda a operação,<br />

mas teve a experiência<br />

<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r, atuar na mídia<br />

e compreen<strong>de</strong>r a inovação. A<br />

criação teve mudanças e quem<br />

chegou é ligado em bran<strong>de</strong>d<br />

content, além do André Pedroso<br />

e André Figueiredo, ambos<br />

muito experientes. No planejamento,<br />

área que requer soli<strong>de</strong>z,<br />

trouxe a Ira Finkelstein,<br />

que trabalhou na Natura e na<br />

Johnson & Johnson e, consequentemente,<br />

traz uma visão<br />

<strong>de</strong> cliente à agência, mas com<br />

uma equipe jovem. O Reginaldo<br />

Ferrante, que trabalhou na<br />

Fischer durante nove anos, volta<br />

com o seu olhar <strong>de</strong> inovação,<br />

digital e promoções. O Dado<br />

Lancelotti está no comando da<br />

Total On Demand. As <strong>de</strong>mais<br />

empresas do grupo são a Alquimia<br />

e a Gogoland, que vai<br />

ganhar o reforço nas próximas<br />

semanas <strong>de</strong> uma nova empresa<br />

digital que estamos finalizando<br />

a compra. O Yuri Aizemberg coor<strong>de</strong>na<br />

o atendimento.<br />

PaPEl<br />

Meu foco principal é 100% em<br />

estratégia e criação. Como sempre<br />

foi. Trabalho com estagiários,<br />

diretores <strong>de</strong> arte e o pessoal<br />

do planejamento, não faço distinção.<br />

Mas, ligado aos gran<strong>de</strong>s<br />

projetos. O dia a dia fica com os<br />

diretores <strong>de</strong> criação. Temos um<br />

comitê estratégico, comandado<br />

por mim, que se reúne semanalmente<br />

para revisar conceitos,<br />

posicionamentos, oportunida<strong>de</strong>s,<br />

cross selling, clientes, novos<br />

negócios e gran<strong>de</strong>s campanhas.<br />

O reencontro com a profissão,<br />

neste momento que se discute<br />

o futuro do negócio, consi<strong>de</strong>ro<br />

benéfico. Estou feliz com minha<br />

volta às raízes e por constatar<br />

que ainda tenho jeito para isso.<br />

PlaNo dE NEgócios<br />

Crescer, ganhar contas e ajudar<br />

os nossos clientes nos seus<br />

projetos.<br />

Marca brasilEira<br />

Patenteamos no passado<br />

a marca Glocal, que significa<br />

ser globalizado com expertise<br />

local. Somos um dos últimos<br />

moicanos, mas ser 100% nacional<br />

é uma oportunida<strong>de</strong> em<br />

um país tão gran<strong>de</strong> como o Brasil.<br />

Antes dizíamos que o país<br />

comportava cinco brasis; hoje o<br />

Nor<strong>de</strong>ste abriga vários nor<strong>de</strong>stes.<br />

O Brasil é multifacetado,<br />

mo<strong>de</strong>rno em linha com o pensamento<br />

digital. Nem sempre o<br />

que dá certo em São Paulo vai<br />

dar certo no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

A raiz brasileira ajuda nessa<br />

compreensão. As multinacionais<br />

também sabem enten<strong>de</strong>r a<br />

diversida<strong>de</strong> brasileira.<br />

co-braNdiNg<br />

Já tivemos parceria com a<br />

Y&R. Por isso não digo que<br />

<strong>de</strong>ssa água não beberei. A nossa<br />

capacida<strong>de</strong> está direcionada<br />

para o Brasil, para clientes locais<br />

e multinacionais. Somos<br />

especialistas em Brasil e nos<br />

consumidores brasileiros. Somos<br />

especialistas em Brasil e<br />

nos consumidores brasileiros.<br />

Nosso conhecimento ajudou a<br />

Vigor a conquistar a li<strong>de</strong>rança<br />

do segmento, batendo rivais<br />

como a Nestlé e a Danone. É<br />

uma marca brasileira que saiu<br />

<strong>de</strong> um faturamento inferior a<br />

R$ 1 bilhão e hoje contabiliza<br />

R$ 6 bilhões.<br />

ForMa<br />

Temos o sistema 3Fs que<br />

a Ira Finkelstein explica melhor.<br />

“O processo foi elaborado<br />

para facilitar todos os <strong>de</strong>partamentos<br />

e agências do grupo<br />

nas três etapas fundamentais<br />

<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> branding e<br />

plataforma <strong>de</strong> comunicação:<br />

1) Face the Truth - através da<br />

Auditoria <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>ia, investigamos<br />

profundamente a performance<br />

da marca junto a<br />

consumidores, não consumidores<br />

e <strong>de</strong>mais stakehol<strong>de</strong>rs,<br />

em todos os pontos <strong>de</strong> contato,<br />

culminando na Real Verda<strong>de</strong><br />

da Marca; 2) Find the Feeling<br />

- somos todos movidos por<br />

sentimentos e emoções, e encontrar<br />

o Sentimento capaz <strong>de</strong><br />

provocar a Simbiose Perfeita<br />

entre a marca e o consumidor<br />

é o <strong>de</strong>safio que respon<strong>de</strong>mos<br />

com essa nossa metodologia<br />

proprietária <strong>de</strong> planejamento<br />

<strong>de</strong> marca; 3) Fullfill the Experience<br />

- nessa etapa, focamos<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento da Plataforma<br />

<strong>de</strong> Comunicação Total,<br />

que dará vida a nosso Big Feeling<br />

através <strong>de</strong> um conjunto inteligente<br />

<strong>de</strong> meios, mensagens<br />

e pontos <strong>de</strong> contato, que está<br />

proporcionando uma experiência<br />

única <strong>de</strong> marca.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 51


