28.05.2018 Views

JUNHO 2018 - Nº 242

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Actualidade<br />

<strong>JUNHO</strong> <strong>2018</strong> 23<br />

Benjamim Lemos o primeiro sócio,<br />

ficando ao mesmo tempo estipulado<br />

que os associados pagariam uma<br />

quota no valor de 25 tostões.<br />

A atividade futebolística iniciou-se<br />

na época 1931/32 através da criação<br />

da equipa de Honra e outra de<br />

Reservas, denominadas “Onze Vermelhos<br />

das Aves” por analogia com<br />

o nome que era atribuído à seleção<br />

belga de futebol na altura, “Onze<br />

Diabos Vermelhos”.<br />

Os também denominados “craques<br />

do gorro”, por usarem uns gorros na<br />

cabeça para proteção contra o frio,<br />

realizaram o primeiro jogo a 26 de<br />

abril de 1931, no Campo da Passarada,<br />

no Lugar da Tojela, frente à<br />

equipa do Negrelos Sport Club.<br />

Alguns jogadores desta equipa integraram,<br />

posteriormente, o plantel<br />

oficial do CD Aves, que realizou o<br />

primeiro encontro frente ao Sporting<br />

Club de Guimarães, a 13 de setembro<br />

de 1931, com o seguinte “onze”<br />

oficial: Gentil Pinheiro, Bernardino<br />

“Violento”, Zeca “Sapateiro”, “Jovim”,<br />

José Balsemão, Joaquim Balsemão,<br />

Eduardo Teixeira, Luciano Couto,<br />

Zeca “Freixieiro”, Pereira Lopes e<br />

João “Laró”.<br />

NOVO NOME EVITA<br />

“CONOTAÇÕES<br />

COMUNISTAS”<br />

Em 1932, o nome de “Os Onze Vermelhos<br />

das Aves” foi alterado para a<br />

denominação atual “Clube Desportivo<br />

das Aves”, por recomendação das<br />

autoridades oficiais da época, que<br />

alicerçaram a sua “sugestão” por<br />

entenderem que a designação inicial<br />

tinha “conotações comunistas”.<br />

Não foi porém esta a primeira designação<br />

oficial que o clube adoptou,<br />

pois, inicialmente, denominava-se<br />

de “Onze Vermelhos das Aves”. Sucede<br />

que pela alusão ao termo “vermelhos”,<br />

expressão naquela época<br />

conotada ao comunismo, foi determinado<br />

pelas autoridades a mudança<br />

do nome do clube.<br />

Na sequência de uma cisão no seio<br />

dos “Vermelhos”, em 1932 foi criado<br />

o “Sport Club Avisense” ou “O Clube<br />

dos Amarelos”, constituído por alguns<br />

elementos que não concordaram<br />

com a passagem do Campo da<br />

Passarada para o das Fontaínhas.<br />

O nome ficou a dever-se com a cor<br />

dos equipamentos e aos Bombeiros<br />

de Santo Tirso (Amarelos). O campo<br />

das Fontaínhas recebeu, posteriormente,<br />

o nome de Bernardino Gomes,<br />

uma forma de homenagear o<br />

saudoso avense que introduziu grandes<br />

benefícios no campo, cuja inauguração<br />

teve lugar a 19 de junho,<br />

com uma derrota, por 4-2, frente ao<br />

Majestic, de Ermesinde.<br />

O novo campo foi nessa altura, e antes<br />

do encontro, benzido pelo pároco<br />

Álvaro Guimarães. “O Clube dos<br />

Amarelos” passou a jogar no Campo<br />

da Bela Vista, no lugar de Quintão,<br />

propriedade de Armando Pinheiro<br />

de Carvalho Guimarães, que o cedia<br />

fora das épocas de cultivo.<br />

O recinto improvisado foi oficialmente<br />

inaugurado a 29 de abril de 1934,<br />

frente aos galegos do Desportivo<br />

Guardes, de La Guardia. Para a história<br />

do encontro ficou o registo da<br />

goleada por seis bolas a zero, e já<br />

na curta existência dos “amarelos”,<br />

ficou um outro resultado expressivo<br />

