29.07.2022 Views

edição de 1º de agosto de 2022

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

última página<br />

Paico Oficial/Unsplash<br />

De <strong>2022</strong><br />

a 2032<br />

Flávio Waiteman<br />

Publicida<strong>de</strong> na década <strong>de</strong> 1950, 1960 e<br />

1970 servia para ensinar as pessoas<br />

sobre as inovações que chegavam a todo<br />

o momento, vindas das indústrias e laboratórios,<br />

universida<strong>de</strong>s, Nasa, Vale do Silício.<br />

Patentes <strong>de</strong> novos produtos inundavam<br />

a vida das pessoas e a publicida<strong>de</strong> explicava<br />

para que servia cada <strong>de</strong>talhe do produto.<br />

Ensinava como usar mesmo. Era a inovação<br />

do mundo mo<strong>de</strong>rno. Micro-ondas,<br />

encera<strong>de</strong>ira, máquina <strong>de</strong> lavar roupa e até<br />

novas funções nos automóveis. A publicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobriu formas interessantes<br />

e criativas <strong>de</strong> explicar<br />

para as pessoas como o mundo<br />

funcionava.<br />

Entretanto, um pouco <strong>de</strong>pois<br />

em 1980 e 1990, a inovação <strong>de</strong><br />

nosso dia a dia reduziu sua intensida<strong>de</strong><br />

e a competição entre<br />

fabricantes <strong>de</strong> produtos acirrou-se.<br />

Já não bastava explicar<br />

para que servia um produto ou<br />

outro, pois já se conheciam as<br />

inovações. Era preciso diferenciar<br />

dois produtos parecidos, que faziam a<br />

mesma coisa, porém <strong>de</strong> maneira particular.<br />

E a publicida<strong>de</strong> se tornou diferenciadora <strong>de</strong><br />

marca. Selecionando pequenas verda<strong>de</strong>s e<br />

características dos produtos e comunicando-as<br />

com um pouco <strong>de</strong> humor ou emoção.<br />

A publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobriu a criativida<strong>de</strong> para<br />

diferenciar produtos, criar marcas e estabelecer<br />

cultura.<br />

Nessa época e durante os anos 2000, a<br />

comunicação publicitária continuou fazendo<br />

comunicação explicativa, quando necessário;<br />

também sobre inovações, quando<br />

essas aconteciam; e começou a fazer um<br />

mea culpa sobre seus exageros. Começaram<br />

os questionamentos sobre a comunicação<br />

<strong>de</strong> cigarro, açúcar, drogas. E no caso do<br />

“As mArcAs<br />

conversAm,<br />

trocAm<br />

i<strong>de</strong>iAs e se<br />

posicionAm<br />

sobre o que<br />

AcreditAm ou<br />

como veem<br />

o mundo”<br />

Brasil, em particular, a comunicação ensinou<br />

um país inteiro, com extremo déficit <strong>de</strong><br />

aprendizado e compreensão <strong>de</strong> mensagem,<br />

a usar camisinha e se precaver da Aids com<br />

Bráulio, entre outras campanhas.<br />

Ensinou também a todos os brasileiros<br />

a tomar vacina, com o Zé Gotinha. Hábito<br />

que nem toda a mentira sobre cloroquina e<br />

outros <strong>de</strong>lírios oficiais conseguiu <strong>de</strong>struir.<br />

Bastou ter a vacina e a gran<strong>de</strong> parte dos brasileiros<br />

foi tomar suas doses. Nessa época<br />

a mensagem publicitária no Brasil, que por<br />

um lado encantava e competia com os programas<br />

<strong>de</strong> altíssima audiência,<br />

também ajudava a população a<br />

sobreviver e adoecer menos, fortalecendo<br />

o maior e mais importante<br />

sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do mundo,<br />

o SUS.<br />

De 2010 a 2020, basicamente,<br />

as inovações foram em software<br />

e hardware para que algumas<br />

empresas nos encontrassem e<br />

nos tornassem audiência ou impulsionasse<br />

o jeito como usamos<br />

as inovações que vinham nos últimos<br />

50 anos. Apren<strong>de</strong>mos a pedir carro,<br />

encomendar o almoço, se guiar por mapas<br />

e viver via apps. Hoje as marcas conversam,<br />

trocam i<strong>de</strong>ias e se posicionam sobre o que<br />

acreditam ou como veem o mundo.<br />

E na próxima década qual será o papel da<br />

publicida<strong>de</strong> das marcas no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da socieda<strong>de</strong>, já que as inovações realmente<br />

disruptivas se esgotam e a tecnologia<br />

atinge o ápice <strong>de</strong> atenção do que o ser<br />

humano po<strong>de</strong> suportar? Nessa nova década,<br />

muito provavelmente, será sobre as correções<br />

<strong>de</strong> rota da última e em cima do comportamento<br />

humano moldado nesses dois<br />

anos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. É do comportamento<br />

humano hoje que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o mundo, seus<br />

recursos, a <strong>de</strong>mocracia, o ESG etc.<br />

Flávio Waiteman é CCO/Foun<strong>de</strong>r da Tech and<br />

Soul<br />

flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />

30 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!