agências<br />

DM9DDB se consolida como<br />

prestadora <strong>de</strong> serviços integrados<br />

Paulo Queiroz atribui resultados aos esforços exigidos pelo ano difícil;<br />

executivo acredita também que houve evolução em social media<br />

Vinícius noVaes<br />

Paulo Queiroz, presi<strong>de</strong>nte<br />

da DM9DDB, afirma que<br />

“os <strong>de</strong>safios impostos por<br />

<strong>2016</strong> mudaram a agência para<br />

melhor, com mais foco em<br />

criação e resultados comprovados<br />

através dos dados”.<br />

Para ele, <strong>2016</strong> foi difícil, mas<br />

a dificulda<strong>de</strong> acabou dando<br />

forças à empresa. “Foi um ano<br />

em que nos consolidamos como<br />

uma agência <strong>de</strong> serviços<br />

integrados e também evoluímos<br />

muito em social media”.<br />

E Queiroz tem mesmo motivos<br />

para comemorar. Neste<br />

ano, a agência conquistou<br />

contas importantes, como<br />

Hipoglós, Aveeno e a parte digital<br />

do McDonald’s da América<br />

Latina. Mais recente, a<br />

DM9DDB tornou-se responsável<br />

pela comunicação <strong>de</strong> três<br />

marcas <strong>de</strong> cervejas: Bohemia,<br />

Serramalte e Original.<br />

Bohemia, por exemplo,<br />

já fez parte do portfólio da<br />

agência, entre 1998 e 2011.<br />

“Estamos muito felizes com<br />

o retorno da marca e ainda<br />

mais com a vinda <strong>de</strong> Original e<br />

Serramalte. A DM9 tem longa<br />

história com a Ambev e com a<br />

Bohemia. Fomos os responsáveis<br />

pela criação do segmento<br />

premium através <strong>de</strong> Bohemia<br />

há alguns anos”, afirmou o<br />

executivo.<br />

Outra novida<strong>de</strong> na<br />

DM9DDB este ano foi o retorno<br />

<strong>de</strong> Vicente Varela, que será<br />

o VP <strong>de</strong> inteligência digital. “O<br />

Vicente é um excelente executivo,<br />

com uma ampla visão <strong>de</strong><br />

negócios e é um especialista<br />

digital, sobretudo em mídia<br />

programática. Acreditamos<br />

que esta disciplina <strong>de</strong> alta performance<br />

vai crescer exponencialmente<br />

e vai ocupar a<br />

maioria dos negócios digitais<br />

nos próximos anos”, afirmou<br />

Queiroz.<br />

De acordo com o presi<strong>de</strong>nte<br />

da DM9DDB, ainda haverá ou-<br />

Paulo Queiroz: “DM9 foi reconhecida pela Agency Scope como agência brasileira com o melhor serviço <strong>de</strong> mídia programática”<br />

“Um mUndo<br />

<strong>de</strong> dados<br />

organizados<br />

torna Uma<br />

estratégia<br />

<strong>de</strong> comUnicação<br />

mais certeira”<br />

tras contratações. “Neste momento<br />

estamos contratando<br />

mais <strong>de</strong> 25 profissionais para<br />

dar conta dos <strong>de</strong>safios apresentados<br />

por nossos clientes<br />

em 2017”, disse. “A DM9 foi<br />

recentemente reconhecida<br />

pela pesquisa Agency Scope<br />

como a agência brasileira com<br />

o melhor serviço <strong>de</strong> mídia<br />

programática do mercado na<br />

opinião dos clientes”, enfatiza<br />

Queiroz.<br />

No entanto, o presi<strong>de</strong>nte da<br />

DM9DDB avisa que nada substitui<br />

a criativida<strong>de</strong>. “A boa<br />

i<strong>de</strong>ia não po<strong>de</strong> ser automatizada.<br />

Entretanto, acreditamos<br />

que boas i<strong>de</strong>ias criativas po<strong>de</strong>m<br />

ser ainda mais eficazes<br />

se baseadas em dados e no<br />

comportamento e conceitos<br />

vindos dos consumidores”.<br />

Queiroz ainda enfatizou<br />

que um mundo <strong>de</strong> dados organizados<br />

torna uma estra-<br />

Alê Oliveira<br />

tégia <strong>de</strong> comunicação mais<br />

certeira. “Isso é Data-Driven<br />

Creativity, nossa nova proposta<br />

<strong>de</strong> valor. É a boa propaganda<br />

com mira certeira, com<br />

alcance <strong>de</strong> massa e foco em<br />

cada individuo”.<br />

perspectiva<br />

Para o próximo ano, as expectativas<br />

são boas – e uma<br />

<strong>de</strong>las passa, claro, pelo crescimento.<br />

“Voltar a crescer em<br />

um ritmo mais forte. Ampliar<br />

a oferta <strong>de</strong> serviços digitais<br />

aos nossos clientes e conquistar<br />

novos”, disse.<br />

O executivo ainda falou sobre<br />

um plano que a agência<br />

tem <strong>de</strong> crescimento estruturado,<br />

“que leva em conta em<br />

primeiro lugar o aumento<br />

dos resultados dos clientes”.<br />

“Quando nossos clientes estão<br />

prósperos, a prosperida<strong>de</strong><br />

nos contagia”, completou.<br />

52 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


eyond the line<br />

Filipe Birck<br />

Ídolos?<br />

O que mais me incomoda é a<br />

ascensão <strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Você tem um ídolo? Eu já tive fases <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> admiração por esportistas, artistas<br />

e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> movimentos sociais. Hoje,<br />

continuo admirando alguns expoentes.<br />

Por jogar tênis, tenho gran<strong>de</strong> admiração<br />

– já fiz até selfie! – por Roger Fe<strong>de</strong>rer, para<br />

mim, um dos maiores <strong>de</strong> todos os tempos.<br />

Mas confesso que tenho gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o surgimento <strong>de</strong> ídolos<br />

nestes novos tempos. Vejamos o fenômeno<br />

dos youtubers, por exemplo.<br />

De repente, começam a surgir, do nada,<br />

novos ídolos, capazes <strong>de</strong> conquistar milhões<br />

<strong>de</strong> seguidores com um conteúdo rasteiro<br />

e <strong>de</strong>spretensioso.<br />

São Kéferas, Felipes, JoutJouts, Japas,<br />

Christians e outros que acabam se projetando<br />

num universo formado por um público<br />

consumidor <strong>de</strong> meios circunscritos à<br />

tela <strong>de</strong> um celular ou computador.<br />

O marketing <strong>de</strong>scobriu esses novos ídolos,<br />

que já fazem parte <strong>de</strong> campanhas massivas,<br />

veiculadas pela TV. Aliás, a própria<br />

TV aberta se ren<strong>de</strong>u ao fenômeno e comprou<br />

o passe <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>les para tentar<br />

pegar carona nesse alcance entre os jovens.<br />

Esses novos ídolos já ostentam contas<br />

bancárias só comparáveis a cantores, atletas<br />

ou artistas consagrados.<br />

No mundo adulto, vemos também algo<br />

parecido. Filósofos menos herméticos fazem<br />

sucesso em posts <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais e<br />

acabam se tornando referências para conversas<br />

e compartilhamentos.<br />

Alguns <strong>de</strong>sses filósofos mais pops já aparecem<br />

com frequência em eventos e na TV,<br />

com bom <strong>de</strong>staque. É o caso <strong>de</strong> Luiz Pondé,<br />

