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REPORTAGEM<br />
lembrou o caso da LEGO que esteve<br />
à beira da falência e que foi salva<br />
por um conjunto de sociólogos.<br />
Segundo explicou, sabiam<br />
muito pouco de brinquedos e de<br />
tecnologia, mas sabiam muito de<br />
observar Homens, “é nisso que são<br />
fortes os sociólogos”.<br />
Esses profissionais, conforme<br />
explicou, falaram com as crianças<br />
e os pais das crianças que lhes<br />
pagavam os brinquedos para<br />
descobrir que “tão importante como<br />
as crianças que eram supostamente<br />
os clientes da LEGO eram os pais<br />
que brincavam também com os<br />
brinquedos e foi assim que nasceram<br />
produtos que começaram por ser<br />
para os pais e que rapidamente<br />
passaram para os filhos”.<br />
Antes de terminar a sessão, António<br />
Cunha lembrou alguns números<br />
em Portugal que podem parecer<br />
“interessantes”, mas que, após<br />
uma reflexão, podem tornar-se<br />
preocupantes. O Presidente da<br />
CCDR-N apontou que no ano<br />
transato Portugal conseguiu, pela<br />
primeira vez, ter 50% do<br />
escalão etário 18-20 anos a<br />
ingressar no ensino superior.<br />
“É uma coisa que nos pode<br />
deixar satisfeitos, mas<br />
significa que há 50% que não<br />
entraram”.<br />
Para além da constatação<br />
inicial, lembrou que, há<br />
15 anos atrás, o número<br />
situava-se na ordem dos<br />
27%-28%. Aos 50% que<br />
ingressaram agora na<br />
universidade, apontam-se<br />
números de dropouts na<br />
ordem dos 10% - “isto quer<br />
dizer que nós podemos ter<br />
um número que é enganador,<br />
porque é interessante terse<br />
50% da população com<br />
18 anos a entrar no ensino<br />
superior, estamos a falar da<br />
universidade, politécnico ou<br />
os CETS”, mas conforme<br />
mostrou preocupação, “os<br />
nossos números comparam<br />
muito mal com os números<br />
europeus” no que respeita à<br />
formação ao longo da vida.<br />
Ou seja, apesar de sermos<br />
dos países, dentro da União<br />
Europeia, com população<br />
estudantil extremamente<br />
jovem, “a maioria dos<br />
nossos estudantes são jovens<br />
que fazem o seu curso na<br />
universidade e que depois<br />
não voltam à universidade<br />
ou ao instituto politécnico e<br />
é este processo que é preciso<br />
inverter”.<br />
António Cunha defendeu<br />
que é preciso que aqueles<br />
que não acabaram o curso<br />
o façam, mas também as<br />
pessoas que fizeram o seu<br />
primeiro curso voltem às<br />
instituições para fazer um<br />
segundo curso, uma pósgraduação<br />
ou os tais cursos<br />
curtos complementares.<br />
“Portugal, nos últimos 10,<br />
20 anos, fez saltos muito<br />
significativos nas estatísticas,<br />
nomeadamente da OCDE,<br />
mas tem aqui um número<br />
que não é interessante e<br />
que nos deve preocupar e<br />
que deve ser alvo da nossa<br />
atenção e é por isso que esta<br />
intervenção neste domínio se<br />
afigura como muito, muito<br />
importante”, considerou.<br />
No final do debate, António<br />
Murta defendeu que um bom<br />
mote para encerrar seria:<br />
“temos de estudar, todos os<br />
portugueses, sem exceção, ao<br />
longo da vida”.<br />
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NOFEV21