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edição de 21 de maio de 2018

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esPecial <strong>de</strong> aniversário<br />

para os jovens profissionais <strong>de</strong><br />

propaganda. “O jovem quer<br />

felicida<strong>de</strong>. Eu também quero,<br />

todo mundo quer. Mas precisamos<br />

admitir que há coisas <strong>de</strong><br />

cada trabalho que são chatas<br />

<strong>de</strong> se fazer. Temos <strong>de</strong> dialogar<br />

com as novas gerações, mas<br />

para falar: ‘Cara, nosso trabalho<br />

é bacana, tem data, mas a gente<br />

transforma marcas com i<strong>de</strong>ias.<br />

E isso é gigante. Ah! Mas você<br />

não falou <strong>de</strong> digital, mobile,<br />

data. Pô! Tá tudo aí <strong>de</strong>ntro’”.<br />

Musa também acha que os<br />

jovens profissionais <strong>de</strong> hoje são<br />

mais preparados, têm muita<br />

informação e fazem escolhas<br />

melhores. Por outro lado, <strong>de</strong>staca<br />

que as agências não po<strong>de</strong>m<br />

per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o que sempre<br />

foi essencial. “Mesmo com<br />

toda a tecnologia, precisamos<br />

enten<strong>de</strong>r que a criativida<strong>de</strong> não<br />

é esse ‘frufrufru’ <strong>de</strong> cachorro,<br />

bermuda e chinelo. Nós, como<br />

novas li<strong>de</strong>ranças, temos obrigação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a ban<strong>de</strong>ira,<br />