Mario Sérgio Cortella e do queridinho do<br />

momento: Leandro Karnal, ao qual se atribui<br />

um monte <strong>de</strong> citações pela web.<br />

Não sei se Aristóteles, Platão ou Sócrates<br />

foram gran<strong>de</strong>s ídolos do seu tempo. Mas os<br />

nossos web-filósofos têm sido capazes <strong>de</strong><br />

conquistar milhões <strong>de</strong> seguidores.<br />

Principalmente os pseudofilósofos teens,<br />

que <strong>de</strong>sandam a falar do comportamento<br />

humano e a dar conselhos, muitos<br />

<strong>de</strong>les sem qualquer fundamento.<br />

No campo da música, vemos também o<br />

surgimento <strong>de</strong> rappers e funkeiros que fazem<br />

fama no meio digital, muito antes <strong>de</strong><br />

aparecerem ao vivo em algum show. Eu<br />

mesmo tenho uma sobrinha (Lolla Dias)<br />

que se lança como cantora (por sinal, talentosa)<br />

e já tem centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> fãs,<br />

arregimentados no meio da internet.<br />

São fenômenos <strong>de</strong>sses tempos, <strong>de</strong> onipresença<br />

da internet na vida <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong><br />

pessoas.<br />

Mas o que mais me incomoda é a ascensão<br />

<strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res, que acabam<br />

se tornando ídolos <strong>de</strong> incautos e vulneráveis.<br />

Refiro-me, por exemplo, ao sem número<br />

<strong>de</strong> pseudorreligiosos que invadiram o horário<br />

nobre da TV aberta para arrancar dinheiro<br />

em nome <strong>de</strong> um Deus, que é apenas<br />

um subterfúgio para enriquecer bispos <strong>de</strong><br />

araque, lobos em pele <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iro, prontos<br />

para dar o bote em pessoas fragilizadas pelas<br />

agruras da vida.<br />

E como explicar a ascensão <strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r<br />

como Donald Trump no país supostamente<br />

mais <strong>de</strong>senvolvido do mundo?! Está certo<br />

que, no campo da política, temos exemplos<br />

históricos <strong>de</strong> ídolos questionáveis.<br />

Quantos e quantos compraram os conceitos<br />

abomináveis <strong>de</strong> Adolf Hitler, por<br />

exemplo? Mas temos também exemplos <strong>de</strong><br />

lí<strong>de</strong>res verda<strong>de</strong>iros, que encantaram uma<br />

geração.<br />

Eu mesmo, na minha juventu<strong>de</strong>, sabia<br />

<strong>de</strong> cor o histórico discurso “I have a dream”,<br />

do ativista pelos direitos dos negros<br />

americanos, ganhador <strong>de</strong> um Prêmio Nobel<br />

da Paz, Martin Luther King.<br />

Trazendo o tema para o nosso meio, do<br />

marketing, penso na associação <strong>de</strong> marcas<br />

a ídolos. Sei que existem plataformas prontas<br />

para facilitar o vínculo <strong>de</strong> novos ídolos<br />

a marcas. E fico na dúvida se essa facilida<strong>de</strong><br />

não po<strong>de</strong> gerar associações inverossímeis.<br />

Temos ótimos exemplos <strong>de</strong> marcas que<br />

foram construídas usando o recurso <strong>de</strong><br />

vínculo com ídolos e não vejo nada <strong>de</strong> errado<br />

nisso. Só me preocupa a banalização<br />

e um vínculo ina<strong>de</strong>quado, que po<strong>de</strong> fazer<br />

mais mal do que bem a uma marca.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 53


MarCas<br />

Campanha mostra novas maneiras<br />

<strong>de</strong> consumir iogurte Vigor Grego<br />

As celebrida<strong>de</strong>s Rodrigo Faro, Caio Castro e Aline Moraes estrelam os<br />

quatro filmes para TV que apresentam o produto como opção <strong>de</strong> lanche<br />

Cristiane Marsola<br />

Vigor Grego lança uma nova<br />

fase da comunicação. A<br />

campanha Momentos, criada<br />

pela Fischer e pela Ginga, é um<br />

<strong>de</strong>sdobramento do mote Iogurte<br />

Grego é da Vigor e foca nas diferentes<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo<br />

que o produto permite.<br />

“A campanha foi baseada<br />

em pesquisa, que mostrou que<br />

algumas pessoas já consomem<br />

o Vigor Grego como um snack.<br />

Vimos uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ensinar o consumidor a usar o<br />

iogurte grego nos lanchinhos”,<br />

fala a diretora <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />

lácteos da Vigor, Anne Napoli.<br />

São sugeridos quatro momentos:<br />

café da manhã e lanches<br />

da manhã pós-treino, da<br />

tar<strong>de</strong> e da noite. No ambiente<br />

digital, a campanha já estreou,<br />

com quatro filmes <strong>de</strong> 15 segun-<br />

Campanha Momentos foca em diferentes oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo do iogurte<br />

Divulgação<br />

dos. Na TV aberta e fechada,<br />

serão mais quatro filmes, estrelados<br />

pelas celebrida<strong>de</strong>s que já<br />

participaram <strong>de</strong> outras fases da<br />

campanha. “Rodrigo Faro estará<br />

em dois filmes, Caio Castro<br />

estrela o filme <strong>de</strong> lanche da tar<strong>de</strong><br />

e Aline Moraes, o <strong>de</strong> lanche<br />

pós-treino”, afirma a executiva.<br />

Anne explica que outra função<br />

da campanha é também<br />

apresentar os diferentes sabores<br />

da linha. Hoje são 22 opções,<br />

incluindo opções zero<br />

gordura e zero lactose. “Temos<br />

muita varieda<strong>de</strong> porque o consumidor<br />

leva <strong>de</strong> três a quatro<br />

sabores por compra. No começo<br />

do ano, <strong>de</strong>vemos ter mais<br />

novida<strong>de</strong>s”, diz.<br />

O jingle que marcou as últimas<br />

fases <strong>de</strong> comunicação da<br />

marca foi repaginado. “A gente<br />

fez uma adaptação ao jingle.<br />

Tem acor<strong>de</strong>s e uma batida diferente,<br />

é assoviada”, conta.<br />

Quem assina a produção <strong>de</strong> áudio<br />

é a Comando S.<br />

O Vigor Grego inaugurou a<br />

categoria no país. Além dos filmes<br />

para digital e TV, a campanha<br />

ainda conta com peças <strong>de</strong><br />

mídia impressa, com spot <strong>de</strong><br />

rádio e ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustação no<br />

ponto <strong>de</strong> venda.<br />

Inspirada em flor <strong>de</strong> narciso, My Lily<br />

leva consumidoras para a França<br />

Além da promoção, comunicação para divulgar a fragrância ainda conta<br />

com filme e peças <strong>de</strong> mídia impressa, mobiliário urbano, rádio e digital<br />

