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Revista SF - Edição 07

Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.

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Foto: Érico Andrade<br />

“A gente chorava todo santo<br />

dia desesperada para que elas<br />

melhorassem logo, para que a<br />

Thereza pudesse vir pra casa”,<br />

Mirian Volpe, supervisora de vendas<br />

que foi muito sofrido. A gente chorava<br />

todo santo dia desesperadas para que<br />

elas melhorassem logo, para que a Thereza<br />

pudesse vir pra casa”, relata.<br />

Preconceito é<br />

problema de quem tem<br />

Com quase seis meses, hoje as gêmeas<br />

têm uma saúde perfeita, embora<br />

Thereza ainda passe por acompanhamento<br />

e tome um leite especial<br />

por conta da alergia. Com<br />

a família toda em casa, Érika e<br />

Mirian lidam agora com um desafio<br />

constante: o preconceito da<br />

sociedade.<br />

Lidar com as famílias quando<br />

decidiram engravidar foi delicado<br />

nas primeiras tentativas,<br />

o que resultou em um afastamento<br />

temporário de algumas<br />

pessoas. Porém, quando as meninas<br />

nasceram, quem torcia o<br />

nariz não conseguiu resistir e<br />

hoje participa da nova família<br />

de Mirian e Érika.<br />

Durante o tempo que passaram<br />

na maternidade, Mirian<br />

conta que houve dois episódios<br />

de constrangimento justamente<br />

por serem um casal homoafetivo.<br />

O primeiro ocorreu quando ela estava<br />

em um dos quartos da UTI para amamentar<br />

Lorena e uma enfermeira a interrompeu<br />

dizendo que só familiares<br />

poderiam estar ali. Foi necessário que<br />

um segurança, que já conhecia a história<br />

delas, intervisse a favor da supervisora<br />

de vendas e explicasse que ela também<br />

era mãe.<br />

O segundo ocorreu quando tentaram<br />

retirar a certidão de nascimento<br />

das meninas na própria maternidade.<br />

Um momento de constrangimento e<br />

frustração.<br />

“Estávamos numa fila com vários<br />

casais na nossa frente e alguns atrás.<br />

Quando chegou a nossa vez, a atendente<br />

disse que não poderia retirar a certidão,<br />

porque o sistema do cartório era falho e<br />

não aceitava registrar criança com duas<br />

mães. Apesar da situação, o cartório<br />

registrou as meninas em 5 minutos.<br />

E os casos de preconceito não param<br />

por aí. Com frequência, a família precisa<br />

lidar com desconhecidos inconvenientes,<br />

que perguntam olhando sempre só<br />

para a Érika, quem amamenta: “é sua?”<br />

– “E ela responde: ‘é nossa’”.<br />

“Sei que ainda vamos passar muito<br />

por situações desse tipo e não adianta<br />

levar tudo a ferro e fogo. Desde que não<br />

sejam agressivos com a minha família,<br />

no máximo, vou deixar a pessoa sem<br />

graça. Entendo que o preconceito é um<br />

problema de quem tem, não meu”, diz.<br />

Para Érika, a sociedade ainda não está<br />

preparada para lidar com os diferentes<br />

tipos de família e peca muito, principalmente,<br />

na prestação de serviços.<br />

“Família, pra mim, é quando dois<br />

seres decidem ficar juntos e construir<br />

algo juntos. Sejam dois homens, sejam<br />

duas mulheres, seja um casal heterossexual.<br />

Família é família. Desde que exista<br />

amor, é denominado família”, ressalta,<br />

firme em suas palavras.<br />

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