Revista SF - Edição 07
Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.
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“Solteira é um status. Solo é a pessoa<br />
que cria sozinha. Mãe ou pai solo significa<br />
fazer a maior parte na educação, bancar<br />
a maior parte das contas”<br />
Juliana Duarte, técnica de audiovisual<br />
Foto: Weber Sian<br />
na escola, sou eu. Se precisar fazer lição<br />
ou trabalho, sou eu. Se precisar comprar<br />
roupa, também sou eu. Todo o resto que<br />
vem é ajuda”, afirma.<br />
A técnica de audiovisual relata que o<br />
pai assumiu a paternidade desde o início<br />
e participa da vida do Ian da melhor<br />
forma que lhe é possível. Mesmo responsável<br />
pela maior parte da educação do<br />
menino, Juliana conta que não se sente<br />
frustrada por não ter mantido uma relação.<br />
Na realidade, vê como algo positivo.<br />
“Sei o quanto seria importante se fôssemos<br />
uma família inteira, mas quem<br />
falou que iria dar certo? Meu filho poderia<br />
presenciar brigas que fariam mal a ele. Às<br />
vezes, me cobro sim. Mas essa é a realidade<br />
dele, é a minha, e eu faço o melhor<br />
que posso, assim como o pai dele”, diz.<br />
No entanto, a maior pressão vem<br />
de fora, quando um desconhecido os<br />
vê passeando e pergunta onde está o<br />
pai, ou mesmo quando um amigo, sem<br />
querer, associa um mau comportamento<br />
à suposta falta da figura paterna.<br />
“Mesmo em relações, a sensação que<br />
tenho é que, toda vez que me relaciono<br />
com alguém, a pessoa e quem está de<br />
fora acham que estou tentando colocar<br />
alguém no lugar do pai dele, e isso não<br />
é verdade. O Ian tem o pai dele, não<br />
preciso colocar ninguém para ocupar<br />
este lugar”, relata, transparecendo a decepção<br />
por ainda precisar passar por<br />
situações como essa.<br />
Juliana Duarte ao lado do filho Ian<br />
Mãe solteira não,<br />
o certo é mãe solo!<br />
Juliana Duarte tem 30 anos, é técnica<br />
de audiovisual e mãe do Ian, um menino<br />
de 8. Ela engravidou aos 21 no início<br />
da sua segunda faculdade, e descobriu<br />
só alguns meses depois, quando já não<br />
estava mais num relacionamento com<br />
o pai da criança. Independente e segura<br />
com o apoio da família e dos amigos,<br />
arca com as despesas sozinha e com<br />
todas as obrigações de pai e mãe, e bate<br />
no peito para explicar que não é mãe<br />
solteira, é mãe solo.<br />
“Solteira é um status. Solo é a pessoa<br />
que cria sozinha. Mãe ou pai solo significa<br />
fazer a maior parte na educação,<br />
bancar a maior parte das contas. Se meu<br />
filho está doente, sou eu. Se ele foi mal<br />
Cumplicidade entre mãe e filho<br />
Apesar das dificuldades de lidar com<br />
o preconceito alheio, Juliana conta que<br />
sua relação com o filho é de pura cumplicidade<br />
e carinho. Com o apoio da mãe,<br />
dos irmãos e dos amigos mais próximos,<br />
a gestação foi tranquila, assim como<br />
todos os anos que se passaram.<br />
Ela conseguiu fazer até o penúltimo<br />
ano da segunda faculdade e trancou o<br />
curso de jornalismo para passar mais<br />
tempo com o filho, após deixar o emprego<br />
na padaria da mãe para buscar<br />
mais independência.<br />
Durante a semana, são só os dois<br />
conciliando escola, trabalho, tarefas<br />
de casa, filmes e algumas broncas. Aos<br />
sábados e domingos, Ian a acompanha<br />
nos encontros com amigos, que também<br />
participam das tardes nas praças e de<br />
muitas brincadeiras.<br />
“A gente é muito grudado, muito parceiro.<br />
Ele é meu companheiro de dar risada,<br />
de limpar a casa, assistir filme, ver<br />
desenho, de ficar fazendo nada um do<br />
lado do outro. Claro que tem o estresse,<br />
as brigas, mas é normal. Ele está numa<br />
fase em que demanda menos e, então,<br />
estou me preparando psicologicamente<br />
para a adolescência”, brinca.<br />
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