flor <strong>de</strong> narciso, trazida do<br />

A Sul da França, é o toque<br />

especial <strong>de</strong> inspiração da frangrância<br />

My Lily, <strong>de</strong> O Boticário.<br />

A campanha, assinada pela<br />

AlmapBBDO é composta por<br />

filme, mobiliário urbano, outdoor,<br />

spot para rádio, anúncios<br />

e ações digitais, além <strong>de</strong><br />

uma promoção, que vai levar as<br />

clientes da marca para a França.<br />

No filme Primeiro Dia, produzido<br />

pela Paranoid, uma bela<br />

jovem encara o seu primeiro<br />

dia <strong>de</strong> trabalho em um novo<br />

ambiente. Fiel ao seu estilo, a<br />

protagonista se veste com tons<br />

abertos, estampas florais e te-<br />

cidos fluidos, em contraste à<br />

sobrieda<strong>de</strong> dos tons frios e tecidos<br />

pesados do espaço corporativo<br />

que acaba <strong>de</strong> conhecer.<br />

Sem dúvida, ela chama a atenção<br />

no novo ambiente.<br />

No dia seguinte, vemos a<br />

jovem se arrumar rumo ao trabalho,<br />

escolhendo peças que<br />

parecem insinuar que ela está<br />

alterando o seu estilo: um tubinho<br />

preto. Mas quando a câmera<br />

muda <strong>de</strong> enquadramento,<br />

vemos que ele tem um gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cote nas costas, mostrando<br />

uma linda tatuagem <strong>de</strong> flor <strong>de</strong><br />

narciso – e como ela conseguiu<br />

se “adaptar” ao novo ambiente.<br />

Assinada pela AlmapBBDO, campanha do perfume My Lily divulga promoção<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 55


Marcas & Produtos<br />

Neusa Spaulucci nspaulucci@propmark.com.br<br />

BaBy<br />

A marca <strong>de</strong> queijos Faixa Azul lança uma<br />

edição limitada do seu parmesão, batizado<br />

Baby, com 2,5 kg (a forma convencional pesa<br />

sete quilos), para as festas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano. A<br />

empresa sugere o produto como opção para<br />

presentear amigos e familiares, por conta<br />

<strong>de</strong> sua lata <strong>de</strong> metal. A marca aposta na<br />

sazonalida<strong>de</strong> do fim <strong>de</strong> ano.<br />

energia<br />

A Coca-Cola Femsa oficializou<br />

a comercialização <strong>de</strong> Monster<br />

Energy no Brasil. Todas as<br />

regiões <strong>de</strong> atuação da companhia<br />

distribuirão os quatro produtos<br />

do portfólio <strong>de</strong> energéticos. O<br />

acordo comercial teve início<br />

em 20<strong>14</strong>, quando a Coca-Cola<br />

aumentou sua participação na<br />

americana Monster Beverage.<br />

Em 2015, a Coca-Cola assumiu<br />

a sua distribuição no país. A<br />

comercialização da marca<br />

também está sob controle da<br />

Coca-Cola Femsa.<br />

refeição<br />

A Herbalife colocou no mercado novos sabores <strong>de</strong> dois<br />

seus produtos: o shake sabor chocolate Sensation, que<br />

substitui parcialmente uma refeição, e o Fiber Concentrate<br />

sabor uva, que auxilia no consumo diário <strong>de</strong> fibras. As<br />

novida<strong>de</strong>s foram <strong>de</strong>senvolvidas, segundo a empresa, para<br />

agradar o paladar dos brasileiros e serão comercializadas<br />

apenas no mercado local.<br />

atemporal<br />

Visconti, da Pandurata<br />

Alimentos, apresenta sua<br />

nova lata <strong>de</strong> Panettone Frutas<br />

500 g. Em cores vibrantes,<br />

a embalagem serve como<br />

atrativo a quem busca<br />

presentes com bom custo/<br />

benefício. A embalagem traz<br />

mensagens como “Espalhe<br />

sorrisos” e “Distribua abraços”,<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado elementos<br />

típicos do período. A i<strong>de</strong>ia é<br />

que seja um item atemporal,<br />

que po<strong>de</strong> ser usado em<br />

qualquer período do ano.<br />

56 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


curtas<br />

A Perspectiva Comunicação, especializada no mercado<br />

B2C, passa a fazer parte do Grupo RMA, ao lado das<br />

agências RMA Comunicação, Hook Digital e BrainStory.<br />

O grupo completa 15 anos em <strong>2016</strong> e <strong>de</strong>ve fechar o ano<br />

com um faturamento 20% maior que o do ano anterior.<br />

“Apesar das dificulda<strong>de</strong>s no cenário político e econômico<br />

do país, investimos em novas ofertas, processos, metodologias<br />

e também em pessoas. Foi <strong>de</strong>sta forma que<br />

conseguimos estes resultados”, <strong>de</strong>staca o sócio-fundador<br />

do Grupo RMA, Augusto Pinto. “Estamos muito<br />

satisfeitos e confiantes com esta parceria, pois o Grupo<br />

RMA possui gran<strong>de</strong> sinergia com a maneira como sempre<br />

atuamos”, ressalta a fundadora da Perspectiva, Luciana<br />

Vidigal. Na foto, em pé, Marcio Cavalieri, CEO da<br />

RMA Comunicação, e Augusto Pinto. Sentadas, Isabella<br />

Malucelli, CEO da BrainStory, e Luciana Vidigal.<br />

Estudo da Criteo revela que 20% das compras online<br />

do segmento <strong>de</strong> moda já são feitas via dispositivos<br />

móveis no Brasil. Segundo a pesquisa, a participação<br />

arizona.flow<br />

da categoria<br />

PDF/X-4<br />

no ambiente<br />

ISO<br />

mobile cresceu 39%, se comparada<br />

ao segundo semestre do ano passado.<br />

A executiva Viridiana Bertolini<br />

(foto), gerente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

institucional da Re<strong>de</strong> Globo, está à<br />

frente do festival <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

Menos30, que será realizado nos<br />

dias 18 e 19 na Ebac (Escola Britânica<br />

<strong>de</strong> Artes Criativas), em São Paulo. Entre<br />

as atrações está a palestra Conexão<br />

Nor<strong>de</strong>ste: negócios inovadores fora do<br />

eixo, com André Ferraz, que levantou<br />

sua In Loco Media a partir <strong>de</strong> projeto<br />

da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco,<br />

e Carmelo Queiroz, da We do<br />

Logos, maior marketplace <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />

