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OPINIÃO<br />
OPINIÃO<br />
A CAPACIDADE DE<br />
MEMORIZAÇÃO É AFETADA<br />
PELOS HÁBITOS MODERNOS<br />
O investigador e neurocientista<br />
luso-descendente Fabiano de Abreu<br />
estudou o impacto das tecnologias,<br />
do quotidiano e de maus-hábitos<br />
na capacidade de armazenar<br />
e usar a memória cerebral. As<br />
conclusões foram agora publicadas<br />
no artigo “Técnicas para uma<br />
melhor memorização: Levando<br />
em consideração as nuances da<br />
personalidade”.<br />
Fabiano de Abreu explica que<br />
“temos um cérebro que age, a priori,<br />
pela sobrevivência e recompensa.<br />
Armazenamos memórias com base na<br />
emoção para que possamos sobreviver<br />
e evoluir melhor. Por essa razão, os<br />
traumas nunca são esquecidos. No<br />
mínimo, ficam no nosso inconsciente,<br />
na região mais primitiva do cérebro”.<br />
“Deste modo, o cérebro utiliza muita<br />
energia para armazenar tudo o que<br />
precisa, e tende a ‘economizar’ em<br />
alguns momentos, para que possa<br />
usá-la em procedimentos instintivos”,<br />
afirma.<br />
O cérebro humano também<br />
procura alcançar objetivos<br />
para aumentar a produção de<br />
neurotransmissores que causam<br />
sensações de prazer. “O mais comum<br />
é o da felicidade e recompensa, como<br />
a dopamina. Sem recompensa não<br />
há motivação, sem motivação não<br />
teríamos meios para seguir adiante e<br />
sobreviver”, destaca.<br />
Com o advento da tecnologia,<br />
sobretudo do uso constante<br />
da internet, a capacidade de<br />
memorização tem sofrido impactos,<br />
que, a longo prazo, podem trazer<br />
consequências. Por isso, Fabiano<br />
de Abreu alerta que “a sobrecarga<br />
de informações dificulta a retenção<br />
de novas memórias. Há excesso de<br />
distrações, que geram ansiedade<br />
e estresse, o vício em dopamina<br />
e, consequentemente, a disfunção<br />
nos mensageiros químicos do<br />
cérebro”. “Além disso, a falta de<br />
leitura, o sedentarismo, os alimentos<br />
industrializados, as drogas, maushábitos,<br />
o uso excessivo da televisão<br />
ou o vício na dopamina são uma<br />
forma de o cérebro pedir conquistas<br />
mais imediatas, o que causa, além de<br />
disfunções, desperdício do tempo<br />
que poderia ser utilizado para<br />
aprofundarmos mais nos conteúdos”,<br />
afirma.<br />
Para amenizar os efeitos nocivos que<br />
os maus-hábitos da vida moderna<br />
podem causar ao cérebro, Fabiano<br />
de Abreu salienta que é importante<br />
adotar velhas medidas, sobretudo<br />
na infância, quando o cérebro ainda<br />
está em desenvolvimento. Estas são<br />
algumas das medidas apontadas:<br />
· Dieta com alimentos que supram<br />
as nossas necessidades básicas e que<br />
compensem as faltas que sentimos.<br />
Por exemplo, se há falta de atenção<br />
e pouca memorização, deve ser<br />
reforçado o consumo de alimentos<br />
que promovam uma melhor atenção e<br />
memória, como os que contêm ómega<br />
3, luteína, complexo B, vitamina C e<br />
gorduras boas, como azeite e frutos<br />
secos, chá, entre outros;<br />
· Dormir 8 horas por dia, e não de<br />
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