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Revista Apólice #213

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previdência privada<br />

complementar privada? Pouca coisa,<br />

segundo os executivos. As mudanças<br />

de perfil demográfico e socieconômico<br />

levam para o desenvolvimento da carteira<br />

nas próximas décadas. Certamente,<br />

a queda da natalidade em relação<br />

ao envelhecimento da população já é<br />

um desafio conhecido que o mercado<br />

expõe e procura maneiras de contornar<br />

há algum tempo. Assim como a<br />

inclusão social e o aumento da classe<br />

média como beneficiária desse produto<br />

trazem outra perspectiva de utilização.<br />

O contexto econômico e político atual<br />

é difícil, mas dados do Banco Mundial<br />

indicam que a renda per capta do Brasil<br />

cresceu de US$ 2.274, em 1993 para US$<br />

11.384, em 2014. “Diante desse cenário,<br />

o nosso desafio é atuar como agente de<br />

conscientização da população sobre os<br />

riscos de perda de renda e de vida como<br />

consequencia da importância de se proteger<br />

adequadamente”, destaca Franco.<br />

Maristela também cita esses dois<br />

fatores como os que devem ser primordialmente<br />

avaliados para entender o fenômeno<br />

previdência privada complementar.<br />

“Esses efeitos estão sendo sentidos na<br />

prática. Há também a questão de se contar<br />

com rendimentos econômicos que acabam<br />

não sendo suficientes para um plano<br />

de vida”, destaca. A notícia chega a todos<br />

os ouvidos: o Brasil procura maneiras de<br />

reduzir os impactos da previdência social<br />

conforme a população se torna mais longeva.<br />

“A previdência social continuará<br />

sofrendo ajustes, levando em conta esses<br />

fatores. Por isso, acreditamos que a previdência<br />

privada tenha ainda um grande<br />

potencial de crescimento, o que também<br />

deverá acontecer com a conscientização<br />

cada vez maior da população”, completa<br />

a executiva.<br />

Atrelada a essa mudança de mentalidade,<br />

há também a preocupação do<br />

governo em fortalecer essa alternativa<br />

de poupança, dando subsídios e tratando<br />

a previdência privada como uma<br />

importante questão, já que os fundos de<br />

previdência têm muitos títulos atrelados<br />

ao governo. “Isso se torna um mecanismo<br />

interessante para todos os envolvidos.<br />

Claro que não se pode transferir para<br />

entidades privadas uma obrigação do<br />

Estado, porque a população já paga as<br />

contribuições para ter direito à aposentadoria.<br />

Mas, como complemento, a previdência<br />

privada se mostra, sem dúvidas,<br />

fundamental”, explica Malho.<br />

O que ainda preocupa os seguradores<br />

é que a média do investidor que aplica na<br />

previdência é de 45/46 anos, aqueles que<br />

têm memória inflacionária. Até mesmo<br />

jovens empreendedores, que começaram<br />

suas carreiras entre 20 e 35 anos, estão<br />

passando pela primeira crise econômica<br />

em que realmente têm contas para pagar<br />

e clientes para conquistar em um mercado<br />

adverso. “A cultura de poupança<br />

de longo prazo muda com o tempo. Nós<br />

temos a responsabilidade de formar pessoas,<br />

ajudá-las a entender a importância<br />

desses mecanismos de investimento e<br />

de proteção que correspondam às suas<br />

expectativas”, aconselha o presidente da<br />

FenaPrevi.<br />

O foco, portanto, fica nos jovens<br />

de 10 a 20 anos. É necessário fazê-los<br />

compreender que, por mais distante que<br />

pareça, independente da idade e das<br />

reestrutuções da previdência social, um<br />

dia eles irão se aposentar. Para chegar a<br />

esse consumidor, o executivo da Icatu dá<br />

a dica que muitos conhecem, mas poucos<br />

se lembram de colocar em prática: “o<br />

mercado segurador precisa estar antenado<br />

nessas questões de tecnologia, que<br />

são fundamentais também para atiçar a<br />

curiosidade e fazer com que esses jovens<br />

apliquem o mais cedo possível em previ-<br />

O que pode impactar<br />

a previdência?<br />

A previdência é, ou pelo menos<br />

deveria ser, um comprometimento de<br />

médio a longo prazo. Os dados abaixo<br />

é que podem complicar.<br />

Dados recentes do IBGE (Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e Estatística),<br />

apresentados em 2015, mostram que:<br />

• n Em 2030 teremos cerca de 41,5<br />

milhões de idosos no País, contra<br />

14,2 milhões em 2000.<br />

• n Haverá uma drástica redução<br />

no número de jovens de 15 a 29<br />

anos. Em 2000, a faixa era 28,2%<br />

da população e, em 2030, deverá<br />

ser 21%.<br />

• n O contingente de idosos é o<br />

segmento populacional que mais<br />

cresce no País e exigirá mais cuidados<br />

previdenciários, de proteção e<br />

de saúde.<br />

dência complementar”, aconselha.<br />

A previdência privada é um investimento<br />

com foco na geração de renda.<br />

Ela precisa ser compreendida como a<br />

possibilidade de um conforto que não<br />

poderia ser proporcionado sem essa<br />

opção. “Sabemos que, em uma cultura<br />

imediatista, muitos optam por sacar os<br />

planos nos quais investiram para sanar<br />

dívidas ou gastos não planejados. No<br />

entanto, acreditamos que o trabalho de<br />

educação financeira tem surtido efeitos”,<br />

comemora a diretora da Mapfre.<br />

Ou seja, o mercado acredita que esse<br />

crescimento se deve muito menos a contas,<br />

índices acumulados e interpretações<br />

otimistas e muito mais às medidas que<br />

têm educação como base.<br />

Evolução Mensal - 2016 (em milhões)<br />

Acumulado<br />

Meses JAN FEV MAR ABR MAI Jan_Mai/15 Jan_Mai/16<br />

Captação Líquida de Planos 1.692,80 2.390,50 4.044,60 4.755,07 5.480,28 17.979,13 18.313,25<br />

Variação -80,7% 41,2% 69,2% 17,6% 14,2% 56,2% 1,9%<br />

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