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Jornal das Oficinas 157

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Veja o vídeo em www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

17<br />

tendências para o futuro. A primeira, é a<br />

conectividade. “O veículo irá recomendar<br />

uma oficina para reparar o dano ou realizar<br />

a manutenção e 58% dos clientes nos<br />

EUA, Alemanha, Brasil e China vão obedecer<br />

e ir para onde o veículo sugere”, disse.<br />

A segunda megatendência, é o veículo autónomo.<br />

“As viaturas modernas têm 100 milhões<br />

de linhas de código no seu software,<br />

número que deverá triplicar até 2020, que<br />

terá 300 milhões, aumentando a necessidade<br />

<strong>das</strong> oficinas e outras organizações da<br />

cadeia de estarem atualiza<strong>das</strong> e treina<strong>das</strong><br />

nessas tecnologias”, disse o presidente da<br />

CLEPA. A terceira tendência, é a mudança<br />

nos mercados asiáticos, como o chinês,<br />

que vai crescer bem acima dos restantes<br />

mercados mundiais. E a quarta (e última)<br />

megatendência, é a ecologia e o respeito<br />

pelo meio ambiente com aspetos importantes,<br />

tais como o novo regulamento de<br />

CO 2<br />

até 2030, que irá “forçar” os governos<br />

de diversos países a promover a “eletrificação”<br />

quase imediatamente.<br />

A sessão da tarde do congresso começou<br />

com a intervenção de FERDINANDO<br />

IMHOF, CEO da LKQ Europe. Imhof descreveu<br />

a missão da LKQ como “líder global<br />

com valor agregado em peças aftermarket,<br />

oferecendo aos clientes a melhor seleção<br />

disponível e económica de soluções de<br />

peças, construindo fortes parcerias com<br />

os colaboradores e com os mercados onde<br />

estamos presentes”.<br />

Faz parte dos objetivos da LKQ expandir-se<br />

geograficamente na Europa. “Não<br />

terminamos com a nossa expansão e,<br />

também, esperamos dar o salto para fora<br />

da Europa, adaptando-nos aos novos desafios<br />

tecnológicos e agilizando o negócio<br />

para sermos mais eficientes. A escala permite-nos<br />

reduzir custos e, acima de tudo,<br />

fazer melhor as coisas, investindo mais nos<br />

negócios “, disse Imhof. O orador explicou<br />

que o ponto mais importante para a LKQ é<br />

o crescimento orgânico, além de margens<br />

crescentes. Depois disso, é para continuar<br />

com as aquisições e integrar essas novas<br />

empresas na organização. Por fim, Imhof<br />

referiu-se à necessidade de adquirir e administrar<br />

talentos, capital humano. “Sem<br />

dúvida, somos os que mais faturam na Europa,<br />

a uma grande distância do segundo<br />

(5.300 milhões de euros contra os 1.700<br />

que fatura a GPC Alliance), mas estes valores<br />

estão muito longe dos alcançados<br />

pela LKQ nos EUA”, acrescentou Imhof. O<br />

responsável da LKQ Europe também adian-<br />

A 14.ª edição do<br />

Parts Aftermarket<br />

Congress, que<br />

decorreu no início<br />

de novembro, em<br />

Roma, voltou a<br />

reunir centenas<br />

de participantes e<br />

ilustres oradores<br />

internacionais,<br />

que abordaram a<br />

situação atual e o<br />

futuro do mercado<br />

de pós-venda na<br />

Europa e no mundo<br />

tou que a empresa está a desenvolver um<br />

catálogo europeu de peças de reposição<br />

com especificações para cada mercado em<br />

que estão presentes. Referiu ainda outros<br />

serviços que oferece, como formação para<br />

as oficinas, no seu centro, em Praga, e as<br />

redes de oficinas que gere, como a Autofirst<br />

Network, a Partner Elit, a Auto Kelly Autoservis<br />

ou a A Posto da Rhiag. To<strong>das</strong> elas têm<br />

soluções centraliza<strong>das</strong> para frotas que são<br />

tão eficientes quanto flexíveis.<br />

zon. “O acesso aos dados possibilita, sem<br />

dúvida, uma oportunidade de negócio,<br />

mas o software é um mercado onde estão<br />

presentes milhares de empresas e no<br />

qual as marcas já estão a utilizar serviços<br />

associados”, explicou Katsardis. “O processo<br />

de consolidação e aquisições de empresas<br />

vai continuar porque as ven<strong>das</strong> de veículos<br />

a nível mundial continuam a crescer. Desde<br />

2015, aumentaram 45%”, acrescentou o<br />

presidente da Temot International, que se<br />

referiu às diferentes formas de consolidação,<br />

não só através de compras e ven<strong>das</strong>,<br />

como, também, pelo reforço dos grupos<br />

