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NOREVISTA FEVEREIRO 2021

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REPORTAGEM<br />

lembrou o caso da LEGO que esteve<br />

à beira da falência e que foi salva<br />

por um conjunto de sociólogos.<br />

Segundo explicou, sabiam<br />

muito pouco de brinquedos e de<br />

tecnologia, mas sabiam muito de<br />

observar Homens, “é nisso que são<br />

fortes os sociólogos”.<br />

Esses profissionais, conforme<br />

explicou, falaram com as crianças<br />

e os pais das crianças que lhes<br />

pagavam os brinquedos para<br />

descobrir que “tão importante como<br />

as crianças que eram supostamente<br />

os clientes da LEGO eram os pais<br />

que brincavam também com os<br />

brinquedos e foi assim que nasceram<br />

produtos que começaram por ser<br />

para os pais e que rapidamente<br />

passaram para os filhos”.<br />

Antes de terminar a sessão, António<br />

Cunha lembrou alguns números<br />

em Portugal que podem parecer<br />

“interessantes”, mas que, após<br />

uma reflexão, podem tornar-se<br />

preocupantes. O Presidente da<br />

CCDR-N apontou que no ano<br />

transato Portugal conseguiu, pela<br />

primeira vez, ter 50% do<br />

escalão etário 18-20 anos a<br />

ingressar no ensino superior.<br />

“É uma coisa que nos pode<br />

deixar satisfeitos, mas<br />

significa que há 50% que não<br />

entraram”.<br />

Para além da constatação<br />

inicial, lembrou que, há<br />

15 anos atrás, o número<br />

situava-se na ordem dos<br />

27%-28%. Aos 50% que<br />

ingressaram agora na<br />

universidade, apontam-se<br />

números de dropouts na<br />

ordem dos 10% - “isto quer<br />

dizer que nós podemos ter<br />

um número que é enganador,<br />

porque é interessante terse<br />

50% da população com<br />

18 anos a entrar no ensino<br />

superior, estamos a falar da<br />

universidade, politécnico ou<br />

os CETS”, mas conforme<br />

mostrou preocupação, “os<br />

nossos números comparam<br />

muito mal com os números<br />

europeus” no que respeita à<br />

formação ao longo da vida.<br />

Ou seja, apesar de sermos<br />

dos países, dentro da União<br />

Europeia, com população<br />

estudantil extremamente<br />

jovem, “a maioria dos<br />

nossos estudantes são jovens<br />

que fazem o seu curso na<br />

universidade e que depois<br />

não voltam à universidade<br />

ou ao instituto politécnico e<br />

é este processo que é preciso<br />

inverter”.<br />

António Cunha defendeu<br />

que é preciso que aqueles<br />

que não acabaram o curso<br />

o façam, mas também as<br />

pessoas que fizeram o seu<br />

primeiro curso voltem às<br />

instituições para fazer um<br />

segundo curso, uma pósgraduação<br />

ou os tais cursos<br />

curtos complementares.<br />

“Portugal, nos últimos 10,<br />

20 anos, fez saltos muito<br />

significativos nas estatísticas,<br />

nomeadamente da OCDE,<br />

mas tem aqui um número<br />

que não é interessante e<br />

que nos deve preocupar e<br />

que deve ser alvo da nossa<br />

atenção e é por isso que esta<br />

intervenção neste domínio se<br />

afigura como muito, muito<br />

importante”, considerou.<br />

No final do debate, António<br />

Murta defendeu que um bom<br />

mote para encerrar seria:<br />

“temos de estudar, todos os<br />

portugueses, sem exceção, ao<br />

longo da vida”.<br />

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