(7-0), mas, desta vez, diante dos rivais<br />

“vermelhos”, em jogo relativo ao<br />

campeonato concelhio, disputado<br />

a 4 de novembro de 1934. A 10 de<br />

março de 1935, no célebre jogo do<br />

“tira-teimas”, disputado em campo<br />

neutro, no Porto (Campo do Luso),<br />

os “vermelhos” derrotaram novamente<br />

os seus rivais por 3-0, originando,<br />

com isso, que apesar da<br />

inscrição no campeonato concelhio,<br />

a formação “amarela” não comparecesse<br />

aos jogos, acabando por se<br />

extinguir, culminado, assim, um curto,<br />

e pouco profícuo historial.<br />

A primeira participação em provas<br />

oficiais remonta à longínqua época<br />

1932/33, militando, na altura, no<br />

Campeonato Regional da II Divisão<br />

da Associação de Futebol do Porto,<br />

tendo-se sagrado dois anos mais<br />

tarde, e pela primeira vez, campeão<br />

concelhio.<br />

Na temporada seguinte, o fundo<br />

vermelho dos equipamentos recebeu<br />

as listas brancas na horizontal,<br />

para a partir de 1935 começarem a<br />

ser utilizadas as riscas na vertical. O<br />

emblema do clube foi idealizado pelo<br />

vizelense Eduardo Teixeira, que alinhava<br />

como extremo-direito na equipa<br />

dos “Vermelhos”.<br />

A partir da década de 40 começou a<br />

ascensão desportiva do clube, fruto<br />

do apoio de várias figuras ilustres<br />

da terra, consubstanciada em consecutivas<br />

subidas de divisão. As bodas<br />

de prata, assinaladas em 1955,<br />

durante a presidência de Hernâni<br />

Pereira Ferraz, conduziram a um assinalável<br />

aumento do número de sócios,<br />

com a curiosidade de, na altura,<br />

existirem apenas duas mulheres<br />

filiadas no clube.<br />

Nesse mesmo ano, a elevação de<br />

S. Miguel das Aves à categoria de<br />

vila e o nascimento do “Jornal das<br />

Aves” contribuíram para uma maior<br />

notoriedade do clube e consequente<br />

divulgação das suas atividades. O<br />

salto foi dado logo no ano seguinte<br />

com a subida à 1.ª Divisão Distrital<br />

do Porto e o grande propósito passava<br />

pela chegada à III Divisão Nacional,<br />

meta, entretanto, alcançada.<br />

Em finais dos anos 60 o nome do CD<br />

Aves disparou para a ribalta, quando,<br />

pela primeira vez na sua história,<br />

recebeu o Sporting, um dos “grandes”<br />

do futebol nacional, em jogo<br />

dos 32 avos de final da Taça de Portugal,<br />

em 1968/69. A equipa avense<br />

destacou-se pela positiva e quando<br />

muitos pensavam que poderia sofrer<br />

uma goleada acabou por perder apenas<br />

por duas bolas a zero.<br />

A história do CD Aves está marcada<br />

por vários feitos históricos, e o período<br />

entre as décadas de 70 e 80<br />

é bem elucidativo desse caminho<br />

de sucesso e, ao mesmo tempo,<br />

um motivo de orgulho de dirigentes,<br />

treinadores, atletas e associados. A<br />

época de 1972/73 fica para sempre<br />

assinalada no historial pela primeira<br />

subida à II Divisão Nacional, sob o<br />

comando técnico de Daniel Barreto<br />

e na presidência de Mário Augusto<br />

Ferreira Marques. Na década seguinte,<br />

o clube encontra o caminho<br />

dos seus maiores sucessos desportivos.<br />

ESTÁDIO CONSTRUÍDO<br />

EM 1981<br />

A 8 de Dezembro de 1981 inaugura o<br />

estádio, em 1983/84 sobe da III para<br />

a II Divisão Nacional, depois de vencer<br />

a Série A daquele escalão. Na<br />