sim, das agências, que têm problemas<br />

pra caralho, mas também<br />

são legais”.<br />

evolução<br />

Marcio Oliveira, copresi<strong>de</strong>nte<br />

da DM9DDB, enxerga com<br />

naturalida<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong><br />

questionamento que toda mudança<br />

traz, mas também acredita<br />

que é necessário evitar o<br />

radicalismo. “Da forma como<br />

muita gente coloca parece que<br />

está tudo ruim. Não é verda<strong>de</strong>.<br />

Vamos olhar só o lado sombrio<br />

da mudança? É claro que eu não<br />

posso fazer tudo que estava fazendo<br />

antes se quero evoluir.<br />

Mas há inúmeras coisas positivas<br />

acontecendo. Nós, publicitários,<br />

sempre seremos cegonha,<br />

nunca urubu. Vamos dar<br />

a boa notícia sempre”, <strong>de</strong>staca.<br />

Para o profissional, os aspectos<br />

positivos da visão estão<br />

nas novas possibilida<strong>de</strong>s que<br />

a propaganda tem pela frente,<br />

incluindo a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

utilizar ferramentas que nunca<br />

foram usadas para engajar<br />

as pessoas. “Eu vejo a comunicação<br />

<strong>de</strong> hoje mexendo <strong>de</strong><br />

uma forma extraordinária com<br />

as minhas filhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos.<br />

Vamos <strong>de</strong>sbravar um negócio<br />

novo e nos questionar: será que<br />

o que estou fazendo é certo? É<br />

isso que vai acontecer agora.<br />

Estamos vivendo um negócio<br />

que está mudando totalmente<br />

a nossa profissão. Isso é ruim?<br />

Essa mudança estará em todo<br />

Luiz Sanches: “É mais interessante ser criativo hoje”<br />

lugar. Acho um tesão trabalhar<br />

em agência”.<br />

interessante<br />

Historicamente é assim: nos<br />

cenários em que muitos enxergam<br />

uma aparente crise, outros<br />

conseguem vislumbrar gran<strong>de</strong>s<br />

oportunida<strong>de</strong>s. Para Luiz<br />

Sanches, sócio e chief creative<br />

officer da AlmapBBDO, é muito<br />

mais interessante ser criativo<br />

nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

“Temos hoje mais canais,<br />

mais jeitos <strong>de</strong> contar a história.<br />

A tecnologia é apenas um pedacinho<br />

disso e está aí para ajudar<br />

a gente. Hoje temos um monte<br />

<strong>de</strong> dados e é possível saber tudo<br />

sobre outra pessoa. Mesmo assim,<br />

se você não tiver um bom<br />

papo, ela te bloqueia em todas<br />

as plataformas. Então, a missão<br />

é encontrar um jeito <strong>de</strong> contar<br />

as coisas <strong>de</strong> uma maneira agradável.<br />

Antes tudo precisava ser<br />

memorável, hoje tudo tem <strong>de</strong><br />

ser compartilhável. E isso torna<br />

o nosso business muito atraente”,<br />

comentou Sanches.<br />

Outro aspecto importante<br />

<strong>de</strong>ssa busca pela evolução<br />

das agências, <strong>de</strong> acordo com<br />

o sócio e chief creative officer<br />

da AlmapBBDO, é a questão da<br />

tentativa <strong>de</strong> diálogo das agências<br />

com tudo que está acontecendo<br />

no mundo em termos <strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong>.<br />

“Vários são os pontos interessantes,<br />

como o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong><br />

gênero, por exemplo. Na agência,<br />

temos negros como diretores<br />

<strong>de</strong> criação, mas não estão lá<br />

porque são negros, mas porque<br />

são bons pra caralho”.<br />

Para Sanches, talento se<br />

apren<strong>de</strong>, e com tesão todo<br />

mundo apren<strong>de</strong> melhor.<br />

“Para estimular os prodígios<br />

você tem <strong>de</strong> mostrar que eles<br />

po<strong>de</strong>m crescer lá <strong>de</strong>ntro. A minha<br />

trajetória foi assim. Outra<br />

coisa bacana é que a nossa profissão<br />

continua muito autoral. E<br />

hoje a i<strong>de</strong>ia vem <strong>de</strong> todo lugar.<br />

As marcas que vocês são fãs,<br />

todas elas os cativaram <strong>de</strong> alguma<br />

maneira no discurso. Isso<br />

se chama propaganda. E agora<br />

“lá fora tEm<br />

um montE dE<br />

brasilEiro nas<br />

fichas técnicas.<br />

tEmos dE formar<br />

gEntE para<br />

supErar EssE gap”<br />

ampliamos o escopo. Hoje po<strong>de</strong>mos<br />

fazer séries, por exemplo,<br />

e o print po<strong>de</strong> ser o Instagram”,<br />

analisa.<br />

Na concepção <strong>de</strong> Dalton Pastore,<br />

presi<strong>de</strong>nte da ESPM, muitos<br />

jovens ainda mantêm o brilho<br />

nos olhos quando entram<br />

na propaganda. “Se você andar<br />

no nosso campus da Álvaro Alvim,<br />

em qualquer horário, vai<br />

se <strong>de</strong>parar com alunos que já<br />

terminaram as aulas, mas ainda<br />

estão em outras salas fazendo<br />

os trabalhos com concentração<br />

e afinco. O que fazemos é<br />

não estragar o talento, além <strong>de</strong><br />

ajudar a fornecer os melhores<br />

ambientes e conteúdos para<br />

formar esses profissionais. É<br />

essencial também conhecer e<br />

trabalhar em quais são as habilida<strong>de</strong>s<br />

e conhecimentos mais<br />

quentes e essenciais que eles<br />

precisam <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>ntro<br />

do mercado”, explica. Outro<br />

ponto importante do <strong>de</strong>bate foi<br />

abordado por Flavio Waiteman,<br />

sócio e CCO da Tech&Soul: a<br />

migração <strong>de</strong> talentos não apenas<br />

para outros segmentos,<br />

como também para outros mercados<br />

fora do país.<br />

“Os caras <strong>de</strong> base estão indo<br />

embora. Lá fora tem um monte<br />

<strong>de</strong> brasileiro nas fichas técnicas.<br />

Precisamos formar gente<br />

para superar esse gap. A criativida<strong>de</strong><br />

pura é mais importante<br />

que qualquer selo. Em novos<br />

mo<strong>de</strong>los, a criativida<strong>de</strong> parte<br />

primeiro pelo sonho que você<br />

tem. Essa fagulha <strong>de</strong> resolver o<br />

problema das marcas. Gente jovem<br />

é fundamental pra isso. É o<br />

tipo <strong>de</strong> profissional que se apaixona<br />

pelo problema dos outros.<br />

E a partir da comunicação tenta<br />

resolver essas questões. Sou<br />

completamente otimista, mas<br />

o PIB também precisa nos ajudar”,<br />

finaliza.<br />

84 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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