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EsPEcial TV Paga<br />
Fotos:Divulgação<br />
“Sinto que,<br />
como produtor<br />
<strong>de</strong> conteúdo<br />
original, noSSa<br />
reSponSabilida<strong>de</strong><br />
é imenSa”<br />
que para a série Pico na Neblina,<br />
que se passa em uma São<br />
Paulo ficcional on<strong>de</strong> a maconha<br />
foi recentemente legalizada. A<br />
trama gira em torno do jovem<br />
traficante Biriba, que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ixar para trás a vida do crime<br />
e usar seus conhecimentos para<br />
ven<strong>de</strong>r o produto <strong>de</strong>ntro da lei<br />
e junto com Vini, seu sócio investidor<br />
pouco experiente. A<br />
produção é da O2, dirigida por<br />
Quico Meirelles, filho <strong>de</strong> Fernando<br />
Meirelles. “Quando a<br />
gente fez Filhos do Carnaval, o<br />
filho do Meirelles tinha 14 anos.<br />
Hoje temos uma nova geração<br />
pensando diretamente em produções<br />
<strong>de</strong> TV paga. É um universo<br />
criativo muito ágil, em<br />
ebulição. Há muitas histórias a<br />
serem contadas”, <strong>de</strong>staca Roberto<br />
Rios, vice-presi<strong>de</strong>nte corporativo<br />
<strong>de</strong> produções originais<br />
da HBO Latin America.<br />
#MeChamaDebruna se prepara para sua terceira temporada, em <strong>de</strong>zembro, na Fox; produção é uma das mais populares no canal<br />
Goes: criar conexões emocionais com a audiência é fundamental<br />
númEros faVoráVEis<br />
O Informe Anual da TV Paga<br />
2017, publicado pela Agência<br />
Nacional <strong>de</strong> Cinema (Ancine),<br />
evi<strong>de</strong>nciou a consolidação do<br />
conteúdo brasileiro na gra<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> programação dos canais <strong>de</strong><br />
TV paga. As obras nacionais<br />
ocuparam 17,7% das horas <strong>de</strong><br />
programação no ano passado,<br />
com <strong>de</strong>staque para as ficções e<br />
documentários, que correspon<strong>de</strong>ram<br />
a 68,5% do montante total.<br />
As expectativas evi<strong>de</strong>nciam<br />
números ainda mais favoráveis<br />
para <strong>2018</strong>.<br />
Segundo Zico Goes, vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> produções originais<br />
da Fox Networks Group,<br />
o mercado tem uma “pungência<br />
latente”, mas ainda está em<br />
fase <strong>de</strong> amadurecimento. “Hoje<br />
há mais qualida<strong>de</strong> na relação<br />
dos canais com os produtores.<br />
Temos também criadores que<br />
vêm <strong>de</strong> diferentes áreas – cinema,<br />
teatro e publicida<strong>de</strong> – e<br />
<strong>de</strong>ixam a discussão mais rica”.<br />
Para o executivo, esse amadurecimento<br />
contribuiu para aprimorar<br />
a qualida<strong>de</strong> do conteúdo<br />
final, seja ele factual ou ficcional.<br />
A companhia investe em<br />
até cinco novas temporadas <strong>de</strong><br />
séries <strong>de</strong> ficção por ano, o equivalente<br />
a 40 horas anuais. Em<br />
outubro, acabou <strong>de</strong> estrear a<br />
série Impuros, drama com base<br />
em fatos reais e ambientada<br />
nos anos 1990, auge da guerra<br />
do narcotráfico do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Histórias inspiradas em situações<br />
reais fazem o sucesso das<br />
produções do grupo. Em sua<br />
terceira temporada, que estreia<br />
em <strong>de</strong>zembro, #MeChameDe-<br />
Bruna é uma das principais produções<br />
da companhia. A série é<br />
inspirada na história da garota<br />
Marinho: enten<strong>de</strong>r o consumidor ajuda na produção <strong>de</strong> conteúdo<br />
<strong>de</strong> programa Bruna Surfistinha.<br />
“Os objetivos <strong>de</strong> uma produção<br />
original vão muito além do retorno<br />
financeiro direto. Em primeiro<br />
lugar, é importante atrair<br />
e engajar a audiência, estabelecendo<br />
uma relação mais direta<br />
com o público”, avalia Goes.<br />
Cada vez mais complexos<br />
e com linguagem sofisticada,<br />
próxima ao cinema e gran<strong>de</strong>s<br />
produções, o conteúdo nacional<br />
tem se tornado instrumento<br />
para que produtoras e programadoras<br />
se aproximem com<br />
proprieda<strong>de</strong> do público, criando<br />
valor. Para Rios, da HBO, entra<br />
em cena a responsabilida<strong>de</strong><br />
pelo que é apresentado. “Sinto<br />
que, como produtor <strong>de</strong> conteúdo<br />
original, nossa responsabilida<strong>de</strong><br />
é imensa. Colocar a melhor<br />
semente e condições para<br />
que essas séries tenham relações<br />
duradouras. O nosso terreno<br />
está em ampla discussão”.<br />
Marinho concorda, ressaltando<br />
que o momento é <strong>de</strong><br />
aprendizagem. “Atravessamos<br />
uma fase em que a qualida<strong>de</strong> e<br />
a relevância dos produtos audiovisuais<br />
são cada vez maiores.<br />
E o potencial competitivo<br />
também”.<br />
54 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark