22.02.2018 Views

Gestão Hospitalar N.º 8 2016

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

te para a utilização de dispositivos de uso único reprocessados<br />

– para o processo de reprocessamento e reutilização<br />

dos dispositivos de uso único - nas mais variadas áreas, é<br />

uma outra oportunidade de reduzirmos significativamente<br />

a despesa. Por isso, nestas áreas que representam uma<br />

fatia muito grande da despesa no âmbito do SNS, políticas<br />

corajosas, reproduzindo aquilo que já foi feito em alguns<br />

dos hospitais, nomeadamente em hospitais do norte do<br />

país, terá um impacto enorme. Outra área é a área do medicamento<br />

prescrito no âmbito dos cuidados primários de<br />

saúde e no âmbito das comparticipações, mas essa não<br />

está no âmbito dos hospitais.<br />

GH: Foi nomeado como Coordenador Nacional<br />

para a reforma do Serviço Nacional de Saúde na<br />

área dos Cuidados de Saúde <strong>Hospitalar</strong>es. No domínio<br />

da reforma dos cuidados hospitalares, sabemos<br />

que a estratégia de mudança e melhoria<br />

não é simples e enfrentará muitos obstáculos.<br />

Em que medida este grupo de trabalho para a<br />

reforma dos cuidados hospitalares pode efetivamente<br />

fazer a diferença no Serviço Nacional<br />

de Saúde (SNS)? Pode concretizar por favor que<br />

áreas considera de intervenção prioritária?<br />

AF: De facto, o que poderá fazer a diferença no SNS, mais<br />

do que um qualquer grupo técnico, é o decisor político. É<br />

quem toma decisões que faz a diferença. O decisor é quem<br />

faz a diferença. No caso concreto, um grupo técnico não<br />

tem essa atribuição de competências decisórias, mas tão-<br />

-somente, o que já de si é muito difícil, a de ajudar a encontrar<br />

soluções quer do ponto de vista da operacionalização<br />

do programa do governo, porque é esse que conta e não é a<br />

opinião pessoal de cada um de nós, quer no que diz respeito<br />

à identificação de problemas que estão no terreno e que<br />

podem ser resolvidos utilizando os recursos disponíveis<br />

no SNS, pondo as pessoas a falar umas com as outras e<br />

encontrando algumas soluções que não são propriamente<br />

dependentes de abordagens políticas concetuais. É o caso<br />

das centralizações de urgências em várias regiões do país,<br />

principalmente nas grandes áreas metropolitanas, o caso<br />

de identificar problemas noutras áreas mais periféricas<br />

onde a capacidade de resposta dos cuidados primários de<br />

saúde pode ser menos adequada e onde alguma coordenação<br />

entre a coordenação dos cuidados hospitalares e<br />

a coordenação dos cuidados primários pode permitir que<br />

resolvendo um problema a jusante se consiga ultrapassar<br />

o problema que parece estar centrado a montante. A articulação<br />

com os cuidados continuados no terreno, seja no<br />

âmbito dos cuidados paliativos, seja no âmbito da abordagem<br />

do doente crónico, seja na prestação de cuidados<br />

domiciliários onde os hospitais também podem colaborar<br />

com a coordenação dos cuidados continuados. Este é um<br />

aspeto que é importante. Outros aspetos têm a ver com o<br />

desenhar de abordagens que estão previstas no programa<br />

do governo. Tudo porque o grupo chamado da reforma<br />

hospitalar não tem como objetivo criar uma estratégia.<br />

A estratégia está definida no programa do governo e é<br />

esse programa que sustenta a estratégia do Ministério da<br />

Saúde. O grupo da reforma hospitalar tem como objetivo,<br />

percebendo o que é o programa do governo e não lhe competindo<br />

discuti-lo, tentar encontrar e propor medidas que<br />

ajudem à concretização desse programa, tendo sempre<br />

presente que é fundamental a visão da sustentabilidade<br />

do SNS e em particular, no caso em concreto deste grupo,<br />

da área hospitalar.<br />

Deixe-me só dizer mais duas ou três coisas.<br />

É que é exatamente na área dos modelos de gestão que o<br />

programa do governo prevê Unidades Autónomas de <strong>Gestão</strong><br />

(UAG), Centros de Responsabilidade Integrada (CRI),<br />

autonomia e responsabilização da gestão hospitalar e da<br />

gestão intermédia nos hospitais, na área da abordagem<br />

racional da organização, das pessoas, dos recursos humanos.<br />

E, depois, no âmbito das políticas associadas às matérias,<br />

portanto políticas de consumo, e ainda, no âmbito<br />

da capacidade para criarmos sistemas de informação que<br />

permitam de facto gerir o SNS e de facto fazer benchmarking,<br />

digamos que estas três áreas são aquelas em que o<br />

grupo esteve a trabalhar e que apresentou no final do mês<br />

de janeiro ao Sr. Secretário de Estado Adjunto o resultado<br />

do seu trabalho.<br />

Portanto, o grupo tem como objetivo operacionalizar políticas<br />

de saúde que têm uma definição política governativa<br />

do executivo, não tem como objetivo inventar ou criar<br />

É que é exatamente na área<br />

dos modelos de gestão que<br />

o programa do governo<br />

prevê Unidades Autónomas<br />

de <strong>Gestão</strong> (UAG), Centros<br />

de Responsabilidade<br />

Integrada (CRI), autonomia<br />

e responsabilização da<br />

gestão hospitalar e da gestão<br />

intermédia nos hospitais,<br />

na área da abordagem racional<br />

da organização, das pessoas,<br />

dos recursos humanos.<br />

31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!