temporada seguinte (1984/85) sagra-se<br />

Campeão Nacional da II Divisão,<br />

alcançando, assim, a tão deseja<br />

chegada ao mais alto patamar do<br />

futebol nacional, pelo comando do<br />

professor Neca, um nome para sempre<br />

ligado aos avenses pelo facto de<br />

ter pegado na equipa na III Divisão<br />

e, de sucesso em sucesso, chegou<br />

à I Divisão.<br />

Mais uma vez, foi pela mão de Neca,<br />

o clube voltou a atingir, por mais<br />

duas vezes, o escalão máximo do futebol<br />

nacional (1999/00 e 2005/06),<br />

acabando, contudo, por nunca conseguir<br />

a manutenção entre os “grandes”.<br />

Associados a estes feitos estiveram<br />

os dirigentes do Clube Armando<br />

Brandão de Almeida e António José<br />

Freitas.<br />

No dia 14 Julho 2015o Clube Desportivo<br />

das Aves anunciou Luiz Andrade,<br />

membro da empresa Galaxy,<br />

como administrador da Sociedade<br />

Anónima Desportiva (SAD). A empresa<br />

adquiriu 70 por cento do capital<br />

social da SAD pelo valor de 750<br />

mil euros, com o clube a ficar com<br />

a restante percentagem, por decisão<br />

dos associados. O modelo de SAD<br />

foi aprovado em Abril do mesmo<br />

ano, meses depois do Desportivo<br />

das Aves garantir um lugar na “liguilha”<br />

de acesso à I Liga, ao vencer em<br />

casa o Académico de Viseu (4-2) e<br />

acabar em terceiro do segundo escalão<br />

entre os elegíveis para subir.<br />

Acaba, contudo, por perder o acesso<br />

à I Liga, após o empate caseiro (0-0)<br />

diante dos castores e a derrota, por<br />

3-1, na Capital do Móvel.<br />

A edição 2011/2012 da Taça de<br />

Portugal foi histórica para o Clube<br />

Desportivo das Aves, já que foi igualada<br />

a melhor prestação de sempre<br />

da equipa Avense na prova; atingiu<br />

os quartos-de-final tal como em<br />

1993/1994. O Aves entrou em prova<br />

na 2ª Eliminatória, batendo o Estrela<br />

de Vendas Novas (II Divisão Zona<br />

Sul) por 2-0, fora de casa. Os golos<br />

desta partida foram marcados por<br />

João Pedro e Pires. Na 3ª Eliminatória,<br />

o Aves venceu tranquilamente<br />

em casa o Infesta por 4-0 (dois golos<br />

de Fonseca e dois golos de Quinaz).<br />

Já em 2011, oO Clube Desportivo<br />

das Aves chegara à segunda fase<br />

de grupos da Taça da Liga, vencendo<br />

por duas vezes equipas do principal<br />

escalão (Liga ZON Sagres), o<br />

Portimonense e o Olhanense. Foi<br />

eliminado da Taça da Liga apenas<br />

no último jogo da segunda fase de<br />

grupos frente à equipa que acabou<br />

por vencer o torneio, o Sport Lisboa<br />

e Benfica.<br />

O dia 15 Maio de 2004 é outro dia<br />

importante na vida do CD Aves: o<br />

Pavilhão do Clube Desportivo das<br />

Aves foi inaugurado. Perante um calor<br />

intenso e com uma boa moldura<br />

humana nas bancadas. O presidente<br />

Joaquim Pereira fica assim ligado a<br />

um espaço para o futsal e o voleibol,<br />

diversificando as modalidades do<br />

clube.<br />

<br />

Longe ia a inauguração do “Campo<br />

das Fontainhas”, que posteriormente<br />

recebeu o nome de “Campo Bernardino<br />

Gomes” que provocou uma<br />

cisão na equipa, surgindo o Sport<br />

Clube Avisense, equipa formada pelos<br />

atletas que pretendiam continuar<br />

a jogar no Campo da Tojela. Este<br />

clube, conhecido pelos ‘Amarelos’<br />

extinguiu-se em 1935.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!