Revista eMOBILIDADE+ Nº 5
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
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EVENTO<br />
Seminário Mobilidade Mais<br />
Transporte público<br />
é a espinha dorsal<br />
têm um valor económico enorme, que<br />
desperdiçamos. Perdemos demasiado<br />
tempo para realizar um pequeno trajeto.<br />
Tudo isto tem custos, pelo que, no seu<br />
todo, é insustentável. Também socialmente<br />
é insustentável. Não nos podemos<br />
orgulhar da forma como ocupamos<br />
o espaço urbano, e de como os cidadãos<br />
vivem aprisionados dentro dos seus<br />
carros. Aprisionados é mesmo o termo,<br />
isolados como numa cela. Temos de<br />
construir a liberdade de chegar a horas<br />
e rapidamente onde quer que necessitemos<br />
ir.”<br />
Frederico Francisco manifestou-se<br />
muito animado pelo desenvolvimento<br />
futuro da ferrovia, “pois o domínio do<br />
transporte individual esmaga todos os<br />
outros modos de mobilidade. Foi o<br />
que consentimos nos últimos 50 anos<br />
e Portugal está muito atrasado nesse<br />
caminho.”<br />
Admitiu as culpas do Estado na degradação<br />
do serviço público ferroviário e<br />
destacou dois casos notórios: “Sendo<br />
essencial em todas as escalas metropolitanas,<br />
falta ainda uma boa integração<br />
entre os modos pesado e ligeiro. E<br />
faltam as linhas interiores, ou a linha do<br />
Oeste, que não tenho pejo em dizer que<br />
é um serviço vergonhoso. Estamos a<br />
fazer um investimento grande para podermos<br />
dizer que é um serviço decenda<br />
mobilidade<br />
orge Delgado e Frederico Francisco,<br />
respetivamente secretários<br />
de Estado da Mobilidade Urbana<br />
e das Infraestruturas, abriram e<br />
fecharam o seminário, manifestando-se<br />
ambos férreos adeptos<br />
do modelo de transformação da sociedade<br />
assente nos critérios da sustentabilidade<br />
e da transição energética.<br />
Jorge Delgado escusou-se a enumerar<br />
os factos e os números que impõem<br />
tal mudança, optando por frisar que<br />
“fazemos excessivos movimentos, são<br />
demasiados os veículos individuais e,<br />
destes, é excessivo o número dos que<br />
se fazem mover por fontes poluentes.<br />
Temos, portanto, de agir, e de transformar.”<br />
Em outra passagem da sua<br />
alocução explicou os custos associados<br />
ao atual panorama: “Não só ambientalmente,<br />
como do ponto de vista<br />
económico, pois o tempo perdido nas<br />
deslocações, nos congestionamentos,<br />
Não nos podemos<br />
orgulhar da forma<br />
como ocupamos o<br />
espaço urbano, e de<br />
como os cidadãos<br />
vivem aprisionados<br />
dentro dos seus carros<br />
te.” A terminar, disse à assistência que<br />
“a alta velocidade é incontornável, que<br />
permita fazer aumentar a capacidade e<br />
que contrarie o fraco desempenho que<br />
a ferrovia tem face às linhas aéreas entre<br />
Lisboa e o Porto. Há consenso para investir<br />
na ferrovia e a ordem de grandeza<br />
para tal investimento estimar-se-á em<br />
mil milhões de euros por ano.”<br />
Jorge Delgado acredita que “teremos<br />
melhor mobilidade quando se conseguir<br />
atrair cada vez mais pessoas para<br />
o transporte público. É essa a espinha<br />
dorsal da mobilidade, uma alteração<br />
que não se faz por decreto, obrigando<br />
as pessoas a fazê-lo como nós queremos.<br />
Faz-se através de uma boa oferta,<br />
com boas infraestruturas, com transportes<br />
regulares, pontuais, de qualidade,<br />
com segurança e conforto e com preços<br />
acessíveis.”<br />
Há consenso para investir<br />
na ferrovia e a ordem<br />
de grandeza para tal<br />
investimento estimar-se-á<br />
em mil milhões de euros<br />
por ano<br />
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