JUNHO 2018 - Nº 242
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Livros<br />
<strong>JUNHO</strong> <strong>2018</strong> 33<br />
“Nó Cego”<br />
Um dos mais importantes romances sobre a guerra colonial foi reeditado<br />
CARLOS MATOS GOMES (*)<br />
(*) Coronel de Cavalaria.<br />
Condecorado com<br />
as medalhas de Cruz<br />
de Guerra de 1ª e de<br />
2ª Classe. Pertenceu à<br />
primeira Comissão Coordenadora<br />
do Movimento<br />
dos Capitães na<br />
Guiné. Foi membro da<br />
Assembleia do MFA. É<br />
escritor.<br />
O romance teve a primeira edição<br />
em 1983, na Bertrand, pela<br />
mão da editora Maria da Piedade<br />
Ferreira.<br />
Foi várias vezes reeditado e<br />
passou à categoria de clássico<br />
da literatura portuguesa<br />
do período da guerra colonial,<br />
embora tenha sido sempre um<br />
romance à margem das instituições<br />
oficiais – António-Pedro<br />
de Vasconcelos não conseguiu<br />
apoios institucionais para o<br />
adaptar ao cinema e não consta<br />
do Plano Nacional de Leitura,<br />
por exemplo.<br />
O romance vale por si e marca<br />
um período decisivo da história<br />
que merece ser estudado e conhecido.<br />
A geração da guerra e as gerações<br />
que se seguiram têm de<br />
novo o Nó Cego disponível. -<br />
Carlos Vale Ferraz<br />
O AUTOR<br />
Carlos Vale Ferraz, pseudónimo literário<br />
de Carlos de Matos Gomes, nasceu a 24<br />
de julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha.<br />
Foi oficial do Exército, tendo cumprido<br />
comissões em Angola, Moçambique e Guiné.<br />
Algumas das suas obras foram adaptadas<br />
ao cinema e à televisão, e colaborou<br />
com Maria de Medeiros no argumento<br />
do filme Capitães de Abril. É investigador<br />
de História Contemporânea de Portugal.<br />
Publicou, como Carlos de Matos Gomes<br />
e em coautoria com Aniceto Afonso, os livros<br />
Guerra Colonial, Os Anos da Guerra<br />
Colonial e Portugal e a Grande Guerra. No<br />
catálogo da Porto Editora figuram os seus<br />
romances A Última Viúva de África (2017)<br />
e Nó Cego (1.ª ed. 1982), agora reeditado,<br />
uma obra de referência obrigatória na ficção<br />
portuguesa sobre a guerra colonial.<br />
Nota de imprensa da Porto<br />
Editora<br />
Um dos mais importantes<br />
romances sobre a guerra colonial<br />
Nó Cego, de Carlos Vale Ferraz, com nova edição a 17 de Maio.<br />
A Porto Editora publica a 17 de maio uma nova edição do livro<br />
Nó Cego, primeiro romance de Carlos Vale Ferraz e livro de culto<br />
de uma geração que esteve envolvida na guerra colonial e que, a<br />
partir dela, entrou em rutura com o regime português da ditadura.<br />
Nó Cego é um romance que simultaneamente participa do documento<br />
e do monumento, do poderoso testemunho e da excelente<br />
literatura. E sobre ele conversarão o autor, António-Pedro Vasconcelos<br />
e João de Melo na sessão de lançamento que se realiza<br />
a 19 de junho, pelas 18:30, na livraria Ferin, em Lisboa.<br />
A ação da narrativa gira em torno de uma companhia de comandos,<br />
jovens voluntários na mais violenta unidade das Forças Armadas,<br />
provenientes de todos os estratos da sociedade portuguesa.<br />
Como explica o professor Rui de Azevedo Teixeira, as razões<br />
desta «servidão voluntária […] vão desde o desejo de se testar<br />
em coragem e resistência física e psíquica ao perdão jurídico de<br />
crimes cometidos, desde problemas sentimentais e familiares ao<br />
sentido do dever e ao amor pátrio, desde a pura procura da barbárie<br />
e da morte — quer como matador quer como disfarçado suicida<br />
— à busca de um grupo de que se possa orgulhar e chamar<br />
“seu”».<br />
SINOPSE<br />
Objecto de estudo e de atenção nos meios universitários, Nó<br />
Cego é hoje um clássico da literatura portuguesa e sobretudo um<br />
grande e poderoso romance dos nossos dias, essencial para as<br />
atuais gerações de portugueses viverem esse período crucial da<br />
nossa História que foram os anos da guerra colonial e o fim do<br />
regime de ditadura, bem como para conhecer os dramas, as angústias,<br />
as alegrias e as tristezas da geração que fez a guerra e<br />
que a terminou, abrindo Portugal à modernidade.<br />
Mantendo a estrutura da obra tal como originalmente publicada,<br />
Carlos Vale Ferraz intensificou a narrativa, dotando o texto de<br />
uma linguagem mais depurada, com as situações<br />
mais definidas na sua complexidade, por<br />
forma a que o leitor se sinta mais bem situado<br />
dentro da ação. E é assim que Nó Cego<br />
participa simultaneamente do documento e do<br />
monumento, do poderoso testemunho e da excelente<br />
literatura.<br />
SOBRE O LIVRO<br />
«Nó Cego é, sem dúvida, um romance que<br />
permite ao leitor viver, vicariamente, aventuras<br />
diversas — é um livro eminentemente lisible.<br />
Daí o seu sucesso popular e o facto de<br />
se ter tornado num livro de culto entre certas<br />
camadas de ex-combatentes. Mas o romance<br />
realista Nó Cego não se esgota na sua “lisibilidade”,<br />
no carácter chão e no ritmo febril de<br />
uma história que nunca deserta da realidade<br />
— Nó Cego, como objeto ficcional, não se esvazia<br />
se lhe tirarmos o seu poder de nos fazer<br />
ver os Comandos no mato e de nos fazer<br />
sentir o bedum dos seus corpos. Uma leitura<br />
exigente, ativa, revelará a sua essencial camada<br />
metafórica, as suas qualidades de texto<br />
(também) scriptible.<br />
[…] Nó Cego é não só um romance de aventuras,<br />
corrido, fácil, amigo do leitor, como é literalmente sofisticado,<br />
com um fundo falso onde esconde uma soberba macrometáfora.»<br />
Rui de Azevedo Teixeira<br />
«Um fresco sobre a guerra colonial e um requiem sobre os soldados<br />
portugueses.»<br />
António-Pedro Vasconcelos<br />
«Magnífico e algo avassalador.»<br />
João de Melo<br />
«Infinitamente próximo do real.»<br />
General Sousa Menezes