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Revista eMOBILIDADE+ Nº 5

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

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EMISSÕES<br />

A Europa, em 2019, foi responsável<br />

por cerca de 22% do total das<br />

emissões globais de CO 2<br />

da<br />

indústria da aviação.<br />

dado que os voos de ligação não foram<br />

afetados e que os voos domésticos são<br />

responsáveis por uma pequena percentagem<br />

das emissões de CO 2<br />

naquele<br />

país. Até agora, apenas três rotas foram<br />

alvo de redução de voos, contando-se<br />

cerca de 5.000 voos anuais num universo<br />

de 200.000 voos domésticos.<br />

Também na nossa vizinha Espanha<br />

o tema da eliminação dos voos<br />

domésticos entre cidades servidas<br />

a menos de duas horas e meia<br />

de comboio tem estado sob acesa<br />

discussão.<br />

A avançar, tal decisão colocará em<br />

causa a ponte aérea entre Madrid<br />

e Barcelona, que produz o dobro<br />

de CO 2<br />

por passageiro do que<br />

o mesmo percurso feito de<br />

comboio, embora, tal como<br />

em França, apenas os voos<br />

que não são de ligação<br />

sejam afetados.<br />

A companhia aérea espanhola<br />

Iberia deu a<br />

entender que tais<br />

argumentos são falaciosos, pois que,<br />

no caso de um passageiro que pretenda<br />

viajar, por exemplo, entre Valência e<br />

Nova Iorque, na falta de um voo para<br />

Madrid, poderá fazê-lo via outro hub<br />

europeu. Nessa situação, para além de<br />

se verificar um aumento da emissão de<br />

CO 2<br />

, haverá uma clara interferência no<br />

processo de concorrência no espaço<br />

aéreo europeu.<br />

Entretanto, na Dinamarca, o governo<br />

está a propor a criação de uma taxa<br />

de 100 coroas dinamarquesas (cerca<br />

de 13,41€) que ajude a financiar a<br />

transição verde da indústria da aviação<br />

permitindo que todos os voos domésticos,<br />

até 2030, usem jet fuel 100% SAF.<br />

Apesar dos incentivos à utilização<br />

cada vez menor do avião, substituindo-o<br />

pelo comboio, e do aumento da<br />

força do fenómeno “flight shame”,<br />

continuam a verificar-se recuos às<br />

intenções de implementar medidas<br />

DECISÃO UNIFICADA<br />

Parece óbvio que, enquanto não<br />

existir um plano global para limitar<br />

o transporte aéreo, qualquer<br />

medida local ou regional tornarse-á<br />

pouco eficaz<br />

que restrinjam o transporte aéreo.<br />

Foi isso o que aconteceu nos Países<br />

Baixos com o governo neerlandês a<br />

suspender o seu plano de limitar o<br />

número de movimentos no aeroporto<br />

de Amesterdão a partir do Verão do<br />

próximo ano, cedendo às pressões das<br />

autoridades dos EUA e do Canadá e ao<br />

lobby das companhias aéreas.<br />

Os críticos do plano neerlandês, que<br />

previa uma redução de 9% da capacidade<br />

atual e de 17% da prevista futura,<br />

afirmam que uma menor capacidade no<br />

aeroporto de Amesterdão iria prejudicar<br />

a economia desse país, não iria ter<br />

efeitos práticos nas emissões de CO 2<br />

,<br />

pois resultaria no redireccionamento de<br />

voos para outros hubs europeus, e no<br />

aumento das tarifas, prejudicando não<br />

só as companhias aéreas, mas também<br />

os consumidores.<br />

Parece óbvio que, enquanto não existir<br />

um plano global para limitar o transporte<br />

aéreo, qualquer medida local ou<br />

regional tornar-se-á pouco eficaz. E<br />

um plano global deverá incluir também<br />

limitações aos voos privados, que<br />

são bem mais inimigos do ambiente<br />

considerando uma base de emissões por<br />

passageiro, ao tipo de aviões comerciais,<br />

sabendo que a nova geração de aviões<br />

é cerca de 20% menos poluente, e na<br />

cobrança de taxas a reverter para o financiamento<br />

de projetos que permitam<br />

a transição verde.<br />

Em maio, em França, foram banidos os voos<br />

domésticos entre cidades que estejam a menos<br />

de duas horas e meia de comboio<br />

IMPORTÂNCIA DO CUSTO<br />

DO COMBUSTÍVEL<br />

Uma coisa parece certa, a limitação na<br />

oferta de transporte aéreo e a implementação<br />

de outras medidas que limitem<br />

a emissão de CO 2<br />

, tal como<br />

a incorporação de SAF no jet fuel,<br />

irá afetar negativamente os resultados<br />

das companhias aéreas.<br />

O jet fuel é, a par dos custos com<br />

pessoal, o principal custo das companhias<br />

aérea. Enquanto os custos com<br />

pessoal são quase inteiramente fixos, os<br />

de combustível são variáveis na parte em<br />

que não está controlada por uma política<br />

de gestão de risco (fuel hedging).<br />

Numa indústria de margens baixas,<br />

a flutuação no preço do combustível<br />

pode transformar um voo com lucro<br />

em prejuízo, dependendo do núme-<br />

e-MOBILIDADE 19

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