gráfico da América Latina. O programa<br />

Pequenas Empresas, Gran<strong>de</strong>s Negócios<br />

participa das mesas, trazendo cases<br />

assim como a Revista PEGN e o Mundo<br />

S/A, programa do canal Globonews.<br />

Fotos: Divulgação<br />

A Agnelo Pacheco divulgou comunicado<br />

para esclarecer o envolvimento<br />

da agência na Operação Acrônimo, da Polícia Fe<strong>de</strong>ral. O nome da agência,<br />

em <strong>de</strong>lação premiada, foi mencionado por Danielle Miranda Fontelles, da Pepper.<br />

A empresária <strong>de</strong>clarou que a agência intermediou facilida<strong>de</strong>s para Benedito<br />

Rodrigues <strong>de</strong> Oliveira Neto, conhecido como Bené, também <strong>de</strong>lator na<br />

Justiça, nos Ministérios da Saú<strong>de</strong> e das Cida<strong>de</strong>s. “Inicialmente esclareço não<br />

ter havido nenhuma prisão <strong>de</strong> qualquer diretor ou funcionário da agência.<br />

Meu filho Gui Pacheco foi convocado para prestar esclarecimentos sobre fatos,<br />

aliás, mentirosos, mencionados por Danielle Fontelles, proprietária da agência<br />

Pepper, sobre a realização <strong>de</strong> trabalhos prestados ao governo.”, diz o texto. O<br />

documento ainda esclarece que há “farta e <strong>de</strong>talhada documentação” sobre<br />

os trabalhos realizados e que os papéis foram entregues “à autorida<strong>de</strong> policial<br />

responsável pela apuração dos fatos. Tudo o mais é especulação.”, completa.<br />

ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS<br />

Raul Marino Jr.<br />

Miguel Reale Jr.<br />

Júlio Medaglia<br />

Célio Debes<br />

Gabriel Chalita<br />

Luiz Carlos Lisboa<br />

Anna Maria Martins<br />

Juca <strong>de</strong> Oliveira<br />

Ada Pellegrine Grinover<br />

Paulo Nogueira Neto<br />

Eros Grau<br />

Paulo Nathanael<br />

Myriam Ellis<br />

Walcyr Carrasco<br />

José Gregori<br />

Bolívar Lamounier<br />

Massaud Moisés<br />

Jorge Cal<strong>de</strong>ira<br />

Renata Pallottini<br />

Roberto Duailibi<br />

José <strong>de</strong> Souza Martins<br />

Celso Lafer<br />

Maurício <strong>de</strong> Sousa<br />

José Gol<strong>de</strong>mberg<br />

José Fernando Mafra<br />

Fábio Lucas<br />

Lygia Fagun<strong>de</strong>s Telles<br />

José Pastore<br />

Raul Cutait<br />

Ives Gandra<br />

Antonio Penteado Mendonça<br />

Jô Soares<br />

Tércio Sampaio Ferraz<br />

Paulo Bomfm<br />

Dom Fernando Figueiredo<br />

Ignácio <strong>de</strong> Loyola Brandão<br />

107 ANOS<br />

EM 17 DE NOVEMBRO<br />

DE <strong>2016</strong><br />

Ruth Rocha<br />

Benedito Lima <strong>de</strong> Toledo<br />

José Renato Nalini<br />

TUDO COMEÇA COM UMA PALAVRA<br />

www.aca<strong>de</strong>miapaulista<strong>de</strong>letras.com.br<br />

BLACK YELLOW MAGENTA CYAN<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 57<br />

Processado por arizona.flow em Wed Nov 9 16:03:36 <strong>2016</strong><br />

71615_2819-002-000 (217x155)_1.pdf - 217 x 155 mm - pag. 1


prêmios<br />

Festival <strong>de</strong> Cannes revela os<br />

criativos com mais Leões este ano<br />

AlmapBBDO é a única agência brasileira no ranking com sete<br />

profissionais entre os diretores <strong>de</strong> criação, diretores <strong>de</strong> arte e redatores<br />

Divulgação<br />

Marcelo Nogueira, Benjamin Yung Jr. (BJ), Marco Aurélio Gianelli (Pernil) e André Gola, quatro dos criativos da AlmapBBDO que estão no relatório da premiação<br />

AlmapBBDO encerra <strong>2016</strong><br />

A com bons resultados nas<br />

premiações do ano. Foi Agência<br />

do Ano em Cannes e conta,<br />

agora, com sete <strong>de</strong> seus criativos<br />

entre os mais premiados<br />

do mundo nas competições <strong>de</strong><br />

<strong>2016</strong> realizadas no Palais <strong>de</strong>s<br />

Festivals. Bruno Prosperi, diretor-executivo<br />

<strong>de</strong> criação da<br />

agência, está no ranking como o<br />

diretor <strong>de</strong> criação que mais ganhou<br />

Leões neste ano. Também<br />

aparecem na lista as duplas André<br />

Gola e Marco Aurélio Gianelli<br />

(Pernil), e Benjamin Yung<br />

Jr. (BJ) e Marcelo Nogueira.<br />

Já na lista <strong>de</strong> diretor <strong>de</strong> arte<br />

está André Sallowicz, que<br />

atuou por cinco anos na Almap<br />

e hoje está na Colenso BBDO,<br />

na Nova Zelândia, e conquistou<br />

prêmios com os trabalhos <strong>de</strong><br />

ambas agências. Na categoria<br />

redator, Daniel Oksenberg também<br />

figura como um dos profissionais<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />

