22.02.2018 Views

Gestão Hospitalar N.º 8 2016

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

© FEDRA SANTOS<br />

tendo uma DPOC, ou uma insuficiência cardíaca ou uma<br />

insuficiência hepática ele é, a nível do internamento da<br />

responsabilidade da medicina interna e, todas as outras<br />

especialidades, servem apenas como prestadores numa<br />

consultoria numa área ou outra que tenham mais alguma<br />

especificidade. Isto significa deitar as portas das quintas<br />

abaixo e dizer que o internamento é gerido de um modo<br />

integrado em que não há um internamento que é da pneumologia<br />

apenas porque sim e há doentes com DPOC que<br />

vão para a pneumologia e outros que vão para a medicina<br />

interna e tudo isso. E permite além disso outra coisa que<br />

é encaramos a procura do internamento, que tem uma<br />

enorme sazonalidade ‒ enorme no sentido que tem uma<br />

enorme amplitude entre a máxima procura e a procura<br />

menor no inverno e no verão ‒, e podermos criar um conceito<br />

de que os hospitais não têm uma lotação de camas.<br />

Falar em lotação ‒ quando perguntam qual a lotação do<br />

Centro <strong>Hospitalar</strong> de S. João? Respondo: quero lá saber. Não<br />

sei nem me interessa. Quando muito podemos falar numa<br />

lotação média anual. Tem de ser consoante as necessidades.<br />

Ou seja, temos de ter capacidade no inverno de aumentar<br />

em 100 camas e no verão já tivemos situações em<br />

que diminuímos 300 ou mais camas e encerrámos pisos<br />

inteiros no hospital. Isso significa que temos também de<br />

olhar de outro modo, com outra visão, para a forma como<br />

organizamos o trabalho, como lidamos com as pessoas e<br />

encontrar formas de, sem pôr em causa dos direitos dos<br />

trabalhadores, remunerações dos profissionais, etc., termos<br />

flexibilidade na racionalização de recursos humanos.<br />

São necessárias mais horas de trabalho na maior procura<br />

e menos na menor procura. A forma como se organizam<br />

as férias, a forma como se pode organizar horas de bolsa,<br />

etc. permitem alguma flexibilidade para se quisermos, e<br />

se os profissionais quiserem, termos essa resposta.<br />

Isso é ainda mais importante, porque sempre que há excesso<br />

de procura e crises na Urgência, elas não são só da<br />

Urgência. São da Urgência e da capacidade que os hospitais<br />

têm de manter a Urgência vazia. Se os doentes chegarem<br />

a uma Urgência em grande quantidade e muitos<br />

deles precisarem de ser internados e ficarem na Urgência,<br />

porque não há capacidade de resposta no internamento, o<br />

caos está instalado. E, portanto, esse é um dos problemas<br />

mais importantes na resposta às situações de maior procura<br />

e a medicina interna é fulcral em tudo isso.<br />

26

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!