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esPecial <strong>de</strong> aniversário<br />
para os jovens profissionais <strong>de</strong><br />
propaganda. “O jovem quer<br />
felicida<strong>de</strong>. Eu também quero,<br />
todo mundo quer. Mas precisamos<br />
admitir que há coisas <strong>de</strong><br />
cada trabalho que são chatas<br />
<strong>de</strong> se fazer. Temos <strong>de</strong> dialogar<br />
com as novas gerações, mas<br />
para falar: ‘Cara, nosso trabalho<br />
é bacana, tem data, mas a gente<br />
transforma marcas com i<strong>de</strong>ias.<br />
E isso é gigante. Ah! Mas você<br />
não falou <strong>de</strong> digital, mobile,<br />
data. Pô! Tá tudo aí <strong>de</strong>ntro’”.<br />
Musa também acha que os<br />
jovens profissionais <strong>de</strong> hoje são<br />
mais preparados, têm muita<br />
informação e fazem escolhas<br />
melhores. Por outro lado, <strong>de</strong>staca<br />
que as agências não po<strong>de</strong>m<br />
per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o que sempre<br />
foi essencial. “Mesmo com<br />
toda a tecnologia, precisamos<br />
enten<strong>de</strong>r que a criativida<strong>de</strong> não<br />
é esse ‘frufrufru’ <strong>de</strong> cachorro,<br />
bermuda e chinelo. Nós, como<br />
novas li<strong>de</strong>ranças, temos obrigação<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a ban<strong>de</strong>ira,<br />
sim, das agências, que têm problemas<br />
pra caralho, mas também<br />
são legais”.<br />
evolução<br />
Marcio Oliveira, copresi<strong>de</strong>nte<br />
da DM9DDB, enxerga com<br />
naturalida<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong><br />
questionamento que toda mudança<br />
traz, mas também acredita<br />
que é necessário evitar o<br />
radicalismo. “Da forma como<br />
muita gente coloca parece que<br />
está tudo ruim. Não é verda<strong>de</strong>.<br />
Vamos olhar só o lado sombrio<br />
da mudança? É claro que eu não<br />
posso fazer tudo que estava fazendo<br />
antes se quero evoluir.<br />
Mas há inúmeras coisas positivas<br />
acontecendo. Nós, publicitários,<br />
sempre seremos cegonha,<br />
nunca urubu. Vamos dar<br />
a boa notícia sempre”, <strong>de</strong>staca.<br />
Para o profissional, os aspectos<br />
positivos da visão estão<br />
nas novas possibilida<strong>de</strong>s que<br />
a propaganda tem pela frente,<br />
incluindo a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
utilizar ferramentas que nunca<br />
foram usadas para engajar<br />
as pessoas. “Eu vejo a comunicação<br />
<strong>de</strong> hoje mexendo <strong>de</strong><br />
uma forma extraordinária com<br />
as minhas filhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos.<br />
Vamos <strong>de</strong>sbravar um negócio<br />
novo e nos questionar: será que<br />
o que estou fazendo é certo? É<br />
isso que vai acontecer agora.<br />
Estamos vivendo um negócio<br />
que está mudando totalmente<br />
a nossa profissão. Isso é ruim?<br />
Essa mudança estará em todo<br />
Luiz Sanches: “É mais interessante ser criativo hoje”<br />
lugar. Acho um tesão trabalhar<br />
em agência”.<br />
interessante<br />
Historicamente é assim: nos<br />
cenários em que muitos enxergam<br />
uma aparente crise, outros<br />
conseguem vislumbrar gran<strong>de</strong>s<br />
oportunida<strong>de</strong>s. Para Luiz<br />
Sanches, sócio e chief creative<br />
officer da AlmapBBDO, é muito<br />
mais interessante ser criativo<br />
nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />
“Temos hoje mais canais,<br />
mais jeitos <strong>de</strong> contar a história.<br />
A tecnologia é apenas um pedacinho<br />
disso e está aí para ajudar<br />
a gente. Hoje temos um monte<br />
<strong>de</strong> dados e é possível saber tudo<br />
sobre outra pessoa. Mesmo assim,<br />
se você não tiver um bom<br />
papo, ela te bloqueia em todas<br />
