Jornal das Oficinas 211

que ainda denotam alguma dificuldade.
Porém, nota-se já uma melhoria
gradual”.
CADA vez menos
VENDAS AO bALCÃO
A aposta da Mondegopeças é, declaradamente,
a venda direta às oficinas
e cada vez menos a venda ao balcão.
Ainda assim, o nosso interlocutor
sabe que os “balcões que têm um
posicionamento mais central, mais
antigos, acabam por ter movimento
no balcão. Mas cada vez mais a nossa
aposta é no call center e portal e menos
balcão”. A plataforma B2B está
em evolução, sendo que, em 2022, a
Mondegopeças atingiu a marca dos
15% da faturação total através de
pedidos no portal: “Há uma aposta
forte na parte digital e sentimos que
é importante o sucesso deste trabalho
para estes ganhos de eficiência”.
Todos os armazéns contam com call
centers e a verdade é que 80% dos
pedidos ainda são feitos “da maneira
tradicional” — telefone ou email
— com Pedro Ferreira a admitir que
não faz parte da estratégia abandonar
esta via. “Não fazemos qualquer
pressão para que haja essa passagem,
mas obviamente que estamos motivados
para que gradualmente vá havendo
uma mudança para o digital,
que é o que está a acontecer. Estamos
a apostar nisso”, conta. A logística é
efetuada através de 31 viaturas próprias,
com quatro entregas diárias,
no máximo, dependendo das zonas.
Aposta na formação
A Mondegopeças tem um calendário
anual com várias formações estipuladas
e para 2023 estão programadas
um total de 17, “14 puramente
técnicas, depois três em parcerias
com marcas que nós trabalhamos”.
Além disso, a empresa promove formações
exclusivas e outras abertas a
todos clientes, “que são pagas e que
fazemos com a Car Academy”, explica
Pedro Ferreira. Este ano, a Mondegopeças
voltou a conquistar o selo de
PME Líder, depois de já ter conseguido
a distinção de PME Excelência
durante alguns anos. O responsável
refere que estes são “estatutos para
os quais não trabalhamos especificamente,
é resultado do desempenho
da equipa. Nesse aspeto, obviamente
o reconhecimento é importante para
toda a gente. Na prática acho que
é mais importante para o exterior,
para criar um rótulo de qualidade
económico financeira, para quem
olha de fora”, explica.
ACRESCENTAR valor
AO cliente profissional
Ao longo da nossa conversa, é fácil
perceber que Pedro Ferreira prefere
olhar para o futuro com otimismo.
Nas dificuldades encontra oportunidades
e sabe que os desafios não são
mais do que formas de nos obrigar
a ver o mundo de outra perspetiva.
Questionado sobre o impacto da inflação
no negócio da empresa, o diretor-geral
não deixa de notar que este
existe, “mas é difícil de quantificar”,
até porque, sublinha, “no nosso ramo
há sempre fatores que, em tempos
de dificuldade, nos beneficiam um
pouco, como neste caso, o facto de o
parque automóvel estar a envelhecer”.
Na sua opinião, o que é certo é
que “o mercado continua com muita
dinâmica, os quilómetros continuam
a fazer-se e, se calhar, através de um
parque automóvel com mais anos,
pelo menos no imediato, as pessoas
continuam a comprar. Enquanto o
carro tiver esta importância na sociedade,
enquanto a mobilidade for
feita na forma como nós a conhecemos,
é um setor que tem conseguido
sobreviver às crises”. O aparecimento
dos veículos elétricos, que tanto se vai
temendo no aftermarket, já não assusta
ninguém na Mondegopeças. O
impacto que poderá ou não vir a ter,
“será gradual e começam-se a criar
muitas dúvidas se, de facto, é essa a
tecnologia que vai mesmo imperar
no futuro, pois se calhar não é assim
tão certo como era há uns tempos”,
reflete, notando, como foi dito anteriormente,
que já tiveram uma estratégia
pensada nesse sentido, com a
diversificação do portefólio, “para nos
defender do que venha a acontecer,
mas acho que para encararmos esse
desafio, ainda vamos ter que superar
vários outros antes desse”.
Para o futuro, Pedro Ferreira tem o
objetivo claro de ser “o fornecedor global
que consiga acrescentar valor para
o nosso cliente profissional. Se calhar
já o fazemos por completo, mas pelo
nosso perfil nunca estamos satisfeitos,
achamos sempre que ainda falta alguma
coisa. Creio que já conseguimos
criar essa imagem no nosso cliente
profissional, de sermos um fornecedor
global”. Este ano, mesmo descontando
o fator inflação, a Mondegopeças regista
um crescimento de dois dígitos,
acima de 20% no primeiro semestre e
“a perspetiva é fechar o ano por volta
dos 9 milhões de euros”, remata o responsável,
que pretende, em breve “dar
um salto qualitativo a nível logístico,
com novas instalações”.. l
EM 2021 A MONDEGOPEÇAS INTEGROU O GRUPO SERCA
E PASSOU A OFERECER UMA GAMA MAIS ALARGADA DE PRODUTOS
E SERVIÇOS, FORMAÇÃO DIFERENCIADA E UM CONJUNTO DE
VANTAGENS AGREGADA A UMA REDE OFICINAL INTERNACIONAL
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