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Gestão Hospitalar N.º 8 2016

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E, na minha opinião, o que<br />

deveria haver era uma<br />

centralização da resposta<br />

laboratorial porque ela não<br />

acrescenta nada, isto é,<br />

a prática desta atividade no<br />

hospital A, e no hospital B<br />

e no hospital C não aumenta<br />

o conhecimento, não garante<br />

maior acessibilidade, não<br />

permite produzir investigação,<br />

não acrescenta nenhum valor<br />

a nenhuma das instituições,<br />

enquanto que um laboratório<br />

central poderia responder<br />

a todas as necessidades de<br />

todas as instituições<br />

e internalizar aquilo que vai<br />

para fora no âmbito do SNS<br />

e que é uma das áreas de<br />

grande despesa para o SNS.<br />

resposta imediata, mas que se faz também por sistemas<br />

não muito dispendiosos? Faz sentido haver vários laboratórios<br />

a fazer a mesma coisa separados por uma rua, por<br />

500 metros, por 1 km ou por 5 km? Eu acho que esta é a<br />

primeira questão que devemos focar. E, na minha opinião,<br />

o que deveria haver era uma centralização da resposta laboratorial<br />

porque ela não acrescenta nada, isto é, a prática<br />

desta atividade no hospital A, e no hospital B e no hospital<br />

C não aumenta o conhecimento, não garante maior<br />

acessibilidade, não permite produzir investigação, não<br />

acrescenta nenhum valor a nenhuma das instituições,<br />

enquanto que um laboratório central poderia responder a<br />

todas as necessidades de todas as instituições e internalizar<br />

aquilo que vai para fora no âmbito do SNS e que é uma<br />

das áreas de grande despesa para o SNS. E quando se diz<br />

isto no âmbito do core lab, poderia ser um primeiro passo,<br />

diz-se no âmbito de outros MCDT’s. E poderíamos também<br />

fazê-lo partilhando recursos dentro de hospitais que fazem<br />

parte da mesma região. Quer dizer, noutras áreas, da<br />

imagiologia, etc. Não vejo que haja nenhum obstáculo a<br />

isso, se quisermos e se discutirmos com as instituições no<br />

sentido de garantir que com os mesmos ou menos recurso<br />

fazemos a mesma coisa ou mais ainda.<br />

GH: Uma das medidas estruturais da contratualização,<br />

ao nível dos serviços cirúrgicos é a produção<br />

adicional. Produção adicional essa que é<br />

atualmente contratualizada com as unidades<br />

hospitalares, conjuntamente com a produção<br />

normal, na negociação do Contrato Programa.<br />

Ora, a GH tem conhecimento que algumas instituições<br />

hospitalares do SNS têm serviços em que<br />

a produção adicional representa cerca de 50% da<br />

produção total! Como olha para esta realidade?<br />

AF: Dito assim, desse modo, acho que qualquer cidadão,<br />

qualquer pessoa dentro do SNS acha mal. A ideia que eu<br />

tenho é que há uma vontade política já definida até pelo<br />

Sr. Ministro da Saúde de responder às questões da produção,<br />

nomeadamente na área da cirurgia, com abordagens<br />

que sendo diferentes são complementares. Uma é, numa<br />

primeira fase, avançar-se para um processo de contratualização<br />

que estabeleça aquilo que cada instituição pode<br />

fazer no âmbito do que é o seu financiamento e reservar<br />

uma parte do orçamento da saúde atribuído às instituições<br />

hospitalares para uma espécie “de leilão”, com a devida<br />

reserva na utilização da palavra, ou seja para aumentar<br />

a capacidade de resposta, ou aproveitar a capacidade<br />

de resposta de algumas instituições, para reduzir listas<br />

de espera noutras instituições. Isto pode ter alguma utilidade<br />

numa fase mais ou menos rápida, sendo uma maneira<br />

expedita de resolver a procura, particularmente em<br />

algumas áreas onde a capacidade de resposta por via de<br />

alguma escassez de recursos humanos ou eventualmente<br />

outras razões, esteja posta em causa. Há algumas especialidades<br />

onde de facto alguns hospitais têm extremas<br />

dificuldades, porque os recursos humanos são reduzidos<br />

ou por outras razões.<br />

Esta é uma das abordagens que está prevista pelo Ministro<br />

da saúde.<br />

Quanto ao rácio produção adicional /produção programada<br />

no âmbito da produção normal, entendo que deve ser<br />

objeto de contratualização. A produção adicional só deve<br />

ser contratualizada com os serviços esgotada a capacidade<br />

produtiva no âmbito da produção normal. Ou seja,<br />

programada em todos os dias da semana e utilizando todos<br />

os recursos existentes e deve ser integrada com a capacidade<br />

de resposta do hospital. Não deve ser encarada<br />

como uma forma de remunerar melhor os profissionais de<br />

saúde, mas antes como uma forma de ajudar a responder<br />

melhor à procura no âmbito do SNS.<br />

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