as plataformas. Então, a missão<br />
é encontrar um jeito <strong>de</strong> contar<br />
as coisas <strong>de</strong> uma maneira agradável.<br />
Antes tudo precisava ser<br />
memorável, hoje tudo tem <strong>de</strong><br />
ser compartilhável. E isso torna<br />
o nosso business muito atraente”,<br />
comentou Sanches.<br />
Outro aspecto importante<br />
<strong>de</strong>ssa busca pela evolução<br />
das agências, <strong>de</strong> acordo com<br />
o sócio e chief creative officer<br />
da AlmapBBDO, é a questão da<br />
tentativa <strong>de</strong> diálogo das agências<br />
com tudo que está acontecendo<br />
no mundo em termos <strong>de</strong><br />
diversida<strong>de</strong>.<br />
“Vários são os pontos interessantes,<br />
como o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong><br />
gênero, por exemplo. Na agência,<br />
temos negros como diretores<br />
<strong>de</strong> criação, mas não estão lá<br />
porque são negros, mas porque<br />
são bons pra caralho”.<br />
Para Sanches, talento se<br />
apren<strong>de</strong>, e com tesão todo<br />
mundo apren<strong>de</strong> melhor.<br />
“Para estimular os prodígios<br />
você tem <strong>de</strong> mostrar que eles<br />
po<strong>de</strong>m crescer lá <strong>de</strong>ntro. A minha<br />
trajetória foi assim. Outra<br />
coisa bacana é que a nossa profissão<br />
continua muito autoral. E<br />
hoje a i<strong>de</strong>ia vem <strong>de</strong> todo lugar.<br />
As marcas que vocês são fãs,<br />
todas elas os cativaram <strong>de</strong> alguma<br />
maneira no discurso. Isso<br />
se chama propaganda. E agora<br />
“lá fora tEm<br />
um montE dE<br />
brasilEiro nas<br />
fichas técnicas.<br />
tEmos dE formar<br />
gEntE para<br />
supErar EssE gap”<br />
ampliamos o escopo. Hoje po<strong>de</strong>mos<br />
fazer séries, por exemplo,<br />
e o print po<strong>de</strong> ser o Instagram”,<br />
analisa.<br />
Na concepção <strong>de</strong> Dalton Pastore,<br />
presi<strong>de</strong>nte da ESPM, muitos<br />
jovens ainda mantêm o brilho<br />
nos olhos quando entram<br />
na propaganda. “Se você andar<br />
no nosso campus da Álvaro Alvim,<br />
em qualquer horário, vai<br />
se <strong>de</strong>parar com alunos que já<br />
terminaram as aulas, mas ainda<br />
estão em outras salas fazendo<br />
os trabalhos com concentração<br />
e afinco. O que fazemos é<br />
não estragar o talento, além <strong>de</strong><br />
ajudar a fornecer os melhores<br />
ambientes e conteúdos para<br />
formar esses profissionais. É<br />
essencial também conhecer e<br />
trabalhar em quais são as habilida<strong>de</strong>s<br />
e conhecimentos mais<br />
quentes e essenciais que eles<br />
precisam <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>ntro<br />
do mercado”, explica. Outro<br />
ponto importante do <strong>de</strong>bate foi<br />
abordado por Flavio Waiteman,<br />
sócio e CCO da Tech&Soul: a<br />
migração <strong>de</strong> talentos não apenas<br />
para outros segmentos,<br />
como também para outros mercados<br />
fora do país.<br />
“Os caras <strong>de</strong> base estão indo<br />
embora. Lá fora tem um monte<br />
<strong>de</strong> brasileiro nas fichas técnicas.<br />
Precisamos formar gente<br />
para superar esse gap. A criativida<strong>de</strong><br />
pura é mais importante<br />
que qualquer selo. Em novos<br />
mo<strong>de</strong>los, a criativida<strong>de</strong> parte<br />
primeiro pelo sonho que você<br />
tem. Essa fagulha <strong>de</strong> resolver o<br />
problema das marcas. Gente jovem<br />
é fundamental pra isso. É o<br />
tipo <strong>de</strong> profissional que se apaixona<br />
pelo problema dos outros.<br />
E a partir da comunicação tenta<br />
resolver essas questões. Sou<br />
completamente otimista, mas<br />
o PIB também precisa nos ajudar”,<br />
finaliza.<br />
84 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark