SCMedia News | Revista | Abril 2020
A revista dos profissionais de logística e supply chain.
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SCM Supply Chain Magazine 35<br />
Texto: Ana Paiva<br />
PROCUREMENT RESILIENTE NA<br />
BATALHA CONTRA O CORONAVÍRUS<br />
São muitos os sectores que estão a ser postos à prova devido ao coronavírus. A área de compras e procurement,<br />
apesar de detectar muitos desafios, está a superá-los. Empresas como a Cerealto, a Daufood, a Daymon e a<br />
Hovione têm aplicado os seus planos de contingência de forma a gerir e superar os obstáculos causados pelo<br />
coronavírus. É caso para dizer que o procurement testou positivo à pandemia, mas na luta contra ela.<br />
E<br />
m tempo de pandemia, um dos primeiros<br />
passos das empresas foi activar os<br />
seus planos de contingência para fazer<br />
face aos riscos. De forma a dar resposta às<br />
necessidades que rapidamente se impuseram,<br />
foi fundamental alterar dinâmicas das<br />
operações para garantir a continuidade do<br />
negócio. No procurement o mesmo aconteceu,<br />
e os planos B’s não tardaram em ser aplicados.<br />
A Cerealto Siro Foods, empresa do<br />
sector agro-alimentar que se dedica ao<br />
desenvolvimento e fabrico de produtos<br />
derivados do cereal, registou um grande<br />
aumento de pedidos, tal como a maioria das<br />
organizações do mesmo sector, centrados<br />
principalmente em massas, bolachas e bolos,<br />
conta Ana Maria Dias, global procurement<br />
director da Cerealto. Este aumento originou<br />
também um incremento nos pedidos de última<br />
hora junto dos fornecedores, o que gerou não<br />
só caos na cadeia de abastecimento, como<br />
na cadeia logística devido à escassez de<br />
transportes para atender à repentina procura.<br />
“Têm sido tempos sem precedentes em<br />
que toda a dinâmica da nossa actividade<br />
profissional mudou radicalmente e tem<br />
vindo a ser desafiada todos os dias”, revela.<br />
Assim, implementaram várias medidas<br />
e procedimentos no que diz respeito ao<br />
impacto nas compras de matérias-primas<br />
e materiais de embalagem: mapearam os<br />
fornecedores até à origem e identificaram<br />
os que estavam localizados em geografias<br />
de risco e, posteriormente, priorizaram o<br />
fornecimento de matérias-primas críticas<br />
e aumentaram a cobertura das mesmas;<br />
analisaram e identificaram os materiais<br />
que corriam o risco de atrasar ou escassear<br />
e anteciparam pedidos; mantiveram as linhas<br />
de comunicação abertas com os fornecedores<br />
para que, internamente, estivessem todos<br />
informados sobre os desenvolvimentos e<br />
desafios enfrentados; criaram vários comités<br />
de riscos diários, entre os quais um de risco<br />
da cadeia de abastecimento que reúne<br />
diariamente para analisar vários temas;<br />
e trabalham rapidamente na homologação<br />
de fornecedores alternativos. Mesmo com<br />
todas estas medidas, houve fornecedores<br />
que tiveram de fechar fábricas para<br />
as quais a Cerealto teve de activar um<br />
plano de homologação urgente com um<br />
impacto significativo no custo habitual<br />
das matérias-primas.