NOREVISTA FEVEREIRO 2021

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Ricardo Silva
Presidente do Conselho de
Administração da IROA,
S.A.
Um projeto de
futuro - O reforço do
abastecimento e do
armazenamento de água
do POA da Bacia Leiteira
de Ponta Delgada
Com cerca de 9890 ha o Perímetro de Ordenamento
Agrário da Bacia Leiteira de Ponta Delgada é o mais
importante e produtivo dos 16 existentes (49 500 ha) nos
Açores. A sua área é tão só um 1/5 de toda a consignada
a POAs na Região. Contudo, possui um problema de
fundo que urge responder quanto antes: o abastecimento
de água com regularidade e normalidade em todas
as épocas do ano. Também importa referir que nem
todo o abastecimento é feito pela IROA, S.A., mas o
mesmo é fundamental para as cerca de 800 centenas de
explorações em atividade naquele POA. O problema
reside num sistema de abastecimento que vive da
incerteza da pluviosidade e o armazenamento principal
tem o seu coração na Lagoa do Caldeirão Grande,
construída em 2007, com uma reserva de 30 000 m3.
Chegados ao Verão ou nem isso começa a incerteza!
A necessidade aguça o engenho e a ideia de ir buscar um
caudal de água de 1650 m3 por dia, que poderão suprir
até mais de 500 000 m3 por ano, e que normalmente são
descarregados pelo túnel das lagoas das Sete Cidades a
caminho da ribeira dos Mosteiros, criou uma esperança
enorme na resolução deste grave problema. É um caudal
diário, com variações curtas na sua quantidade, mas é
de um potencial enorme ao serviço da lavoura. Grande
parte do mesmo é desaproveitado e terá uma extrema
utilidade na vida da pecuária de Ponta
Delgada. As alterações climáticas,
infelizmente, continuarão a fazeremse
sentir num futuro breve, com mais
acuidade e durante ainda algum
tempo.
A execução deste projeto é de uma
prioridade absoluta e um anseio
muito positivo para todos aqueles que
vivem da agropecuária, sobretudo, os
residentes na zona noroeste da ilha
de São Miguel, o mesmo é dizer da
ponta dos Mosteiros à ponta de Santo
António tendo as Capelas como seu
limite. São muitas pessoas!
A qualidade da água responde aos
princípios básicos insertos no Guia
da Direção Geral da Alimentação
e Veterinária, exigindo apenas
desinfeção, e não um tratamento mais
complexo a nível físico e químico.
Contudo, se tal situação se colocar, há
toda a possibilidade de se partir para
este tratamento através da Estação de
Tratamento de Água (ETA) prevista
em projeto. A solução proposta passa
por captar, elevar, transportar e tratar
água num percurso de 12 km de
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