Gestão Hospitalar N.º 8 2016
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UM PROFISSIONAL DE SAÚDE<br />
NA WEB<br />
PEDRO COUTO VIANA<br />
Médico Dentista<br />
LUÍS EUSTÁQUIO<br />
Designer<br />
Hoje vive-se uma plena existência dual. Dois mundos,<br />
o digital e o material, coabitam, complementam-se,<br />
sobrepõem-se e condicionam, indiscutivelmente,<br />
a nossa maneira de ser e de estar. Somos fruto destas<br />
duas existências, um conjunto de “bytes” no mundo virtual<br />
e uma organização de átomos no mundo material.<br />
Nos nossos dias, existir é um exercício de constante<br />
equilíbrio. Individualmente e de forma coletiva, vamos fazendo<br />
o caminho com um pé assente em terreno virtual<br />
e outro assente em terreno material. Sermos cidadãos e<br />
profissionais plenamente integrados, pressupõe um equilíbrio<br />
harmonioso entre estes dois mundos assumindo<br />
uma identidade bem definida e clara, que navegue responsavelmente<br />
nestas realidades.<br />
Os profissionais de saúde estão preparados para integrar<br />
quotidianamente as mais avançadas ferramentas<br />
tecnológicas disponibilizadas pelo mundo virtual, mas o<br />
mesmo não se verifica no que respeita à sua preparação<br />
para criar, desenvolver e promover a sua identidade profissional<br />
nesta sociedade global de comunicação em rede.<br />
A identidade do profissional de saúde a partir do momento<br />
que é criada na rede digital adquire uma dimensão<br />
global que exige responsabilidade acrescida. Essa responsabilidade,<br />
em termos científicos, éticos e sociais, ganha<br />
uma nova dimensão nesta forma de comunicar imediata<br />
e generalizada.<br />
Conscientes da simultânea responsabilidade e necessidade<br />
de criamos o nosso avatar virtual, devemos estar<br />
certos da sua inevitabilidade. Quem ainda não o fez já sente<br />
o maior ou menor desconforto da exclusão.<br />
Navegar neste novo oceano da comunicação exige conhecimento<br />
e sensibilidade. Não se recomendam aventureirismos<br />
amadores nem viagens solitárias. Tal como em<br />
tempos passados, os grandes descobrimentos fazem-se<br />
com equipas multidisciplinares.<br />
Os profissionais de saúde deverão dar estes passos devidamente<br />
amparados por profissionais da comunicação e<br />
tecnologia, como designers e engenheiros informáticos. O<br />
ato de comunicar é permeado por meios emergentes que<br />
lhe aportam novas características, as quais é necessário<br />
reconhecer e acima de tudo utilizar proativamente, sempre<br />
com a orientação de especialistas.<br />
Comunicar é mais que nunca ser eficaz na disseminação<br />
criativa da mensagem. É pois fundamental definir<br />
concretamente o que se pretende comunicar, para consolidar<br />
uma parceria profissional e criativa que ajude a nossa<br />
identidade a navegar eficazmente na rede.<br />
As equipas são fortes quando, ao profissionalismo, se<br />
unem a empatia e a determinação dos seus elementos.<br />
É crucial editar uma equipa, não somente com base em<br />
critérios de competência, mas consolidar a nossa escolha<br />
com um processo de conhecimento pessoal que valide<br />
uma sintonia no que diz respeito ao estilo.<br />
Sabendo o que se pretende e constituída a equipa, começa<br />
a criação e desenvolvimento do projeto. Devemos<br />
contar nesta fase com reuniões demoradas, aparentemente<br />
inconclusivas e pouco produtivas. No entanto, não<br />
devemos meter pressa neste caldo de ideias e opiniões.<br />
Aconselha-se, sim, trabalhar com prazos previamente<br />
definidos.<br />
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