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Revista Apólice #213

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participante de planos de previdência privada<br />

já é, por si só, um fator importante<br />

de inibição destas retiradas. “Além deste<br />

custo, ao fazer retiradas antecipadas os<br />

participantes consomem parte do capital<br />

angariado durante o período de contribuição<br />

e prejudicam o montante a ser recebido<br />

futuramente”, justifica a executiva.<br />

Seguindo essa linha, o comportamento<br />

em tempos de crise seria justamente<br />

o contrário. Ao invés de uma corrida<br />

desenfreada por saques, o consumidor<br />

se tornaria mais comedido. “Em cenários<br />

de instabilidade econômica, cresce<br />

a tendência de conservadorismo nos<br />

investimentos, o que também é refletido<br />

no cenário de previdência privada. Diante<br />

de incertezas na manutenção do emprego,<br />

muitos passam a investir em previdência<br />

com a intenção de oferecer boas condições<br />

para sua família no futuro, além de<br />

poder contar com uma reserva e renda em<br />

caso de imprevistos”, observa.<br />

Alexandre de Mattos Malho, superintendente<br />

comercial da Icatu Seguros,<br />

aposta em uma evolução histórica. O executivo<br />

enxerga uma mudança no decorrer<br />

dos anos, destacando o advento do VGBL,<br />

em 2003, que hoje representa, aproximadamente,<br />

90% do total da captação da<br />

companhia no território nacional. “De<br />

2003 até esse ano, as captações aumentaram<br />

muito. É importante lembrar que<br />

há 18, 20 anos, a previdência era somente<br />

complemento da aposentadoria.”, destaca.<br />

A verdade é que a previdência privada<br />

se tornou mais presente na vida dos<br />

brasileiros na última década. Os trabalhos<br />

de educação financeira começam a<br />

mostrar seus primeiros frutos com esses<br />

comportamentos mais centrados. “Além<br />

disso, há a conscientização por conta das<br />

mudanças da previdência social”, pontua<br />

a executiva da Mapfre.<br />

Outra questão importante, levantada<br />

por Malho, é o plano de sucessão. Muitos<br />

participantes estão usando esse mecanismo<br />

de previdência privada complementar<br />

para a questão de planejamento sucessório.<br />

“É por isso que não só a previdência<br />

privada cresce de forma salutar, mas para<br />

os próximos anos nós estamos vislumbrando<br />

esse crescimento ainda maior do<br />

que temos hoje.”<br />

É importante frisar que essa movimentação<br />

ocorre muito mais nos planos<br />

individuais do que nos empresariais. A<br />

previdência privada, apesar de sempre<br />

figurar no top 5 dos desejos dos funcionários,<br />

ainda não encontrou um lugar<br />

definitivo na cesta de benefícios, que<br />

fica cada vez mais básica conforme a<br />

crise se agrava. “A previdência continua<br />

sendo um benefício muito importante<br />

para atrair e manter profissionais e<br />

é natural que ela tenha adaptações,<br />

principalmente em grandes empresas,<br />

por conta de cenários adversos”, afirma<br />

Maristela. Ao invés da situação servir<br />

como desculpa, poderá ser um trunfo<br />

para quem tem condições de oferecer<br />

mais do que o concorrente na hora de<br />

conseguir o melhor profissional. Na<br />

maioria das vezes, o funcionário participa<br />

do pagamento desse plano, percebe o<br />

investimento sendo feito e essa poupança<br />

é convidativa e pode fazer até mesmo<br />

com que o funcionário fique na empresa<br />

por muito mais tempo, construindo uma<br />

carreira longínqua.<br />

Malho não vê a diferença entre<br />

captações de prêmios individuais e<br />

empresariais, que ficam em 75% e 25%,<br />

respectivamente, como uma perda na força<br />

da previdência privada como um benefício,<br />

mas concorda que o segmento tem<br />

crescido muito pouco. “Quando falamos<br />

em planos empresariais, nós falamos de<br />

uma empresa onde há inúmeras pessoas<br />

sob aquele guarda-chuva”, exemplifica o<br />

executivo da Icatu.<br />

A explicação, na visão dele, é que<br />

os planos contratados individualmente,<br />

principalmente por aqueles de alta renda,<br />

é que puxam o crescimento, principalmente<br />

no modelo VGBL.<br />

Além desses fatores, com a implementação<br />

da lei 11053/2004, as pessoas<br />

ganharam mais um benefício com a<br />

previdência privada: a tabela regressiva<br />

do imposto de renda. “Isso fez o mercado<br />

crescer, porque o público de alta renda<br />

procura muito utilizar essa tabela”, conta<br />

Malho.<br />

Possíveis desafios<br />

O que poderia fazer com que esses<br />

ventos mudassem para a previdência<br />

Foto: Carlos Della Rocca<br />

❙❙Maristela Gorayb, da Mapfre<br />

❙❙Edson Franco, da FenaPrevi<br />

❙❙Alexandre M. Malho, da Icatu Seguros<br />

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