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edição de 18 de fevereiro de 2019

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inspiração<br />

Marcas no mundo artístico<br />

Fotos: Divulgação<br />

“Tudo para se engajar com o público que tem afinida<strong>de</strong> com arte<br />

e cultura, que normalmente é bastante <strong>de</strong>safiador <strong>de</strong> alcançar”<br />

AgA PorAdA<br />

Especial para o ProPMArK<br />

Não é nenhum segredo que as corporações<br />

e marcas <strong>de</strong> luxo estão <strong>de</strong>sempenhando<br />

um papel cada vez mais importante<br />

no financiamento <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> arte, artistas<br />

e instituições artísticas e culturais em<br />

todos os cantos do mundo.<br />

Com o financiamento estatal para as artes<br />

diminuindo constantemente na Europa,<br />

e quase inexistente nos Estados Unidos, alguém<br />

tem <strong>de</strong> compensar essa lacuna.<br />

Mas qual é o rumo certo para as marcas<br />

tomarem quando procuram melhorar o engajamento<br />

com arte e cultura?<br />

E vamos encarar a visibilida<strong>de</strong> junto à<br />

elite econômica mundial que acompanha<br />

isso?<br />

A maioria ainda se envolve com patrocínios<br />

clássicos, premiações e comissões<br />

no nível <strong>de</strong> produto, convidando artistas a<br />

criarem algum aspecto <strong>de</strong> um produto ou<br />

experiência <strong>de</strong> marca intimamente alinhado<br />

à sua oferta ao consumidor.<br />

Dito isso, todo um novo subsetor está<br />

surgindo em torno <strong>de</strong> comissões e patrocínio<br />

<strong>de</strong> arte – parcerias on<strong>de</strong> as marcas se<br />

envolvem em todo processo criativo.<br />

Nesse artigo quis trazer alguns <strong>de</strong>sses<br />

exemplos, para inspirar o nosso mercado a<br />

criar mais projetos experimentais assim.<br />

Além <strong>de</strong> ser sempre mais interessante<br />

trabalhar com algo novo, on<strong>de</strong> tem espaço<br />

para experimentação e fracassos.<br />

O primeiro exemplo é a parceria que Spotify<br />

firmou este ano com a 33ª Bienal em<br />

São Paulo, tornando-se o player oficial da<br />

mostra <strong>de</strong> 20<strong>18</strong>.<br />

Essa iniciativa claramente mostra os benefícios<br />

para ambas as instituições, on<strong>de</strong><br />

a Bienal consegue oferecer ao seu público<br />

uma experiência <strong>de</strong> visita muito mais rica,<br />

e o Spotify tem chance <strong>de</strong> engajar com a<br />

elite que aprecia arte, potencialmente ganhando<br />

os novos clientes.<br />

Segundo exemplo, novamente <strong>de</strong> Bienal,<br />

mas <strong>de</strong>ssa vez <strong>de</strong> Veneza, é a instalação da<br />

Giardino Dell’E<strong>de</strong>n, que Joana Vasconcelos<br />

junto com Swatch construíram em 2015,<br />

durante a 56ª Venice Biennale.<br />

Aqui po<strong>de</strong>mos observar uma marca procurar<br />

um artista que já falava o idioma <strong>de</strong>la<br />

para fazer um projeto juntos. Para Swatch<br />

era a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mostrar que plástico<br />

po<strong>de</strong> ser material nobre, e para Joana,<br />

que se especializa em instalações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

porte, <strong>de</strong> explorar o trabalho com plástico<br />

como material principal. O resultado foi<br />

uma obra imersiva feita <strong>de</strong> flores luminosas<br />

<strong>de</strong> plástico, que <strong>de</strong>rruba a visão tradicional<br />

do jardim e <strong>de</strong>staca a adoção da marca do<br />

não-convencional.<br />

O terceiro exemplo mostra novos usos<br />

dos espaços <strong>de</strong> varejo para a arte, que está<br />

<strong>de</strong>finitivamente em ascensão. Aqui tenho<br />

duas iniciativas para citar: Espace Louis<br />

Vuitton, em Veneza (e em mais quatro cida<strong>de</strong>s<br />

ao redor do mundo), e Red Bull Station,<br />

em São Paulo. Os dois são diferentes,<br />

porém ambos mostram um relacionamento<br />

<strong>de</strong> longo prazo das marcas com cultura e<br />

arte. No caso <strong>de</strong> Louis Vuitton, queria especificamente<br />

<strong>de</strong>stacar a instalação <strong>de</strong> Tilo<br />

Schulz no espaço cultural no topo da loja<br />

em Veneza, on<strong>de</strong> ele podia usar a galeria<br />

para expor suas obras durante a Biennale.<br />

Em relação ao Red Bull Station, é um espaço<br />

fixo que a marca possui, por momento,<br />

somente na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, on<strong>de</strong><br />

são realizados vários eventos e residências<br />

artísticas, tudo para se engajar com o público<br />

que tem afinida<strong>de</strong> com arte e cultura,<br />

que normalmente é bastante <strong>de</strong>safiador <strong>de</strong><br />

alcançar.<br />

Po<strong>de</strong>mos, certamente, observar um<br />

crescimento e evolução nas parcerias das<br />

marcas com artistas e instituições culturais,<br />

mas vale a reflexão: <strong>de</strong> como incentivar e<br />

<strong>de</strong>senvolver cada vez mais projetos que<br />

contemplem essa dinâmica, estabelecendo<br />

uma troca real com os seus consumidores<br />

e uma relação justa entre os artistas e as<br />

empresas.<br />

Aga Porada é diretora <strong>de</strong> mídia e tecnologia da DPZ&T<br />

22 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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