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Revista Apólice #227

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mercado<br />

❙❙Alexandre Camillo, do Sincor SP<br />

vender e em novos produtos. Algo que<br />

parece batido, mas, olhando os números<br />

do estudo, fica claro que precisa ser feito.<br />

“Percebo que há muita preocupação<br />

com tudo o que está acontecendo, muito<br />

entendimento do que deve ser feito, mas<br />

falta um pouco de atitude”, diz Alexandre<br />

Camillo.<br />

O que virá antes na revolução da<br />

categoria no Brasil? A qual das suas<br />

questões o corretor irá se debruçar<br />

mais, empenhar-se e sentir seu esforço<br />

reconhecido? O ideal seria que os dois<br />

acontecessem ao mesmo tempo, mas<br />

dentro da mentalidade que permeia o<br />

mercado, os problemas digitais acabam<br />

se tornando mais urgentes – o que não<br />

significa que as soluções são modernas<br />

e suficientemente concretas – e força os<br />

corretores a procurar caminhos, enquanto<br />

a diversificação é uma escolha que os<br />

corretores ainda têm possibilidade de<br />

fazer, ou não. “A tecnologia está caminhando<br />

mais rápido que a especialização.<br />

A carteira dos corretores ainda é a tradicional,<br />

baseada no automóvel. Mas, para<br />

mudar isso, estão chegando os carros sem<br />

motorista que, em 18 anos, deverão ser<br />

10% dessa carteira. As corretoras vão se<br />

ajustar às novas possibilidades ao longo<br />

do tempo”, acredita Galiza, reforçando o<br />

ponto de que é a tecnologia que levará às<br />

mudanças necessárias.<br />

Os ajustes de mercado dependerão<br />

da percepção de alguns fatores, como<br />

destaca Castro, do Sincor-PR. “O mercado<br />

de automóveis já está mais voltado<br />

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às assistências 24 horas, por exemplo. O<br />

cliente compra muito mais o conforto<br />

do que as coberturas de seguro. O carro<br />

locado também mudará a visão atual.<br />

Percebemos que o mercado de seguros,<br />

que não costumava gostar muito de locadoras,<br />

já está agindo de forma diferente e<br />

pensando em produtos para este nicho”,<br />

afirma.<br />

Auri Bertelli, do Sincor-SC, diz que<br />

essa necessidade de diversificação é algo<br />

que está no radar da entidade e que, no<br />

seu Estado, muito tem sido feito para<br />

melhorar o grau de conhecimento dos<br />

corretores. “A gente vê que eles estão<br />

trabalhando só automóvel e por isso apresentamos<br />

novos produtos para mudar esse<br />

foco”, relata. Ele acredita que um bom<br />

argumento para isso é que até mesmo<br />

a comissão dos corretores que insistem<br />

apenas no produto está diminuindo – o<br />

que antes era de 20% a 23%, agora fica<br />

entre 17% e 18%. “Eu creio que, em cinco<br />

anos, ela estará na casa de 8%”, completa<br />

Bertelli.<br />

O presidente do sindicato paulista<br />

afirma que essa discussão é diariamente<br />

colocada em pauta e que os corretores<br />

esperam da entidade a possibilidade de<br />

obter soluções às suas inquietações. Para<br />

Camillo, o momento é de preparo para<br />

uma grande transição. “O que eu digo<br />

não é uma crítica ao corretor de seguros,<br />

é um entendimento. Eu, como liderança,<br />

tenho que entender isso; fazer essa leitura<br />

e ajudar os corretores de seguros a dar<br />

esse passo à frente e fazer essa transição<br />

que eu reconheço ser difícil”, pontua.<br />

Entre as corretoras há muitas microempresas<br />

– 50% delas faturando até R$<br />

500 mil por ano, com resultados calcados<br />

no automóvel (56%), seguido por Ramos<br />

Elementares (14%) – que engloba diversas<br />

carteiras , Vida (12%), Saúde (9%);<br />

os outros ramos ficam com 9% desse<br />

montante. O que interessa ressaltar é que<br />

quando as corretoras são especializadas<br />

em um nicho, esse se torna a principal<br />

carteira de seu negócio. A especialização<br />

compensa, mas dá trabalho, conforme<br />

acredita o presidente do Sincor-SC.<br />

“Mesmo achando trabalhoso, os corretores<br />

são obrigados a partir para outros<br />

ramos, sob pena de ver sua empresa falir<br />

se não o fizerem”, avisa. Entre outras<br />

❙❙José Cristóvão Martins, do Sincor MT<br />

iniciativas para ajudar nesta transição, o<br />

catarinense lembra da Escola Nacional de<br />

Seguros, que disponibiliza cursos e possibilita<br />

parcerias com os sindicatos para<br />

especialização. Há ainda outros meios<br />

possíveis, como a interação com seguradoras.<br />

“Acho que cabe ao Sincor também<br />

preparar alguns profissionais e levar uma<br />

mensagem técnica não só de venda, mas<br />

de uma nova etapa que está acontecendo<br />

no mercado”, sugere Bertelli.<br />

José Cristóvão Martins, presidente<br />

do Sincor-MT, concorda com essa visão<br />

e crê que, pelo Mato Grosso, o Sincor tem<br />

feito sua parte, oferecendo workshops<br />

com grupos seguradores que tratam<br />

justamente sobre tecnologia e diversificação<br />

de carteira. “Hoje, é importante<br />

que o corretor descubra como atingir<br />

seus clientes e relacionar suas carteiras às<br />

necessidades deles. Sentimos a ansiedade<br />

do corretor por isso e acho que o sindicato<br />

está muito sensível às mudanças”, pontua.<br />

No Paraná, desde 2011 o foco é a<br />

mudança – com olhar especial para os<br />

benefícios. “O corretor ainda precisa<br />

despertar para coisas mais simples como<br />

seguro de vida, seguro saúde, dental e<br />

previdência privada. Com isso, tivemos<br />

grande êxito. Cada vez temos mais público,<br />

o que demonstra que o corretor<br />

realmente está empenhado nas novas<br />

formas de mercado”, comemora Castro.<br />

Os ramos elementares, por exemplo,<br />

que podem dar diversas opções de especialização,<br />

só são considerados extremamente<br />

importantes ou muito importantes

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