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edição de 21 de maio de 2018

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tar profissionais negros para<br />

empresas. Eles nos ajudaram<br />

muito no processo <strong>de</strong> seleção.<br />

No ponto <strong>de</strong> partida, precisa<br />

ter cota, sim. A gente sempre<br />

tem 20 estagiários negros e, em<br />

cada área, tem um mentor”,<br />

conta John.<br />

De acordo com o presi<strong>de</strong>nte<br />

da agência, a qualida<strong>de</strong> das vivências<br />

<strong>de</strong>sses grupos é muito<br />

rica. “No planejamento, por<br />

exemplo, fizeram um grupo <strong>de</strong><br />

leitura. Porque, como a Joanna<br />

bem disse, existe um gap entre<br />

a qualida<strong>de</strong> do ensino que eu<br />

tive versus a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino<br />

que um estudante negro, na<br />

<strong>maio</strong>ria das vezes, tem. Se não<br />

tem um sistema, a coisa não vai<br />

para a frente”, fala. John <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

que o projeto seja ampliado<br />

para o mercado como um todo<br />

e não fique apenas em ações<br />

pontuais da agência na qual ele<br />

trabalha. “Eu tenho 20 estagiários<br />

negros sendo muito bem<br />

treinados, mas eu não vou conseguir<br />

absorver todos. Outras<br />

agências <strong>de</strong>veriam entrar nisso.<br />

Deveria ser um programa perpétuo.<br />

Tornar as agências mais<br />

diversas vai levar anos. Mas se<br />

os primeiros passos forem mais<br />

mercadológicos a gente tem<br />

uma chance <strong>maio</strong>r”, afirma.<br />

A P&G, por exemplo, apoia<br />

a educação <strong>de</strong> base, por meio<br />

<strong>de</strong> uma parceria com o Instituto<br />

Ayrton Senna, mas ainda<br />

enfrenta muitos <strong>de</strong>safios para<br />

conseguir contratar um público<br />

mais diversificado. “Um<br />

dos <strong>de</strong>safios é que a empresa<br />

só contrata <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s.<br />

Ela não pega um profissional<br />

do mercado. As pessoas são<br />

treinadas lá <strong>de</strong>ntro. Então, para<br />

diversificar o público, a gente<br />

começou a expandir as faculda<strong>de</strong>s<br />

das quais contratávamos”,<br />

conta diretora <strong>de</strong> comunicação<br />

e marketing da P&G, Poliana<br />

Sousa.<br />

Loredana Sarcinella, da Samsung: “Temos trabalhado local e globalmente para incluir nas campanhas”<br />

A executiva também citou<br />

que o programa Jovem Aprendiz<br />

tem ajudado a trazer esses<br />

jovens mais cedo para a empresa.<br />

“A gente multiplicou por <strong>de</strong>z<br />

nos últimos anos para começar<br />

muito atrás. Lá tem curso, mentoria,<br />

e muitos <strong>de</strong>pois conseguem<br />

passar no processo seletivo.<br />

É um <strong>de</strong>safio claro para a<br />

gente”, fala a diretora da P&G.<br />

Outro problema apontado<br />

pela executiva é que empresas<br />

globais têm campanhas que<br />

vêm <strong>de</strong> fora e, muitas vezes,<br />

elas não representam o brasileiro.<br />

“A gente trabalha com muitas<br />

campanhas globais, com o<br />

loirinho <strong>de</strong> olho azul, com cara<br />

<strong>de</strong> alemão, e não reflete a nossa<br />

realida<strong>de</strong>”, fala. Como exemplo<br />

“torNar as<br />

agêNcias mais<br />

diversas vai<br />

levar aNos. mas<br />

se os primeiros<br />

passos forem mais<br />

mercadológicos<br />

a geNte tem uma<br />

chaNce <strong>maio</strong>r”<br />

ela falou <strong>de</strong> Pantene, que começou<br />

com Gisele Bündchen<br />

como garota-propaganda. “Não<br />

tinha uma negra na campanha.<br />

A gente <strong>de</strong>u a volta por cima e<br />

agora a gente viu o sucesso que<br />

foi o lançamento <strong>de</strong> cachos”,<br />

afirma.<br />

“As pessoas querem se ver,<br />

mas, muitas vezes, só colocar<br />

um negro ou uma negra na comunicação<br />

não é a questão.<br />

Você ouve que as pessoas não<br />

se sentem representadas. ‘Isso<br />

não fala comigo e você não está<br />

enten<strong>de</strong>ndo nada do que acontece<br />

aqui’, elas falam. As verda<strong>de</strong>s<br />

da marca vão ter <strong>de</strong> ser<br />

buscadas mesmo. Não dá para<br />

fazer qualquer coisa”, completa<br />

Joanna.<br />

jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 93

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