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especial riscos diversos evento<br />
com apólices de cyber segurança. “O<br />
principal motivo é a falta de conscientização<br />
sobre o tamanho e impactos do risco<br />
cibernético”, afirma Flavio Sá, gerente de<br />
Linhas Financeiras da AIG Brasil.<br />
Vale frisar que, mesmo sendo um<br />
importante componente para salvaguardar<br />
empresas, a cobertura de seguro não<br />
substitui a necessidade de uma política de<br />
segurança cibernética para organizações.<br />
Por isso, é necessária a conscientização<br />
interna de que segurança é uma responsabilidade<br />
de todos e não apenas questão<br />
a ser tratada pelo departamento de Tecnologia<br />
da Informação. “Ter diferentes<br />
áreas de negócios envolvidas na gestão de<br />
riscos cibernéticos fortalece a defesa de<br />
uma companhia contra ameaças”, alerta<br />
Ana Canovas, International Financial<br />
Lines do XL Catlin.<br />
O planejamento de contenção de crises<br />
deve envolver ainda um treinamento<br />
aos colaboradores sobre como tratar<br />
informações confidenciais, onde estão<br />
as principais ameaças, como utilizar o<br />
ambiente cibernético corporativo e, inclusive,<br />
como responder a um incidente,<br />
além de mapear vulnerabilidades e definir<br />
o nível de tolerância da companhia<br />
frente a um ataque.<br />
O caminho parece simples, mas o<br />
ceticismo quanto à existência de exposição<br />
e de perigo dificulta a tomada de<br />
medidas de prevenção e proteção por<br />
parte das empresas. De acordo com<br />
Sá, as empresas precisam desenvolver<br />
a cultura de gestão de risco, ao passo<br />
que a regulamentação do Marco Civil<br />
da Internet é um fator recente, com a<br />
implementação ainda em curso. No<br />
entanto, ele acredita que fatores como o<br />
desenvolvimento deste novo regulamento,<br />
a educação para ajudar as empresas a<br />
responderem ameaças por meio da transferência<br />
de risco, o desenvolvimento de<br />
capacidades específicas para enfrentar<br />
os riscos em evolução e a exposição<br />
que muitas companhias brasileiras têm<br />
quando fazem negócios com outros<br />
países (os quais têm leis rigorosas de<br />
proteção de dados e de privacidade)<br />
ajudarão a aumentar a consciência sobre<br />
os riscos cibernéticos e a demanda pela<br />
cobertura será adequada.<br />
Para Ana, o quadro já começa a mudar<br />
com a demanda por conhecimentos<br />
cibernéticos e oferta de produtos cada vez<br />
maior entre as empresas brasileiras, que<br />
querem entender melhor os riscos cibernéticos<br />
e até que ponto seus negócios podem<br />
ser afetados. “Estamos convencidos<br />
de que o interesse na proteção cibernética<br />
vai continuar a aumentar nos próximos<br />
meses e anos”, diz a executiva.<br />
Crise hídrica<br />
No Brasil, a crise hídrica prevalece<br />
como um risco provável de alta severidade<br />
há pelo menos dois anos, impactando<br />
diretamente no custo dos produtos, na<br />
lucratividade e nos planos de crescimento<br />
e desenvolvimento das empresas. De<br />
acordo com Carlos Cortés, Head of Risks<br />
Engineering da Zurich Brasil, o País<br />
ainda ocupa uma posição privilegiada<br />
quanto a este assunto, em comparação<br />
com outras regiões do mundo, mas o tema<br />
não deve ser desconsiderado.<br />
Nos negócios, as empresas com alta<br />
dependência da água começam a vivenciar<br />
a desaceleração de operações. Em um futuro<br />
mais longo, pode-se pensar inclusive<br />
na ameaça da resiliência dos negócios,<br />
em custos de realocação para áreas que<br />
tenham uma crise hídrica mais branda.<br />
“Os setores mais impactados pela<br />
crise hídrica são as companhias de<br />
manufatura de produtos básicos, as de<br />
utilidades e as empresas de geração de<br />
energia. Uma minoria delas está saindo<br />
da caixa e incluindo a comunidade e os<br />
demais usuários da água para avaliar<br />
o risco dos outros players”, diz Cortés,<br />
completando que essas avaliações ainda<br />
estão muito fechadas e não consideram<br />
aspectos internos relevantes.<br />
A falta d’água preocupa não apenas<br />
as empresas em funcionamento no Brasil<br />
como também aquelas que pretendem<br />
se instalar no País, sendo que os futuros<br />
investidores já estão de olho nas medidas<br />
realizadas pelas companhias para driblar<br />
a crise hídrica. Como este não é um risco<br />
nominado e sim uma falha do fornecimento<br />
de água, não há cobertura de seguros<br />
– um grande motivo para que as empresas<br />
avaliem possíveis riscos antes de iniciar<br />
suas atividades no local.<br />
❙❙Flavio Sá, da AIG Brasil<br />
30<br />
❙❙Ana Canovas, da XL Catlin<br />
❙❙Carlos Cortés, da Zurich Brasil