Revista eMOBILIDADE+ Nº 5
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
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TRANSIÇÃO ENERGÉTICA<br />
O futuro realista<br />
da mobilidade<br />
A mobilidade é uma das atividades mais inerentes ao ser humano, mas a sua complexidade tem<br />
aumentado devido aos desafios ambientais e populacionais que fazem parte do século XXI.<br />
GUSTAVO MAGALHÃES<br />
Senior Innovation Consultant na Beta-i<br />
A<br />
realidade é que os<br />
condicionamentos<br />
exteriores que enfrentamos<br />
perturbam o que<br />
consideramos ser o nosso<br />
fluxo natural de movimentação, mas,<br />
por outro lado, são simultaneamente<br />
estes mesmos entraves que também<br />
impulsionam o próprio repensar das<br />
diferentes maneiras como nos deslocamos<br />
– resultando, frequentemente, na<br />
inovação necessária para as sociedades<br />
progredirem.<br />
Deste processo surge, inevitavelmente,<br />
a questão: o que se segue, então, em<br />
termos de mobilidade?<br />
A transição para veículos elétricos tem<br />
sido uma das mudanças mais significativas<br />
no cenário global nos últimos<br />
tempos. Não obstante, tem de existir<br />
um equilíbrio entre a introdução de<br />
novos modelos elétricos e a preservação<br />
sustentável dos veículos de combustão<br />
já existentes. Uma abordagem<br />
abrangente requer por isso a implementação<br />
de incentivos apropriados<br />
para uma mudança gradual e inclusiva.<br />
Não conseguiremos consolidar<br />
um futuro sustentável sem ponderar<br />
o impacto socioeconómico que esta<br />
transição pode ter em comunidades<br />
que dependem predominantemente de<br />
tecnologias tradicionais de combustão.<br />
Devemos ter em conta que, para<br />
a maioria da população, trocar o seu<br />
carro atual por outro modelo elétrico<br />
ou mais sustentável exige um esforço<br />
financeiro significativo, pelo que as<br />
soluções que impulsionem a adoção<br />
destes mesmos veículos deve ser fortalecida<br />
com apoios, económicos e de<br />
outra natureza, a essa transição.<br />
Adicionalmente, os conceitos de<br />
mobilidade partilhada e micromobilidade<br />
têm desempenhado um papel<br />
significativo no facilitar as deslocações<br />
urbanas, contribuindo para a redução<br />
do congestionamento urbano e para<br />
a mitigação das emissões de carbono.<br />
As deslocações devem continuar a ser<br />
pensadas de forma comunitária para<br />
organizar o fluxo das cidades, mas<br />
também oferecer oportunidades diversificadas<br />
e personalizadas às necessidades<br />
de cada indivíduo. O equilíbrio<br />
entre estas duas modalidades é desafiante,<br />
requerendo esforços significativos<br />
no fortalecimento das redes de<br />
transportes coletivos e um planeamento<br />
minucioso da intermodalidade entre<br />
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