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COMUNICAÇÕES 249 - SANDRA MAXIMIANO: UMA GESTORA DE EQUILÍBRIOS À FRENTE DA ANACOM

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“Julgo que a litigância (na <strong>ANACOM</strong>) já acalmou. Tem sido muito importante dialogar. Quando falamos de questões de segurança,<br />

estamos a falar da sustentabilidade do setor. Estamos todos unidos para criar um setor mais seguro”<br />

como é que essa criatividade poderá ser útil num setor<br />

que precisa tanto dela, numa fase de litigância absoluta<br />

entre os players e o regulador?<br />

Julgo que a litigância já acalmou. Tem sido muito importante<br />

dialogar. Quando falamos de questões de segurança,<br />

estamos a falar da sustentabilidade do setor.<br />

Estamos todos unidos para criar um setor mais seguro,<br />

mais resiliente. As questões da segurança proporcionam<br />

diálogo, porque é do interesse de todos, é uma<br />

preocupação comum. O regulador tem uma função e<br />

um objetivo diferente dos operadores. É natural. Mas,<br />

no meio deste desalinho, é possível encontrar um equilíbrio.<br />

Achar pontos de encontro.<br />

É isso que tem feito nestes primeiros meses?<br />

Sim. Reunir com os operadores, com os fornecedores e<br />

restantes stakeholders do setor, com organismos públicos,<br />

outros reguladores, associações de consumo. Na<br />

verdade, com toda a gente.<br />

E o que sentiu até agora? Recetividade?<br />

Sim, muita recetividade. Como havia muita tensão,<br />

muita falta de diálogo, também havia muita expectativa<br />

de tornar este diálogo eficaz.<br />

Tem defendido o conceito da eficiência dinâmica para<br />

o setor. Fale-nos deste conceito.<br />

É quando o bem-estar social é maximizado em situações<br />

de concorrência. E atinge o seu mínimo em monopólio.<br />

No setor das telecomunicações estamos num<br />

oligopólio. Não é como o setor das churrasqueiras de<br />

bairro, por exemplo, um setor verdadeiramente concorrencial:<br />

o produto é todo igual, muito homogéneo,<br />

com baixo investimento tecnológico. Nas telecomunicações<br />

estamos numa situação intermédia. Quando<br />

se aumenta o número de concorrentes, teoricamente<br />

aumenta-se o bem-estar. O problema é se, nesta passagem,<br />

se destrói a capacidade de investir. Temos que<br />

ter cuidado, sobretudo quando estamos em momentos<br />

de novas ondas tecnológicas. Devemos aumentar a<br />

concorrência, mas com cuidado, porque exige grandes<br />

investimentos. Tem de haver esse trade-off, tem de ser<br />

dinâmico.<br />

Sim, as mudanças tecnológicas são cada vez mais rápidas<br />

e exigem, por isso, cada vez mais capacidade de<br />

investimento.<br />

Julgo que devemos pensar num modelo económico de<br />

financiamento do setor. Porque o 5G pode ser realmen-<br />

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