A AlmapBBDO é a única<br />

agência brasileira nesses<br />

rankings <strong>de</strong> Cannes, que listam<br />

os <strong>de</strong>z diretores <strong>de</strong> criação, <strong>de</strong>z<br />

diretores <strong>de</strong> arte e <strong>de</strong>z redatores<br />

mais premiados.<br />

Os criativos são responsáveis<br />

pelas campanhas Magic Words,<br />

<strong>de</strong> HP; Infinitas possibilida<strong>de</strong>s,<br />

para Getty Images; <strong>14</strong> anos, para<br />

Pedrigree; Pé na porta e Mapas,<br />

para Volkswagen; Ban<strong>de</strong>iras,<br />

para Visa; Original do Brasil, para<br />

Havaianas; A arte nunca esquece,<br />

para EPA, e #mccartneyhit, para a<br />

Kiss FM, que garantiram à AlmapBBDO<br />

três Leões <strong>de</strong> ouro, seis<br />

<strong>de</strong> prata e 12 <strong>de</strong> bronze. Portanto,<br />

somou 21 Leões, tornando-<br />

-se a mais premiada do mundo,<br />

conquistando, pela quarta vez, o<br />

GP <strong>de</strong> Agência do Ano, título que<br />

também ganhou este mês no El<br />

Ojo, realizado em Buenos Aires.<br />

A agência li<strong>de</strong>ra ainda a lista<br />

das brasileiras mais premiadas<br />

no 31º Festival Internacional <strong>de</strong><br />

Londres (LIA). O ranking foi revelado<br />

no último dia 4. Dos 17<br />

troféus concedidos ao Brasil,<br />

sete foram para AlmapBBDO,<br />

enquanto <strong>de</strong>z foram recebidos<br />

por sete diferentes agências<br />

do mercado nacional. Ou seja,<br />

obteve mais que o triplo <strong>de</strong> prêmios<br />

<strong>de</strong>stinados às <strong>de</strong>mais brasileiras.<br />

No total, o Brasil conquistou<br />

cinco troféus <strong>de</strong> prata e<br />

12 <strong>de</strong> bronze.<br />

Para a AlmapBBDO, foram<br />

três <strong>de</strong> prata e quatro <strong>de</strong> bronze.<br />

Magic Words – The Book, para<br />

HP, ganhou duas pratas em Design;<br />

e Ban<strong>de</strong>iras (Visa), ficou<br />

com a outra prata, em Print. A<br />

campanha Infinitas Possibilida<strong>de</strong>s<br />

e as peças Charles, Angela,<br />

Francis e Dalai, para Getty Images,<br />

novamente foram premiadas,<br />

com dois bronzes, sendo<br />

um em Print e outro em Produção<br />

& Pós-Produção.<br />

Curve/Child, Turn/Truck<br />

e Hill/Rail (Audi), ficou com<br />

bronze em Design. Pé na Porta (<br />

Volkswagen), ganhou bronze em<br />

TV/Cinema/Filme OnLine.<br />

58 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Prêmios<br />

com <strong>de</strong>z troféus, Brasil<br />

é o mais premiado no<br />

Festival of media latam<br />

Festa havia sido adiada no começo<br />

<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>vido à passagem do<br />

furacão Matthew pela Flórida<br />

Brasil foi o país que ganhou<br />

O mais troféus no Festival of<br />

Media LatAm, com a conquista<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z prêmios. O país ficou<br />

à frente da Argentina, que ficou<br />

com nove, e da Colômbia, com<br />

sete. A DPZ&T foi a brasileira que<br />

obteve mais troféus: um ouro,<br />

duas pratas e um bronze (confira<br />

tabela nesta página).<br />

A MediaCom, da Colômbia,<br />

conquistou o título <strong>de</strong> Agência<br />

do Ano e a Campanha do Ano,<br />

com a peça The Day the Media<br />

Ran Out of Battery para Huawei.<br />

A Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agências do Ano<br />

é IPG Mediabrands.<br />

A cerimônia <strong>de</strong> entrega foi<br />

realizada no último dia 11, no<br />

Turnberry Isle Hotel, em Miami,<br />

pouco mais <strong>de</strong> um mês <strong>de</strong>pois do<br />

julgamento. A festa precisou ser<br />

adiada por conta da passagem do<br />

furacão Matthew pela Flórida, no<br />

início <strong>de</strong> outubro. A cerimônia<br />

foi um evento beneficente para<br />

Save the Children, que aten<strong>de</strong>u<br />

vítimas do furacão.<br />

Brasileiros vencedores<br />

categoria Prêmio título da camPanha agência anunciante<br />

estratégia <strong>de</strong> comunicação ouro c&h Food truck dPZ&t mcdonald's<br />

uso <strong>de</strong> conteúdo ouro #donateForPriscila leo Burnett tailor ma<strong>de</strong> cluBe sangue Bom<br />

uso <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o ouro axe romeo reBoot cadreon axe<br />

Plataforma <strong>de</strong> entretenimento Prata ViVo meu Show dPZ&t ViVo<br />

CamPanha <strong>de</strong> lançamento Prata C&h food truCk dPZ&t mCdonald'S<br />

CamPanha <strong>de</strong> mídia SoCial Prata Beauty outSi<strong>de</strong> the Box f.BiZ doVe<br />

Prêmio o uSo CriatiVo da mídia Prata the moSquito killer BillBoard PoSterSCoPe PoSterSCoPe BraSil<br />

Uso da mídia tradicional* BronZE Fiat tEst drivE-in isoBar Fiat<br />

Prêmio o Uso criativo da mídia BronZE omo tag talEs mUllEn lowE omo<br />

Prêmio UtilidadE/sErviço PúBlico BronZE lEia Para Uma criança dPZ&t itaú Bank<br />

*nova categoria<br />

Torne sua estratégia <strong>de</strong><br />

Social TV mais efetiva<br />

Kantar Twitter TV Ratings: serviço global <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />

engajamento entre consumo <strong>de</strong> TV e tweets. A nova<br />

plataforma permite análises por programas e sua afinida<strong>de</strong><br />

com marcas, além <strong>de</strong> um ranking em tempo real das<br />

atrações mais comentadas.<br />

Entre em contato contato com nosso atendimento<br />

media@kantaribopemedia.com<br />

kantaribopemedia.com<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 59


supercenas<br />

Marcello Queiroz mqueiroz@propmark.com.br<br />

O redator e poeta André Oviedo, com taguagens nas pernas, com Paulo Carmona, Carol Gonzalez, Fernando Cardamone (<strong>de</strong> branco), Romulo Caballero e Elaine Santos: moçada da FCB faz crowd<br />

