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NOREVISTA FEVEREIRO 2021

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OPINIÃO<br />

OPINIÃO<br />

A CAPACIDADE DE<br />

MEMORIZAÇÃO É AFETADA<br />

PELOS HÁBITOS MODERNOS<br />

O investigador e neurocientista<br />

luso-descendente Fabiano de Abreu<br />

estudou o impacto das tecnologias,<br />

do quotidiano e de maus-hábitos<br />

na capacidade de armazenar<br />

e usar a memória cerebral. As<br />

conclusões foram agora publicadas<br />

no artigo “Técnicas para uma<br />

melhor memorização: Levando<br />

em consideração as nuances da<br />

personalidade”.<br />

Fabiano de Abreu explica que<br />

“temos um cérebro que age, a priori,<br />

pela sobrevivência e recompensa.<br />

Armazenamos memórias com base na<br />

emoção para que possamos sobreviver<br />

e evoluir melhor. Por essa razão, os<br />

traumas nunca são esquecidos. No<br />

mínimo, ficam no nosso inconsciente,<br />

na região mais primitiva do cérebro”.<br />

“Deste modo, o cérebro utiliza muita<br />

energia para armazenar tudo o que<br />

precisa, e tende a ‘economizar’ em<br />

alguns momentos, para que possa<br />

usá-la em procedimentos instintivos”,<br />

afirma.<br />

O cérebro humano também<br />

procura alcançar objetivos<br />

para aumentar a produção de<br />

neurotransmissores que causam<br />

sensações de prazer. “O mais comum<br />

é o da felicidade e recompensa, como<br />

a dopamina. Sem recompensa não<br />

há motivação, sem motivação não<br />

teríamos meios para seguir adiante e<br />

sobreviver”, destaca.<br />

Com o advento da tecnologia,<br />

sobretudo do uso constante<br />

da internet, a capacidade de<br />

memorização tem sofrido impactos,<br />

que, a longo prazo, podem trazer<br />

consequências. Por isso, Fabiano<br />

de Abreu alerta que “a sobrecarga<br />

de informações dificulta a retenção<br />

de novas memórias. Há excesso de<br />

distrações, que geram ansiedade<br />

e estresse, o vício em dopamina<br />

e, consequentemente, a disfunção<br />

nos mensageiros químicos do<br />

cérebro”. “Além disso, a falta de<br />

leitura, o sedentarismo, os alimentos<br />

industrializados, as drogas, maushábitos,<br />

o uso excessivo da televisão<br />

ou o vício na dopamina são uma<br />

forma de o cérebro pedir conquistas<br />

mais imediatas, o que causa, além de<br />

disfunções, desperdício do tempo<br />

que poderia ser utilizado para<br />

aprofundarmos mais nos conteúdos”,<br />

afirma.<br />

Para amenizar os efeitos nocivos que<br />

os maus-hábitos da vida moderna<br />

podem causar ao cérebro, Fabiano<br />

de Abreu salienta que é importante<br />

adotar velhas medidas, sobretudo<br />

na infância, quando o cérebro ainda<br />

está em desenvolvimento. Estas são<br />

algumas das medidas apontadas:<br />

· Dieta com alimentos que supram<br />

as nossas necessidades básicas e que<br />

compensem as faltas que sentimos.<br />

Por exemplo, se há falta de atenção<br />

e pouca memorização, deve ser<br />

reforçado o consumo de alimentos<br />

que promovam uma melhor atenção e<br />

memória, como os que contêm ómega<br />

3, luteína, complexo B, vitamina C e<br />

gorduras boas, como azeite e frutos<br />

secos, chá, entre outros;<br />

· Dormir 8 horas por dia, e não de<br />

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