Chicos - 69 de 13.07.2022
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar gratuitamente nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
Lendo os Clássicos
50 contos e 3 novelas (2007)
*Luiz Ruffato
Esta coletânea reúne seis livros do Autor,
compreendendo parte de sua produção publicada
de 1973 a 2003, entre contos e novelas
(que, na minha opinião, são apenas contos
longos...). O que mais impressiona no Autor
não é a diversidade de assuntos - porque, na
verdade, ele é quase monotemático -, mas a
originalidade com que os trata. Na verdade, o
Autor inventa um quase gênero - "sempre
gostei de escrever minhas histórias como se
elas se passassem num palco. Ou mesmo um
teatro de marionetes" (p. 229) - que mistura,
com maestria, ficção e ensaio - um ensaio ficcional
ou uma ficção ensaística -, não à maneira
do argentino Jorge Luís Borges (1899-
1986), que se alimenta da própria ficção, mas
à sua própria maneira, "que poderia fazer de
uma reles aula uma obra de arte" (p. 308).
Outra coisa que chama a atenção é a excepcional
qualidade de seus textos - que se mantêm
em altíssimo nível, desde os primeiros trabalhos
até os últimos -, algo raro na carreira de
qualquer escritor, composta em geral por altos
e baixos. O leitor percebe que o Autor - essa
entidade abstrata, que se realiza ou se define
como voz identificável - já está maduro nos
contos de Notas de Manfredo Rangel, repórter,
de 1973. O que ele faz, ao longo dos outros
livros, é se depurar, não como alguns que
transformam estilo em maneira ou fórmula, e
passam a vida plagiando a si mesmos, mas
como alguém que consegue ampliar, a cada
livro, as suas descobertas. Por isso, não vou
destacar um conto ou outro, pois fazer isso
seria contraditar o que acabo de dizer - mas
vou apenas chamar a atenção para um detalhe,
que ilustra à perfeição o que quero iluminar.
O Autor toma um tema pouco explorado
na literatura brasileira, o futebol, e com ele
constrói duas obras-primas da narrativa curta:
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