Revista dos Pneus 51

Atualidade
Contrafação de pneus
sempre marginal, a confirmar-se a existência
destes casos”, acrescenta o responsável.
Ainda assim, de acordo com Marco Silva,
a principal “preocupação” prende-se com
a “segurança dos condutores”. Ou seja, segundo
defende, “a solução para acabar ou
minimizar os efeitos desta situação terá de
passar pelo reforço da fiscalização e por um
controlo mais eficaz por parte das autoridades
competentes”, afirma.
w PIRELLI: ATENTOS E TRANQUILOS
De uma forma taxativa, Nuno Margaça,
responsável da Pirelli em Portugal, adianta
que a marca está atenta. Mas tranquila. “A
Pirelli, em Portugal, tem acompanhado a
questão e está atenta a este tipo de situações.
Mas, na nossa marca, não detetámos
que seja um problema no nosso mercado
nem recebemos qualquer reclamação da
parte dos clientes ou dos consumidores
finais”, afiança. “Do nosso ponto de vista,
não desejamos e condenamos este tipo
de falsificações no presente e no futuro”,
acrescenta.
w GOODYEAR/DUNLOP: FALSIFICAÇÕES?
Héctor Ares Torrón, diretor de comunicação
e de relações públicas da Goodyear Dunlop
Tires Iberia, confessa que, na marca, “não
temos consciência de que existam, na Europa,
quaisquer falsificações de pneus das
nossas marcas Goodyear e Dunlop. Nunca
detetámos casos nesse sentido”, garante
o responsável. No entanto, a vigilância
dos produtos é algo que faz sentido para
a marca. “Estaremos atentos para se, no
futuro, este tipo de atividade fraudulenta
afetar as nossas marcas”, assegura.
w KUMHO TYRE: COMBATER ILEGALIDADE
Nem todos os fabricantes passam ao lado do
problema. Para a Kumho Tyre, a contrafação
dos produtos já tem uma implicação diferente.
Luis Hernández, responsável ibérico
da marca, não deixa margem para dúvidas.
“Falsificar é fabricar algo falso ou falho de
legalidade. No nosso caso, a falsificação
está relacionada diretamente com a venda
de produtos na CEE, sem a homologação
correspondente, já que se está a proceder
a um comércio ilegal, trazendo produtos
de outros continentes onde as normativas/
homologações são diferentes. E, portanto,
os produtos falsificados carecem da etiqueta
para a sua comercialização prescritiva na
Europa e, por isso, não cumprem a lei”. Luis
“Duvidamos que a qualidade
final dos nossos produtos
possa ser alcançada por uma
marca que se dê ao trabalho
de fazer um produto
contrafeito”, afirma André
Bettencourt, responsável
da Bridgestone
Hernández salienta dois pontos que considera
importantes. Primeiro? “O responsável
da importação/comercialização será quem
deve assumir a sanção, em caso de receber
a inspeção correspondente dos organismos
competentes”, afirma. Segundo? “Não parece
ter muito sentido que se lute por uma
regulação europeia e, depois, se pare com o
objetivo de ter uma vantagem económica,
derivada de um comércio irregular”, acusa.
O responsável da Kumho Tyre acredita que a
contrafação de pneus tem um efeito nefasto
em matéria de imagem e credibilidade, mas
não tanto do fabricante. “Consideramos,
sinceramente, que afeta muito mais a qualidade
e a imagem de quem comercializa, de
quem transmite a imagem aos seus clientes.
Uma imagem de falta de profissionalismo
e honestidade, uma vez que ignora os regulamentos
existentes para comprar mais
barato”.
Luis Hernández explica que a marca já se
dirigiu, diretamente, “a todos os distribui-
16 | Revista dos Pneus | Agosto 2018