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previdência privada<br />
complementar privada? Pouca coisa,<br />
segundo os executivos. As mudanças<br />
de perfil demográfico e socieconômico<br />
levam para o desenvolvimento da carteira<br />
nas próximas décadas. Certamente,<br />
a queda da natalidade em relação<br />
ao envelhecimento da população já é<br />
um desafio conhecido que o mercado<br />
expõe e procura maneiras de contornar<br />
há algum tempo. Assim como a<br />
inclusão social e o aumento da classe<br />
média como beneficiária desse produto<br />
trazem outra perspectiva de utilização.<br />
O contexto econômico e político atual<br />
é difícil, mas dados do Banco Mundial<br />
indicam que a renda per capta do Brasil<br />
cresceu de US$ 2.274, em 1993 para US$<br />
11.384, em 2014. “Diante desse cenário,<br />
o nosso desafio é atuar como agente de<br />
conscientização da população sobre os<br />
riscos de perda de renda e de vida como<br />
consequencia da importância de se proteger<br />
adequadamente”, destaca Franco.<br />
Maristela também cita esses dois<br />
fatores como os que devem ser primordialmente<br />
avaliados para entender o fenômeno<br />
previdência privada complementar.<br />
“Esses efeitos estão sendo sentidos na<br />
prática. Há também a questão de se contar<br />
com rendimentos econômicos que acabam<br />
não sendo suficientes para um plano<br />
de vida”, destaca. A notícia chega a todos<br />
os ouvidos: o Brasil procura maneiras de<br />
reduzir os impactos da previdência social<br />
conforme a população se torna mais longeva.<br />
“A previdência social continuará<br />
sofrendo ajustes, levando em conta esses<br />
fatores. Por isso, acreditamos que a previdência<br />
privada tenha ainda um grande<br />
potencial de crescimento, o que também<br />
deverá acontecer com a conscientização<br />
cada vez maior da população”, completa<br />
a executiva.<br />
Atrelada a essa mudança de mentalidade,<br />
há também a preocupação do<br />
governo em fortalecer essa alternativa<br />
de poupança, dando subsídios e tratando<br />
a previdência privada como uma<br />
importante questão, já que os fundos de<br />
previdência têm muitos títulos atrelados<br />
ao governo. “Isso se torna um mecanismo<br />
interessante para todos os envolvidos.<br />
Claro que não se pode transferir para<br />
entidades privadas uma obrigação do<br />
Estado, porque a população já paga as<br />
contribuições para ter direito à aposentadoria.<br />
Mas, como complemento, a previdência<br />
privada se mostra, sem dúvidas,<br />
fundamental”, explica Malho.<br />
O que ainda preocupa os seguradores<br />
é que a média do investidor que aplica na<br />
previdência é de 45/46 anos, aqueles que<br />
têm memória inflacionária. Até mesmo<br />
jovens empreendedores, que começaram<br />
suas carreiras entre 20 e 35 anos, estão<br />
passando pela primeira crise econômica<br />
em que realmente têm contas para pagar<br />
e clientes para conquistar em um mercado<br />
adverso. “A cultura de poupança<br />
de longo prazo muda com o tempo. Nós<br />
temos a responsabilidade de formar pessoas,<br />
ajudá-las a entender a importância<br />
desses mecanismos de investimento e<br />
de proteção que correspondam às suas<br />
expectativas”, aconselha o presidente da<br />
FenaPrevi.<br />
O foco, portanto, fica nos jovens<br />
de 10 a 20 anos. É necessário fazê-los<br />
compreender que, por mais distante que<br />
pareça, independente da idade e das<br />
reestrutuções da previdência social, um<br />
dia eles irão se aposentar. Para chegar a<br />
esse consumidor, o executivo da Icatu dá<br />
a dica que muitos conhecem, mas poucos<br />
se lembram de colocar em prática: “o<br />
mercado segurador precisa estar antenado<br />
nessas questões de tecnologia, que<br />
são fundamentais também para atiçar a<br />
curiosidade e fazer com que esses jovens<br />
apliquem o mais cedo possível em previ-<br />
O que pode impactar<br />
a previdência?<br />
A previdência é, ou pelo menos<br />
deveria ser, um comprometimento de<br />
médio a longo prazo. Os dados abaixo<br />
é que podem complicar.<br />
Dados recentes do IBGE (Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística),<br />
apresentados em 2015, mostram que:<br />
• n Em 2030 teremos cerca de 41,5<br />
milhões de idosos no País, contra<br />
14,2 milhões em 2000.<br />
• n Haverá uma drástica redução<br />
no número de jovens de 15 a 29<br />
anos. Em 2000, a faixa era 28,2%<br />
da população e, em 2030, deverá<br />
ser 21%.<br />
• n O contingente de idosos é o<br />
segmento populacional que mais<br />
cresce no País e exigirá mais cuidados<br />
previdenciários, de proteção e<br />
de saúde.<br />
dência complementar”, aconselha.<br />
A previdência privada é um investimento<br />
com foco na geração de renda.<br />
Ela precisa ser compreendida como a<br />
possibilidade de um conforto que não<br />
poderia ser proporcionado sem essa<br />
opção. “Sabemos que, em uma cultura<br />
imediatista, muitos optam por sacar os<br />
planos nos quais investiram para sanar<br />
dívidas ou gastos não planejados. No<br />
entanto, acreditamos que o trabalho de<br />
educação financeira tem surtido efeitos”,<br />
comemora a diretora da Mapfre.<br />
Ou seja, o mercado acredita que esse<br />
crescimento se deve muito menos a contas,<br />
índices acumulados e interpretações<br />
otimistas e muito mais às medidas que<br />
têm educação como base.<br />
Evolução Mensal - 2016 (em milhões)<br />
Acumulado<br />
Meses JAN FEV MAR ABR MAI Jan_Mai/15 Jan_Mai/16<br />
Captação Líquida de Planos 1.692,80 2.390,50 4.044,60 4.755,07 5.480,28 17.979,13 18.313,25<br />
Variação -80,7% 41,2% 69,2% 17,6% 14,2% 56,2% 1,9%<br />
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