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edição de 14 de novembro de 2016

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Divulgação<br />

do menos, e o tempo médio subiu<br />

– que é o que chamamos aqui <strong>de</strong><br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. A audiência aumentou<br />

como consequência do tempo médio.<br />

A resultante disso, para a TV<br />

paga, é um crescimento <strong>de</strong> participação<br />

na audiência, no total dos<br />

domicílios <strong>de</strong> TV paga. Ainda que<br />

a base <strong>de</strong> assinantes não esteja<br />

crescendo.<br />

Ainda há potencial <strong>de</strong> crescimento?<br />

Sim, há <strong>de</strong>manda reprimida.<br />

Como você enxerga o público jovem,<br />

que não assiste TV por assinatura?<br />

É um <strong>de</strong>safio. Acho que a gente<br />

precisa <strong>de</strong>senvolver conteúdos<br />

para eles. Nós fizemos agora uma<br />

experiência interessante, que quebrou<br />

todos os recor<strong>de</strong>s: o prêmio<br />

Multishow 360 graus. Tínhamos<br />

um feed linear no YouTube com<br />

youtubers. Um <strong>de</strong>les, que é um<br />

estouro, o Whin<strong>de</strong>rson Nunes, foi<br />

buscar o Luan Santana no hotel,<br />

tudo foi transmitido ao vivo. Ficamos<br />

com feed paralelo no YouTube<br />

o tempo todo. Havia outro feed<br />

com a Fernanda <strong>de</strong> Souza no Facebook,<br />

Twitter, e o feed da TV. Houve<br />

streaming para os assinantes no<br />

Multishow Play. Todas as plataformas<br />

bateram recor<strong>de</strong>s. Google,<br />

Twitter e Facebook ligaram para<br />

o Brasil para saber o que estava<br />

acontecendo. Fomos trending topics<br />

mundial no Twitter durante<br />

quatro horas, foram mais <strong>de</strong> 10<br />

milhões <strong>de</strong> tweets. Foi a maior audiência<br />

do prêmio até hoje e nada<br />

disso tirou a audiência do prêmio<br />

na TV, ao contrário, realimentou.<br />

Muitos jovens que não ligariam a<br />

TV para assistir, ligaram. Estamos<br />

lançando uma empresa <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />

curtos, uma pós MCN, que já fez<br />

esse projeto multiplataforma do<br />

prêmio Multishow. É fácil dizer<br />

que eles não assitem TV linear,<br />

mas a TV linear tem <strong>de</strong> ir, como<br />

diria Milton Nascimento, “aon<strong>de</strong><br />

o povo está”. Não dá para dizer<br />

“ah, eles não assistem”. Eles querem<br />

assistir quando querem, on<strong>de</strong><br />

querem.<br />

Não é esse o futuro? VOD? Não linear?<br />

Esse é um futuro. Haverá gente<br />

que quer ver o que quer, quando<br />

quer, no dispositivo que quer – o<br />

“Lean Forward”. E haverá o chamado<br />

“Lean Back”, o cara que vai<br />

sentar diante do aparelho <strong>de</strong> TV<br />

para ser entretido, para ver o que<br />

tem para assistir.<br />

A pirataria é um gran<strong>de</strong> problema?<br />

Ainda é um gran<strong>de</strong> problema.<br />

É um gato e rato permanente. Antigamente,<br />

o problema era o cara<br />

que puxava o cabo na rua. O mais<br />

grave hoje é a pirataria digital.<br />

Há planos <strong>de</strong> novos canais?<br />

Os nossos planos <strong>de</strong> novos canais<br />

não nos pertencem. Eles só<br />

existem em conjugação com as<br />

operadoras. Sempre trabalhamos<br />

em conjunto com elas. Sempre nos<br />

pautamos por essa “aliança para<br />

o progresso”. Enten<strong>de</strong>mos claramente<br />

que esse é um negócio <strong>de</strong><br />

parceria. Quem está na ponta do<br />

consumidor, batalhando para não<br />

per<strong>de</strong>r o assinante, é a operadora.<br />

A nossa missão é entregar os<br />

melhores conteúdos para atrair<br />

e reter esse assinante. Desenvolver<br />

novos canais – e temos várias<br />

i<strong>de</strong>ias aqui – se concretizará na<br />

medida em que esse valor for percebido<br />

pelas operadoras. A chave<br />

da ignição está com elas.<br />

E o <strong>de</strong>safio da publicida<strong>de</strong> nesse cenário?<br />

