Um Golpe a Meia Noite - Laurell K. Hamilton

Ouvi a porta do quarto de banho da rainha abrir-se, antes de ver pelo
fulgor do fogo que era Rhys na entrada. Ele, também, levava posta uma capa
ao redor de seu corpo a fim de que só sua cara e seu cabelo ficassem
descobertos baixo dessa luz tênue. — Você perdeu bastante. — Disse Rhys.
Via-se cansado.
Chegou até os pés da cama, um pouco diante do Ivi em sua esquina.
— Muitíssimo de fato, — disse Doyle — não estou seguro de por onde
começar.
— Por que isso não me faz me sentir melhor? — Perguntou Galen.
— Ele não quer nos fazer sentir melhor. — Disse Nicca. — Ele está
sendo a Escuridão, todo severo e aterrorizante.
Comecei a me incorporar, e algo se moveu em meu estômago. Saltei do
susto, e baixei a vista, e me encontrei com que não tinha sonhado. Havia uma
borboleta em mim, exatamente onde a ferida tinha estado. Fiquei apoiada em
um cotovelo, e passei meus dedos cautelosamente para tocar suas asas
superiores, todo carvão cinza e negro. Deu-me um golpezinho com suas asas,
como se estivesse irritada pelo toque, emitindo brilhante vermelho e negro as
asas posteriores, como se o sangue e a escuridão começassem a brilhar
intensamente. Suas asas roçaram contra meu estômago, e juro que senti algo
mais sólido dentro de mim. Alcancei a tocá-la outra vez, à cabeça com suas
antenas cobertas de plumas. Não reagiu até que a toquei, logo deu um
golpezinho com suas asas outra vez, mas também forçou um pouco. Senti
movimento dentro de mim porque a metade inferior do corpo estava
incrustada em minha carne.