POEMAS NA PELE<br />

Dois redatores, André Oviedo e Paulo Carmona, e o diretor <strong>de</strong> arte<br />

Romulo Caballero, da FCB Brasil, tiveram uma i<strong>de</strong>ia bem bacana<br />

para ser executada fora dos compromissos publicitários. Eles acabam<br />

<strong>de</strong> lançar o projeto Corpo do poema, um livro <strong>de</strong> poemas tatuados.<br />

Oviedo selecionou 35 poemas <strong>de</strong> sua autoria e 35 pessoas dispostas<br />

a terem as composições tatuadas no corpo. Foi organizado<br />

um evento na Tattoaria House, on<strong>de</strong> cinco tatuadores transformaram<br />

pernas, braços, tórax e pulsos dos voluntários em páginas do<br />

que os publicitários chamam <strong>de</strong> um “livro vivo”. Agora, o projeto<br />

está no Catarse, site <strong>de</strong> crowdfunding, para viabilizar a edição em<br />

papel. Os valores para ajudar variam <strong>de</strong> R$ 15 a R$ 160, para recompensas<br />

que incluem simples agra<strong>de</strong>cimento, pôster e o próprio<br />

livro físico. O projeto também conta com participação do fotógrafo<br />

Fernando Cardamone, da diretora in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte Carol Gonzalez e<br />

<strong>de</strong> Elaine Santos, gerente <strong>de</strong> projetos da FCB.<br />

ANO NOVO COM HONDA<br />

O cantor Compadre Washington, do É o Tchan!, volta à mídia em<br />

filme da Y&R para o Consórcio Honda. No roteiro, ele brinca com<br />

o clima <strong>de</strong> “novas resoluções” <strong>de</strong>sta época <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> ano,<br />

mencionando <strong>de</strong>cisões que dificilmente serão realida<strong>de</strong>, mas ressaltando<br />

a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma motocicleta Honda. Produção<br />

da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Filmes, com direção <strong>de</strong> cena <strong>de</strong> Lucas Fazzio, foi<br />

acompanhada pelo VP <strong>de</strong> criação da Y&R, Rafael Pitanguy; por An<strong>de</strong>rson<br />

Rocha, produtor <strong>de</strong> RTV; pela diretora <strong>de</strong> arte Mariana Villela;<br />

pela redatora Marina Erthal e pelo redator Cristiano Sartori.<br />

Cantor Compadre Washington, terceiro da direita para esquerda, com o VP <strong>de</strong> criação Rafael Pitaguy,<br />

60 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark


Bette Kestin/Divulgação<br />

Fernando Cardamone/Divulgação<br />

Aricio Fortes, à frente, <strong>de</strong> óculos, com grupo <strong>de</strong> profissionais do Omnicom em Chicago: curso sobre li<strong>de</strong>rança<br />

funding para lançar “livro vivo” <strong>de</strong> poemas tatuados<br />

Marcelo Pereira/Divulgação<br />

LIDERANÇAS DO OMNICOM<br />

O Omnicom realizou semana passada, em Chicago, mais uma etapa<br />

do curso Agency Lea<strong>de</strong>rship Program. Aricio Fortes, VP <strong>de</strong> criação<br />

da DM9DDB, foi um dos 24 convidados do grupo <strong>de</strong> comunicação,<br />

que reuniu representantes <strong>de</strong> seis áreas <strong>de</strong> atuação: agências <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>, healthcare, PR, mídia, marketing digital e consultoria<br />

<strong>de</strong> branding.<br />

LIBERTY ESCOLHE<br />

A Liberty Seguros, que investe cerca <strong>de</strong> R$ 30 milhões anuais em<br />

publicida<strong>de</strong>, avalia agência para sua conta offline, atualmente na<br />

Rái, que está na disputa. A parte digital é da Cubbo.<br />

INSPIRAÇÃO NA POLÔNIA<br />

A SKM, empresa que representa o Festival <strong>de</strong> Cannes na Europa<br />

Central, organizou semana passada o Imagination Day. A programação,<br />

no último dia 8, em Varsóvia, contou com apresentações<br />

sobre inspiração e com a participação <strong>de</strong> dois brasileiros: João Daniel<br />

Tikhomiroff, diretor-geral artístico da Mixer, e Mentor Muniz<br />

Neto, sócio e CCO da Bullet.<br />

MODA E SUSTENTABILIDADE<br />

Será realizada no próximo dia 25, em São Paulo, durante a Casa<br />

Vogue Experience, a segunda edição do Prêmio Ecoera, que avalia<br />

o perfil <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> players das áreas <strong>de</strong> moda, beleza<br />

e <strong>de</strong>sign. Cerca <strong>de</strong> 80 empresas fizeram inscrições. A premiação,<br />

i<strong>de</strong>alizada por Chiara Gadaleta, consultora <strong>de</strong> moda sustentável,<br />

analisa fatores como impacto no meio ambiente, ações comunitárias<br />

e governança corporativa.<br />

Daniel Klajmic/Divulgação<br />

AMAZON<br />

Ela se <strong>de</strong>staca com<br />

marcas próprias nos<br />

EUA. A AmazonBasics,<br />

por exemplo, <strong>de</strong> pilhas e<br />

baterias, já tem um terço das<br />

vendas online do segmento,<br />

segundo a 1010data<br />

REALIDADE VIRTUAL<br />

Estudo YuMe/Nielsen nos<br />

EUA afirma que ela gera<br />

engajamento emocional<br />

27% mais forte do que<br />

o visto em tablets ou<br />

em TV <strong>de</strong> tela plana<br />

REVISTAS IMPRESSAS<br />

Na Austrália, elas têm<br />

aumento <strong>de</strong> circulação<br />

<strong>de</strong> até 31% com<br />

títulos vinculados a<br />

supermercados e conteúdo<br />

voltado a alimentação e<br />

entretenimento. Informação<br />

é da Roy Morgan Research<br />

PUBLICIDADE NO METRÔ<br />

Em São Paulo, no primeiro<br />

semestre, ela arrecadou<br />

R$ <strong>14</strong>,5 milhões, o pior<br />

resultado dos últimos seis<br />

anos – sempre acima <strong>de</strong><br />

R$ 16 milhões, segundo a<br />

Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />

CONFORTO NO AR<br />

A British Airways, segundo<br />

o jornal The In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt,<br />

prepara nova configuração<br />

na frota <strong>de</strong> Boeing 777,<br />

diminuindo a largura <strong>de</strong><br />

assentos para acrescentar<br />

52 lugares na classe<br />

econômica, a partir <strong>de</strong> 2018<br />

CORREIO DE UBERLÂNDIA<br />

Lançado em 1938, o único<br />

jornal diário da cida<strong>de</strong> do<br />

Triângulo Mineiro encerra<br />

suas ativida<strong>de</strong>s. Última<br />

edição será no próximo dia<br />

31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> azul, e equipe da Y&R<br />

