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Autoras: Carolina Antunes Torres 1 , Jéssica da Silva Abel 2 , Karoline Pizzolo 3 , Victória Linden Rezende 4 , Eduarda Shultze 5<br />
ARTIGO 03<br />
Observa-se que a consistência desta última etapa<br />
envolve a noção de melhoria contínua, típica<br />
da Qualidade Total. Outro aspecto importante é o<br />
direcionamento do processo aos objetivos globais<br />
da organização. Em termos gerenciais, isso significa<br />
harmonizar metas operacionais, táticas e<br />
estratégicas (PALADINI, 2012).<br />
Não há como deixar de observar que os recursos<br />
humanos sempre desempenharam um<br />
papel relevante no esforço pela qualidade nas<br />
organizações. Trata-se de uma contribuição<br />
única: eles são os agentes de transformação, ou<br />
seja, aqueles que mudam efetivamente a história<br />
da organização em termos de qualidade<br />
(PALADINI, 2012).<br />
Essa atenção aos recursos humanos torna-se<br />
evidente pelo contínuo desenvolvimento de estratégias<br />
e ferramentas para garantir o efetivo envolvimento<br />
dos recursos humanos da organização<br />
no suporte da gestão da qualidade (TIGANI, 2012).<br />
Na área da saúde, a filosofia da qualidade não<br />
difere da aplicada nas indústrias. A adequação<br />
do produto ou serviço aos anseios do cliente é<br />
um fundamento de qualidade perfeitamente<br />
aplicável aos diversos serviços de assistência à<br />
saúde (MENDES, 1998).<br />
Em um Laboratório de Análises Clínicas, a garantia<br />
da qualidade é alcançada tendo-se total<br />
e absoluto controle sobre todas as etapas do<br />
processo, que compreende as fases pré-analíticas,<br />
analítica e pós-analítica. Estas fases servem<br />
para obtenção de um laudo laboratorial que<br />
ajudará no diagnóstico do paciente e iniciam<br />
fora do laboratório (DA Rin, 2009).<br />
Segundo Mendes et al (2007) para que um<br />
método laboratorial tenha utilidade clínica, este<br />
deve preencher alguns requisitos básicos que<br />
garantam a confiabilidade dos resultados obtidos<br />
em amostras de pacientes. Esses requisitos<br />
básicos estão relacionados ao desempenho do<br />
método e equipamento que envolve: exatidão,<br />
recuperação, robustez, precisão, medida de<br />
branco da reação, sensibilidade, limite de detecção,<br />
interferentes e valor de referência.<br />
O primeiro momento da realização de análise<br />
laboratorial compreende a fase pré-analítica,<br />
que determina o processo desde a chegada do<br />
paciente ao laboratório clínico, passando pela<br />
recepção, coleta e transporte até a chegada à<br />
fase analítica.<br />
Conforme Plebani (2006), é considerável a<br />
quantidade de erros encontrados nessa primeira<br />
fase de um laboratório clínico onde em sua<br />
maioria os processos são realizados de forma<br />
manual e por esse motivo pode-se observar de<br />
46% á 68,2% de erros na fase inicial.<br />
Pode-se observar na figura abaixo, as etapas<br />
que compreendem a fase pré-analítica de um<br />
laboratório e seus possíveis erros.<br />
Figura 04. Possíveis erros na fase pré-analítica:<br />
Fonte: PALADINI, 2012<br />
Com base na figura 04 conclui-se que são altas<br />
as chances de ocorrência de problemas na<br />
fase pré-analítica, e por isso, o laboratório deve<br />
investir em programas de gestão de qualidade e<br />
pessoas para que os erros sejam minimizados e<br />
os processos sejam concluídos com êxito.<br />
Problemas pré-analíticos que podem causar<br />
resultados críticos falsos devem ser de conhecimento<br />
geral. Alguns deles incluem contaminação<br />
da amostra, condições de transporte<br />
inadequadas, tempo incorreto de coleta de<br />
amostra (por exemplo, para testes toxicológicos)<br />
e atraso no processamento da amostra<br />
(MAYA, 2011).<br />
A Figura 05 mostra resumidamente diversos<br />
trabalhos que avaliaram o percentual de erros<br />
na etapa inicial de laboratórios clínicos. Podemos<br />
observar que a etapa laboratorial com<br />
maior concentração de erros foi a fase pré-analítica<br />
(COSTA,2018).<br />
Figura 05: Porcentagem de erros obtidos na fase pré-analítica em diversos estudos:<br />
Fonte: COSTA, 2018<br />
Segundo Marras (2010), o foco na gestão estratégica<br />
de pessoas está mais direcionado para<br />
os negócios e para a estratégia e menos direcionado<br />
para as funções tradicionais dos recursos<br />
humanos, como seleção, treinamento, avaliação<br />
e compensação. Dessa forma, existe uma preocupação<br />
maior em diagnosticar as necessidades<br />
da organização e desenvolver os talentos exigidos<br />
para a implementação da estratégia competitiva<br />
e o alcance das metas da instituição.<br />
Miles e Snow (1978) elaboraram três estratégias<br />
de gestão de pessoas, cada uma delas adequada<br />
a uma proposta específica de seu modelo<br />
de estratégias organizacionais.<br />
A primeira estratégia consiste em "desenvolver<br />
pessoas", que instiga a busca pela preparação<br />
e formação internamente na organização.<br />
Portanto, é necessário construir habilidades,<br />
com extensos programas de treinamento. Dessa<br />
forma, as atividades de recrutamento e seleção<br />
são mínimas, a avaliação de desempenho serve<br />
de base para a identificação de necessidades<br />
de treinamento e o sistema de recompensas é<br />
fundamentado na estrutura hierárquica da organização<br />
(MARRAS, 2010).<br />
Conforme a proposta de Miles e Snow (1978),<br />
a segunda estratégia visa "adquirir pessoas",<br />
implicando na identificação e aquisição de habilidades.<br />
Baseado nisso, o sistema de recrutamento<br />
e seleção é sofisticado e englobam todos<br />
os níveis da empresa, o treinamento é mínimo,<br />
a avaliação do desempenho serve de base para<br />
a identificação de necessidades de pessoal e o<br />
sistema de recompensas é fundamentado no<br />
desempenho.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Ago/Set 2020