Gestão Hospitalar N.º 8 2016
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© FEDRA SANTOS<br />
ração para as integrar na rede de distribuição do medicamento<br />
prescrito nos hospitais. Permitindo que os doentes<br />
não tenham de se deslocar dezenas ou centenas de quilómetros<br />
para levantar o medicamento e o possam levantar<br />
junto do seu distribuidor normal da farmácia mais<br />
próxima, com isto mantendo a responsabilidade de controlo<br />
da prescrição nos hospitais, e portanto, por um lado<br />
aproximar e facilitar a acessibilidade ao medicamento que<br />
é prescrito nos hospitais, mas por outro lado instituir políticas<br />
que permitam reduzir a enorme despesa que se tem<br />
na área do medicamento e dessa forma permitir a acessibilidade<br />
ou permitir o acesso a alguns medicamentos que<br />
são verdadeiramente inovadores. Aquilo a que se chama<br />
habitualmente inovação terapêutica, sendo que a esmagadora<br />
maioria não é inovação terapêutica. Isto, naturalmente,<br />
implica um conjunto alargado de medidas, que vão<br />
desde a definição do portfólio de medicamentos a utilizar<br />
no âmbito do SNS e as alternativas que podem existir<br />
entre esses medicamentos, por forma a garantir que os<br />
processos de requisição garantam realmente menores<br />
custos, até abordagens do tipo do estado estabelecer<br />
protocolos que assentem em pagamentos por tratamentos<br />
de doenças no âmbito de doenças raras, ou de outras,<br />
em que a terapêutica é extraordinariamente dispendiosa.<br />
Em áreas que tenham um enorme impacto na despesa<br />
hospitalar, como sejam: doenças autoimunes, neoplasias,<br />
cancro, etc., definir políticas de similares terapêuticos que<br />
permitam escolhas alternativas e que por via dessas os<br />
hospitais negoceiem preços muito mais baixos e não tenham<br />
só um ou outro medicamento. É ainda importante a<br />
abordagem de processos de aquisição centralizados para<br />
áreas específicas, porque em algumas áreas a centralização<br />
permite ganhos que a compra fraccionada não permite,<br />
nomeadamente em medicamentos que são exclusivos<br />
em que não há alternativas terapêuticas. E há um outro<br />
conjunto muito importante de medidas que podíamos<br />
aqui esmiuçar, mas que exigem mais sistematização. Portanto,<br />
e em resumo, é indiscutível que uma das grandes<br />
ameaças à comportabilidade do SNS é a área das matérias<br />
‒ medicamentos e dispositivos médicos ‒ e nesse aspeto,<br />
se copiarmos aquilo que é feito em alguns dos países mais<br />
desenvolvidos da Europa como avançarmos decididamen-<br />
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