Há um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio. Há uma<br />

consolidação <strong>de</strong> marcas brutal, o<br />

número <strong>de</strong> anunciantes diminuindo<br />

– especialmente no Brasil –,<br />

sem contar os digitais atravessando<br />

todo o mercado <strong>de</strong> agências.<br />

Novos tempos. Como há a tendência<br />

do digital e do não linear no<br />

consumo <strong>de</strong> conteúdos, há uma<br />

série <strong>de</strong> produtos digitais com<br />

opção <strong>de</strong> pagar mais para não ter<br />

publicida<strong>de</strong>. Mais os aplicativos<br />

<strong>de</strong> adblockers. Uma coisa em que<br />

estamos investindo é a publicida<strong>de</strong><br />

en<strong>de</strong>reçável para a televisão.<br />

É uma maneira <strong>de</strong> nos tornarmos<br />

mais competitivos em relação à<br />

publicida<strong>de</strong> digital.<br />

A Globosat caminha para a combinação<br />

<strong>de</strong> conteúdo e plataforma, como<br />

alguns players vêm se tornando?<br />

Ainda não. Outro dia eu estava<br />

participando <strong>de</strong> uma discussão <strong>de</strong><br />

planejamento estratégico e especulava-se<br />

a respeito <strong>de</strong> como será esse<br />

negócio nos próximos 20 anos. Se<br />

você estivesse no Brasil nas décadas<br />

<strong>de</strong> 1950, 1960, 1970, 1980, 1990<br />

e fosse planejar os <strong>de</strong>z ou 20 anos<br />

seguintes, bastava olhar para o que<br />

estava acontecendo nos Estados<br />

Unidos e na Europa. Hoje isso é impossível<br />

porque os gran<strong>de</strong>s players<br />

<strong>de</strong> mídia, tanto do mercado americano<br />

quanto do mercado europeu,<br />

não têm a menor i<strong>de</strong>ia do que vai<br />

acontecer nos próximos <strong>de</strong>z, 20<br />

anos. Estão todos igualmente perdidos.<br />

Está todo mundo fazendo<br />

apostas e ninguém sabe exatamente<br />

quais as que vão vingar.<br />

“uma cOisa<br />

em que<br />

estamOs<br />

investindO<br />

é a<br />

puBlicida<strong>de</strong><br />

en<strong>de</strong>reçável<br />

para a<br />

televisãO”<br />

O Netflix seria uma <strong>de</strong>ssas apostas no<br />

escuro?<br />

O Netflix é o maior disruptor<br />

<strong>de</strong>ssa indústria, e po<strong>de</strong> ser nada<br />

além <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>struidor <strong>de</strong><br />

valor da indústria. Ninguém sabe<br />

o que vai acontecer com o Netflix,<br />

ele po<strong>de</strong> ser um gigantesco Titanic<br />

à procura <strong>de</strong> um iceberg neste momento.<br />

Mas ele está criando movimentos<br />

na indústria inteira. Numa<br />

entrevista que <strong>de</strong>i no ano passado<br />

eu disse que o Netflix é um gigante<br />

com margem <strong>de</strong> rato. Eles têm<br />

um individamento absurdo, mas<br />

capta dinheiro com taxas iguais ou<br />

melhores que a AT&T. É uma coisa<br />

inacreditável.<br />

Qual é a sua aposta?<br />

É um processo. A conta do Netflix<br />

não fecha e eles estão se arriscando<br />

muito porque ainda não<br />

têm concorrentes. Mas vão surgir<br />

em praticamente todos os mercados.<br />

O mérito maior, e a inovação<br />

do Netflix é ter criado um produto<br />

novo, o Binge Watching, a imersão<br />

em uma série. Isso é um salto e a<br />

indústria não tinha.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 21

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