internacionais, as integrações verticais a<br />

entrada no mercado de fundos de investimento<br />

ou a compra de distribuidores multimarca<br />

pelos construtores de veículos. Em<br />

2028, os países que mais terão consolidado<br />

o negócio de aftermarket serão Espanha,<br />

Itália e Polónia. “A consolidação traz um<br />

aumento <strong>das</strong> margens, que fica a dever-se<br />

ao desenvolvimento e popularização <strong>das</strong><br />

marcas próprias, assim como a melhor logística<br />

que permite aproveitar a economia<br />

de escala. Compras centraliza<strong>das</strong> com as<br />

melhores condições do mercado devido ao<br />

grande volume <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong> faz com<br />

que a diferença de preços seja enorme”,<br />

referiu. Para concluir, Katsardis frisou que,<br />

“uma vez concluída a consolidação, surge<br />

uma situação de oligopolio, com um aumento<br />

gradual de preços e uma redução<br />

de custos, já que ficam poucos players no<br />

mercado. Por isso, é importante a colaboração<br />

vertical e horizontal dos distribuidores<br />

em todo o processo de consolidação, a microsegmentação,<br />

o tratamento do big data<br />

e, dento do possível, a internacionalização”,<br />

enumerou.<br />

LUIGI CALIGARIS, diretor do departamento<br />

B2B da editora Domus, empresa<br />

familiar que desenvolveu uma ferramenta<br />

de avaliação de sinistros em Itália, falou<br />

dos sistemas ADAS, informando que, nos<br />

últimos anos, tem havido uma popularização<br />

destes sistemas de ajuda à condução<br />

que se tem refletido, inclusive, nas<br />

campanhas de publicidade <strong>das</strong> marcas.<br />

Segundo Caligaris, a utilização em grande<br />

FOTIOS KATSARDIS, presidente e CEO<br />

de Temot International, fez uma antevisão<br />

do que será o pós-venda daqui a 10 anos,<br />

em 2028. De entre to<strong>das</strong> as tendências,<br />

destacou, como mais importante, a digitalização<br />

de todos os canais, assim como<br />

a entrada de novos atores, como a Amaescala<br />

do sistema ADAS poderia reduzir<br />

os acidentes em auto estrada até 45%<br />

e até 27,5% noutro tipo de estra<strong>das</strong>. A<br />

nível dos componentes que constituem<br />

estes sistemas, existe a possibilidade de<br />

serem vendidos para veículos antigos que<br />

ainda não os têm, enquanto que, para a<br />

oficina, existe a oportunidade de oferecer<br />

um serviço de recalibração destes sistemas,<br />

com a substituição de peças, como,<br />

por exemplo, para-brisas e para-choques.<br />

MARC AGUETTAZ, diretor-geral da GiPA<br />

Italia, trouxe a sua visão sobre o impacto<br />

<strong>das</strong> novas tecnologias nas oficinas de mecânica<br />

e carroçaria. “Estamos numa fase<br />

de mudança para um mercado em que os<br />

veículos serão mais pequenos, elétricos,<br />

autónomos e partilhados”, referiu. Para a<br />

oficina 4.0, os principais desafios passam<br />

pela conectividade, condução autónoma,<br />

pressão económica, novas motorizações,<br />

expansão da oferta com a entrada de novos<br />

players, envelhecimento do parque e<br />

da população, novas formas de mobilidade<br />

e globalização do mercado. Segundo<br />

Aguettaz, os veículos híbridos e elétricos<br />

necessitam de menos peças comparativamente<br />

aos veículos “tradicionais”. No<br />

caso do híbrido, 13% menos, sem incluir os<br />

pneus, e, no caso do elétrico, 40% menos.<br />

No que respeita aos critérios de escolha<br />

da oficina, a confiança e a proximidade<br />

continuam a ser os principais. Mais de<br />

metade dos automobilistas consultam<br />

a Internet antes de levar o veículo para<br />

conhecer melhor a oficina e ver se tem<br />

alguma campanha atrativa. Relativamente<br />

aos sistemas ADAS, Aguettaz comentou<br />

que 27% <strong>das</strong> oficinas preveem investir em<br />

equipamentos para calibrar estes sistemas,<br />

mas apenas 7% manifestaram a intenção<br />

de fazê-lo ainda este ano ou em 2019. O<br />

investimento médio ronda os 13 mil euros.<br />

A terminar, Caligaris fez uma referência<br />

aos valores de mão de obra/hora atualmente<br />

praticados nos diversos países da<br />

Europa, sendo que, em Portugal, a média<br />

é de 41 euros nos concessionários e<br />

de 26 euros nas oficinas independentes<br />

multimarca. Q<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

2018 I Dezembro

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