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revista Apólice #205

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❙❙Gerson Raymundo, da AXA<br />

❙❙Kevin Strong, da XL Catlin<br />

❙❙Angel Torres, da AIG<br />

A cultura das multinacionais<br />

As maiores empresas no mundo são<br />

multinacionais. Isso significa que elas<br />

têm que desenvolver um programa global<br />

para que suas pretensões de vender<br />

seus produtos e serviços em qualquer<br />

lugar do mundo se tornem uma realidade<br />

efetiva e lucrativa. O desenvolvimento<br />

desse programa requer a colaboração<br />

conjunta de seguradoras, brokers, gerentes<br />

de risco, além de consultores<br />

internacionais sobre finanças e taxas. É<br />

preciso também que ele seja baseado em<br />

um cenário onde todos os participantes<br />

tenham plena compreensão da operação<br />

em caso de sinistro.<br />

Durante o Seminário da ABGR, Kevin<br />

Strong, diretor de programas globais<br />

e network da XL Catlin, afirmou que<br />

esses programas são baseados em quatro<br />

palavras com c: consistência, cumprimento,<br />

custos e controles. Strong citou<br />

o exemplo de uma fábrica na África que<br />

teve um sinistro em sua apólice de seguro,<br />

contratada em sua matriz da empresa,<br />

Riscos em projetos de engenharia<br />

• Riscos de Construção<br />

• Riscos Ambientais e Sociais<br />

• Riscos Financeiros e de Viabilidade<br />

• Riscos Contratuais<br />

• Riscos de Fornecimento e Transporte<br />

• Riscos de Design do Projeto<br />

• Riscos a Pessoas e Terceiros<br />

em Londres. “O sinistro foi pago, mas<br />

apenas um terço da indenização chegou<br />

ao destino final, porque as autoridades<br />

locais entenderam que o dinheiro estava<br />

entrando como capital”, contou.<br />

A lição que fica é a da necessidade de<br />

estar atento à legislação dos países onde a<br />

companhia atua. Ainda que a matriz possua<br />

uma apólice suficiente para abranger<br />

diversos sinistros, cada nação tem a sua<br />

particularidade legal que quando não é<br />

observada pode causa prejuízos maiores,<br />

que vão além do sinistro. No caso brasileiro,<br />

Strong ressalta que “se houver perda<br />

que não possa ser coberta localmente,<br />

as autoridades brasileiras podem taxar<br />

o valor da indenização como aporte de<br />

capital. Por isso, é necessário fazer uma<br />

adequação legal para que o dinheiro seja<br />

pago diretamente à unidade que sofreu o<br />

dano”, esclareceu.<br />

A ONU afirma que existem 100 mil<br />

empresas multinacionais no mundo, sendo<br />

o setor da construção civil um dos mais<br />

importantes. Agora é tempo de começar<br />

a expandir horizontes e sair dos eixos<br />

conhecidos para essas grandes empresas,<br />

conforme afirma Angel Torres, head de<br />

multinacionais na AIG América Latina.<br />

“Temos que começar a pensar na África,<br />

no sudeste da Ásia, porque nos próximos<br />

dez anos esses locais estarão em fase de<br />

desenvolvimento. Muitas companhias<br />

com menos de 500 funcionários já não se<br />

concentram mais em seu próprio mercado”,<br />

afirmou.<br />

Torres acredita que nada é mais importante<br />

do que está no país do cliente,<br />

com pessoas e especialização necessárias<br />

para atendê-los. “Empresas multilatinas<br />

e multinacionais dependem de várias<br />

linhas de negócios e temos que entender<br />

todas. Cliente e empresa deveriam montar<br />

o programa global para ser cumprido”,<br />

aconselhou.<br />

Dentro desse contexto, ressalta-se<br />

que mais de 50% das maiores empresas<br />

multinacionais da América Latina são<br />

brasileiras. Isso dá ao mercado muita<br />

visibilidade, o que acabou fazendo dele<br />

o de maior interessa para a Mapfre fora<br />

da Espanha, de acordo com Alfredo<br />

Arán Iglesia, gerente geral da Mapfre<br />

Global Risks. “O maior problema são os<br />

riscos regulatórios. É preciso cumprir as<br />

condições das apólices locais, porque se<br />

for algum problema pequeno podemos<br />

questionar, mas se ocorrer um grande<br />

risco vira um problema quase insolúvel”,<br />

afirmou. O executivo disse ainda que é<br />

preciso considerar também as questões<br />

de linguagem, o controle e a verificação<br />

de riscos nas apólices.<br />

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