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revista Apólice #205

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especial riscos diversos evento<br />

com apólices de cyber segurança. “O<br />

principal motivo é a falta de conscientização<br />

sobre o tamanho e impactos do risco<br />

cibernético”, afirma Flavio Sá, gerente de<br />

Linhas Financeiras da AIG Brasil.<br />

Vale frisar que, mesmo sendo um<br />

importante componente para salvaguardar<br />

empresas, a cobertura de seguro não<br />

substitui a necessidade de uma política de<br />

segurança cibernética para organizações.<br />

Por isso, é necessária a conscientização<br />

interna de que segurança é uma responsabilidade<br />

de todos e não apenas questão<br />

a ser tratada pelo departamento de Tecnologia<br />

da Informação. “Ter diferentes<br />

áreas de negócios envolvidas na gestão de<br />

riscos cibernéticos fortalece a defesa de<br />

uma companhia contra ameaças”, alerta<br />

Ana Canovas, International Financial<br />

Lines do XL Catlin.<br />

O planejamento de contenção de crises<br />

deve envolver ainda um treinamento<br />

aos colaboradores sobre como tratar<br />

informações confidenciais, onde estão<br />

as principais ameaças, como utilizar o<br />

ambiente cibernético corporativo e, inclusive,<br />

como responder a um incidente,<br />

além de mapear vulnerabilidades e definir<br />

o nível de tolerância da companhia<br />

frente a um ataque.<br />

O caminho parece simples, mas o<br />

ceticismo quanto à existência de exposição<br />

e de perigo dificulta a tomada de<br />

medidas de prevenção e proteção por<br />

parte das empresas. De acordo com<br />

Sá, as empresas precisam desenvolver<br />

a cultura de gestão de risco, ao passo<br />

que a regulamentação do Marco Civil<br />

da Internet é um fator recente, com a<br />

implementação ainda em curso. No<br />

entanto, ele acredita que fatores como o<br />

desenvolvimento deste novo regulamento,<br />

a educação para ajudar as empresas a<br />

responderem ameaças por meio da transferência<br />

de risco, o desenvolvimento de<br />

capacidades específicas para enfrentar<br />

os riscos em evolução e a exposição<br />

que muitas companhias brasileiras têm<br />

quando fazem negócios com outros<br />

países (os quais têm leis rigorosas de<br />

proteção de dados e de privacidade)<br />

ajudarão a aumentar a consciência sobre<br />

os riscos cibernéticos e a demanda pela<br />

cobertura será adequada.<br />

Para Ana, o quadro já começa a mudar<br />

com a demanda por conhecimentos<br />

cibernéticos e oferta de produtos cada vez<br />

maior entre as empresas brasileiras, que<br />

querem entender melhor os riscos cibernéticos<br />

e até que ponto seus negócios podem<br />

ser afetados. “Estamos convencidos<br />

de que o interesse na proteção cibernética<br />

vai continuar a aumentar nos próximos<br />

meses e anos”, diz a executiva.<br />

Crise hídrica<br />

No Brasil, a crise hídrica prevalece<br />

como um risco provável de alta severidade<br />

há pelo menos dois anos, impactando<br />

diretamente no custo dos produtos, na<br />

lucratividade e nos planos de crescimento<br />

e desenvolvimento das empresas. De<br />

acordo com Carlos Cortés, Head of Risks<br />

Engineering da Zurich Brasil, o País<br />

ainda ocupa uma posição privilegiada<br />

quanto a este assunto, em comparação<br />

com outras regiões do mundo, mas o tema<br />

não deve ser desconsiderado.<br />

Nos negócios, as empresas com alta<br />

dependência da água começam a vivenciar<br />

a desaceleração de operações. Em um futuro<br />

mais longo, pode-se pensar inclusive<br />

na ameaça da resiliência dos negócios,<br />

em custos de realocação para áreas que<br />

tenham uma crise hídrica mais branda.<br />

“Os setores mais impactados pela<br />

crise hídrica são as companhias de<br />

manufatura de produtos básicos, as de<br />

utilidades e as empresas de geração de<br />

energia. Uma minoria delas está saindo<br />

da caixa e incluindo a comunidade e os<br />

demais usuários da água para avaliar<br />

o risco dos outros players”, diz Cortés,<br />

completando que essas avaliações ainda<br />

estão muito fechadas e não consideram<br />

aspectos internos relevantes.<br />

A falta d’água preocupa não apenas<br />

as empresas em funcionamento no Brasil<br />

como também aquelas que pretendem<br />

se instalar no País, sendo que os futuros<br />

investidores já estão de olho nas medidas<br />

realizadas pelas companhias para driblar<br />

a crise hídrica. Como este não é um risco<br />

nominado e sim uma falha do fornecimento<br />

de água, não há cobertura de seguros<br />

– um grande motivo para que as empresas<br />

avaliem possíveis riscos antes de iniciar<br />

suas atividades no local.<br />

❙❙Flavio Sá, da AIG Brasil<br />

30<br />

❙❙Ana Canovas, da XL Catlin<br />

❙❙Carlos Cortés, da Zurich Brasil

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