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revista Apólice #205

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direto de londres<br />

por Luciano Máximo*<br />

Bola de cristal do<br />

resseguro mundial<br />

No mercado ressegurador, o futuro é<br />

mais que um conceito. É um componente<br />

praticamente concreto nos negócios, assim<br />

como a assinatura de uma apólice ou<br />

a entrega de um serviço contratado. Saber<br />

como vai estar o mundo nos próximos meses,<br />

nos próximos anos, não é tarefa fácil,<br />

mas é fundamental para o sucesso nesse<br />

setor, logo profissionais do resseguro estão<br />

sempre recorrendo às suas bolas de cristal.<br />

No fim do verão europeu, um grupo<br />

global de líderes resseguradores se reuniu<br />

no Principado de Mônaco para o tradicional<br />

Rendez-Vous Monte Carlo, maior<br />

encontro mundial do setor que ocorre<br />

desde 1957. A atividade que chamou mais<br />

atenção (o hot topic do evento) foi a tentativa<br />

de prever como estará o mercado de<br />

resseguros em dez anos. De maneira geral,<br />

as bolas de cristal de grandes executivos<br />

e corretores anteciparam que na próxima<br />

década o mercado ressegurador será marcado<br />

por movimentos de fluxos de capital<br />

e de talentos ainda mais rápidos e que os<br />

riscos serão tratados ainda mais como<br />

commodity. Além disso, uma resseguradora<br />

cumprirá cada vez mais um papel de<br />

consultoria aos clientes, não apenas cobrir<br />

sinistros, ponto que coloca desafios para<br />

o papel corretor de resseguros na cadeia<br />

do negócio.<br />

“Dez anos atrás, nós vimos a transição<br />

dos sindicatos diretos de resseguros<br />

[tradicionalíssimos compartilhadores de<br />

grandes riscos que atuam no Lloyd’s of<br />

London, por exemplo] e um monte de<br />

start-ups de resseguros abrindo capital<br />

em bolsas de valores. Isso resultou, agora,<br />

num volume enorme de capital de terceiros<br />

compondo diretamente os balanços das<br />

resseguradoras como subscrição de risco.<br />

20<br />

Em dez anos, o componente câmbio será<br />

muito mais interessante que agora para a<br />

indústria. Outra coisa que vai ser muito,<br />

muito importante, é que o lado consultivo<br />

do negócio vai crescer. A gente vai precisar<br />

dizer algo que os nossos clientes não<br />

sabem se quisermos crescer, temos que<br />

apresentar oportunidades que eles não<br />

têm. Nesse sentido, o papel do corretor vai<br />

mudar significativamente”, projeta David<br />

Flandro, chefe de análises da JLT Re.<br />

Davied Priebe, vice-presidente da<br />

Guy Carpenter, também foca o lado financeiro<br />

do negócio em suas previsões.<br />

“Eu acho que continuaremos a ter um<br />

processo de transformação do setor, com<br />

um mercado cada vez mais dinâmico,<br />

com um maior e mais livre fluxo de capital<br />

e investidores. Temos que continuar<br />

convencendo os investidores que o seguro<br />

é um ativo importante e abrangente, do<br />

ponto de vista de classe de investimento e<br />

de garantia de risco”, prevê Priebe.<br />

De olho no futuro dos fundamentos<br />

macroeconômicos do mundo nos<br />

próximos anos, o economista-chefe da<br />

Swiss Re, Kurt Karl, aposta nos mercados<br />

emergentes como grande fonte de<br />

receitas para as grandes resseguradoras<br />

globais, principalmente China. Ele também<br />

vê um cenário com taxas de juros<br />

mais favoráveis para os investimentos<br />

das companhias. “Não estou esperando<br />

que o Fed [Banco Central dos Estados<br />

Unidos] suba juros na semana que vem,<br />

mas é algo que acontecerá no fim do ano,

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