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revista Apólice #205

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início de 2016. Isso deve ser acompanhado<br />

pelos bancos centrais do Reino Unido e<br />

da Europa, mas só irá favorecer os ativos<br />

dos portfólios das resseguradoras mais<br />

para frente”, acredita Karl.<br />

Já Denis Kessler, CEO da francesa<br />

Scor, vê um mercado de resseguros mais<br />

consolidado e concentrado em um número<br />

cada vez menor de empresas. “Mas isso<br />

não ocorrerá apenas via fusões e aquisições,<br />

mas porque o fluxo de negócios<br />

se encaminhará para cada vez menos<br />

players, grandes players. Hoje temos<br />

vários gaps que separam as empresas na<br />

indústria de resseguros, em termos de<br />

tamanho do negócio, expertise, poder de<br />

mercado. Então, projetamos o mercado<br />

com poucas empresas globais com bastante<br />

poder de fogo, oferecendo capacidade e<br />

serviços em todas as linhas. Companhias<br />

médias menores se manterão no negócio<br />

pela expertise, enquanto resseguradores<br />

pequenos terão dificuldade de continuar.<br />

Basta olhar para o segmento vida de<br />

resseguros hoje, com mais de 80% dos<br />

negócios nas mãos de cinco, seis companhias.<br />

Isso deve acontecer em dez anos,<br />

15 anos, no segmento de propriedades e<br />

casualidades”, avalia Kessler.<br />

CEO de um pequeno sindicato<br />

recém-aprovado no Lloyd’s of London,<br />

David Reeves, do grupo segurador inglês<br />

Barbican Insurance, discorda do colega<br />

David Reeves, da Barbican Insurance<br />

da Scor. “A questão que está na boca de<br />

todos do mercado é como os pequenos<br />

resseguradores se manterão na ativa com<br />

tamanha concorrência. Minha resposta<br />

como líder de uma pequena resseguradora<br />

é: ‘o detalhe está nos serviços.<br />

Onde há serviços a serem prestados, há<br />

oportunidade. Onde há oportunidade,<br />

há margem. Há espaço para a gente, há<br />

um nicho. Nós vamos continuar usando<br />

o formato de negócio do Lloyd’s, assim<br />

como várias outras empresas, e tenho<br />

certeza que os clientes continuarão tendo<br />

boas experiências com a gente. Portanto,<br />

o mercado em dez anos será excitante.<br />

O mercado do Lloyd’s deverá dobrar de<br />

tamanho em relação ao fluxo que tem<br />

hoje, com cerca de cem sindicatos em<br />

operação. Em dez anos, vamos estar bastante<br />

orgulhosos das nossas conquistas<br />

”, promete Reeves.<br />

>> Mais informações sobre o tradicional<br />

encontro de resseguradores<br />

Rendez-Vouz Montecarlo acesse: www.<br />

rvs-monte-carlo.com/welcome<br />

Governo Dilma e os (re)seguros 1<br />

O ministro da Fazenda, Joaquim<br />

Levy, não estava brincando quando colocou<br />

o mercado de seguros e resseguros<br />

em sua agenda na área econômica. Em<br />

várias oportunidades, o ministro destacou<br />

a importância desses dois setores<br />

num contexto de um desenvolvimento<br />

econômico mais dinâmico para o Brasil.<br />

Mais especificamente, Levy quer que<br />

seguradoras e resseguradoras sejam<br />

protagonistas do financiamento do crescimento<br />

da economia do país usando seus<br />

enormes portfólios de investimento para<br />

bancar projetos de infraestrutura.<br />

Levy veio a Londres em maio deste<br />

ano e discutiu o assunto com lideranças<br />

do setor. O ministro retornou à capital<br />

inglesa em outubro e deu um passo mais<br />

concreto. Voltou a se encontrar executivos<br />

de grandes empresas e representantes do<br />

governo britânico, inclusive o ministro<br />

das Finanças, George Osborne, para discutir<br />

como fazer os mercados de seguros<br />

e resseguros dos dois países avançar.<br />

Esse compromisso foi formalizado em<br />

um documento de intenções produzido<br />

pelos dois governos.<br />

“O Brasil e o Reino Unido reconheceram<br />

os benefícios do fomento de um<br />

setor de seguros e resseguros inovador,<br />

além do potencial das tecnologias financeiras<br />

como meio para tanto. Ambas as<br />

partes comprometem-se a estabelecer<br />

um grupo de trabalho integrado por representantes<br />

dos governos do Brasil e do<br />

Reino Unido, além de lideranças do setor<br />

privado. O Reino Unido viu-se motivado<br />

mediante as alterações regulatórias<br />

recentemente introduzidas pelo Brasil<br />

no sentido de liberalizar seu mercado<br />

de seguros e resseguros”, declarou Levy.<br />

Governo Dilma e os (re)seguros 2<br />

Em sua segunda passagem por Londres<br />

em menos de seis meses, o ministro<br />

da Fazenda, Joaquim Levy, também falou<br />

sobre o Instituto de Resseguros do Brasil<br />

(IRB Brasil Re). Em ent<strong>revista</strong> coletiva<br />

a jornalistas brasileiros e britânicos,<br />

Levy disse que a venda ou a abertura<br />

de capitais do IRB estão na agenda do<br />

governo. O ministro falou, brevemente,<br />

que uma transação envolvendo o IRB<br />

“será positivo” para o esforço fiscal atual<br />

empreendido pela equipe econômica do<br />

governo federal como forma de reequilibrar<br />

as contas públicas.<br />

Denis Kessler, da Scor<br />

* Luciano Máximo, jornalista, é repórter licenciado do jornal Valor Econômico, cobriu o setor de<br />

seguros e resseguros na Gazeta Mercantil<br />

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