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Jornal das Oficinas 157

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Ciclo Atkinson: mais potência sem turbo<br />

A principal característica que distingue os motores de combustão interna da Lexus dos que são mais<br />

comummente utilizados, é o facto de trabalharem de acordo com o ciclo Atkinson, em vez do mais<br />

“convencional” ciclo Otto. Isto acontece para se conseguir atingir uma maior eficiência energética<br />

devido às menores per<strong>das</strong> por bombeamento, consegui<strong>das</strong> com a menor pressão sobre o êmbolo pela<br />

redução do tempo de compressão. A grande diferença entre ambos os ciclos reside no atraso do ciclo<br />

Atkinson no fecho da válvula de admissão durante o tempo de compressão. Este objetivo, além de<br />

mecanicamente complexo, consumia alguma potência devido à menor capacidade de enchimento,<br />

uma vez que uma parte da mistura admitida volta para o coletor de admissão pelo facto de a válvula<br />

estar ainda aberta assim que o êmbolo abandona o ponto morto inferior. Para conseguir o mesmo<br />

efeito, sem a “confusão” mecânica anteriormente exigida, o Grupo Toyota introduziu, na década de 90,<br />

a admissão variável através de atuadores hidráulicos que fazem variar a posição do excêntrico da<br />

árvore de cames e, consequentemente, a abertura <strong>das</strong> válvulas. A introdução da propulsão elétrica na<br />

cadeia cinemática não só permite a circulação sem emissões, como ultrapassa, também, a ligeira<br />

perda de potência do motor de combustão sem o recurso a um turbocompressor, mais penalizador dos<br />

consumos (e sem filtro de partículas).<br />

Multi Stage: transmissão dupla<br />

O LC 500h, uma <strong>das</strong> pérolas da Lexus, assinala uma espécie de nova era no seio do fabricante<br />

nipónico. A introdução do Multi Stage Hybrid System assume-se como o ponto de viragem. Trata-se<br />

de uma caixa de velocidades que incorpora uma nova caixa automática de quatro relações, colocada<br />

logo atrás do trem epicicloidal que partilha com os restantes modelos. Esta é a forma através da qual<br />

a Lexus pretende aumentar o prazer de condução, conseguindo sincronizar a velocidade do motor<br />

com a velocidade a que circula o automóvel, oferecendo, ao mesmo tempo, uma resposta superior do<br />

acelerador. Na transmissão, do tipo CVT, o trem epicicloidal tem o poder para simular três relações<br />

distintas, que, quando multiplica<strong>das</strong> pelas primeiras três da nova caixa automática, se traduzem em<br />

nove relações. A décima e última relação de caixa tem, por fim, a redução dos consumos a<br />

velocidades mais eleva<strong>das</strong>. A unidade de controlo permite que as passagens sejam feitas em menos<br />

de 100 milissegundos.<br />

Caixa de velocidades E-CVT<br />

A caixa de velocidades E-CVT, do tipo variação contínua, é controlada eletronicamente e consegue<br />

lidar com ambas as fontes de potência: a elétrica e a proveniente do motor de combustão a gasolina.<br />

Oferece um número teórico de relações e, graças ao preciso controlo em tempo real <strong>das</strong> condições de<br />

condução, como a velocidade do automóvel e a potência pedida pelo condutor, consegue calcular e<br />

selecionar a relação de transmissão ideal para cada momento, através de um conjunto de<br />

engrenagens planetárias, configuração distinta daquela que é utilizada nas transmissões de variação<br />

contínua “convencionais”. A E-CVT atua de forma rápida e praticamente impercetível, revelando-se a<br />

escolha acertada para funcionar em parceria com o sistema híbrido, já que, ao não utilizar relações<br />

de transmissão fixas, permite que o motor seja, constantemente, explorado à velocidade de<br />

funcionamento mais eficiente ou propulsionando o veículo e enviando a energia gerada para as<br />

baterias. Em alguns modelos, a caixa E-CVT disponibiliza um modo de atuação sequencial, que<br />

equilibra a subida de rotação do motor com a aceleração do automóvel, permitindo incrementar<br />

várias fases de travagem com o motor durante as desacelerações.<br />

Menos per<strong>das</strong> com o sistema híbrido<br />

Os principais componentes do sistema que compõe o fluxo de energia são seis. A saber: motor<br />

de combustão interna; motor elétrico; gerador elétrico (também funciona como motor de<br />

arranque); bateria; unidade de controlo; divisor de potência na forma de um trem epicicloidal.<br />

A mudança entre os vários tipos de propulsão é feita de forma quase impercetível, num<br />

processo gerido de forma autónoma pela unidade de controlo, que, através da monitorização<br />

<strong>das</strong> condições, ajusta, em tempo real, a proporção de energia proveniente <strong>das</strong> duas fontes<br />

para atingir maior eficiência. Esta partilha inteligente permite, quando o motor a gasolina<br />

está a funcionar, carregar a bateria através do gerador, um elemento que, em ambiente<br />

urbano ou quando as condições assim o possibilitem, desligar o motor de combustão e deixar<br />

que o motor elétrico entres em cena para uma condução totalmente livre de emissões.<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

2018 I Dezembro

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