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mercado<br />
❙❙Alexandre Camillo, do Sincor SP<br />
vender e em novos produtos. Algo que<br />
parece batido, mas, olhando os números<br />
do estudo, fica claro que precisa ser feito.<br />
“Percebo que há muita preocupação<br />
com tudo o que está acontecendo, muito<br />
entendimento do que deve ser feito, mas<br />
falta um pouco de atitude”, diz Alexandre<br />
Camillo.<br />
O que virá antes na revolução da<br />
categoria no Brasil? A qual das suas<br />
questões o corretor irá se debruçar<br />
mais, empenhar-se e sentir seu esforço<br />
reconhecido? O ideal seria que os dois<br />
acontecessem ao mesmo tempo, mas<br />
dentro da mentalidade que permeia o<br />
mercado, os problemas digitais acabam<br />
se tornando mais urgentes – o que não<br />
significa que as soluções são modernas<br />
e suficientemente concretas – e força os<br />
corretores a procurar caminhos, enquanto<br />
a diversificação é uma escolha que os<br />
corretores ainda têm possibilidade de<br />
fazer, ou não. “A tecnologia está caminhando<br />
mais rápido que a especialização.<br />
A carteira dos corretores ainda é a tradicional,<br />
baseada no automóvel. Mas, para<br />
mudar isso, estão chegando os carros sem<br />
motorista que, em 18 anos, deverão ser<br />
10% dessa carteira. As corretoras vão se<br />
ajustar às novas possibilidades ao longo<br />
do tempo”, acredita Galiza, reforçando o<br />
ponto de que é a tecnologia que levará às<br />
mudanças necessárias.<br />
Os ajustes de mercado dependerão<br />
da percepção de alguns fatores, como<br />
destaca Castro, do Sincor-PR. “O mercado<br />
de automóveis já está mais voltado<br />
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às assistências 24 horas, por exemplo. O<br />
cliente compra muito mais o conforto<br />
do que as coberturas de seguro. O carro<br />
locado também mudará a visão atual.<br />
Percebemos que o mercado de seguros,<br />
que não costumava gostar muito de locadoras,<br />
já está agindo de forma diferente e<br />
pensando em produtos para este nicho”,<br />
afirma.<br />
Auri Bertelli, do Sincor-SC, diz que<br />
essa necessidade de diversificação é algo<br />
que está no radar da entidade e que, no<br />
seu Estado, muito tem sido feito para<br />
melhorar o grau de conhecimento dos<br />
corretores. “A gente vê que eles estão<br />
trabalhando só automóvel e por isso apresentamos<br />
novos produtos para mudar esse<br />
foco”, relata. Ele acredita que um bom<br />
argumento para isso é que até mesmo<br />
a comissão dos corretores que insistem<br />
apenas no produto está diminuindo – o<br />
que antes era de 20% a 23%, agora fica<br />
entre 17% e 18%. “Eu creio que, em cinco<br />
anos, ela estará na casa de 8%”, completa<br />
Bertelli.<br />
O presidente do sindicato paulista<br />
afirma que essa discussão é diariamente<br />
colocada em pauta e que os corretores<br />
esperam da entidade a possibilidade de<br />
obter soluções às suas inquietações. Para<br />
Camillo, o momento é de preparo para<br />
uma grande transição. “O que eu digo<br />
não é uma crítica ao corretor de seguros,<br />
é um entendimento. Eu, como liderança,<br />
tenho que entender isso; fazer essa leitura<br />
e ajudar os corretores de seguros a dar<br />
esse passo à frente e fazer essa transição<br />
que eu reconheço ser difícil”, pontua.<br />
Entre as corretoras há muitas microempresas<br />
– 50% delas faturando até R$<br />
500 mil por ano, com resultados calcados<br />
no automóvel (56%), seguido por Ramos<br />
Elementares (14%) – que engloba diversas<br />
carteiras , Vida (12%), Saúde (9%);<br />
os outros ramos ficam com 9% desse<br />
montante. O que interessa ressaltar é que<br />
quando as corretoras são especializadas<br />
em um nicho, esse se torna a principal<br />
carteira de seu negócio. A especialização<br />
compensa, mas dá trabalho, conforme<br />
acredita o presidente do Sincor-SC.<br />
“Mesmo achando trabalhoso, os corretores<br />
são obrigados a partir para outros<br />
ramos, sob pena de ver sua empresa falir<br />
se não o fizerem”, avisa. Entre outras<br />
❙❙José Cristóvão Martins, do Sincor MT<br />
iniciativas para ajudar nesta transição, o<br />
catarinense lembra da Escola Nacional de<br />
Seguros, que disponibiliza cursos e possibilita<br />
parcerias com os sindicatos para<br />
especialização. Há ainda outros meios<br />
possíveis, como a interação com seguradoras.<br />
“Acho que cabe ao Sincor também<br />
preparar alguns profissionais e levar uma<br />
mensagem técnica não só de venda, mas<br />
de uma nova etapa que está acontecendo<br />
no mercado”, sugere Bertelli.<br />
José Cristóvão Martins, presidente<br />
do Sincor-MT, concorda com essa visão<br />
e crê que, pelo Mato Grosso, o Sincor tem<br />
feito sua parte, oferecendo workshops<br />
com grupos seguradores que tratam<br />
justamente sobre tecnologia e diversificação<br />
de carteira. “Hoje, é importante<br />
que o corretor descubra como atingir<br />
seus clientes e relacionar suas carteiras às<br />
necessidades deles. Sentimos a ansiedade<br />
do corretor por isso e acho que o sindicato<br />
está muito sensível às mudanças”, pontua.<br />
No Paraná, desde 2011 o foco é a<br />
mudança – com olhar especial para os<br />
benefícios. “O corretor ainda precisa<br />
despertar para coisas mais simples como<br />
seguro de vida, seguro saúde, dental e<br />
previdência privada. Com isso, tivemos<br />
grande êxito. Cada vez temos mais público,<br />
o que demonstra que o corretor<br />
realmente está empenhado nas novas<br />
formas de mercado”, comemora Castro.<br />
Os ramos elementares, por exemplo,<br />
que podem dar diversas opções de especialização,<br />
só são considerados extremamente<br />
importantes ou muito importantes