You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
MEDICINA GENÔMICA<br />
Prevenção de Doenças (CDC, 2015) e com<br />
o Ministério da Saúde do Brasil (2017),<br />
o diagnóstico de doença neuroinvasiva<br />
causada por DENV, ZIKV e/ou CHIKV baseia-se<br />
em critérios clínicos, como o aparecimento<br />
de manifestações neurológicas<br />
na ausência de uma explicação clínica<br />
mais provável; confirmados pelos critérios<br />
laboratoriais: presença de RNA viral e/ou<br />
antígenos virais no soro e/ou LCR ou outro<br />
líquido corporal, IgM específica reagente<br />
no líquido cefalorraquidiano (LCR) com<br />
IgM específico não reagente para outros<br />
arbovírus endêmicos na região, IgM específica<br />
no soro confirmada por anticorpos<br />
neutralizantes específicos do vírus, elevação<br />
do título de IgG específica em soro<br />
pareado 10-11 . Sendo a presença do material<br />
genético viral no LCR considerada a evidência<br />
maior causalidade10-11.<br />
Em uma recente publicação, nosso grupo<br />
verificou que 31% (11/36) dos pacientes<br />
(adultos) com suspeita diagnóstica de infecção<br />
do SNC ou quadros pós-infecciosos<br />
apresentavam doença neuroinvasiva associada<br />
a DENV ou CHIKV, com base nos critérios<br />
da CDC/Ministério da Saúde. Quando<br />
associados a avaliação da síntese intratecal<br />
de anticorpo específico para DENV e CHI-<br />
KV, 36% (13/36) preencheram os critérios<br />
de positividade de arbovírus. Dos casos<br />
diagnosticados, 54% foram causados pelo<br />
DENV e 46% pelo CHIKV. A encefalite foi a<br />
manifestação neurológica mais frequente,<br />
com 54% (7/13) dos casos15.<br />
Em conclusão, em casos com suspeita de<br />
quadros infecciosos do SNC ou pós-infecciosos,<br />
o diagnóstico diferencial com DENV,<br />
ZIKV e CHIKV deve ser realizado em áreas<br />
endêmicas ou em viajantes provenientes de<br />
áreas endêmicas.<br />
Referências:<br />
1. World Health Organization. (2018). Dengue Control<br />
- Epidemiology. https://www.who.int/denguecontrol/<br />
epidemiology/en/.Acesso: 28 de Fevereiro de 2020.<br />
2. Ministério da Saude do Brasil. (2016). Monitoramento<br />
dos casos de dengue, febre de chikungunya e<br />
febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 49,<br />
2016. Boletim epidemiológico. 47 (38): 1 - 10. https://<br />
portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/dezembro/20/2016-033---Dengue-SE49-publicacao.pdf<br />
3. Ministério da Saude do Brasil. (2017). Monitoramento<br />
dos casos de dengue, febre de chikungunya e<br />
febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 50,<br />
2017. Boletim Epidemiológico. 48(45):1 - 13. https://<br />
portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/janeiro/10/2017-046-Publicacao.pdf<br />
4. Ministério da Saúde Brasil. (2018). Monitoramento<br />
dos casos de dengue, febre de chikungunya e doença<br />
aguda pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 49<br />
de 2018. Boletim Epidemiológico. 49(59):1–14. https://<br />
portalarquivos2.saude.gov.br/ images/pdf/2019/janeiro/02/2018-067.pdf<br />
5. Ministério da Saúde Brasil. (2019). Monitoramento<br />
dos casos de arboviroses urbanas transmitidas pelo<br />
Aedes (dengue, chikungunya e Zika), Semanas Epidemiológicas<br />
1 a 36, 2019. Boletim Epidemiológico.<br />
50(29):22–32.https://www.saude.gov.br/images/<br />
pdf/2019/outubro/04/BE-multitematico-n28.pdf<br />
6. Ministério da Saúde Brasil. (2020). Monitoramento<br />
dos casos de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes<br />
(dengue, chikungunya e Zika), Semanas Epidemiológicas<br />
1 a 22, 2020. Boletim Epidemiológico. 51(23):1–20.<br />
https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/June/09/<br />
Boletim-epidemiologico-SVS-23.pdf<br />
7. Puccioni-Sohler M, Rosadas C, Cabral-Castro MJ.<br />
Neurological complications in dengue: A review for clinical<br />
practice. Arq Neuropsiquiatr 2013:71(9 B):667–671.<br />
https://doi.org/10.1590/0004-282X20130147<br />
8. Chandak NH, Kashyap RS, Kabra D, Karandikar P,<br />
Saha SS, Morey SH, Purohit HJ, Taori GM, Daginawala<br />
HF. Neurological complications of Chikungunya virus<br />
infection. Neurol India 2009:57(2):177-180. https://doi.<br />
org/10.4103/0028-3886.51289<br />
9. Brito KGS, dos Santos EB, Lucas LSM, Orsini M, Fiorelli<br />
R, et al. Prevalence of neurological complications<br />
associated with Zika virus in a Brazilian metropolis.<br />
Neurol Int 2018;10(2): 7638. https://doi.org/10.4081/<br />
ni.2018.7638<br />
10. Ministério da Saúde, Brasil. (2017). Manual de vigilância<br />
sentinela de doenças neuroinvasivas por arbovírus<br />
(Sentinel Surveillance Manual for Neuroinvasive Arboviral<br />
Diseases). Ministério da Saúde, Brasilia.<br />
11. Centers for Disease Control and Prevention guidelines.<br />
(2015). https://wwwn.cdc.gov/nndss/conditions/<br />
arboviral-diseases-neuroinvasive-and-non-neuroinvasive/case-definition/2015/.<br />
Accessed 28 February 2020<br />
12. Puccioni-Sohler M. (2008). Diagnóstico de Neuroinfecção:<br />
com abordagens dos exames do líquido Cefalorraquidiano.<br />
Rubio, Rio de Janeiro.<br />
13. Puccioni-Sohler M, Soares CN, Papaiz-Alvarenga R,<br />
Castro MJC, Faria LC, Peralta JM. Neurologic dengue manifestations<br />
associated with intrathecal specific immune<br />
response. Neurology 2009;73(17):1413–1417.https://<br />
doi.org/10.1212/WNL.0b013e3181bd8258<br />
14. Puccioni-Sohler M, Farias LC, Cabral-Castro MJ, Zalis<br />
MG, Kalil RS, Salgado MCF. Cerebrospinal Fluid Immunoglobulins<br />
as Potential Biomarkers of Chikungunya<br />
Encephalitis. Emerg Infect Dis 2018;24(5):939-941. doi:<br />
10.3201/eid2405.171763.<br />
15. Mello CSM, Cabral-Castro MJ, Silva de Faria LC, Peralta<br />
JM, Puccioni-Sohler, M. Dengue and chikungunya<br />
infection in neurologic disorders from endemic areas<br />
in Brazil. Neurology: Clinical Practice 2019. https://doi.<br />
org/10.1212/cpj.0000000000000776<br />
Marzia Puccioni Sohler<br />
é neurologista, professora associada da Escola de Medicina<br />
e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de<br />
Janeiro (UNIRIO) e professora permanente do Programa de<br />
Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).<br />
Cintia Mello<br />
é estudante de Medicina na Escola de Medicina e Cirurgia da<br />
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e<br />
doutoranda no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de<br />
Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).<br />
0 78<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Ago/Set 2020