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Autoras:<br />
Amanda Cristina Pinheiro Martins, Beatriz Roetger Loch, Giulia Costa Santos, Jéssica Ponciano Oliveira, Michele Ramos da Silva.<br />
ARTIGO 02<br />
vamente caro. Ambos os métodos convivem<br />
sem grandes atritos, pois não se trata<br />
de excluir uma coisa para repor por outra,<br />
mas sim avaliar de forma sensata virtudes<br />
e limitações de cada opção e definir o que<br />
é melhor para a população feminina. A citologia<br />
em meio líquido foi desenvolvida na<br />
tentativa de diminuir as falhas da citologia<br />
convencional por apresentar uma melhor<br />
disposição celular, facilitando a interpretação,<br />
redução do número de hemácias, exsudado<br />
inflamatório e muco, além de possibilitar<br />
a preparação de lâminas adicionais<br />
em caso da necessidade de complementação<br />
ou uso de material residual para testes<br />
moleculares e identificação de HPV e outros<br />
agentes microbiológicos (FILHO, [201-]).<br />
Vale ressaltar que a colpocitologia oncótica<br />
é realizada para prevenção do câncer do<br />
colo do útero e de outras patologias, priorizando<br />
as considerações e necessidades<br />
de cada mulher, considerando-as ativas e<br />
responsáveis pelo cuidado com sua saúde,<br />
com a sabedoria e desenvolvimento de total<br />
consciência a respeito da relevância de<br />
realizar a prevenção.<br />
Conclusão<br />
Neste projeto as mulheres se mostraram<br />
motivadas principalmente pela hipótese<br />
de prevenção de um câncer, dessa forma,<br />
ressalta-se a conscientização acerca do potencial<br />
de cura do câncer de colo de útero,<br />
se for diagnosticado precocemente através<br />
deste exame, como ponto chave para um<br />
aumento na adesão em sua realização e<br />
assiduidade. Reitera-se aqui a importância<br />
dessas informações, quando utilizadas,<br />
como subsídio fundamental, não somente<br />
para gestores públicos, como também para<br />
a conscientização da população no enfrentamento<br />
do problema. Através destes resultados<br />
é possível avaliar a efetividade das<br />
ações realizadas regionalmente.<br />
A naturalização do cuidado íntimo da<br />
mulher também se apresenta como uma<br />
temática importante nesse contexto, visto<br />
que a vergonha ainda é um importante<br />
fator de impedimento para a realização do<br />
exame. Tangendo uma questão cultural,<br />
faz-se necessário por parte das autoridades<br />
em saúde, por meio de campanhas, o<br />
esclarecimento de que o cuidado íntimo se<br />
difere de qualquer forma de transgressão<br />
a moralidade, visando somente a preservação<br />
da vida e da saúde, e portanto com<br />
legitimidade inquestionável.<br />
O câncer, doença vista como o mal do<br />
século, ainda está muito longe de alcançar<br />
uma cura, visto suas variações, tipos<br />
e mecanismos de ação que seguem como<br />
uma grande incógnita para a ciência.<br />
Neste sentido ao pensar que um simples<br />
e efetivo método de prevenção pode salvar<br />
milhares de vidas, é papel tanto do<br />
governo quanto de profissionais da saúde<br />
auxiliarem como ferramentas importantes<br />
para o planejamento, gerenciamento e<br />
acompanhamento de situações de saúde,<br />
tomada de decisões e desenvolvimento de<br />
ações, com o propósito de gerar intervenções<br />
mais adequadas e oportunas frente<br />
às necessidades da população.<br />
Pontua-se aqui a sugestão aos estabelecimentos<br />
de realizar pesquisas de satisfação<br />
dentro das unidades de atendimento para<br />
constante adequação de acordo com as<br />
questões suscitadas pelas próprias usuárias,<br />
visto que podem haver questões relativas<br />
às condições diferenciais de atendimento.<br />
Dessa forma será possível a detecção de<br />
fatores locais específicos para as melhorias,<br />
visando aumentar o conforto e acolhimento,<br />
reduzindo os desconfortos relatados.<br />
Assim, uma vez mencionados os desconfortos<br />
referidos pelas usuárias que já<br />
realizaram o exame, de maneira geral,<br />
percebe-se a necessidade de capacitar e<br />
dar suporte aos profissionais e garantir<br />
o uso de equipamentos e técnicas adequadas<br />
para reduzir os incômodos físicos,<br />
como a dor, e minimizar o desconforto<br />
psicológico.<br />
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