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❙❙Gerson Raymundo, da AXA<br />
❙❙Kevin Strong, da XL Catlin<br />
❙❙Angel Torres, da AIG<br />
A cultura das multinacionais<br />
As maiores empresas no mundo são<br />
multinacionais. Isso significa que elas<br />
têm que desenvolver um programa global<br />
para que suas pretensões de vender<br />
seus produtos e serviços em qualquer<br />
lugar do mundo se tornem uma realidade<br />
efetiva e lucrativa. O desenvolvimento<br />
desse programa requer a colaboração<br />
conjunta de seguradoras, brokers, gerentes<br />
de risco, além de consultores<br />
internacionais sobre finanças e taxas. É<br />
preciso também que ele seja baseado em<br />
um cenário onde todos os participantes<br />
tenham plena compreensão da operação<br />
em caso de sinistro.<br />
Durante o Seminário da ABGR, Kevin<br />
Strong, diretor de programas globais<br />
e network da XL Catlin, afirmou que<br />
esses programas são baseados em quatro<br />
palavras com c: consistência, cumprimento,<br />
custos e controles. Strong citou<br />
o exemplo de uma fábrica na África que<br />
teve um sinistro em sua apólice de seguro,<br />
contratada em sua matriz da empresa,<br />
Riscos em projetos de engenharia<br />
• Riscos de Construção<br />
• Riscos Ambientais e Sociais<br />
• Riscos Financeiros e de Viabilidade<br />
• Riscos Contratuais<br />
• Riscos de Fornecimento e Transporte<br />
• Riscos de Design do Projeto<br />
• Riscos a Pessoas e Terceiros<br />
em Londres. “O sinistro foi pago, mas<br />
apenas um terço da indenização chegou<br />
ao destino final, porque as autoridades<br />
locais entenderam que o dinheiro estava<br />
entrando como capital”, contou.<br />
A lição que fica é a da necessidade de<br />
estar atento à legislação dos países onde a<br />
companhia atua. Ainda que a matriz possua<br />
uma apólice suficiente para abranger<br />
diversos sinistros, cada nação tem a sua<br />
particularidade legal que quando não é<br />
observada pode causa prejuízos maiores,<br />
que vão além do sinistro. No caso brasileiro,<br />
Strong ressalta que “se houver perda<br />
que não possa ser coberta localmente,<br />
as autoridades brasileiras podem taxar<br />
o valor da indenização como aporte de<br />
capital. Por isso, é necessário fazer uma<br />
adequação legal para que o dinheiro seja<br />
pago diretamente à unidade que sofreu o<br />
dano”, esclareceu.<br />
A ONU afirma que existem 100 mil<br />
empresas multinacionais no mundo, sendo<br />
o setor da construção civil um dos mais<br />
importantes. Agora é tempo de começar<br />
a expandir horizontes e sair dos eixos<br />
conhecidos para essas grandes empresas,<br />
conforme afirma Angel Torres, head de<br />
multinacionais na AIG América Latina.<br />
“Temos que começar a pensar na África,<br />
no sudeste da Ásia, porque nos próximos<br />
dez anos esses locais estarão em fase de<br />
desenvolvimento. Muitas companhias<br />
com menos de 500 funcionários já não se<br />
concentram mais em seu próprio mercado”,<br />
afirmou.<br />
Torres acredita que nada é mais importante<br />
do que está no país do cliente,<br />
com pessoas e especialização necessárias<br />
para atendê-los. “Empresas multilatinas<br />
e multinacionais dependem de várias<br />
linhas de negócios e temos que entender<br />
todas. Cliente e empresa deveriam montar<br />
o programa global para ser cumprido”,<br />
aconselhou.<br />
Dentro desse contexto, ressalta-se<br />
que mais de 50% das maiores empresas<br />
multinacionais da América Latina são<br />
brasileiras. Isso dá ao mercado muita<br />
visibilidade, o que acabou fazendo dele<br />
o de maior interessa para a Mapfre fora<br />
da Espanha, de acordo com Alfredo<br />
Arán Iglesia, gerente geral da Mapfre<br />
Global Risks. “O maior problema são os<br />
riscos regulatórios. É preciso cumprir as<br />
condições das apólices locais, porque se<br />
for algum problema pequeno podemos<br />
questionar, mas se ocorrer um grande<br />
risco vira um problema quase insolúvel”,<br />
afirmou. O executivo disse ainda que é<br />
preciso considerar também as questões<br />
de linguagem, o controle e a verificação<br />
de riscos nas apólices.<br />
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