A consultora <strong>de</strong> moda sustentável Chiara Gadaleta: 80 empresas inscritas na segunda edição do Prêmio Ecoera<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 61


última página<br />

Mathisa/iStock<br />

Qual é o<br />

propósito da<br />

sua agência?<br />

Claudia Penteado<br />

Em seu best-seller Capitalismo Consciente,<br />

a dupla John Mackey e Raj Sisodia faz uma<br />

singela analogia entre borboletas e pessoas.<br />

Como pessoas, po<strong>de</strong>mos optar pela existência<br />

<strong>de</strong> lagarta, consumindo o máximo que<br />

pu<strong>de</strong>rmos do mundo e <strong>de</strong>volvendo quase nada.<br />

E, como elas, que po<strong>de</strong>m se tornar borboletas,<br />

temos capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evoluir <strong>de</strong> modo<br />

tão formidável a ponto <strong>de</strong> nos transformarmos<br />

em seres que criam valor para os outros<br />

e ajudam a tornar o mundo mais bonito. Mas,<br />

ao contrário <strong>de</strong>las, não po<strong>de</strong>mos esperar a<br />

natureza <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar nossa evolução a uma<br />

consciência mais elevada. Para<br />

nós, evoluir é escolha. Empresas<br />

e marcas (criações <strong>de</strong> pessoas)<br />

têm diante <strong>de</strong> si, diariamente, a<br />

escolha <strong>de</strong> evoluir e adotar um<br />

propósito maior para dar sentido<br />

às suas existências. Cada vez mais<br />

esta po<strong>de</strong> ser a escolha pela vida<br />

ou pela morte lenta e gradual.<br />

E as agências, como ficam neste<br />

contexto? A resposta é simples: também<br />

precisam <strong>de</strong> propósito. Não se trata <strong>de</strong> dizer<br />

do que você é capaz. Trata-se <strong>de</strong> dizer, corajosamente,<br />

em que você acredita. E agir<br />

no mundo, claro, porque <strong>de</strong> teoria e boas intenções<br />

estamos mesmo cheios. Esse insight<br />

não é novo, admito, mas foi brilhantemente<br />

abordado recentemente num artigo <strong>de</strong> Michael<br />

Lee sobre a BETC na Forbes. Nele, Lee<br />

faz consi<strong>de</strong>rações sobre como <strong>de</strong>veria ser a<br />

agência do futuro. Além daquilo tudo que já<br />

sabemos, Lee lembrou do <strong>de</strong>talhe que <strong>de</strong>veria<br />

estar quebrando a cabeça <strong>de</strong> quem preten<strong>de</strong><br />

continuar trabalhando em publicida<strong>de</strong> nos<br />

próximos anos: em que você realmente acredita,<br />

para além da publicida<strong>de</strong>? Que tipo <strong>de</strong><br />

empresa é a sua, por que está no mundo e em<br />

que bases e crenças se sustenta?<br />

Ele observa, sabiamente, que as agências<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, em sua maioria, se escon<strong>de</strong>m<br />

“Não se trata<br />

<strong>de</strong> dizer do<br />

que você é<br />

capaz, mas<br />

em que você<br />

acredita”<br />

embaixo das barras das saias (e crenças) <strong>de</strong><br />

seus clientes, procurando acreditar no que<br />

eles acreditam e ter pouca ou quase nenhuma<br />

voz individual. No máximo há coragem <strong>de</strong><br />

discorrer sobre algumas crenças mais óbvias,<br />

vinculadas ao umbigo da própria publicida<strong>de</strong>.<br />

Mas a questão é que hoje agências competem<br />

no mercado com uma gama infinitamente<br />

maior <strong>de</strong> players, entre eles empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />

e outros muitos negócios que escancaram<br />

por aí suas visões ampliadas e planos<br />

<strong>de</strong> fazer coisas extraordinárias (e, obviamente,<br />

ter gordas ações na bolsa).<br />

Lee acredita ter sentido um sopro <strong>de</strong>ssa<br />

visão ao visitar a nova se<strong>de</strong> da<br />

BETC, inaugurada recentemente<br />

num lugar improvável chamado<br />

Pantin, a cerca <strong>de</strong> 6 km do centro<br />

<strong>de</strong> Paris, no prédio restaurado<br />

on<strong>de</strong> funcionava a loja <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos<br />

“Les Magasins Géneraux”,<br />

um símbolo da Paris industrial<br />

abandonado aos grafiteiros<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004. A BETC restaurou o<br />

prédio inteiro, mas ocupa apenas<br />

parte <strong>de</strong>le. O restante está atraindo empreendimentos<br />

como a Filarmônica <strong>de</strong> Paris ou<br />

galerias <strong>de</strong> arte. Em 2017, a BETC será a curadora<br />

<strong>de</strong> programas culturais voltados para<br />

tecnologia, inovação, arte, música e arquitetura,<br />

seguindo sua jornada <strong>de</strong> impacto social<br />

e conexão com a comunida<strong>de</strong> local, contribuindo<br />

para a construção, por que não, do<br />

futuro <strong>de</strong> Paris. Um futuro sustentável.<br />

Ah, faltou lembrar que trata-se, também,<br />

<strong>de</strong> ótima agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Claro que<br />

nem todos precisam – ou po<strong>de</strong>m – mudar o<br />

mundo. Mas o projeto BETC é, sem dúvida,<br />

inspirador por ter o pé fincado na realida<strong>de</strong><br />

e no reconhecimento do seu quinhão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

com o que está aí. Ela enxergou<br />

para além da publicida<strong>de</strong>, e nem precisou<br />

ir longe: bastou olhar no seu entorno.<br />

E você? Em que você acredita?<br />

62 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!